segunda-feira, 30 de agosto de 2010

FLC0383 - Literatura Portuguesa IV

Aula do professor Helder de 20/8/10.

Tópicos abordados na classe:

- Trovas do século XVI
- Bandarra
- D. Sebastião desaparece no final do século XVI (Batalha de Alcácer-Quibir em 1578)
- Associação com o mito do Encoberto
- Fim da autonomia portuguesa 1580-1640
- Pe. Antonio Vieira (XVII) retorna com o mito do sebastianismo/messianismo
- Ideia do Quinto Império = recuperação da glória portuguesa do passado
- Saudosismo = aquele olhar para o passado para projetar futuro melhor ou igual
- Marquês de Pombal = após Iluminismo fica mais difícil o mito do sebastianismo
- Invasões napoleônicas e vinda da família real para o Brasil

Mesmo sendo difícil o retorno do mito do sebastianismo e messianismo, ele retorna através da literatura e arte com vários autores como Fernando Pessoa em "Mensagem", Almeida Garret, António Nobre etc.

No século XX, Portugal tenta voltar à hegemonia do passado, mas como já vinha ocorrendo nos séculos anteriores, a tentativa se dá sempre pelo campo da cultura e não da economia.

A obra "Mensagem" de Fernando Pessoa seria como que uma solução cultural para o momento político e econômico caótico por que passava Portugal com a ditadura salazarista.

(em sala de aula, houve opiniões de que o projeto cultural português tem cunho imperialista)

O professor comentou a questão comparando um trecho do livro "A nau de Ícaro" de Eduardo Lourenço com a linha de pensamento de Gilberto Freire, pois ambos tratam aos brasileiros - povo e língua - como  "gente meiga e doce".

Eduardo Lourenço estaria falando sobre "colonialismo linguístico".

A ideia geral debatida em classe é de que os portugueses seriam muito ciosos em afirmarem sua hegemonia, ao menos em relação à cultura e à língua.

COMENTÁRIO: até pode ser isso, mas penso que os portugueses têm mais é que manter a tradição de grande apreço e defesa de sua língua e cultura.


IDEIA DO ENCOBERTO

O messias, aquele que chega e salva.

Em "Mensagem" existe o modelo centralizador do império; a espera na vinda do encoberto, aquele que chega e salva.

A aula seguiu falando do NEO-REALISMO português em texto de Carlos Reis.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

FLC0383 - Literatura Portuguesa IV / FFLCH-USP


Programa do 2o semestre de 2010 - prof. Helder Garmes

O ROMANCE E OS SENTIDOS DO IMPÉRIO PORTUGUÊS NO SÉCULO XX

O curso pretende estudar quatro romances tendo no horizonte o imaginário acerca do colonialismo português, partindo do livro de poemas Mensagem (1934), de Fernando Pessoa.

Os romances estudados são:

-Uma abelha na chuva (1953) de Carlos Oliveira,

-Os cus de Judas (1979) de Antonio Lobo Antunes,

-Jangada de pedra (1986) de José Saramago e

-Peregrinação de Barnabé das Índias (1998) de Mário Cláudio.

Privilegiando a relação entre literatura e história cultural de Portugal, realiza-se um percurso que parte da utopia de base sebastianista presente no livro de poemas de Pessoa (referência paradigmática desse projeto), segue pelo período da ditadura de Salazar e chega até as ressignificações do império no período pós-colonial.

Nesse percurso, será privilegiada a análise do foco narrativo, ainda que outros aspectos formais do romance sejam também contemplados.

AGOSTO
06/08 - Apresentação do programa
13/08 - Mensagem, de Fernando Pessoa
ainda - Joel Serrão, Do sebastianismo ao socialismo, p.9-32
ainda - Eduardo Lourenço, A nau de Ícaro, p.125-134
20/08 - Carlos Reis, Textos teóricos do neo-realismo português, p.13-42
27/08 - Carlos Reis, Introdução à leitura de 'Uma abelha na chuva', p.63-72

SETEMBRO
03/09 - O foco narrativo em Uma abelha na chuva, de Carlos de Oliveira
10/09 - SEMANA DA PÁTRIA (não haverá aula)
17/09 - Eduardo Lourenço, O labirinto da saudade
24/09 - Maria Alzira Seixo, Os romances de Antônio Lobo Antunes, p.37-65

OUTUBRO
01/10 - O foco narrativo em Os cus de Judas, de Antônio Lobo Antunes
08/10 - Renato Ortiz, Mundialização e cultura, p.13-33
15/10 - Eduardo Lourenço, A nau de Ícaro, p.9-22, 60-71
22/10 - O foco narrativo em A jangada de pedra, de José Saramago
29/10 - Maria Alzira Seixo, Literatura e história: poética da descoincidência em As peregrinações de Barnabé das Índias, de Mário Cláudio, p.231-241

NOVEMBRO
05/11 - Foco narrativo em Peregrinação de Barnabé das Índias, Mário Cláudio
12/11 - PROVA
19/11 - Correção de provas
26/11 - entrega de notas
03/12 - prova de recuperação

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

FLM0617 - Literatura Espanhola: Século XVI

Clase de literatura española de el 18.8.10
Profesora Maria Augusta da Costa Vieira

ESCENARIO: SIGLO XVI ESPAÑOL

-baja tasa demográfica por pestes, armadas y guerras. O sea, había muchas dificultades económicas.

Había “arbitristas” = gente que proponía soluciones para los problemas.

CELLORIGO = idea de matrimonio
-hace falta la procreación
-la dote debe ser eliminada para que España pueda tener hijos.
-cambio de cultura española

España necesita gente para la economía. Para comprar, trabajar etc.

PERSPECTIVA DE LA LENGUA
(El tema está en el texto de Carreter)

El castellano tiene que firmarse como lengua de cultura a lo largo del siglo XVI. Solamente el latín era lengua de cultura, de manera que el castellano era una lengua vulgar – que venía del latín vulgar.

Idea que aparece muy fuerte: “ESCRIBO COMO HABLO”

UN GUIÓN:
-escribir sin afectación

A los humanistas les gustaba mucho esto. Un buen ejemplo es Miguel de Cervantes. Él odiaba la afectación.

ORIGINALIDAD E IMITACIÓN

Texto “Imitación y Originalidad en la poética renacentista” de Fernando Lázaro Carreter.

Comparación con los insectos. Hay los que escriben como:
-hormigas
-abejas
-gusanos (“bicho da seda”, en portugués)

La hormiga trabaja mucho pero siempre está robando cosas de los otros = el autor sigue los pasos/huellas de otro poeta (solo uno).

El gusano es el opuesto de la hormiga porque cuenta consigo mismo y nada más. Produce dentro de ello mismo la riqueza de su producción = es el poeta extremadamente bueno.

La abeja es el ideal del siglo XVI renacentista porque va hacia las múltiples flores que hay y va sacando la miel de cada florecita y de allí saca su propia obra.

La obra es la miel = fruto de la búsqueda que hace la abeja en el campo.


Garcilaso sería uno como las abejas. Él sería uno de los que han leído mucho y creado su poesía mesclando a muchos autores clásicos, O SEA, Garcilaso tiene su originalidad pero hace la imitación.

POETAS ABEJAS = leían obras importantes y hacían las suyas.

FUENTES MÚLTIPLES = ESTO ENRIQUECE LA LITERATURA CASTELLANA COMO LENGUA DE POESÍA Y CULTURA EN EL XVI RENACENTISTA.


Fray Luis de León = él escribió muchas ODAS con el tema de deseo de soledad e de estar en la naturaleza.

OTOÑO

La profesora nos hablo de una imagen muy interesante. Con el cambio del otoño en la naturaleza viene el tiempo de estar a casa a reflejar y a escribir.

GARCILASO DE LA VEGA
Defendía que la lengua castellana ofrecía todas las herramientas para la composición poética.

XVI – ideas neoaristotélicas

Imitación – se puede escribir (poesía) si se puede imitar, pero si se imita solamente a uno, es algo muy escolar.

El ejemplo del cambio de la naturaleza en el otoño es una tópica (en portugués decimos “lugar comum poético”).

FIJARSE:

FUENTES MÚLTIPLES = ESTO ENRIQUECE LA LITERATURA CASTELLANA COMO LENGUA DE POESÍA Y CULTURA EN EL SIGLO XVI RENACENTISTA.

domingo, 22 de agosto de 2010

Eterno risco de censura à liberdade de expressão

Conto: Obscenidades para uma dona-de-casa

Ontem, vi na tevê uma matéria de jornal sobre pais indignados com a secretaria da educação (da porcaria do governo tucano do estado de São Paulo) por algumas escolas estaduais adotarem em sua bibliografia o livro "Os cem melhores contos brasileiros do século", organizado por Italo Moriconi.

Haveria no livro um conto impróprio para os adolescentes por conter expressões eróticas e palavras de baixo calão. Se trata do conto "Obscenidades para uma dona-de-casa" de Ignácio de Loyola Brandão.

Hoje pela manhã, peguei o livro e li duas vezes o conto de Brandão, conto que eu não conhecia. Gostei!

Fiquei pensando no absurdo de tentar-se censurar obras de literatura em pleno século XXI. Neste caso, eu estou com a secretaria da educação do estado e apóio a inclusão do livro na bibliografia.

Não é possível alguém querer censurar a expressão de quem pensa diferente de si mesmo em qualquer tema como literatura, religião, opinião política etc.

Atenção: não confundir o direito humano à liberdade de expressão com o direito "privado" atual da liberdade de imprensa de alguns grupos!

É óbvio que não estou com isso concordando com a libertinagem da grande mídia, ou seja, com os poucos donos de toda a estrutura midiática do país de impor somente o massacre (des)informativo deles - normalmente confundindo "liberdade de expressão dos indivíduos" com "liberdade de imprensa" - pois essa mídia comercial tem liberdade até demais e não permite aos cidadãos comuns explicitarem as suas versões das coisas em seus jornalões, revistas e tevês.

MAS, FIQUEMOS ATENTOS AO ETERNO RISCO DE CENSURA À LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Romaria 2010 Uberlândia - Água Suja MG/Brasil




Desta vez, fiz uma pequena filmagem de minha caminhada lá em Minas Gerais, indo de Uberlândia até Água Suja - Romaria.

Como acontece todos os anos, foi uma experiência diferente e positiva.

Fui sozinho e teve pouca gente na estrada.

Saí do bairro Alvorada ao meio-dia desta vez, mas acabei não andando menos porque errei o trevo de Araxá, devido ao novo rodoanel, e andei uns 6 km a mais até perceber que havia errado o caminho e voltar - isso com o Sol a pino!

O pé começou a incomodar cedo, pois saiu uma bolha em um dos dedos do pé esquerdo. Mas depois de algumas horas, a gente acaba esquecendo a dor.

Bati muitas fotos bonitas da paisagem da estrada e depois farei um vídeo com as fotos e postarei aqui.

Cheguei pela manhã de sábado, 14 de agosto de 2010, e após ir até a igreja, gastei um bom tempo para conseguir voltar para Uberlândia. Cheguei para almoçar e dormir lá pelas 13 horas.

É um momento de introspecção muito importante para mim. 

VALEU!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

FLM0617 - Literatura Espanhola: Século XVI

Como perdi a primeira e segunda aula da professora Maria Augusta, recorri ao meu blog para recuperar as aulas que tive em 2009.

No programa deste ano equivale aos dias 04 e 11/08.

(a interpretação conceitual é de minha responsabilidade)

Os séculos XVI e XVII espanhóis são conhecidos como o período ou século de ouro.

Muita coisa cabe dentro desse período. A verdade é que a produção literária espanhola desse período jamais se repetiu em volume e qualidade.

Em geral, o período do século XVI que entra nesse conceito de século de ouro é mais a segunda metade dele.

Naquela época eram incipientes as distinções entre história e literatura.

Panorama do século XVI

Devemos ficar atentos para não cometermos anacronismos ao tentar ler o passado com a visão, o olhar que temos do presente.

Um bom exemplo disso é a leitura da obra de Cervantes – dom Quixote. Ela foi lida de uma forma até o século XVIII e de outra após os românticos do século XIX e XX (aqui, como um herói).

Cervantes pensou em ironizar as novelas de cavalaria da época com um louco. Um louco curioso, mas um louco.

Leitor crítico

Um aluno de letras deve saber ler dentro do contexto histórico de cada obra.

(comentário: aqui, citei para a professora e para os colegas, um excelente texto sobre o leitor crítico em relação ao leitor ingênuo)

Os conceitos de composição literária foram variando ao longo do tempo. No século XVI era importante a questão da imitação.

LEMBRETE

É importante perder o preconceito ao ler os textos do passado

Histórico do século XV espanhol

Em 1479 se casam Isabel e Fernando, os reis católicos. Começa uma forte política de expansão territorial espanhola.

1492 - um ano marcante para a Espanha Católica

-Cristóvão Colombo chega à América
-Os espanhóis conquistam Granada, última ocupação árabe na Península Ibérica
-A primeira gramática da língua espanhola é publicada por Nebrija-Primeira expulsão dos judeus

O crescimento do poderio espanhol é absoluto. Com o casamento de Juana com Felipe de Áustria, segue a política expansionista (Juana, a louca - filha dos reis católicos – citada no poema de Bandeira).

Agora a Espanha continha toda a Península Ibérica mais Flanders (Bélgica e Holanda) além da Áustria.

O século XVI espanhol foi governado por praticamente dois reis: Carlos V (da Áustria) ou Carlos I (da Espanha) entre 1516-1556 e depois por Felipe II entre 1556-1598.

A reforma protestante também trouxe impactos ao início do século XVI. A Contrarreforma foi bem violenta na Espanha. Basta lembrarmos a Santa Inquisição, que perseguia principalmente judeus e árabes por não terem pureza de sangue, ou seja, não eram “católicos de los cuatro costados” (dos 4 avós).

FLM0617 - Literatura Espanhola: Século XVI

Programa da disciplina que vamos estudar neste 2o semestre 2010 na Usp com a professora Maria Augusta da Costa Vieira.

Agosto
04 - MÓDULO 1: Introducción al siglo XVI: Presentación del curso.

11 - Siglo XVI: movimientos históricos y culturales.

18 - Nociones de poética: "Imitación y originalidad en la poética renacentista" - Texto de Fernando Lázaro Carreter.

25 - MÓDULO 2: Relatos "ficcionales" del siglo XVI: Libros de caballerías: Amadis de Gaula de Garci Rodríguez de Montalvo (fragmento). (sería muy bueno que se leyera toda la obra)


Septiembre
01 - Preparación de los apuntamientos de lectura del texto* de Antonio Alatorre - Los 1001 años de la lengua española (entrega 15/09 - individual). (el autor organiza las ideas de manera muy accesible)

15 - Libros de pastores - Diana de Montemayor (fragmento).

22 - Lazarillo de Tormes (lectura integral - entrega de los comentarios de lectura - individual: 22/09). (Leer los artículos de Bataillon, Claudio Guillén y Francisco Rico sobre Lazarillo indicados en la bibliografía y preparar un comentario sobre los tres textos que destaque las ideas principales; entrega en la próxima clase, 29/09). (una síntesis)

29 - Lazarillo de Tormes: narración y crítica: la polémica acerca de la autoría. (Preparación de apuntamientos de lectura de "Diálogo y dialéctica en el siglo xvi español" de Luis Andrés Murillo que será entregue en la próxima clase, 06/10).


Octubre
06 - MÓDULO 3: Diálogo humanista y prosa varia: El diálogo de la lengua de Juan de Valdés (fragmento) y Diálogo de Mercurio y Carón de Alfonso de Valdés (fragmento). (son hermanos gemelos)

13 - Prosa varia: Las Seiscientas Apotegmas de Juan Rufo (fragmento) y Silva de varia lección de Pedro Mexía (fragmento).

20 - Prosa varia: Menosprecio de corte y alabanza de aldea de Antonio de Guevara fragmento).

27 - MÓDULO 4: El teatro popular: Los pasos de Lope de Rueda.


Noviembre
03 - MÓDULO 5: La poesía: lírica y poesía tradicional: El romance, la poesía tradicional: Flor nueva de romances viejos. (Preparación de apuntamientos de lectura de "La poesía lírica: tradición y renovación" de Nadine Ly que será entregue en la próxima clase, 10/11).

10 - La poesía de Garcilaso y las Anotaciones de Fernando de Herrera.

17 - La poesía mística y San Juan de la Cruz.

24 - MÓDULO 6: Introducción a la poética de Pinciano (1596): La Philosophía Antigua Poética (fragmento).


Diciembre
01 - Prueba y/o entrega del proyecto de investigación.

*Los apuntamientos no son reseñas. Estas son muy complejas y más completas; ellas son más críticas y requieren un conocimiento de la lengua y un repertorio literario más grande. La profesora quiere una síntesis con comentarios relevantes y que se establezca conexiones o comentarios personales.

Observaciones generales:

- Es posible tener acceso a algunas de las obras del programa en el sitio http://www.cervantesvirtual.com/

- Se ruega la observancia de las fechas en cada una de las etapas para que el trabajo pueda alcanzar un buen resultado.

Estive fora uns dias...

Pois é! Estive fora desde quinta-feira passada porque fui a Minas Gerais fazer a minha romaria. Caminhei 80 km e deu tudo certo.

Fiz um vídeo meio que por acaso, mas ficou interessante para que as pessoas tenham uma noção da estrada e do que é fazer a romaria de Uberlândia a Água Suja.

Estou vendo como faço para publicá-lo e disponibilizar a todos.

Também fiz fotos desta vez. Vou publicá-las para meus amigos no orkut.

É isso! Tô na área.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Jornal Nacional - de Bonner para Homer


Artigo de *Laurindo Lalo Leal Filho (texto de 2005)

Perplexidade no ar. Um grupo de professores da USP está reunido em torno da mesa onde o apresentador de tevê William Bonner realiza a reunião de pauta matutina do Jornal Nacional, na quarta-feira, 23 de novembro.

Alguns custam a acreditar no que veem e ouvem. A escolha dos principais assuntos a serem transmitidos para milhões de pessoas em todo o Brasil, dali a algumas horas, é feita superficialmente, quase sem discussão.

Os professores estão lá a convite da Rede Globo para conhecer um pouco do funcionamento do Jornal Nacional e algumas das instalações da empresa no Rio de Janeiro. São nove, de diferentes faculdades e foram convidados por terem dado palestras num curso de telejornalismo promovido pela emissora juntamente com a Escola de Comunicações e Artes da USP. Chegaram ao Rio no meio da manhã e do Santos Dumont uma van os levou ao Jardim Botânico.

A conversa com o apresentador, que é também editor-chefe do jornal, começa um pouco antes da reunião de pauta, ainda de pé numa ante-sala bem suprida de doces, salgados, sucos e café. E sua primeira informação viria a se tornar referência para todas as conversas seguintes.

Depois de um simpático ‘bom-dia’, Bonner informa sobre uma pesquisa realizada pela Globo que identificou o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se que ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo. Na redação, foi apelidado de Homer Simpson. Trata-se do simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão em todo o mundo. Pai da família Simpson, Homer adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. É preguiçoso e tem o raciocínio lento.

A explicação inicial seria mais do que necessária. Daí para a frente o nome mais citado pelo editor-chefe do Jornal Nacional é o do senhor Simpson. ‘Essa o Homer não vai entender’, diz Bonner, com convicção, antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, o telespectador brasileiro médio não compreenderia.

Mal-estar entre alguns professores. Dada a linha condutora dos trabalhos - atender ao Homer -, passa-se à reunião para discutir a pauta do dia. Na cabeceira, o editor-chefe; nas laterais, alguns jornalistas responsáveis por determinadas editorias e pela produção do jornal; e na tela instalada numa das paredes, imagens das redações de Nova York, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, com os seus representantes. Outras cidades também suprem o JN de notícias (Pequim, Porto Alegre, Roma), mas elas não entram nessa conversa eletrônica. E, num círculo maior, ainda ao redor da mesa, os professores convidados. É a teleconferência diária, acompanhada de perto pelos visitantes.

Todos recebem, por escrito, uma breve descrição dos temas oferecidos pelas ‘praças’ (cidades onde se produzem reportagens para o jornal) que são analisados pelo editor-chefe. Esse resumo é transmitido logo cedo para o Rio e depois, na reunião, cada editor tenta explicar e defender as ofertas, mas eles não vão muito além do que está no papel. Ninguém contraria o chefe.

A primeira reportagem oferecida pela ‘praça’ de Nova York trata da venda de óleo para calefação a baixo custo feita por uma empresa de petróleo da Venezuela para famílias pobres do estado de Massachusetts. O resumo da ‘oferta’ jornalística informa que a empresa venezuelana, ‘que tem 14 mil postos de gasolina nos Estados Unidos, separou 45 milhões de litros de combustível’ para serem ‘vendidos em parcerias com ONGs locais a preços 40% mais baixos do que os praticados no mercado americano’. Uma notícia de impacto social e político.

O editor-chefe do Jornal Nacional apenas pergunta se os jornalistas têm a posição do governo dos Estados Unidos antes de, rapidamente, dizer que considera a notícia imprópria para o jornal. E segue em frente.

Na seqüência, entre uma imitação do presidente Lula e da fala de um argentino, passa a defender com grande empolgação uma matéria oferecida pela ‘praça’ de Belo Horizonte. Em Contagem, um juiz estava determinando a soltura de presos por falta de condições carcerárias. A argumentação do editor-chefe é sobre o perigo de criminosos voltarem às ruas. ‘Esse juiz é um louco’, chega a dizer, indignado. Nenhuma palavra sobre os motivos que levaram o magistrado a tomar essa medida e, muito menos, sobre a situação dos presídios no Brasil. A defesa da matéria é em cima do medo, sentimento que se espalha pelo País e rende preciosos pontos de audiência.

Sobre a greve dos peritos do INSS, que completava um mês - matéria oferecida por São Paulo -, o comentário gira em torno dos prejuízos causados ao órgão. ‘Quantos segurados já poderiam ter voltado ao trabalho e, sem perícia, continuam onerando o INSS’, ouve-se. E sobre os grevistas? Nada.

De Brasília é oferecida uma reportagem sobre ‘a importância do superávit fiscal para reduzir a dívida pública’. Um dos visitantes, o professor Gilson Schwartz, observou como a argumentação da proponente obedecia aos cânones econômicos ortodoxos e ressaltou a falta de visões alternativas no noticiário global.

Encerrada a reunião segue-se um tour pelas áreas técnica e jornalística, com a inevitável parada em torno da bancada onde o editor-chefe senta-se diariamente ao lado da esposa para falar ao Brasil. A visita inclui a passagem diante da tela do computador em que os índices de audiência chegam em tempo real. Líder eterna, a Globo pela manhã é assediada pelo Chaves mexicano, transmitido pelo SBT. Pelo menos é o que dizem os números do Ibope.

E no almoço, antes da sobremesa, chega o espelho do Jornal Nacional daquela noite (no jargão, espelho é a previsão das reportagens a serem transmitidas, relacionadas pela ordem de entrada e com a respectiva duração). Nenhuma grande novidade. A matéria dos presos libertados pelo juiz de Contagem abriria o jornal. E o óleo barato do Chávez venezuelano foi para o limbo.

Diante de saborosas tortas e antes de seguirem para o Projac - o centro de produções de novelas, seriados e programas de auditório da Globo em Jacarepaguá - os professores continuam ouvindo inúmeras referências ao Homer. A mesa é comprida e em torno dela notam-se alguns olhares constrangidos.


* Sociólogo e jornalista, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP


Fonte: "De Bonner Para Homer", copyright Carta Capital, 5/12/05

English class - labor movement

(correções em 12.ago.10)

What are the strengTHS, weaknesses, opportunities and threats to the labor movement?

STRENGTHS

-unity of actions
-a good organization in the workplace (base of workers)
-to have a good communication with the workers

WEAKNESSES

-divisions within the movement
-state institutions are always with the capitalists and the rich (es= NÃO TEM)
-LITTLE CONSCIOUSNESS CLASS (E NÃO=few consciousness of class)

OPPORTUNITIES

-leftist governmentS
-democratic elections
-when the country has economic growth
-when the workers have opportunities to study

THREATS

-opposition, neoliberal government
-to have two or three candidates from popular organizationS to run against one from neoliberal group

Vocabulary:
The presidential race = elections = presidential elections
Challenges = (desafios)
Make a fair copy = (passar a limpo)
Blog = weblog

English class

Sentence:

“the military ruled Brazil during 18 years”

What’s the problem with this sentence?

1-we don’t use here the verb ‘during’. The correct verb is ‘last’ or without verb. We can use the word ‘for’.

2-the period of military government is 1964-1985 – lasted 21 years.

“THE MILITARY RULED BRAZIL FOR 21 YEARS” (duration, how long, much time)

DURING = when

Sentence:

“tough laws just one peril for day laborers”

Vocabulary:

Tough = hard, severe
Peril = danger (dangerous – perilous)
Day laborers = (diaristas)
Vacation = (férias)
Fool tickets = (vale refeição)
Bonus or christmas bonus = (13 salário)

Cultural information:
‘May day’ like our may 1st (in Brazil) doesn’t exist in USA. It’s a communist day.

Morphology and semantic meanings:

AGENT +ER
Trainer
Employer
Interviewer

PATIENT +EE
Trainee
Employee
Interviewee

domingo, 8 de agosto de 2010

Preparação para romaria (7)


OUVI MEU CORPO E NÃO CORRI 9 KM HOJE.

Não participei da Corrida do Centro Histórico de São Paulo, pois eu não estava em condições físicas por ter chegado muito cansado da viagem de volta de Roraima - viajei o dia todo ontem.

Paciência! O treino de corridas dos últimos dias já começa a valer para a corrida de São Silvestre deste ano.

Para alguém que estudou educação física por quase dois anos, o mínimo que eu posso fazer é saber ouvir o meu corpo e não participar de atividades que estejam além da capacidade atual de meu organismo.

O desafio maior que tenho adiante é andar os 85 km da romaria esta semana. Na sexta-feira ponho os pés na estrada lá em MG.

Bom, caminhei hoje cerca de 10 km. Logo após, fiz bom alongamento.

É isso! Muitos podem estranhar o porquê de um cara que não tem religião como eu fazer romarias. É um momento que preciso para estar comigo, testar e superar meus limites e voltar fortalecido.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pouco tempo para postar... mas, estamos organizando os bancários para o embate com os banqueiros

Não está fácil ler, escrever e postar reflexões por estes dias. O tempo está bem escasso.

Fiz seminário de formação sindical hoje no ABC e viajo de madrugada para Roraima, lá na ponta do norte do país. Volto no sábado à noite.

Estarei fora do ar em termos de mundo virtual.

Education for labor movement

I'm tired for these days, but i'm working a lot to share knowledgement with labor movement about how to strengthen the workers organization in their local jobs to face their bosses and his banks.

That's all!!

Caminhada reflexiva em noite fria

Após meu dia de trabalho, fiz uma caminhada noturna de uns 6 km nesta terça-feira de noite bem fria para ir ver rapidamente meu pai que veio de MG ontem e foi embora hoje.

Ele veio por estar com problemas de saúde e não conseguir atendimento médico no SUS de Uberlândia. Essa é uma das tristezas que carrego.

Ele chegou na segunda-feira pela manhã, de ônibus, e estava mal. Foi direto para o HU da USP e pelo menos foi atendido. Hoje, retornou à USP e foi ao pronto socorro da Lapa também. Depois dessa via sacra dos dois dias, ele retornou 600 km para MG.

Essa sempre foi a rotina de minha família quando precisou de atendimento médico. Acabei sendo uma exceção por passar em um concurso público e ser bancário do BB. Mas, sempre me senti pouco à vontade por ter atendimento e meus pais não terem. Evito ir ao médico desde sempre.

Não é o correto mas não quero fazer diferente. Ponto.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Questions about Lula administration

English class 6 and 7 (FALTAM AS CORREÇÕES QUE AINDA NÃO PUDE POSTAR)

Questions:

How Lula administration strengthened democracy?

-by increasing the minimum wage in real terms
-by no interfering in liberty of press/media
-by creating tens of conferences in many areas like communication, labor system, education, etc
-by deciding no run for a third term of office, in spite of his level of popular support
-by dialoguing with all sectors of society – rich people, poor people, big owners of industries and lands etc
-by supporting and helping other progressives governs of Latin America.

Outras questões abordadas nas últimas aulas:

Question form and the answer:
Where is Coelho? (V+S)
I don’t know where Coelho is. (S+V)

VOCABULÁRIO:
Reivindicações = claims and demands
We set in motion = put in movement
Audit committee = (algo como ‘conselho fiscal’)

domingo, 1 de agosto de 2010

Preparação para Corrida do Centro Histórico (6)

Está chegando o dia da corrida. E eu ainda estou bem fora de forma.

Hoje, corri 6 km em 35' no Parque Continental em belo dia ensolarado, em circuito de 500m.

Ontem, caminhei cerca de 6 km à noite.

Estou sentindo a musculatura dolorida, pois nos últimos dias impus um ritmo que estou desacostumado.

Caso eu não esteja bem para correr a prova toda no próximo domingo, eu caminho um pouco, pois o mais importante é me preservar para a caminhada de 85 km em MG.

Cartas de filho pra pai (2)


Meus queridos pais, dos quais herdei o que há de melhor em mim

Olá querido pai!


Hoje, enquanto corria, refletia muito sobre você e sobre a nossa vida.


Somos feitos do mesmo barro, é verdade! Mas, nós encaminhamos as coisas de formas diferentes, sei lá por que. Acho que é porque eu sou feito do barro de você e de minha mãe, não acha?


Apesar de não concordar com a sua teimosia de querer arrumar um trabalho com a idade já beirando os 70 anos, e ainda com vários problemas de saúde, eu o compreendo. Eu o compreendo, apesar de tudo!


Sinto também um peso de consciência muito grande de ter me encaminhado para a vida adulta e profissional sem pensar em planejar o futuro - que chegou - em relação a ter uma remuneração e condição financeira para prover aos meus agregados e família tudo o que a sociedade contemporânea capitalista cria como necessidades básicas de vida.


Não fiz opção durante minha formação de vida de ir atrás de grandes rendas e altos cargos e agora vocês que me compõem são os que sofrem as consequências.


Pai, estou preocupado contigo e com a sua saúde. Assim como sei das condições precárias de saúde de minha mãezinha e avozinha e quedo apreensivo também.


Não se frustre se o negócio que está tentando fazer atualmente não der certo. Quero ser egoísta de dizer que sua principal ocupação atual é estar entre nós, eu e minha mãe, sobretudo. Nós precisamos que um e outro de nós esteja vivo por aqui nesta terra.


Sempre que vocês precisarem de alguma coisa, ela será provida de uma forma ou de outra. (É verdade que estou exagerando, pois vocês tanto precisam e não têm um plano de saúde, e não conseguem ser atendidos pelo SUS de Uberlândia - e eu, infelizmente, não consegui provê-los com um plano de assistência médica)


Mas, afora a assistência médica tão necessária a pessoas na idade de vocês, eu e mais pessoas da família farão chegar a vocês as demais coisas que precisarem.


Pai, sei que posso perdê-lo a qualquer minuto. É assim com qualquer ser vivo. Mas quero novamente dizer que sou feito do mesmo barro que você e sou o que sou devido a você e a minha mãe.


Amo você pai querido, assim como amo a minha mãezinha.


Queria deixar mais uma vez registrado isso aqui nesta página de caderno-mundo.

William Mendes


Post Scriptum (9/08/15):

O amor segue o mesmo pelo meu pai e por minha mãe. Minha avozinha faleceu. Faz alguns meses que pude incluir meus pais num plano de saúde para, no mínimo, terem portas de entrada para amenizar seus problemas de saúde.

Refeição Cultural 55 - Boas Lembranças, Liberdade e Amizade

E por falar em amizade, eis aí dois grandes amigos, os cláudios...

A BOA LEMBRANÇA, A LIBERDADE E O PRAZER DA AMIZADE

Que digestões culturais fiz nesses dias corridos e de pouco tempo livre?

1-É IMPORTANTE TER VIVIDO COISAS QUE VALHAM A PENA SER RELEMBRADAS

Hoje assisti a um episódio da antiga série Arquivo X. O episódio "Desaparecido" - do nono e último ano - abordou o tema sobre perder a memória e não se saber quem é. A situação deve ser horrível.

A frase dita pelo agente Doggett ao final me pôs a pensar, antes de sair para caminhar.

Enquanto o agente esteve sem memória, ele só se lembrava que tinha um filho pequeno (mas que, no presente da narrativa, já havia morrido assassinado).

Assim que ele recuperou a memória - e a dura lembrança da morte do filho -, esteve cara a cara com o velho misterioso que lhe havia subtraído todas as lembranças. O velho, olhando para ele, lhe perguntou por que quis recuperar um passado pessoal de tanta dor, ao que Doggett lhe respondeu simplesmente e com muita raiva: - porque é o meu passado, é a minha dor!

Mas, ao sair, ele se lembrou de um belo momento, quando seu filho lhe mostrou que havia aprendido a andar de bicicleta.

Ele conclui o episódio, dizendo a sua parceira Reyes, após lembrar em flash do belo momento que teve com seu filho em vida:

-Eu posso suportar a dor e a realidade, contanto que não me tirem as boas lembranças!

(É UMA MENSAGEM PROFUNDA! É IMPORTANTE TER COISAS BOAS A RECORDAR)


2-Outra digestão do dia - o conceito de LIBERDADE para um índio:

O falecido sertanista Orlando Villas-Bôas comenta em uma reapresentação de documentário de tv, a forma como os índios veem a vida e lidam com a liberdade.

Certa vez, ele perguntou a um índio por que ele não ensinava ao seu filho pequeno - de forma obrigatória - a técnica daquilo que estava fazendo na hora da conversa. O índio lhe respondeu que não ensinava porque não sabia se a criança queria aprender.

O índio completou dizendo que assim que a criança quisesse, ela poderia pedir e aí sim ele a ensinaria.

Orlando Villas-Bôas ficou encantado com o senso de respeito à liberdade demonstrado por aquele índio e daquela bela cultura a qual ele pertencia.

PARA ENSINAR ALGO A ALGUÉM É PRECISO QUE A PESSOA ESTEJA ABERTA E QUEIRA APRENDER ALGO. MAS NÓS TAMBÉM TEMOS QUE ESTAR SEMPRE DISPOSTOS A ENSINAR, A DOAR O CONHECIMENTO QUE ADQUIRIMOS EM NOSSA EXISTÊNCIA.

3-E para terminar as digestões culturais comento sobre o PRAZER DA AMIZADE:

Revi um grande amigo esta semana. Passamos poucas horas juntos, mas A CONVERSA GRATUITA E A PRESENÇA DOS AMIGOS E PESSOAS QUERIDAS NÃO TÊM PREÇO!

É isso!