sábado, 9 de janeiro de 2010

A Montanha Mágica, de Thomas Mann

ACABEI a montanha!

Estou emocionado tanto com o feito quanto com o final da história do jovem e singelo, ainda que simpático, Hans Cartorp.

Jamais imaginaria um final desses. Jamais!

Peguei-me pensando em cenas e cenas da vida cotidiana de cada um de nós, em seu tempo e espaço.

Lembrei-me das pessoas comuns do "Nós que aqui estamos por vós esperamos"; pensei que nunca podemos precisar aonde estaremos amanhã... seja nossa vida boa ou má, em ritmo lento ou acelerado... que coisa, heim! Quem pode nos prever o amanhã!

Ainda mais eu que tenho refletido todo dia - nesses dias - de viver hoje o que sobrou de ontem. De viver meus vivos, de ler meus livros, de ver meus filmes.

Na verdade, é uma merda esse pronome possessivo. Não estou necessariamente falando de meus volumes, estou falando desses nossos feitos maravilhosos, feitos humanos tão pouco visitados pelos jovens de hoje...

Feitos como essa Montanha de Thomas Mann. Feitos como aquele que vi outro dia de Giuseppe Tornatore - "Cinema Paradiso".

Fico triste e agoniado ao ver meu filho, nossos filhos, 24 horas por dia, enfiados em computadores, jogos de DS ou coisas similares vivendo (não-vivendo) jogos virtuais e conquistas - NONADAS - quando dizem que ganharam algo.

Não ganharam nada! Perderam vista, coluna, tendões... vida!

Quem sabe o que o amanhã reserva a esses singelos jovens, ainda que simpáticos, como o meu filho e o de todos nós... enfiados em jogos virtuais e não vendo o mundo lá fora... mundo triste e alegre... com belezas e catástrofes tão naturais...

Terminei A Montanha Mágica...

Vai saber se não estarei amanhã aonde foi parar o velho e jovem e singelo, ainda que simpático, Hans Castorp...

Ele e tantos jovens do mundo... ao longo do Breve Século XX... Ao longo do ainda breve e novo e velho século XXI.

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