quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

MILK – a voz da igualdade (2008 – EUA), dirigido por Guns Van Sant

Harvey Milk. Anos 70. Direitos civis. Homossexualismo. Intolerância. Respeito ao ser humano.


Foto divulgação

Assisti ao filme Milk. Uma bela interpretação de Sean Penn, como de hábito.

A pessoa que sou hoje e que assistiu ao filme é outra pessoa em relação àquela de dez anos antes. Acredito que todos somos outros dez anos depois. Digo isso porque venci o preconceito que tinha devido à minha total ignorância sobre os temas "Orientação sexual" e "Amor" - em todas as suas formas e possibilidades.

Em uma década, deixei de ser preconceituoso e acho que me tornei uma pessoa um pouco mais tolerante. O movimento sindical me mudou como pessoa. Mesmo que saia em 2011 ou mais adiante, agradeço muito ao Sindicato dos Bancários e à CUT por terem me ajudado a ser um pouco melhor como ser humano.

Aliás, quando penso em tolerância, em respeitar as diferenças e conviver com elas, penso também na corrente política e sindical que tive a sorte de conhecer e militar durante esta década – a Articulação Sindical. Nela, aprendi a buscar o consenso e evitar ter como foco a destruição de quem pensa diferente. Aprendi a buscar agregar e somar naquilo que é consenso para lidar com o diferente. Buscar a unidade por objetivos maiores.

Lembro-me de quando jovem, nos anos 80, da intolerância que todos tínhamos com os gays, bem como com qualquer grupo onde você próprio não estivesse inserido.

Que belo homem foi Harvey Milk!

Não sei se ele era determinado premeditadamente ou se apenas foi fazendo o que tinha que ser feito. Me parece mais a segunda hipótese. E essas são as grandes pessoas!

Não acredito em heróis e não acho que as pessoas nascem para serem heroínas. Mas acredito muito que todas as pessoas têm um combustível dentro de si, que após aceso, pode levá-las a lutar e lutar e lutar por aquilo que acreditam. Muitas vezes, até lutam por algo errado, moral ou eticamente, mas lutam. É uma questão de direcionamento para o bem ou o mal.

Outra coisa muito forte na mensagem de Harvey Milk é a proposta para as pessoas se assumirem como são. No caso específico da orientação sexual, que cada um nasce com ela, é uma questão de respeito ao ser humano.

Para aqueles que têm ou acham que têm a orientação sexual "padrão", estabelecida por grupos dominantes, a questão principal é de educá-los para o respeito à alteridade e ao diferente. A vida no planeta só sobrevive porque há diversidade, há diferença. Se a vida fosse de homogeneidade, já não haveria vida, pois seríamos frágeis como uma espécime toda igual que perece com qualquer mudança no seu habitat.

O filme Milk é um filme leve para um tema ainda difícil para parte das pessoas que não aceitam o diferente.

O filme é um bom momento para se lembrar que a educação para a liberdade e o respeito à diversidade pode revolucionar o nosso mundo, tão intolerante, às vezes.

Será que os milhares de militantes que se dizem progressistas, liberais e de esquerda já viram o filme? Se não viram ainda, não percam tempo e vejam. Vale a pena!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Manifesto do Partido Comunista - 1848 (II)




(LEITURAS - excertos)


Karl Marx
Friedrich Engels

"I - Burgueses e proletários

A história de todas as sociedades até agora tem sido a história das lutas de classe.

Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, membro das corporações e aprendiz, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em contraposição uns aos outros e envolvidos em uma luta ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou sempre com a transformação revolucionária da sociedade inteira ou com o declínio conjunto das classes em conflito.

Nas épocas anteriores da história, em quase todos os lugares, encontramos sociedades estruturadas em vários segmentos, em uma hierarquia diferenciada das posições dos indivíduos. Na Roma antiga, temos patrícios, guerreiros, plebeus e escravos; na Idade Média, senhores feudais, vassalos, membros de corporações, artesãos e servos; além disso, em quase todas essas classes, novas subdivisões.

A moderna sociedade burguesa (lembrar que eles estão em 1848), que surgiu do declínio da sociedade feudal, não aboliu as contradições de classe. Ela apenas colocou novas classes, novas condições de opressão e novas formas de luta no lugar das antigas.

Nossa época - a época da burguesia - caracteriza-se, contudo, por ter simplificado os antagonismos de classe. Toda a sociedade se divide, cada vez mais, em dois grandes campos inimigos, em duas grandes classes diretamente opostas: a burguesia e o proletariado.

Dos servos da Idade Média nasceram os burgueses livres das primeiras cidades; a partir destes, desenvolveram-se os primeiros elementos da burguesia.

A descoberta da América e a circunavegação da África abriram um novo campo de ação para a burguesia nascente. Os mercados da Índia e da China, a colonização da América, o comércio com as colônias, o aumento dos meios de troca e do volume das mercadorias em geral trouxeram uma prosperidade até então desconhecida para o comércio, a navegação e a indústria e, com isso, desenvolveram o elemento revolucionário dentro da sociedade feudal em desintegração.

A forma tradicional, feudal ou corporativa, de funcionamento da indústria não permitia atender às necessidades crescentes, decorrentes do surgimento de novos mercados. Em seu lugar aparece a manufatura. O mestre das corporações é deslocado pelo pequeno industrial; a divisão do trabalho entre as diversas corporações desaparece diante da divisão do trabalho no interior das oficinas.

No entanto, os mercados continuaram crescendo e as necessidades aumentando. Também a manufatura não dava conta. Então, o vapor e a maquinaria revolucionaram a produção industrial. No lugar da manufatura surgiu a grande indústria moderna, no lugar dos pequenos produtores, os industriais milionários, os chefes de exércitos industriais inteiros, os burgueses modernos.

A grande indústria criou o mercado mundial, preparado pela descoberta da América. O mercado mundial promoveu um desenvolvimento incomensurável do comércio, da navegação e das comunicações. Esse desenvolvimento, por sua vez, voltou a impulsionar a expansão da indústria. E na mesma medida em que indústria, comércio, navegação e estradas de ferro se expandiram, desenvolvia-se a burguesia, os capitais se multiplicavam e, com isso, todas as classes oriundas da Idade Média passavam a um segundo plano.

Vemos, assim, como a burguesia moderna é ela mesma o produto de um longo processo, moldado por uma série de transformações nas formas de produção e circulação..."


Bibliografia:

MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Expressão Popular. 1a edição, 2008.


COMENTÁRIOS:


No século XXI, segue sendo extremamente atual essa separação no interior das sociedades em duas grandes classes antagônicas - a burguesia e o proletariado, exploradores e explorados.

William Mendes

domingo, 26 de dezembro de 2010

Corrida 10k na véspera da São Silvestre

Estou em Uberlândia MG para o Natal com minha família.

Aproveitei o pós-cervejas e o pós-excessos de Natal para correr hoje.

Fiz uma corrida deliciosa no Parque do Sabiá - um dos melhores lugares da cidade. Há uma bela pista de 5 km ao redor do parque, pista que conta com muita natureza e bebedouros em vários pontos dela.

Durante a corrida caiu a maior chuvarada de verão e FOI UMA DELÍCIA! A corrida de 10k foi tranquila e fiz em aproximadamente 65'.

Depois, uma bela água de coco e... voltei ao "gatorate de cevada" na parte da tarde.

Na sexta-feira participarei de minha 4a São Silvestre.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Preconceito que cala, língua que discrimina

Brasil de Fato


24 de dezembro de 2010 às 15:41h


Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua


Por Joana Moncau*


Marcos Bagno, escritor e linguista brasileiro, deixa à mostra a ideologia de exclusão social e de dominação política pela língua, típica das sociedades ocidentais. “Podemos amar e cultivar nossas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita gente pagou para que elas se implantassem como idiomas nacionais e línguas pátrias”.


O preconceito linguístico é um preconceito social. Para isso aponta a afiada análise do escritor e linguista Marcos Bagno, brasileiro de Minas Gerais. Autor de mais de 30 livros, entre obras literárias e de divulgação científica, e professor da Universidade de Brasília, atualmente é reconhecido sobretudo por sua militância contra a discriminação social por meio da linguagem. No Brasil, tornou-se referência na luta pela democratização da linguagem e suas ideias têm exercido importante influência nos cursos de Letras e Pedagogia.


A importância de atingir esse meio, segundo ele, é que o combate ao preconceito linguístico passa principalmente pelas práticas escolares: é preciso que os professores se conscientizem e não sejam eles mesmos perpetuadores do preconceito linguístico e da discriminação. Preconceito mais antigo que o cristianismo, para Bagno, a língua desde longa data é instrumentalizada pelos poderes oficiais como um mecanismo de controle social. Dialeto e língua, fala correta e incorreta: na entrevista concedida a Desinformémonos, ele desnaturaliza esses conceitos e deixa à mostra a ideologia de exclusão e de dominação política pela língua, tão impregnada nas sociedades ocidentais.


“A língua é um dialeto com exército e marinha”, Max Weinreich


O controle social é feito oficialmente quando um Estado escolhe uma língua ou uma determinada variedade linguística para se tornar a língua oficial. Evidentemente qualquer processo de seleção implica um processo de exclusão. Quando, em um país, existem várias línguas faladas, e uma delas se torna oficial, as demais línguas passam a ser objeto de repressão.


É muito antiga a tradição de distinguir a língua associada ao símbolo de poder dos dialetos. O uso do termo dialeto sempre foi carregado de preconceito racial ou cultural. Nesse emprego, dialeto é associado a uma maneira errada, feia ou má de se falar uma língua. Também é uma maneira de distinguir a língua dos povos civilizados, brancos, das formas supostamente primitivas de falar dos povos selvagens. Essa forma de classificação é tão poderosa que se erradicou no inconsciente da maioria das pessoas, inclusive as que declaram fazer um trabalho politicamente correto.


De fato, a separação entre língua e dialeto é eminentemente política e escapa aos critérios que os linguistas tentam estabelecer para delimitar dita separação. A eleição de um dialeto, ou de uma língua, para ocupar o cargo de língua oficial, renega, no mesmo gesto político, todas as outras variedades de língua de um mesmo território à terrível escuridão do não-ser. A referência do que vem de cima, do poder, das classes dominantes, cria aos falantes das variedades de língua sem prestígio social e cultural um complexo de inferioridade, uma baixo auto-estima linguística, a qual os sociolinguistas catalães chamam de “auto-ódio”.


Falar de uma língua é sempre mover-se no terreno pantanoso das crenças, superstições, ideologia e representações. A Língua é um objeto criado, normatizado, institucionalizado para garantir a unidade política de um Estado sob o mote tradicional: “um país, um povo, uma língua”. Durante muitos séculos, para conseguir a desejada unidade nacional, muitas línguas foram e são emudecidas, muitas populações foram e são massacradas, povos inteiros foram calados e exterminados. No continente americano, temos uma história tristíssima de colonização construída sobre milhares de cadáveres de indígenas que já estavam aqui quando os europeus invadiram suas terras ancestrais e dos africanos escravizados que foram trazidos para cá contra sua vontade.


Não podemos esquecer que o que chamamos de “língua espanhola”, “língua portuguesa”, ou “língua inglesa” tem um rico histórico, não é algo que nasceu naturalmente. Podemos amar e cultivar essas línguas, mas sem esquecer o preço altíssimo que muita gente pagou para que elas se implantassem como idiomas nacionais e línguas pátrias.


Breve histórico linguístico da América Latina

A história linguística da América Latina foi e é marcada por muita violência contra as populações não-brancas, em todos os sentidos, dos massacres propriamente ditos, passando pela escravização e chegando aos dias de hoje com a exclusão social e o racismo.


No caso específico das línguas, as potências coloniais (Portugal e Espanha) se empenharam sistematicamente em impor suas línguas. As situações variam de país a país. Na Argentina, por exemplo, depois da independência, o governo traçou um plano explícito de extermínio dos indígenas, a chamada “Conquista do Deserto”, pagando em dinheiro às pessoas que levassem escalpos como prova do assassinato. Com isso, a população indígena da Argentina, principalmente do centro para o sul, desapareceu quase completamente, e com ela suas línguas.


No Peru e na Bolívia, a língua quéchua, que era uma espécie de idioma internacional do império inca, é muito empregada até hoje, havendo mesmo comunidades mais isoladas cujos falantes não sabem falar espanhol.


No Brasil, o trabalho de imposição do português foi muito bem feito, de maneira que é a língua homogênea da população. O extermínio dos índios fez desaparecer centenas de línguas: hoje sobrevivem cerca de 180, mas faladas por muito pouca gente, algumas já em vias de extinção. Durante boa parte do período colonial, a língua mais usada no Brasil foi a chamada “língua geral”, baseada no tupi antigo, que os jesuítas empregaram para catequizar os índios. Com a expulsão dos jesuítas no século XVIII e a proibição do ensino em qualquer língua que não fosse o português, a língua geral desapareceu. É uma pena que não tenhamos uma riqueza linguística como no México, que possui mais de 50 línguas diferentes, sendo que o nahua é falado por cerca de 1 milhão de pessoas. Ainda assim, essas minorias linguísticas no Brasil estão cada vez mais reconhecendo seus direitos e lutando por eles.


Quanto às línguas africanas no Brasil, elas não puderam sobreviver porque os portugueses tomavam cuidado para separar as famílias em lotes diferentes bem como os falantes de uma mesma língua, de modo que fossem obrigados a aprender o português para se comunicar entre si e com os brancos. Mesmo assim, as línguas africanas, sobretudo as do grupo banto, influíram fortemente na formação do português brasileiro, fazendo com que ele se tornasse o que é hoje, uma língua bem diferente do português europeu.


No Paraguai, como não houve expulsão dos jesuítas, a língua geral empregada por eles, o abanheenga (guarani), permanece até hoje como elemento importante da vida dos paraguaios, que são bilíngues em sua maioria: espanhol e guarani.


Falar errado? Para quem?

Também existe uma ideologia linguística que não é oficializada, mas que ao longo do tempo se instaura na sociedade. Em qualquer tipo de comunidade humana sempre existe um grupo que detém o poder e que considera que seu modo de falar é o mais interessante, o mais bonito, é aquele que deve ser preservado e até imposto aos demais.


Nas sociedades ocidentais as línguas oficiais sempre foram objetos de investimento político. As línguas são codificadas pelas gramáticas, pelos dicionários, elas são objetos de pedagogias, são ensinadas. Claro que essa língua que é normatizada nunca corresponde às formas usuais da língua, sempre há uma distância muito grande entre o que as pessoas realmente falam no seu dia-a-dia, na sua vida íntima e comunitária, e a língua oficializada e padronizada.


A questão da língua é a única que une todo o espectro linguístico, ou seja, a pessoa da mais extrema esquerda e da mais extrema direita geralmente concordam, por exemplo, diante da afirmação de que os brasileiros falam português muito mal. É uma ideologia muito antiga, eu digo que é uma religião mais antiga que o cristianismo, porque surgiu entre os gramáticos gregos 300 anos antes de Cristo e se impregnou na nossa cultura ocidental de maneira muito forte.


Entretanto, ao mesmo tempo em que as classes dominantes diziam que era preciso impor o padrão para todo o mundo, elas não permitiam às classes dominadas o acesso a ele. Havia essa contradição, que na verdade não é uma contradição, mas uma estratégia político-ideológica: “Você tem que se comportar assim, mas não vou te ensinar como”. Isso, para as classes dominantes terem, além de outros instrumentos de controle social, também o controle da língua. É o que Pierre Bourdieu chama de a ‘língua legítima’: as classes dominadas reconhecem a língua legitima, mas não a conhecem. Ou seja, elas sabem que existe um modo de falar que é considerado bonito, importante, mas elas não têm acesso a ele.


O preconceito linguístico nas sociedades ocidentais é derivado principalmente das práticas escolares. A escola sempre foi muito autoritária, muitas vezes as pessoas tinham que esquecer a língua que já sabiam e aprender um modelo de língua. Qualquer manifestação fora desse modelo era considerada erro, e a pessoa era reprimida, censurada, ridicularizada.


Outro grande perpetuador da discriminação linguística são os meio de comunicação. Infelizmente, pois eles poderiam ser instrumentos maravilhosos para a democratização das relações linguísticas da sociedade. No Brasil, por serem estreitamente vinculados às classes dominantes e às oligarquias, assumiram o papel de defensores dessa língua portuguesa que supostamente estaria ameaçada. Não interessa se 190 milhões de brasileiros usam uma determinada forma linguística, eles estão todos errados e o que apregoam como certo é aquela forma que está consolidada há séculos. Isso ficou muito evidente durante todas as campanhas presidenciais de que Lula participou. Uma das principais acusações que seus adversários faziam era essa: como um operário sem curso superior, que não sabe falar, vai saber dirigir o país? Mesmo depois de eleito, não cessaram as acusações de que falava errado. A mídia se portava como a preservadora de um padrão linguístico ameaçado inclusive pelo presidente da República.


Nessas sociedades e nessas culturas muito centradas na escrita, o padrão sempre se inspira na escrita literária. Falar como os grandes escritores escreveram é o objetivo místico que as culturas letradas propõem. Como ninguém fala como os grandes escritores escrevem, a população inteira em teoria fala errado, porque esse ideal é praticamente inalcançável.


Entretanto, isso é muito contraditório, porque os ensinos tradicionais de língua dizem que temos que imitar os clássicos, mas ao mesmo tempo somos proibidos de fazer o que os grandes autores fazem, que é a licença poética. Como aprendemos nas escolas, ela é permitida àquele que em teoria sabe tão bem a língua que pode se dar ao luxo de desrespeitar as normas. A diferença entre a licença poética e o erro gramatical é, basicamente, de classe social. Uma pessoa pela sua própria origem social se dá ao direito e tem esse direito reconhecido de falar como quiser, outra, também por sua origem social não tem esse direito.


Cria-se um padrão linguístico muito irreal, muito distante da realidade vivida da língua. É a partir desse confronto entre a maneira de falar das pessoas e essa língua codificada, que surgem esses conflitos linguísticos. A pessoa, ao comparar seu modo de falar com aquilo que aprende na escola ou com o que é codificado, vê a distância que existe entre essas duas entidades e passa a achar que seu modo de falar é feio, é errado.


Qualquer tipo de imposição linguística acaba gerando um efeito contrário que é a auto-rejeição linguística ou a promoção de um preconceito linguístico por parte das camadas sociais dominantes.


Luta contra o preconceito linguístico

Acabar com o preconceito linguístico é uma coisa difícil. É preciso sempre que façamos a distinção entre preconceito e discriminação. O que nós temos que combater é a discriminação, ou seja, quando esse preconceito deixa de ser apenas uma atitude ou um modo de pensar das pessoas e se transforma em práticas sociais.


Primeiro é preciso reconhecer a existência do preconceito linguístico, conhecer os modos como ele se manifesta concretamente como atitudes e práticas sociais, denunciar isso e criar modos de combatê-lo.


Justamente pelo fato de o preconceito linguístico nas sociedades ocidentais ser derivado das práticas escolares, na minha opinião, o grande mecanismo para começar a desfazer o preconceito linguístico, a discriminação linguística, está também na pratica escolar. É muito importante que a escola, em sociedades letradas como a nossa, permita ao aluno esse processo do acesso ao letramento a partir de práticas pedagógicas democratizadoras, em que as variações linguísticas sejam reconhecidas como prática da cultura nacional, que não sejam ridicularizadas. E é claro que isso tem um funcionamento político muito importante, não só na escola, mas em toda a sociedade.


Por isso que no Brasil, eu e um conjunto de outros linguistas e educadores estamos sempre atacando muito o preconceito linguístico e propondo práticas pedagógicas democratizadoras. Que a criança, ao chegar na escola falando uma variedade regional menos próxima do padrão, não seja discriminada. Nosso trabalho atualmente se centra muito na escola, nos materiais didáticos e na formação dos professores de português, para que não sejam eles mesmos perpetuadores do preconceito linguístico e da discriminação.


Além disso, vale considerar que, em menos de meio século, a proporção mundial entre a população urbana e a rural ficou muito desigual, com a população mundial muito mais urbanizada. A urbanização implica o contato com formas linguísticas de maior prestigio, na televisão, na escola, na leitura etc. Isso vai implicar também uma espécie de nivelamento linguístico. Embora as variedades linguísticas se mantenham, quanto mais pessoas souberem ler e escrever e tiverem ascensão social, é mais provável que haja um nivelamento linguístico maior.


No caso específico do Brasil, nos últimos oito anos, quase 30 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza e com isso vão impor também sua maneira de falar. Outro dado muito importante é que a grande maioria das pessoas que se formam professores (de português, principalmente) vem dessas camadas sociais. Portanto, o professor que está indo para sala de aula já é falante dessas variedades linguísticas que antigamente eram estigmatizadas. Isso vai provocar um grande movimento de valorização dessas variedades menos prestigiadas. Estamos assistindo a um momento muito importante da história sociolinguística do Brasil.


*Matéria do Brasil de fato

Natal em família...

Natal em família em Minas...

A família diminuiu muito.
Minha tia querida morreu.
O conflito afastou a família.

Mas foi bom estar aqui!
Mamãe, papai, vovó, sobrinhos
Esposa filho primo e família.

Rolou música, breja etc.
Agora de madrugada,
Vamos dormir.

Feliz natal em família!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Manifesto do Partido Comunista - 1848




(LEITURAS - excertos)

Karl Marx

Friedrich Engels

"Um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo. Todas as potências da velha Europa se uniram em uma santa campanha difamatória contra ele: o papa e o tsar, Metternich e Guizot, radicais franceses e policiais alemães.


Qual o partido de oposição não foi qualificado de comunista por seus adversários no poder? Qual partido de oposição, por sua vez, não lançou de volta a acusação de comunista, tanto a outros opositores mais progressistas quanto a seus adversários reacionários?


Duas conclusões decorrem desse fato.


O comunismo já é reconhecido como força poderosa por todas as potências europeias.


Já é tempo de os comunistas exporem abertamente sua visão de mundo, seus objetivos e suas tendências, contrapondo assim um manifesto do próprio partido à lenda do espectro do comunismo.


Com este objetivo, reuniram-se em Londres comunistas de várias nacionalidades e esboçaram este Manifesto, que será publicado em inglês, francês, alemão, italiano, flamengo e dinamarquês..."



Bibliografia:


MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Expressão Popular. 1a edição, 2008.



COMENTÁRIO:


Nesta década, aprendi a ser sindicalista. Virei sindicalista após os trinta anos de idade.


Me incomoda todo mundo no movimento falar que é marxista, marxiano, leninista, trotskista, ou coisa do gênero, quando, na verdade, me parece que muita gente fala que é isso ou aquilo sem nunca ter lido ou estudado com dedicação tal referência que usa.


Eu não posso dizer que sou nada disso, pois não tenho conhecimento sobre esses líderes e suas doutrinas para me dizer um seguidor deles.


Ao longo de oito anos, estudei a origem da Central Única dos Trabalhadores (CUT), estudei um pouco da origem do Partido dos Trabalhadores (PT) e estudei a origem da Articulação Sindical e pertenço a estas formas de organização partidária e sindical. SOU SINDICALISTA CUTISTA e da ARTICULAÇÃO SINDICAL. Sou PETISTA.


Pelo pouco que já li e reflito a respeito, tenho a impressão de que compartilho muita coisa com o Comunismo. Penso que minhas divergências com os comunistas sejam sobre a estratégia e as táticas para se alcançar esta forma de sociedade.


William Mendes

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Refeição Cultural 65 - Leituras e a emoção em Hachiko -"a dog's story"

Fiz leituras variadas no sábado e no domingo e assisti novamente a partes do filme "Sempre ao seu lado" (Hachiko: a dog's story), filme de 2009.

Li sobre linguística e sobre línguas. Gosto do tema e gostaria de ter me dedicado mais às letras.

Li três capítulos do livro "Uma história da leitura" de Alberto Manguel. São capítulos que já reli várias vezes.

Li artigos de revistas Carta Capital.


Hachiko (fonte: Wikipédia)

Me emocionei novamente ao assistir ao filme sobre o cão da raça akita - Hachiko - e sua lealdade ao dono. É de encher os olhos a fidelidade do animal ao esperar no mesmo local, todos os dias, até o fim da vida - quase 10 anos -, sempre a esperar a volta de seu dono falecido, em uma pequena estação de trem em Tóquio.

Limpei um pouco meus aquários. Corri no sábado e andei no domingo.

Fiz um sarau particular na minha sala, pois li em voz alta uma boa parte do longo poema "O guardador de rebanhos" do heterônimo de Pessoa, Alberto Caieiro. MAGNÍFICO!

Estou com sono e tenho que desligar para dormir.

Também assisti a minhas fitas de aulas de espanhol.

Hasta la vista, baby!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Uma história da leitura - Os leitores silenciosos


(atualizado em novembro/2015)


"Leitores silenciosos": na foto, estou em Turin, Itália.
Na OIT, 2009.

"Séculos depois, do outro lado de um oceano que para Agostinho talvez fosse o limite da terra, Ralph Waldo Emerson, que devia sua fé àqueles antigos protestadores (os protestantes de Lutero), aproveitou-se da arte que tanto surpreendera o santo. Na igreja, durante os longos e frequentemente tediosos sermões a que comparecia devido a seu senso de responsabilidade social, lia em silêncio as Pensées de Pascal. E à noite, em seu quarto frio em Concord, 'com cobertores até o queixo, lia os Diálogos de Platão. ('Ele associava Platão, mesmo mais tarde, com o cheiro de lã', observou um historiador.) Embora achasse que havia livros demais para ler, e que os leitores deviam compartilhar suas descobertas contando uns aos outros o ponto essencial de seus estudos, Emerson acreditava que ler um livro era um assunto privado e solitário. 'Todos esses livros', escreveu ele, fazendo uma lista de textos 'sagrados' que incluía os upanixades e as Pensées, 'são a expressão majestosa da consciência universal e servem mais aos nossos propósitos diários do que o almanaque do ano ou o jornal de hoje. Mas eles são para o gabinete e devem ser lidos sobre os joelhos dobrados. Suas comunicações não devem ser dadas ou tomadas com os lábios e a ponta da língua, mas com o fulgor da face e o coração palpitante.' Em silêncio."


Estive na OIT (Turin) em 2009, a trabalho, representando
os trabalhadores brasileiros através da CUT.

COMENTÁRIO:


Cara, que livro maravilhoso este do Alberto Manguel.


Do excerto acima, tenho duas reflexões:


A primeira tem relação com este blog e um de seus objetivos: partilhar minhas leituras e minhas reflexões acerca das coisas, das aulas que tive na Faculdade de Letras, e minha visão dos acontecimentos do mundo.


A segunda tem relação com uma fala de um professor na USP, certa vez, que nos disse que mais valiam as leituras de obras clássicas como um texto de Shakespeare do que a leitura de um jornal ou revista contemporâneos.


A parte grifada em destaque é um pouco sobre essas observações.



Bibliografia:


MANGUEL, Alberto. Uma História da Leitura. Companhia Das Letras. Edição 1999, 4ª reimpressão.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Corrida na chuva

Depois de uma semana bem cansativa e de longas horas de trabalho o fim de semana chegou.

Como a chuva também não deu um tempo esses dias, e hoje de manhã não foi diferente, saí para correr com chuva, afinal de contas tenho poucos dias para ver o que faço com o meu pouco condicionamento físico para suportar a São Silvestre.

Corri em bom ritmo cerca de 8 km com duas subidas de quase 1km cada. Fiz em 49' e fiquei bem satisfeito. Foi um bom treinamento.

CORRIDAS E CÉREBRO

Li na revista ContraRelógio (maio/2010), agora à noite, uma matéria que falava sobre estudos que dizem dos efeitos benéficos das atividades aeróbicas para o cérebro por aumentar a circulação sanguínea e a oxigenação. Correr nos deixa mais inteligentes!!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O leitor: "reputação ambígua..."



Última Thule Tour, Spitzbergen, Norway, 2007 
(Alberto Manguel Gallery)



O leitor: "A comunidade dos leitores tem uma reputação ambígua que advém de sua autoridade adquirida e de seu poder percebido"


"Mas não são apenas os governos totalitários que temem a leitura. Os leitores são maltratados em pátios de escolas e em vestiários tanto quanto nas repartições do governo e nas prisões. Em quase toda parte, a comunidade dos leitores tem uma reputação ambígua que advém de sua autoridade adquirida e de seu poder percebido. Algo na relação entre um leitor e um livro é reconhecido como sábio e frutífero, mas é também visto como desdenhosamente exclusivo e excludente, talvez porque a imagem de um indivíduo enroscado num canto, aparentemente esquecido dos grunhidos do mundo, sugerisse privacidade impenetrável, olhos egoístas e ação dissimulada singular. ("Saia e vá viver!", dizia minha mãe quando me via lendo, como se minha atividade silenciosa contradissesse seu sentido do que significava estar vivo.) O medo popular do que um leitor possa fazer entre as páginas de um livro é semelhante ao medo intemporal que os homens têm do que as mulheres possam fazer em lugares secretos de seus corpos, e do que as bruxas e os alquimistas possam fazer em segredo, atrás de portas trancadas. O marfim, de acordo com Virgílio, é o material de que é feito o Portal dos Sonhos Falsos; segundo Sainte-Beuve, é também o material de que é feita a torre do leitor."


"Borges disse-me certa vez que, durante uma das manifestações populistas organizadas pelo governo de Perón em 1950 contra os intelectuais da oposição, os manifestantes gritavam: "Sapatos sim, livros não". A resposta - "Sapatos sim, livros sim" - não convenceu ninguém. Considerava-se a realidade - a dura, a necessária realidade - em conflito irremediável com o mundo evasivo e onírico dos livros. Com essa desculpa, e com efeito cada vez maior, a dicotomia artificial entre vida e leitura é ativamente estimulada pelos donos do poder. Os regimes populares exigem que esqueçamos, e portanto classificam os livros como luxos supérfluos; os regimes totalitários exigem que não pensemos, e portanto proíbem, ameaçam e censuram; ambos, de um modo geral, exigem que nos tornemos estúpidos e que aceitemos nossa degradação docilmente, e portanto estimulam o consumo de mingau. Nessas circunstâncias, os leitores não podem deixar de ser subversivos".



Este livro de Alberto Manguel é um dos melhores livros que já li. Eu o recomendo a todos os amantes da leitura.


Em uma releitura do primeiro capítulo anotei o seguinte "Que leitura agradável e estimulante! Você termina a linha acima e fica louco para abrir os livros que mais sonha em ler e sonha começar a ler sem parar. E sonha poder dizer: - Não ao trabalho, não ao sono!".


Querem conhecer curiosidades fantásticas de nossa história (nossa, de nós leitores do mundo, de todos os tempos)? Leiam Uma História da Leitura.



Bibliografia:


MANGUEL, Alberto. Uma História da Leitura. Companhia Das Letras. Edição 1999, 4ª reimpressão.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

AN INTERVIEW WITH DILMA ROUSSEFF, BRAZIL'S PRESIDENT-ELECT

By Lally Weymouth (The Washington Post)

Friday, December 3, 2010

IN BRASILIA

Four weeks ago, Brazilians elected their first female president – Dilma Rousseff, the chosen candidate of Luiz Inácio Lula da Silva, Brazil’s popular outgoing president. Rousseff comes to power with an unusual background: she fought in the 1960s underground against the military regime that then ruled Brazil, and she was imprisoned and tortured between 1970 and 1972. She then started in local politics and joined Lula’s government in 2002 as minister of mines and energy, eventually becoming his chief of staff. On dec. 2, in her first lengthy interview since the vote, Rousseff spoke about her plans for the next four years. Excerts:

Vocabulary:
Outgoing president: presidente em fim de mandato, de partida.
Lengthy interview: entrevista longa (mais prolongada)

Does having been a political prisoner give you more sympathy for other political prisoners?

There is no question about that. Due to the fact that I experienced personally the situation of a political prisoner, I have an historical commitment to all those that were or are prisoners just because they expressed their views, their public opinion, their own opinions.

Commitment: compromisso, comprometimento, obrigação.

So, will that affect your policy toward Iran, for example? Why is Brazil supporting a country that allows people to be stoned, that jails journalists?

I believe that it is necessary for us to make a differentiation in [what we mean when we refer to Iran]. I consider [important] the strategy of building peace in the Middle East. What we see in the Middle East is the bankruptcy of a policy – of a war policy. We are talking about Afghanistan and the disaster that was the invasion of Iraq. We did not manage to solve Iraq’s problems. Iraq today is in civil war. Every day soldiers on both sides die. To try to build peace and not to go to war is the best way.

[But] I do not endorse stoning. I do not agree with practices that have medieval characteristics [when it comes] to women. There is no nuance; I will not make any concessions on that matter.

Bankruptcy: falência, bancarrota.

Brazil abstained from voting on the recent U.N. human rights resolution.

I am not the president of Brazil [today], but I would feel unconmfortable as a woman president-elect not to say anything against the stoning. My position will not change when I take office. I do not agree with the way Brazil voted. It's not my position.

Many Americans had sympathy for the Iranian people who rose up in the streets. That's why I wondered if your position on Iran would be any different than that of your current president, who has good relations with the Iranian regime.

President Lula has his own track record. He is a president that advocated for human rights, a president that always advocated for building peace.

Track: trilha, caminho

How do you view Brazil's relationship with the United States? How would you like to see it evolve?

Evolve: desenvolver (-se)

I consider the relationship with the U.S. very important to Brazil. I will try to forge closer ties with the U.S. I had great admiration for the election of President Obama. I believe that the U.S. at that moment showed tremendous capacity to show that it is a great nation, and it surprised the world. It may be very difficult to be able to elect a black president in the U.S. - as it was very difficult to elect a woman president in Brazil.

Forge closer ties: forjar (formar) laços firmes

I believe that the U.S. has a great contribution to give to the world. And above all, I believe that Brazil and the U.S. have to play a role together in the world. For example, we have great potential to work together in Africa, because in Africa we can build a partnership to make available agricultural technologies, biofuel production, humanitarian aid in all fields.

I also believe, in this moment of great instability due to the global crisis, it is fundamental that we should find ways that will guarantee the recovery of the developed counstries' economies because that is fundamental to the stability of the world. None of us in Brazil will be comfortable if the U.S. carries high rates of unemployment. The recovery of the U.S. is important for Brazil because the U.S. has an extraordinary consumer market. Today, the highest trade surplus of the U.S. is with Brazil.

(texto que vamos debater em aula de inglês. Como vou faltar, já estou lendo e vendo vocabulário)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Refeição Cultural 64 - Leituras ao sabor do desejo (coisa rara!)

O que andei digerindo ultimamente? Vejamos:

Consegui as notas necessárias para aprovação nas duas matérias que fiz na Usp este semestre. Passei com 7,0 em Literatura Portuguesa IV e com 7,5 em Literatura Espanhola do século XVI. Em tese, completei as matérias obrigatórias das duas grades - Português e Espanhol. Bacharelado somente, pois não fiz ainda as matérias da licenciatura. Não sei se as farei. (entretanto, como já estou saudoso, me inscrevi em uma matéria de leituras hispano-americanas no próximo semestre)

Estou lendo um livro que comprei esta semana que me chamou a atenção assim que vi a resenha na revista Carta Capital da semana passada. O livro se chama "A era da empatia" do biólogo Frans de Waal, um holandês naturalizado americano. O texto já me surpreendeu várias vezes.

Também estou relendo um pouco o livro do espanhol Luís Mir - "A revolução impossível" - sobre as duas tentativas de revolução armada no Brasil e a instalação do comunismo no "gigante" da América do Sul. As duas tentativas - em 35 e em 69 - foram derrotadas (um fiasco total).

Também estou lendo uma revista antiga, tirada por acaso do armário, sobre as línguas no mundo. Já li a metade da revista.

E, estou relendo, muito tempo depois da primeira leitura, "O Manifesto Comunista" de Marx e Engels, de 1848 com a revisão de Engels em 1890. Quando li a primeira vez acho que nem era sindicalista e lendo agora, com outra cabeça e outra vivência, fico impressionado com o quanto o texto é atual, mesmo estando no ano 10 do século XXI.

Preciso retomar meus estudos autoditadas de italiano e francês. Já sei espanhol. Estou pagando um curso de inglês e não estou me dedicando. Conhecer línguas é um objetivo que sempre tive e não posso abandoná-lo. Hei que perseverar bastante neste tema.

É isso!

Outra coisa que estou tentando digerir é a ideia de estar um pouco mais com as pessoas com as quais tenho simpatia, como meus pais e alguns familiares e alguns amigos. Peco muito em não dedicar algum tempo às pessoas que gosto.

Boa corrida de domingo

Poucos dias para a São Silvestre. Tenho que dar uma melhorada rápida em meu condicionamento físico para suportar 15 km e muuuito calor como faz no último dia do ano à tarde.

Corri hoje 6 km em 37' e para minha condição atual foi um ritmo bem puxado. E também estava bem calor.

Eu completarei a São Silvestre daqui a 19 dias. Vou me superar.

Wikipédia: carta fraterna a Mino Carta sobre a enciclopédia livre

Mandei hoje uma carta fraterna ao grande Mino Carta, uma de minhas referências como pessoa e militante por um mundo melhor. Ele fazia na semana passada uma crítica aos modernos instrumentos informáticos e de mídia e incluiu a Wikipédia. (concordo com ele em tudo, menos sobre a Wikipédia)

"Estamos a dar os primeiros passos de uma época escura, de progressiva decadência? Haverá quem contraponha aos sinais negativos os avanços cientìficos e tecnológicos, alegação discutível, sobretudo em relação a estes. Eu me permito ter medo dos computadores, temo que me engulam com sua bocarra e passo ao largo. E que dizer da Wikipédia e que tais, e das centenas de milhões, talvez bilhões de seres humanos já deglutidos? Quanto aos progressos da ciência, quem hoje está em condições de se incomodar se o homem se encaminha a isolar a antimatéria?"

Olá Mino Carta! Sou mais um de seus milhares de admiradores.


Como defensor da ideia do copyleft e da livre e gratuita distribuição de conhecimento, fiquei surpreso quando você fez críticas à Wikipédia no editorial da revista CartaCapital n.625. Também sou avesso a essa onda dominadora e avassaladora do mundo interligado e informático, mas depois que descobri o conceito da Wikipédia - What I Know Is... - fiquei encantado.

O capitalismo busca se apropriar de tudo, inclusive do conhecimento, e atualmente se utiliza disso para excluir cada vez mais aqueles que não possuem o vil metal.

Acredito na educação e na revolução cultural e pra isso quero partilhar o que sei e gostaria de ter acesso gratuito ao magnífico conhecimento já produzido pelo Homem. Lembro-me de uma palestra do professor Ladislau Dowbor, onde ele explicava que diferentemente das coisas materiais, o conhecimento que cada um tem pode ser partilhado, pois o próprio segue com ele e os demais o multiplicam.

Em meu blog, dou preferência de fonte à Wikipédia e não à Ed. Abril, Globo, e mais meia-dúzia de editoras que dominam e cobram por todo o conhecimento (copyright).


Abraços de seu admirador, William Mendes, blog Refeitório Cultural.

sábado, 11 de dezembro de 2010

São Silvestre vem aí...

Depois de mais de UMA HORA perdida no metrô e trem SUCATEADOS pelo PSDB Plta, cheguei em casa e após deixar o estresse passar, caminhei e corri um pouco.

Fiz um treino de força e corri 2 km com aclives em 10' e caminhei mais uma meia hora.

Comecei a ler "A era da empatia" de Frans de Waal e adorei o começo do livro. Também estou lendo ou revendo outros que comecei a ler e nunca terminei.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Leitura: La Guerra Civil Española - Paul Preston


(texto em espanhol)

Capa do livro de Paul Preston. 

Algumas informações importantes que já vi no livro de Preston.

Palavras-chave da leitura:


GENERAL FRANCO

Epíteto atribuído a ele: "Sentinela do Ocidente" - por ele ser contrário ao comunismo, socialismo e à democracia liberal.

"Irrefutable anticomunismo"

Oposición a: la democracia liberal y al socialismo.


APOYO SOCIAL DE PRIVILEGIADOS:

-terratenientes
-industriales
-banqueros

y

-"clases de servicio" del franquismo = miembros de las clases media y trabajadora que por diversas razones (oportunismo, creencias o circunstancia geográfica durante la guerra) compartieron su suerte con la del régimen.

y

-los católicos españoles comunes que apoyaron a los nacionalistas como defensores de la religión, la ley y el orden.

MOVIMIENTO = el partido único del franquismo (y la gigantesca burocracia estatal)


ANOS SETENTA

-el búnker = los franquistas intransigentes, dispuestos a seguir combatiendo por los valores de la Guerra Civil desde los sótanos de la cancillería.


EL 18 DE JULIO = por la fecha del alzamiento militar de 1936


CREENCIA DE LAS ACADEMIAS MILITARES: su misión era defender a España del comunismo, el anarquismo, el socialismo, la democracia parlamentaria y los separatistas que pretendían destruir su unidad.

Al cabo de unos meses del cese de las hostilidades, se publicó una voluminosa "historia de la cruzada" en fascículos semanales.


COMENTÁRIO: É IMPRESSIONANTE a estratégia de uso de mídia e de meios educacionais dos franquistas para manter a versão dos nacionalistas e direitistas sobre a Guerra Civil.

"Hasta muy entrados los años sesenta, una sarta de publicaciones, muchas de ellas dirigidas a los niños, presentaban la guerra como una cruzada religiosa contra la barbarie comunista"

Segundo Preston, todo o debate posterior à derrota dos republicanos durante a Guerra Fria e com apoio dos EUA impediu que se visse claramente que não foi Stalin o responsável pela derrota:

"El éxito de la antinatural alianza entre anarquistas, trotskistas y los partidarios de la Guerra Fria ha oscurecido el hecho de que Hitler, Mussolini, Franco y Chamberlain - y no Stalin - fueron responsables de la victoria nacionalista"


AS BRIGADAS INTERNACIONAIS

Foi a participação de várias pessoas de esquerda do mundo inteiro no conflito ao lado dos republicanos.

"El buceo en las sórdidas luchas de poder en la zona republicana entre comunistas por un lado, y socialistas, anarquistas y trotskistas del POUM por otro, no puede disminuir el valor del idealismo de las personas implicadas en ellas"


Bibliografia:

PRESTON, Paul. La Guerra Civil Española. Traducción de María Borrás. Edición Debolsillo. España.

São Silvestre vem aí...

Pois é, como decidi (per)correr a São Silvestre, tenho que treinar um pouco para ganhar alguma resistência para os 15 km.

Ontem à noite, corri 5 km com aclives e fiz em 29'30" recuperando um pouco meu ritmo normal de corrida.

Depois assisti a um filme bem interessante - Paris - de 2008 com Juliette Binoche. Gostei do filme. Ele intercala varias vidas ao mesmo tempo na bela capital francesa.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Happy hour com amigos do Sindicato

Nesta sexta-feira fui tomar uma cervejinha com alguns amigos do Sindicato. Já é a terceira ou quarta vez que faço isso recentemente. Confesso que não tinha o hábito, mas acho que preciso cuidar um pouco melhor de minhas amizades, pois partilhar alguns momentos com pessoas que gostamos e temos afinidades é importante para nossa dimensão social.

O interessante é que hoje pela manhã estava pensando no bom nível dos temas que discutimos - na minha opinião, é claro - pois nem chegamos a falar sobre um dos temas mais badalados do fim de semana, a saber: quem será o campeão brasileiro de futebol.

No entanto, falamos sobre a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin - e paradoxalmente o colega Josias, que Nele crê, estava defendendo a teoria; debatemos muito acerca da provável existência de um deus ou alguma força criadora - na defesa Dele estava Getúlio; não faltou a visão marxista das coisas, segundo o marx(c)iano Cláudio Luis; acabei falando um pouco sobre o corpo humano e anatomia (no embate Darwin e "Deus") - relembrando meus três semestres de educação física na década passada; Ronaldo falou até de Arquimedes; Ernesto, nosso japonês paraguaio, foi o que falou mais amenidades na roda, para quebrar um pouco dequeles assuntos impossíveis para um happy hour de sexta.

É lógico que não deixamos de falar de política, tanto sindical quanto do Brasil e mundo.

Bom, penso que preciso exercitar mais o happy hour/"hora feliz" com quem tenho alguma coisa em comum.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Correndo... agora em breve treinamento para aguentar a São Silvestre

Pois é! Acabei me inscrevendo para a Corrida de São Silvestre.

Agora é pensar em o que fazer em menos de trinta dias de treinamento para conseguir completar os 15 km da prova.

Hoje corri 4 km em 22'30". Foi uma corrida curta com um esforço físico maior para tentar ganhar um pouco de energia.

Vamos ver se faço uma sequência de treinos e se tomo vergonha na cara e me alimento melhor este mês.

Cansaço batendo à porta após missões do ano estarem chegando aos seus términos

Olá olá amigos e amigas, estou só o pó da rabiola, como dizem por aí. (hi friends, i'm so so tired)

Estou muito cansado. Não sei bem se mais o corpo, mais a mente ou mais tudo.

Acabei de ver a minha nota de Literatura Portuguesa IV e deu tudo certo. Fui aprovado. Agora falta a nota de Literatura Espanhola do século XVI.

Apesar da agenda pesada que tive, acabei me inscrevendo para a minha 4a participação na festa que é a Corrida de São Silvestre. Vou ver a posse de minha presidente do Brasil pela tv mesmo.

Estou doido pra ler um pouco mais à vontade, ou seja, o que der na telha!

I'm trying to finish all my goals of this year and I WANT TO READ EVERYTHING I WISH! I MEAN FREELY, FREE, you see! And i'll be in my fourth São Silvestre run at december 31!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FLM0617 - Literatura Espanhola do século XVI - A questão da IMITAÇÃO (II)

IMITACIÓN Y ORIGINALIDAD EN LA POÉTICA RENACENTISTA


Texto de Fernando Lázaro Carreter

(mais alguns trechos interessantes para completar outra postagem sobre imitação)


SÉNECA “hemos que imitar, dicen, a las abejas”

Este último formula, incluso, un procedimiento: conviene coleccionar cuanto resulte atractivo en las lecturas, y tratar luego de dar a lo recogido un único sabor.

SÉNECA - la digestión de alimentos diversos, “de suerte que, de muchas, resulte una sola cosa”.

Carreter nos dice: LA NORMA SENEQUISTA, CONVALIDADA POR PETRARCA, SE CONSTITUYÓ EN CENTRO DE LA POÉTICA RENACENTISTA.

IMITACIÓN, EL CENTRO DEL HUMANISMO RENACENTISTA

Carreter nos dice también:

“EL ESCRITOR DE AQUELLA EDAD, EDUCADO EN LA DOCTRINA QUE CONSAGRÓ EL HUMANISMO, SITÚA LA IMITACIÓN EN EL CENTRO DE SU ACTIVIDAD. LA ORIGINALIDAD ABSOLUTA CONSTITUYE UN IDEAL REMOTO QUE NO SE NIEGA, PERO TAMPOCO SE POSTULA EXIGENTEMENTE: ES PRIVILEGIO CONCEDIDO A POQUÍSIMOS, Y EXISTE, ADEMÁS, LA POSIBILIDAD DE ALCANZARLA CON EL MÉTODO IMITATIVO.

Bibliografía:

CARRETER, Fernando Lázaro. Imitación y originalidad en la poética renacentista. IN: RICO, Francisco. Historia y crítica de la literatura española. Barcelona: Editorial Crítica, 1980.

FLM0617 - Literatura Espanhola: Século XVI Garcilaso de la Vega

- GARCILASO DE LA VEGA = fue un POETA Y MILITAR español del Siglo de Oro, considerado uno de los escritores en español más grandes de la historia.

(observação da professora Maria Augusta: compõe em sonetos e é considerado o Camões espanhol)
Quedó huérfano de padre y se educó esmeradamente en la Corte. Garcilaso entró a servir en 1520 a Carlos I de España. Aprendió GRIEGO, LATÍN, ITALIANO, FRANCÉS, MÚSICA Y ESGRIMA.

Empezó a escribir sus primeros poemas según la estética de la lírica cancioneril.

En 1526, con motivo de las bodas de Carlos V con Isabel de Portugal, acompaña a la Corte en un viaje por varias ciudades españolas y se enamora platónicamente de una dama portuguesa de la reina, Isabel Freyre, que canta bajo el anagrama de Elisa en sus versos (él ya era casado con Elena de Zúñiga).

Después que se establece en Nápoles, conoció al escritor erasmista Juan de Valdés, quien parece aludir a él junto a otros caballeros en un pasaje de los últimos de su Diálogo de la lengua.

Falleció como militar después de estar en varias batallas por su país.


ESTÉTICA

Después de su estancia en Nápoles abundará en RASGOS DE LA LÍRICA ITALIANA. GARCILASO HARÁ SUYO EL MUNDO DE LA ARCADIA, EN EL QUE SONIDOS, COLORES… INVITAN A LA REFLEXIÓN ACOMPAÑANDO A LOS SENTIMIENTOS.

Garcilaso hará una revolución métrica y estética en la lírica española al introducir con Juan Boscán y don Diego Hurtado de Mendoza una serie de estrofas (terceto, soneto, lira, octava real, endecasílabos sueltos, canción en estancias), el verso endecasílabo y su ritmo tritónico, mucho más flexible que el rígido y monótono del dodecasílabo, y el repertorio de temas, estructuras y recursos estilísticos del petrarquismo.

El lenguaje de Garcilaso es claro y nítido, conforme a los ideales de su amigo Juan de Valdés: selección, precisión y naturalidad y palabra oral más que ‘escrita’; prefiere las palabras usuales y castizas a los cultismos extraños a la lengua, buscar el equilibrio clásico, la estilización del nobilitare renacentista de una lengua vulgar y la precisión ante todo. Como afirma en su


ÉGLOGA TERCERA:


Más a las veces son mejor oídos
el puro ingenio y lengua casi muda,
testigos limpios de ánimo inocente,
que la curiosidad del elocuente.

Esto es, preferible evitar la retórica pomposa y la expresión forzada y culta para que la poesía pueda aparecer como sincera, genuina y espontánea; el objetivo de la poesía es ser oída, es la comunicación de los sentimientos, no el cortesano despertar de admiración.

GARCILASO NO ESCRIBIÓ NI UN VERSO DE TEMA RELIGIOSO. Aparecen los temas mitológicos como alternativa a los temas religiosos.


ÉGLOGA PRIMERA


Contigo, mano a mano
busquemos otros prados y otros ríos,
otros valles floridos y sombríos,
donde descanse, y siempre pueda verte
ante los ojos míos,
sin miedo y sobresalto de perderte.


Fernando de Herrera nos explica en sus Anotaciones que la temática de Garcilaso de la Vega es un PERFECTO RESUMEN DEL TÓPICO DEL CARPE DIEM, ampliamente desarrollado tanto por los italianos como por los españoles del Siglo de Oro. Vea abajo:


SONETO XXIII


En tanto que de rosa i açucena
se muestra la color en vuestro gesto,
i que vuestro mirar ardiente, onesto,
enciende al coraçón i lo refrena;


i en tanto qu’ el cabello, qu’ en la vena
del oro s’ escogió, con vuelo presto
por el hermoso cuello, blanco, enhiesto,
en viento mueve, esparze i desordena:


coged de vuestra alegre primavera
el dulce fruto, antes qu’ el tiempo airado
cubra de nieve la hermosa cumbre.


Marchitará la rosa el viento elado,
todo lo mudará la edad ligera
por no hazer mudança en su costumbre.


Bibliografía:
HERRERA, Fernando de. Anotaciones a la poesía de Garcilaso de la Vega. Madrid, Catedra.
Garcilaso de la Vega. In Wikipédia.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

FLM0617 Literatura Espanhola s.XVI - Lazarillo de Tormes

CLASE DE 22/9/10 (da profa. Maria Augusta - a interpretação é de minha responsabilidade)


LAZARILLO DE TORMES XVI

CONTEXTO EN ESPAÑA

- había muchos mendigos

- había una acreditación, una permisión para poder pedir limosna en cada ciudad o región de España

- no había trabajo

- no había de comer, de vestir, no había nada



UN PÍCARO

Aunque Lázaro tuviera los rasgos de un pícaro como, por ejemplo, no tener nada y no tener ascendencia, él no era un pícaro porque era inocente. Él es diferente del Buscón (Quevedo).

Un legítimo pícaro quiere engañar y robar a la gente.

Cuando salió el Lazarillo, la gente no sabía cómo leerlo. No era un libro de caballería; tampoco era un libro de parodia sobre caballería.

Había una familiaridad con la Celestina. El libro también tenía muchos refranes como era común en el XVI – “escribo como hablo”.

El Lazarillo tiene una cierta forma epistolar, pero también autobiográfica.

OTROS GÉNEROS CON ESTRUTURAS NARRATIVAS Y FORMAS DIFERENTES

- hagiografías

- proverbios

LAS EDICIONES DE LAZARILLO

1554 – Burgos, Amberes, Alcalá de Henares y Medina del campo (siglos después apareció otra edición de Medina del Campo).

En 1559, la obra cae en las manos de la Inquisición.

La obra tiene un fuerte sentido anticlerical. De línea erasmista. El anonimato era de propósito porque ponía en riesgo la vida del autor.

CURIOSIDADES

En la actualidad apareció en una construcción una caja dentro de una pared que tenía unos diez libros prohibidos por la Inquisición. Uno de ellos era de Erasmo de Rotterdam.

En 1555 apareció una segunda parte de la obra. Algo apócrifo. Lázaro estaba casado como en la primera obra y va a una bodega, toma vino y se convierte en atún y se casa con una atuna y etc…

FLM0617 - Literatura Espanhola: Século XVI - Novelas de cavalarias

Clase de 25/8/10 (da profa. Maria Augusta - qualquer interpretação errônea é de minha responsabilidade)



RELATOS FICCIONALES DEL SIGLO XVI – LIBROS DE CABALLERÍAS

Amadís de Gaula, de Garcí Rodríguez de Montalvo

NARRACIÓN

Mescla de ficción e historia

A la gente, le gustaba mucho las novelas de caballerías, aunque en el XVI ya estaba en baja este tipo de narración.

Montalvo refundó el texto en 1508 “Amadís de Montalvo”.

La obra tuvo un éxito impresionante. ¿Por qué serían tan exitosas las novelas de las caballerías?

Había un contexto diferente en el período por los descubrimientos de las Américas e India. Nombres como “Patagonia” y “California” eran nombres de los cuentos de caballerías. Nombrar las nuevas tierras con estos nombres era una manera de mantener el éxito del universo de los cuentos de caballerías.

CARACTERÍSTICAS DE LOS CABALLEROS

-eran muy religiosos

-tenían por principios la verdad, la justicia y el amor

-eran fieles a sus reyes

POR UN LADO

Los moralistas criticaban mucho los libros porque las historias estaban mucho apartadas de la vida verdadera de la gente, o sea, apartaba el hombre de su mundo.

POR OTRO LADO

Hay un sensualismo muy fuerte en los cuentos. Había la idea de que todo lo que pasaba en estos libros estaba muy apartado de los principios religiosos (ellos estaban en la contrarreforma, ¿verdad?), entonces los textos y libros deberían ser prohibidos, censurados.

Además, los moralistas decían que los libros eran textos mal escritos, que no había verosimilitud en ellos.

LA POÉTICA DE ARISTÓTELES ERA LA REFERÉNCIA en el siglo XVI

Las ideas de la Poética están muy fuertes en la verosimilitud. La idea de imitación tiene que ver con la economía interna de la obra, pero alguna conexión con la realidad hay que existir.

ROMANCE (NOVELAS) x ROMANESCO

Segundo el concepto de Frye en “Anatomía de la crítica” son distintos los estilos. Uno de ellos es el “romance” que conocemos en portugués, o sea, la “novela” en español.

El “romanesco” es la idea de Frye, es decir, la gente tiene fascinación con las narrativas “idealistas”. Relatar coincidencias, acontecimientos que extrapolan el cotidiano, lo común de los días. La novela se fijaría más al cotidiano y a lo común de los días.

LAS NOVELAS DE CABELLERÍAS ESTÁN EN EL UNIVERSO DE LO ROMANESCO, el foco está en el idealismo. Por otro lado, las novelas realistas aunque tienen el foco en el día a día, tienen entradas en el idealismo.

OTROS ASPECTOS IMPORTANTES DE LOS CABALLEROS

- el caballero puede ver la esencia de las cosas más que los otros, que ven las apariencias.

Ejemplo: en una batalla ellos están con las caras tapadas, pero en la pelea deciden no matarse uno al otro porque eran amigos. O sea, hay una lectura más allá de la apariencia.

- el caballero es alguien perfecto, que tiene un valor excepcional, tanto humanístico como guerrero

- las armas y el amor son muy importantes para los caballeros

- la importancia de la fama o buena fama, es decir, tener honor en su nombre y ser conocido por sus hazañas y aventuras

EL NARRADOR DE LAS NOVELAS DE CABALLERÍAS

Hay un autor que organiza el relato de manera que hay siempre LA PROVIDENCIA para los acontecimientos.

El en mundo medieval existe la idea de la Providencia – una hora cualquier ella se encargaba de los problemas.

El autor interviene en los momentos graves y soluciona los problemas del caballero (DEUS EX MACHINA).

PRÓLOGO

El prólogo habla de “la verdad”, o sea, sabemos que es una idea de verdad.

En los libros de caballerías siempre hay una historia de manuscritos antiguos, escondidos y que son encontrados y no se sabe en dónde, alguien lo trae, etc.
(POR ENQUANTO É SÓ)

domingo, 28 de novembro de 2010

Caminhada e corridinha de domingo

Hoje foi belo o domingo de sol. Corri um pouco e caminhei também. Fui por aí pensando na vida.

Ontem assisti ao filme Avatar e não achei nada demais nele. Gostei muito mais do filme brasileiro "Carregadoras de sonho" que vi hoje à tarde e retrada a história real de quatro professoras sergipanas e as dificuldades que enfrentam para realizarem o sonho de chegar à sala de aula e educar para dar esperança às crianças do Brasil.

Fiquei pensando muito no quanto a profissão de educador deveria ser valorizada e respeitada por todos e não é. Muito triste!

sábado, 27 de novembro de 2010

Diplomacia da solidariedade e do entendimento entre iguais é prioridade na AL

O Brasil está determinado a trabalhar pela convergência dos processos de integração política e econômica da América do Sul, América Central e Caribe e prioriza, em sua política externa, uma relação baseada na diplomacia da solidariedade e do entendimento entre iguais. Essa foi a tônica do discurso do presidente Lula nesta quinta-feira (25), em Georgetown, durante cerimônia em que foi condecorado com a Ordem de Excelência, a mais alta distinção guianesa.

"Sempre uso a imagem de que não é possível o Brasil desenvolver-se sem que seus vizinhos também encontrem o caminho da paz e da prosperidade. Nossa empreitada é um trabalho comum. Esse espírito de fraternidade é a base indispensável de uma América do Sul mais unida, próspera e justa", afirmou Lula.

O presidente brasileiro fez questão de enfatizar o esforço do Brasil em consolidar “o destino continental da Guiana”, lembrando o avanço dos dois países na relação bilateral. Como exemplo, citou a criação do Comitê de Fronteira, o acordo “Regime Especial Fronteiriço e de Transporte para as Localidades de Bonfim e Lethem”, que será implantado em breve, e a inauguração da ponte sobre o rio Tacutu, primeira ligação física entre os dois países.

Ao presidente guianense, Bharrat Jagdeo, Lula ratificou que é necessário somar esforços e continuar estabelecendo “sólidas pontes de diálogo e cooperação”, para enfrentar com maior êxito os desafios da integração regional. Segundo ele, os dois países devem trabalhar juntos para o fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica e a posição dos países amazônicos nas negociações sobre mudança do clima.

"Nesse sentido devemos impulsionar juntos o projeto de integração não só da América do Sul, mas também da América Latina e Caribe. Esperamos contar com apoio da Guiana para iniciar as negociações Mercosul-Caricom, tão logo o bloco caribenho esteja pronto", enfatizou.

Após a cerimônia, o presidente Lula foi homenageado com uma apresentação cultural local e, em seguida, participa de um jantar com os chefes de Estado da Unasul.

Fonte: Blog do Planalto

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

FLM0617 - Literatura Espanhola: Século XVI - JUAN RUFO

LECTURA Y EXCERTOS

LAS SEISCIENTAS APOTEGMAS Y OTRAS OBRAS EN VERSO


DE JUAN DE QUIRÓS Y TOLEDO jurado de Toledo al autor


SONETO

Bien es, Rufo, tu ingenio peregrino
del mundo ingrato conocido a penas,
pues a tu erudición falta un Mecenas
amparo de ese espíritu divino.

Pero, pues, te ha traído tu destino
desde tu amada patria a las ajenas,
y divulgar aquí tu libro ordenas
de tanta estimación y gloria digno.

Irá seguro ya de gente en gente
dando consejo, ejemplo, aviso y gusto,
y del mordaz podrá partir sin miedo,

cual obra de un varón tan eminente,
y, saliendo limado tan al justo,
pasado por los filos de Toledo.


AL LECTOR (contém comentários do blog e mais divisão em parágrafos)


Pasa los ojos por esa fácil lista, y si en algún número della hallares pliego para ti, tocarte ha sólo hacer memoria dél(1), y no por eso condenes por inútil todo lo demás, pues será bien posible que lo mismo que cuadra menos a tu gusto sea en propios términos a propósito para otro.

1-aqui o autor está sinalizando que os apotegmas são feitos para fácil memorização.


El nombre de Apotegma es griego, como lo son muchos vocablos recebidos ya en nuestra lengua. Trújole a ella, con la autoridad de graves escritores, la necesidad que había deste término porque significa breve y aguda sentencia, dicho y respuesta, sentido que con menos palabras no se puede explicar sino es usando désta (2).

2-as sentenças têm o objetivo de trazer reflexões e ensinamentos com muita agudeza.


La ‘R’ te sirva más para señal de respuesta que para obligarte a leella, y así evitarás el fastidio de su repetición. Donde hallares ‘u’, por disiuntiva en lugar de ‘o’, no pienses que es descuido, ni error de impresión, ni cuidado presuntuoso de introducir novedad sino por templar alguna aspereza de sonido causada de otras ‘oes’ u de alguna ‘d’, cuanto más que la lengua latina, grave y calificada madre de la nuestra, contiene cuatro partículas para significar división, y cada una dellas tiene ‘u’ (3).

3-temos aqui o cuidado do autor em explicar suas opções na grafia para reproduzir o melhor possível a dimensão oral da língua nos apotegmas.


Así que parece cosa llegada a buena razón suplir con su riqueza este vacío adquiriendo por honesto camino variedad de lenguaje, sin incurrir en impropiedad ni licencia.

Y nadie la tome de juzgar esta advertencia por menuda, porque, aun no siendo más que una letra, sin ser como es dicción, no se debía añadir ni quitar con menos requisitos.


APOTEGMAS


434


En los lugares donde hay personas poderosas por cargos o grandeza, decía “que no se debía permitir que, especialmente en negocios criminales, se escribiesen a los jueces billetes de favor, porque un ministro se labra con los recaudos del que también lo es, como un diamante con otro”.


Labrar = lavrar; aqui, tem um sentido de “fazer-se” em termos de “princípios éticos de seu ofício”
Recaudos = com os cuidados (ou com “recados”)


435


Contaba una dama muy hermosa que un día antes había pasado un desmayo mortal; y como no se le echase de ver, dijo:


“Maravilla es nueva y rara
que ayer tuviese desmayo
quien hoy representa un Mayo
en las rosas de su cara.”


Desmayo = 1. m. Desaliento, desánimo. 2. m. Desfallecimiento de las fuerzas, privación de sentido. (fonte: RAE)

Mayo = 2. m. Árbol o palo alto, adornado de cintas, frutas y otras cosas, que se ponía en los pueblos en un lugar público, adonde durante el mes de mayo concurrían los mozos y mozas a divertirse con bailes y otros festejos. 4. m. Ramo o enramada que ponían los novios a la puerta de sus novias. (fonte: RAE)


436


Un mal poeta era tan confiado, que, para que sus letras se cantasen y llegasen a noticia de todos, tenía muy a su costa granjeado cierto músico que de sol a sol se las componía a tres voces, y, como los tonos eran buenos y nuevos, no resonaba otra cosa en la Corte sino la tempestad destos cantares. Y tratándose del artificio del músico y de cuán bien premiado era del poeta por aquella ocasión, respondió: “Él se lo paga, porque le hace majadero a tres voces.”


Majadero = 1.adj. (persona) Que es torpe en el trato y que molestia (tolo). 2. m. Herramienta parecida a un mazo, que se usa para romper piedra o ladrillo (marreta)


437


Revestíase para decir misa cierto clérigo que la decía muy de espacio, y como los que estaban para oírsela mostrasen descontentamiento por la tardanza que esperaban, les dijo “que se obligaba a persuadir a lo divino aquel sacerdote que dijese apriesa la misa”: y llegando a él le habló desta manera: “Las ánimas de purgatorio dicen que se les quema la casa, y ellas con ella; piden agua para aquel fuego, y ésta ha de ser de oblaciones y sacrificios; vuesa merced las socorra con brevedad.” El dicho clérigo dijo que lo haría, y así lo cumplió.


560


Un caballero rico de hacienda, aunque andaba alcanzado, le pidió prestados veinte escudos, y como tardase en pagárselos y se escusase un día que se los pidió con decir que estaba pobre, respondió: “Más lo estaba yo el día mismo que os lo presté, y, pues hice lo que no debiera, haced vos lo que debéis.”


561


Oyendo el reloj, dijo: “¿Qué hace este badajo de citarnos de remate?”


Badajo = badalo de sino

(nota de la edición) badajo, “metafóricamente se llama al hablador, tonto y necio. Está tomada la metáfora del remate [‘repique’] del badajo, que es grueso y basto, como lo es el de entendimiento y pesado en su conversación” (Aut.). Unos juegos de palabras semejantes pueden verse en G. Lucas Hidalgo, Diálogos de apacible entretenimiento, en Curiosidades bibliográficas, BAE, 36, pág. 283.


562


Las casas de Madrid dijo que eran las más enfermas de todo el mundo. Preguntado por qué, respondió: “Porque cada noche a las diez o a las once tienen colicia passio.”


563

Preguntáronle cuál era el mejor predicador de la Corte. Dijo “que el mejor religioso; porque los elocuentes y no ejemplares dan a comer frío y lavan sin jabón.”


Bibliografía:
BLECUA, Alberto. JUAN RUFO Las seiscentas apotegmas y otras obras en verso. Edición, prólogo y notas de Alberto Blecua. Clásicos Castellanos. Espasa-Calpe, S.A. Madrid, 1972

FLM0617 - Literatura Espanhola: Século XVI - poesia mística

Clase sobre SAN JUAN DE LA CRUZ y su POESÍA MÍSTICA

Tuvimos un excelente seminario sobre el poeta castellano Juan de la Cruz (1542-1591).

APODOS durante la vida de SAN JUAN DE LA CRUZ

-Juan Yepes y Álvarez
-Juan de Santo Matia
-Fray Juan de la Cruz
-El reformador
-Príncipe de los místicos
-El senequita
-Místico de místicos
-El doctor de las nadas
-El último grande místico
-Patrono de los poetas españoles

San Juan de la Cruz es coetáneo de Garcilaso de la Vega, pero sus estilos son muy distintos.

PERSPECTIVA SEMÍTICA EN SU POESÍA - árabe y hebrea

"la música callada" de San Juan surge en contra el protestantismo. Su poesía no es algo solamente de la literatura del siglo de oro. Tenemos que nos ajustar todo el tiempo con ella pues su estilo ora es místico, ora clásico.

San Juan tiene una experiencia mística y su obra esta relacionada con esto. Su principal obra es "Cántico espiritual".

Un gran referencia para su obra es el poema palestino "cantar de los cantares". Él, San Juan, lo adapta al castellano.

(Sigo después porque tengo mucho sueno y no puedo más ahora...)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

FLM0617 - Literatura Espanhola: Século XVI - Módulos 3 Juan de Valdés

MÓDULO 3: DIÁLOGO HUMANISTA Y PROSA VARIA

El diálogo de la lengua de Juan de Valdés (fragmento)

Primeiro passo é saber quem é Juan de Valdés. Recorro ao wikipédia:

Juan de Valdés (Cuenca, 1509 - Nápoles, 1541), humanista, erasmista y escritor español.

Biografía

Son pocas y vagas las noticias que se tienen de sus primeros años. Estudió en Alcalá de Henares y a principios de 1528 comenzó su correspondencia con Erasmo de Rotterdam. Entró al servicio del marqués de Villena, periodo decisivo en su formación religiosa. Al aparecer su primer libro, Diálogo de doctrina cristiana (Alcalá de Henares, 1529), se le denunció ante la Inquisición, por lo que decide trasladarse a Italia, donde residió hasta el fin de sus días, habiendo sido gentilhombre de capa y espada en la Corte de Clemente VII.


En 1534 marcha a Roma y un año después a Nápoles, en ambos lugares como agente político del emperador, si bien debió de serlo por poco tiempo, puesto que fue víctima de la reacción antierasmista de la Inquisición española. En Nápoles trató a Garcilaso de la Vega, miembro de la Academia Pontaniana. En los años que siguieron hasta su muerte escribió copiosamente consideraciones piadosas, trabajos exegéticos, traducciones parciales de la Biblia y algunos diálogos destinados a aclarar conceptos y ampliar las conversaciones que tenía con los adeptos a sus doctrinas religiosas en la tertulia que mantuvo en su casa, un verdadero círculo de reformistas y religiosos alumbrados. Todos esos trabajos manuscritos fueron conservados y transmitidos por la más famosa de sus discípulas, Giulia Gonzaga.


Con ser Nápoles, en aquella época, una ciudad española, faltaban libros para aprender el castellano, y parece que al escribir su Diálogo de la lengua, Valdés trató de complacer a un grupo de amigos que deseaban perfeccionar el conocimiento del castellano; esta es su obra cumbre, compuesta hacia 1535 y que no llegó a ser impresa sino ya en pleno siglo XVIII, cuando el ilustrado Gregorio Mayans y Siscar lo editó como apéndice en sus Orígenes de la lengua española, 1737, aunque con el título de Diálogo de las lenguas. Contiene toda suerte de juicios sobre cuestiones normativas de la lengua castellana más pura, estimando como tal la de los refranes y mostrándose muy opuesto a Antonio de Nebrija, a quien consideraba demasiado afectado de andalucismo. En cuanto al mejor estilo, se muestra plenamente renacentista al escribir:


"El estilo que tengo me es natural y sin afectación ninguna. Escribo como hablo; solamente tengo cuidado de usar de vocablos que signifiquen bien lo que quiero decir, y dígolo cuanto más llanamente me es posible, porque, a mi parecer, en ninguna lengua está bien la afectación."

Su nombre, junto con el de su hermano Alfonso, se ha barajado como uno de los posibles autores del Lazarillo de Tormes, pero la idea parece descartada por los estudios actuales. Por lo que toca a sus inquietudes religiosas, que fueron las que más ocuparon sus escritos, se encuentran a medio camino entre el catolicismo y la reforma luterana y llegaron a tener gran resonancia en Europa, de forma que incluso se atribuye a Valdés y en especial a sus discípulos, los llamados valdesianos, la entrada del protestantismo en Italia.

EXCERTOS (em língua espanhola da época)

Marcio - Valdés - Coriolano - Torres

[...]

V. - ¿A qué propósito me queréis obligar tan estrechamente? ¿Avéisos por ventura concertado todos tres para el mohíno? Ora sus (pues), sea lo que fuere, digo que os doy mi fe que responderé como mejor supiere a todo lo que esta tarde me querréis preguntar. ¿Estáis contentos?


[…]

M. - Soy contento. Bien os devéis acordar cómo, al tiempo que agora ha dos años partistes desta tierra para Roma, nos prometistes a todos tres que conservaríades y entreterníades nuestra amistad, como avéis hecho, con vuestras continuas cartas […] porque con la lición refrescávamos en nuestros ánimos la memoria del amigo ausente, y con los chistes y donaires, de que continuamente vuestras cartas venían adornadas*,

*La predilección por las anécdotas elegantes e ingeniosas, a veces anticlericales, se manifiesta especialmente entre los erasmistas y forma parte del gusto del siglo XVI español (nota)

teníamos de qué reír y con qué holgar; y, notando con atención los primores y delicadezas que guardávades y usávades en vuestro escrivir castellano, teníamos sobre qué hablar y contender […] como buen cortesano quiriendo del todo entenderla (porque, como veis, ya en Italia assí entre damas como entre cavalleros se tiene por gentileza y galanía saber hablar castellano), siempre hallavamos algo que notar en vuestras Cartas, assí en lo que pertecía a la ortografía, como a los vocablos, como al estilo…”

Nota de Cristina Barbolani: El argumento del diálogo se motiva por esta curiosidad de los amigos que piden explicaciones sobre algunas particularidades observadas en las cartas de Valdés. La forma dialogada le permite una mayor libertad de exposición y una menor rigidez sistemática.


ENTRE LÍNGUA DE USO E LÍNGUA ESTUDADA

"Porque he aprendido la lengua latina por arte y libros, y la castellana por uso, de manera que de la latina podría dar cuenta por el arte y por los libros en que la aprendí, y de la castellana no, sino por el uso común de hablar..."

COMO TRADUZIR?

"Porque, siendo assí que la mayor parte de la gracia y gentileza de la lengua castellana consiste en hablar por metáforas*, atándose el que traduze a no poner más de lo que halla scrito en la lengua de que traduze, tiene grandíssima dificultad en dar al castellano la gracia y lustre que escriviendo de su cabeça le daría. Porque si uno traduze aquello de Terencio IDNE ESTIS AUCTORES MIHI? no quiriendo apartarse de la letra avrá de dezir '¿Desto me sois autores?', y assí no se entenderá lo que el poeta quiso dezir; pero si escriviendo de su cabeça querrá decir aquella mesma sentencia dirá: '¿Esto me aconsejáis a mí? y es lo mesmo que sintió el poeta, aunque se dize por otra palabras..."

*nota da edição: Hay que atenerse a la letra pero sin traicionarla; donde la traducción literal no puede expresar la misma sentencia, hay que sustituirla con metáforas que sean propias de la lengua castellana.


LIVROS MAL ESCRITOS E MENTIROSÍSSISMOS

Alguns livros como Esplandián, Florisando, Lisuarte, Cavallero de la Cruz, Reinaldos de Montalván, Trapisonda (muitos citados e lidos por dom Quixote) são, segundo Juan de Valdés "los quales, demás de ser mentirosíssimos, son tal mal compuestos, assí por dezir las mentiras muy desvergonçadas, como por tener el estilo desbaratado, que no ay buen estómago que los pueda leer".

VEROSSIMILHANÇA

"Quanto a las cosas, siendo esto assí que los que scriven mentiras las deven escrivir de suerte que se lleguen quanto fuere possible a la verdad, de tal manera que puedan vender sus mentiras por verdades..."


Bibliografía:

VALDÉS, Juan de. Diálogo de la lengua. Edición de Cristina Barbolani. Octava edición. 2006. Cátedra Letras Hispánicas.