segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Refeição Cultural - Completei a São Silvestre 2012

Mesmo com o pé ruim, completei minha 5ª São Silvestre. YESSSS!


EU CONSEGUI ALCANÇAR O OBJETIVO DE CORRER A SÃO SILVESTRE E COMPLETÁ-LA.


Eu sou um bicho danado. Sou obstinado. Só eu mesmo pra saber o quanto foi emocionante pra mim completar os 15 km da 88ª corrida de São Silvestre.

Por que minha emoção na façanha aparentemente comum de correr mais uma São Silvestre? Explico.

Não corri a prova em 2011 em protesto por retirarem a chegada da prova da Avenida Paulista naquele ano. Achei uma falta de respeito com cerca de trinta mil corredores, pois mandaram a chegada para o Parque do Ibirapuera e lá não tem facilidade de transporte para as pessoas voltarem pra casa após a longa corrida.

Após ver que voltaram atrás e retornaram a chegada da prova para a Avenida Paulista, resolvi correr pela 5ª vez a prova. Só tinha um agravante na minha decisão: trabalhei muito neste ano, em alguns períodos foram umas 70 horas por semana, e praticamente não fiz esporte com regularidade. Minha condição física estava bem abaixo da minha média.

Iniciei alguns treinos desde 1º de dezembro. Foram poucos e ainda trabalhei intensamente neste mês.

Tudo ia bem até o Natal. Lá em Uberlândia resolvi correr um longão no domingo 23 e fiz 10 km. Fiquei muito feliz no dia porque meu corpo aguentou. 

Porém, aquele treinamento de resistência me empolgou demais e acabei não descansando nos dias seguintes. Logo na segunda 24 caminhei mais 5 km e na terça 25 acabei correndo mais 4 km. Resultado: peguei algum tipo de inflação nos tendões da planta do pé e quase não consegui pisar com o pé esquerdo do dia 26 até ontem 30.

Eu estava muito chateado e pensando o que fazer a respeito da prova de hoje. Eu não queria desistir de jeito nenhum. Acabei fazendo algo que não recomendo pra ninguém. Acordei cedo, coloquei um tênis bem novo (com amortecedor de pisada em ordem) e fui pra Paulista disposto ao menos a caminhar os 15 km da prova.

Lá chegando acabei entrando no clima da prova (só quem vai lá pode entender que coisa gostosa) e após passar o tapete do cronômetro de largada, sai no meu trote lento e fui indo, indo, indo e do meu jeito acabei completando a prova.

Meu corpo resistiu bem. Concentrei muito o pensamento em mim e no meu objetivo e fiz a prova correndo (andei muito pouco nos 15 km).

Fiz o percurso em 115 minutos.

É isso. Fiz minha romaria de 85 km em agosto e corri a minha 5ª São Silvestre.

Em tese, entro o ano de 2013 com muita energia para enfrentar as dificuldades, os adversários e os inimigos da classe trabalhadora.


SOMOS FORTES, SOMOS CUT!
SOU UMA PESSOA DETERMINADA!

domingo, 30 de dezembro de 2012

Grande Sertão: Veredas - Guimarães Rosa






GRANDE SERTÃO: VEREDAS - JOÃO GUIMARÃES ROSA

CLÁSSICO BRASILEIRO DE 1956


COMENTÁRIO:

Este é um dos livros de maior relevância da literatura brasileira. Eu digo que a nossa literatura tem Machado de Assis, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa como momentos decisivos de nossa cultura literária em relação aos romances.

Eu o li no início dos anos dois mil, depois que entrei na USP.

Apesar de ser um marco tão importante, acredito que pouca gente entenda o seu significado real.

Após uma longa construção histórica de nossa literatura tupiniquim, um autor colocou um homem de nossa terra, comum, do povo, que não estava no circuito do poder – não era homem branco, católico, capitalista, proprietário – para falar em primeira pessoa.

O jagunço aposentado com azia e reumatismo, Riobaldo Tatarana, conta sua história a um visitante ilustre (em um certo mês de junho) e já avisa que visita na casa dele são três dias, e a partir daí fala por seiscentas páginas sobre sua vida, suas andanças, seus receios e angústias sobre Deus e o Diabo, sobre o sentimento que nutria por um jagunço companheiro - Diadorim.

É um monólogo, é um desabafo, é um apelo e um pedido de compreensão de si mesmo e da vida dura e rude do povo brasileiro.

Eu afirmo que é uma das experiências literárias mais prazerosas que um leitor possa ter. É leitura para ser feita de forma lenta e sem pressa. De preferência em voz alta. Respeitando todas as pontuações que a tornam lenta e refletida.

Cito abaixo trechos que eu considero de uso para a vida toda.


AS SABEDORIAS DO HOMEM SIMPLES DO SERTÃO

“O gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda parte.”


APOSENTADORIA – ESTAR DE RANGE REDE
“Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de especular ideia. O diabo existe e não existe? (...) Viver é negócio muito perigoso...”

O DIABO NAS COISAS
“Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças – eu digo. Pois não é ditado: ‘menino – trem do diabo’? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes. ...O diabo na rua, no meio do redemunho...”

“Arre, ele está misturado em tudo.” (o diabo)

TODO MUNDO É BOM (PRA ALGUÉM)
“O senhor ache e não ache. Tudo é e não é... Quase todo mais grave criminoso feroz, sempre é muito bom marido, bom filho, bom pai, e é bom amigo-de-seus-amigos! Sei desses. Só que tem os depois – e Deus, junto. Vi muitas nuvens.”

“O senhor não duvide – tem gente, neste aborrecido mundo, que matam só para ver alguém fazer careta... Eh, pois, empós, o resto o senhor prove: vem o pão, vem a mão, vem o são, vem o cão.”

“Ave, vi de tudo, neste mundo! Já vi até cavalo com soluço... – o que é a coisa mais custosa que há.”

SABEDORIA
“O senhor saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Divêrjo de todo o mundo... Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.”

FIXAR EM LEI QUE O DIABO NÃO EXISTE
“Olhe: o que devia de haver, era de se reunirem-se os sábios, políticos, constituições gradas, fecharem o definitivo a noção – proclamar por uma vez, artes assembleias, que não tem diabo nenhum, não existe, não pode. Valor de lei! Só assim, davam tranquilidade boa à gente. Por que o Governo não cuida?!”

PODIA SER PADRE, FUI SER JAGUNÇO
“Eu podia ser: padre sacerdote, se não chefe de jagunços; para outras coisas não fui parido. Mas minha velhice já principiou, errei de toda conta. E o reumatismo... Lá como quem diz: nas escorvas. Ahã.”

QUERER O BEM DEMAIS JÁ PODE SER QUERER O MAL
“Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por principiar. Esses homens! Todos puxavam o mundo para si, para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende as coisas dum seu modo.”

DEUS É PACIÊNCIA
“o ruim com o ruim, terminam por as espinheiras se quebrar – Deus espera essa gastança. Moço!: Deus é paciência. O contrário, é o diabo. Se gasteja.”

NO SERTÃO MANDA QUEM É FORTE
“Sertão. O senhor sabe: sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo, quando vier, que venha armado! E bala é um pedacinhozinho de metal...”

PRIMEIRA CITAÇÃO DE DIADORIM
“(contando sobre uma fuga durante batalha) se aquele bicho irara tinha jazido lá, então ali não tinha cobra. Tomei o lugar dele. Existia cobra nenhuma. Eu podia me largar. Eu era só mole, moleza, mas que não amortecia os trancos, dentro, do coração. Arfei. Concebi que vinham, me matavam. Nem fazia mal, me importei não. Assim, uns momentos, ao menos eu guardava a licença de prazo para me descansar. Conforme pensei em Diadorim. Só pensava era nele. Um João-congo cantou. Eu queria morrer pensando em meu amigo Diadorim, mano-oh-mão, que estava na Serra do Pau-d’Arco, quase na divisa baiana, com nossa outra metade dos sô-candelários... Com meu amigo Diadorim me abraçava, sentimento meu ia-voava reto para ele... Ai, arre, mas: que esta minha boca não tem ordem nenhuma. Estou contando fora, coisas divagadas...”

A MALDADE JÁ FOI PIOR
“Vi tanta cruez! Pena não paga contar; se vou, não esbarro. E me desgosta, três é bom de coração. Isto é, bom no trivial. Malícias maluqueiras, e perversidades, sempre tem alguma, mas escasseadas. Geração minha, verdadeira, ainda não eram assim. Ah, vai vir um tempo, em que não se usa mais matar gente... Eu, já estou velho.”

AS PESSOAS NÃO ESTÃO TERMINADAS
“O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão.”

AMOR VEM DE AMOR (DIADORIM É MINHA NEBLINA)
“Queremos é trabalhar, propor sossego. De mim, pessoa, vivo para minha mulher, que tudo modo-melhor merece, e para a devoção. Bem-querer de minha mulher foi que me auxiliou, rezas dela, graças. Amor vem de amor. Digo. Em Diadorim, penso também – mas Diadorim é a minha neblina...”

VENDER SUA PRÓPRIA ALMA...
“Pois. Se tem alma, e tem, ela é de Deus estabelecida, nem que a pessoa queira ou não queira. Não é vendível. O senhor não acha? Me declare, franco, pelo. Ah, lhe agradeço. Se vê que o senhor sabe muito, em ideia firme, além de ter carta de doutor. Lhe agradeço, por tanto. Sua companhia me dá altos prazeres.”

SERTÃO É...
 “Em termos, gostava que morasse aqui, ou perto, era uma ajuda. Aqui não se tem convívio que instruir. Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. Viver é muito perigoso...

O LONGO MONÓLOGO DO EX-JAGUNÇO (3 DIAS)
“Eh, que se vai? Jàjá? É que não. Hoje, não. Amanhã, não. Não consinto. O senhor me desculpe, mas em empenho de minha amizade aceite: o senhor fica. Depois, quinta de-manhã-cedo, o senhor querendo ir, então vai, mesmo me deixa sentindo sua falta. Mas, hoje ou amanhã, não. Visita, aqui em casa, comigo, é por três dias!”

SAÚDE DO JAGUNÇO APOSENTADO NÃO PERMITE ACOMPANHAR A VISITA PELA REGIÃO
“Mas, então, para uma safra razoável de bizarrices, reconselho de o senhor entestar viagem mais dilatada. Não fosse meu despoder, por azías e reumatismo, aí eu ia. Eu guiava o senhor até tudo.”

SAUDADES
“O senhor sabe? Já tenteou sofrido o ar que é saudade? Diz-se que tem saudade de ideia e saudade de coração... Ah.”

DOIS JAGUNÇOS DE AMIZADE DIFERENCIADA
“Diadorim e eu, nós dois. A gente dava passeios. Com assim, a gente se diferenciava dos outros – porque jagunço não é muito de conversa continuada nem de amizades estreitas: a bem eles se misturam e desmisturam, de acaso, mas cada um é feito um por si. De nós dois juntos, ninguém nada não falava. Tinham a boa prudência. Dissesse um, caçoasse, digo – podia morrer. Se acostumavam de ver a gente parmente. Que nem mais maldavam.”

“Por mim, só, de tantas minúcias, não era o capaz de me alembrar, não sou de à parada pouca coisa; mas a saudade me alembra. Que se hoje fosse. Diadorim me pôs o rastro dele para sempre em todas essas quisquilhas da natureza. Sei como sei. Som como os sapos sorumbavam. Diadorim, duro sério, tão bonito, no relume das brasas. Quase que a gente não abria boca; mas era um delém que me tirava para ele – o irremediável extenso da vida.”

O ÓDIO DE DIADORIM
“E ele suspirava de ódio, como se fosse por amor; mas, no mais, não se alterava. De tão grande, o dele não podia mais ter aumento: parava sendo um ódio sossegado. Ódio com paciência; o senhor sabe?”

O GOSTAR... DIFÍCIL CONFISSÃO DE UM JAGUNÇO
“Tudo turbulindo. Esperei o que vinha dele. De um acêso, de mim eu sabia: o que compunha minha opinião era que eu, às loucas, gostasse de Diadorim, e também, recesso dum modo, a raiva incerta, por ponto de não ser possível dele gostar como queria, no honrado e no final. Ouvido meu retorcia a voz dele. Que mesmo, no fim de tanta exaltação, meu amor inchou, de empapar todas as folhagens, e eu ambicionando de pegar em Diadorim, carregar Diadorim nos meus braços, beijar, as muitas demais vezes, sempre.”

PORQUE DO RELATO DO JAGUNÇO AO FORASTEIRO
“O senhor é de fora, meu amigo mas meu estranho. Mas, talvez por isto mesmo. Falar com o estranho assim, que bem ouve e logo longe se vai embora, é um segundo proveito: faz do jeito que eu falasse mais mesmo comigo. Mire veja: o que é ruim, dentro da gente, a gente perverte sempre por arredar mais de si. Para isso é que o muito se fala?”

OS APELIDOS DO DEMO
“E as ideias instruídas do senhor me fornecem paz. Principalmente a confirmação, que me deu, de que o Tal não existe; pois é não? O Arrenegado, o Cão, o Cramulhão, o Indivíduo, o Galhardo, o Pé-de-Pato, o Sujo, o Homem, o Tisnado, o Côxo, o Temba, o Azarape, o Coisa-Ruim, o Mafarro, o Pé-Preto, o Canho, o Duba-Dubá, o Rapaz, o Tristonho, o Não-sei-que-diga, O-que-nunca-se-ri, o Sem-Gracejos... Pois, não existe! E, se não existe, como é que se pode se contratar pacto com ele?”

SAUDADE = VELHICE
“Moço: toda saudade é uma espécie de velhice.”

ÓRFÃOS – TÃO COMUM
“Não me envergonho, por ser de escuro nascimento. Órfão de conhecença e de papeis legais, é o que a gente vê mais, nestes sertões.”

NOMES DOS LUGARES – DEVIA SER PROIBIDO MUDAR
“Todos os nomes eles vão alterando. É em senhas. São Romão todo não se chamou de primeiro Vila Risonha? O Cedro e o Bagre não perderam o ser? O Tabuleiro-Grande? Como é que podem remover uns nomes assim? O senhor concorda? Nome de lugar onde alguém já nasceu, devia de estar sagrado. Lá como quem diz: então alguém havia de renegar o nome de Belém – de Nosso-Senhor-Jesus-Cristo no presépio, com Nossa Senhora e São José?! Precisava de se ter mais travação.”

MEDEIRO VAZ – O QUIXOTE DO SERTÃO
“Mas vieram as guerras e os desmandos de jagunços – tudo era morte e roubo, e desrespeito carnal de mulheres e donzelas, foi impossível qualquer sossego, desde em quando aquele imundo de loucura subiu as serras e se espraiou nos gerais. Então Medeiro Vaz, ao fim de forte pensar, reconheceu o dever dele: largou tudo, se desfez do que abarcava, em terras e gados, se livrou leve como que quisesse voltar a seu só nascimento. Não tinha bocas de pessoa, não sustinha herdeiros forçados. No derradeiro, fez o fez – por suas mãos pôs fogo na distinta casa-de-fazenda, fazendão sido de pai, avô, bisavô – espiou até o voejo das cinzas; lá hoje é arvoredos. Ao que, aí foi aonde a mãe estava enterrada – um cemiteriozinho em beira do cerrado – então desmanchou cerca, espalhou as pedras: pronto, de alívios agora se testava, ninguém podia descobrir, para remexer com desonra, o lugar onde se conseguiam os ossos dos parentes. Daí, relimpo de tudo, escorrido dono de si, ele montou em ginete, com cachos d’armas, reuniu chusma de gente corajada, rapaziagem dos campos, e saiu por esse rumo em roda, para impor a justiça.”

CORAJOSO? COMO SER VALENTÃO?
“Eu estava meio dúbito. Talvez, quem tivesse mais receio daquilo que ia acontecer fosse eu mesmo. Confesso. Eu cá não madruguei em ser corajoso; isto é: coragem em mim era variável. Ah, naqueles tempos eu não sabia, hoje é que sei: que, para a gente se transformar em ruim ou em valentão, ah basta se olhar um minutinho no espelho – caprichando de fazer cara de valentia; ou cara de ruindade!”

AS RUINDADES DOS CANGACEIROS – A ETERNA VIOLÊNCIA
“as ruindades de regra que executavam em tantos pobrezinhos arraiais: baleando, esfaqueando, estripando, furando os olhos, cortando línguas e orelhas, não economizando as crianças pequenas, atirando na inocência do gado, queimando pessoas ainda meio vivas, na beira de estrago de sangues... Esses não vieram do inferno? Saudações. Se vê que subiram de lá antes dos prazos, figuro que por empreitada de punir os outros, exemplação de nunca se esquecer do que está reinando por debaixo. Em tanto, que muitos retombam para lá, constante que morrem... Viver é muito perigoso.”

OS GOSTARES
“Antes palavras que picaram em mim uma gastura cansada; mas a voz dele era o tanto-tanto para o embabo de meu corpo. Noite essa, astúcia que tive uma sonhice: Diadorim passando por debaixo de um arco-íris. Ah, eu pudesse mesmo gostar dele – os gostares...”


Bibliografia:
ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Editora Nova Fronteira. 19ª edição.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O TRABALHO para melhorar a existência dos trabalhadores

Adquiri o livro no debate com o professor Emir Sader em Brasília.

Vejam um trecho do Manifesto do Partido Comunista que explicita a questão do Trabalho sob pontos de vista diferentes. No ponto do vista do comunismo, o trabalho é para melhorar e promover a existência dos trabalhadores e para o capitalismo é para aumentar e acumular mais valia para os capitalistas.


"Na sociedade burguesa o trabalho vivo é sempre um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista o trabalho acumulado é um meio de ampliar, enriquecer e promover a existência dos trabalhadores"


(trecho do capítulo II do Manifesto, in "As armas da crítica - antologia do pensamento de esquerda")

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Refeição Cultural - São Silvestre 2012 (III)

Vamos seguir correndo... e lutando por um mundo melhor!

Terminei a terceira semana de dezembro com alguma preocupação em recuperar meu condicionamento físico para participar da 88ª São Silvestre. Foram poucos treinamentos, mas isso é melhor que nenhum.

Durante os dias desta semana eu só consegui fazer uma corrida leve de 3 km. Para compensar isso, fiz caminhadas na quarta e quinta-feira de cerca de 7 km cada.

Viajei para Uberlândia na sexta à noite e no sábado não fiz nada também. A preocupação maior com a falta de oportunidades para treinar direito era ir para a corrida no dia 31 sem fazer nenhum longão maior antes.

Neste domingo, mesmo após a cervejada do sábado, fui sozinho para o Parque do Sabiá aqui em Uberlândia e mentalizei em fazer um bom longa. O circuito tem 5 km e é muito arborizado, tem muita estrutura com água disponível em vários locais e muito pássaro cantando. Eu jamais uso aparelho com música nas corridas pois sou completamente contrário a isso. Tira a sua atenção do mundo ao seu redor.

Corri 10 km em 68' e me concentrei muito no treinamento. Foi muito bom! A gente se sente o Super-Homem quando realiza objetivos pessoais.

Hoje pela manhã voltei ao parque e fiz uma volta de 5 km caminhando e fiz alongamento e exercícios físicos.

EU VOU COMPLETAR A SÃO SILVESTRE!

E já que não sou radical nestas questões de regime e alimentação vamos que vamos tomar cerveja, comer carne, gordura... e umas frutas, certo?

sábado, 15 de dezembro de 2012

Refeição Cultural - São Silvestre 2012 (II)


Vamos que vamos para mais uma São Silvestre...

Faltam dezesseis dias para a 88ª Corrida de São Silvestre. Faz quinze dias que decidi correr este ano a prova, após me negar a participar em 2011 pelo desrespeito aos corredores porque mudaram a chegada lá para o Parque do Ibirapuera.

Este é o ano que me encontro em pior forma física para participar de uma corrida de 15 km. Meu trabalho e militância não me permitiram correr adequadamente durante o ano.

Como preciso ganhar resistência em poucas semanas, o treinamento é bem específico. Na semana passada corri algumas vezes por poucos quilômetros e fiz um longão de 7,5 km.

Durante esta semana não pude correr e então treinei ontem uma trote leve de 3 km em 22'.

Hoje acordei determinado a superar o longa da semana passada e saí para correr com uma bela chuva. Precisei de muita concentração na panturrilha esquerda porque ela segue dolorida.

Consegui correr 8,5 km em 53' e fiz um circuito com muita, muita subida. Fiquei muito contente porque resisti bem. Ainda estou longe do ideal e devo ouvir o corpo para não me contundir.

EU VOU COMPLETAR A SÃO SILVESTRE!

Uma coisa legal de treinar para essa tradicional prova de 31 de dezembro é que você não precisa fazer aquelas promessas clássicas de que vai entrar em forma no ano que vem...

Estou fora do meu peso uns três quilos e sem condições cardiorespiratória e muscular, mas para completar a São Silvestre, terei que estar em forma no último dia do ano.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Wall-E (2008)



Poster do filme

Wall-E (2008)

Ao longo dos últimos anos, sugeri com frequência nos fóruns políticos dos quais participo, que as pessoas assistam a este filme. Ele é um belo filme com mensagens de amor e amizade, mas sobretudo, ele é um bom exemplo de filmes que tratam de sociedades distópicas.

O enredo se passa num mundo do futuro. A terra não é mais habitável devido ao excesso de consumismo tê-la transformado num depósito de lixo. 

Uma corporação gigante de produtos – BnL (Buy n Large) – resolveu o problema enviando a população para cruzeiros pelo espaço, enquanto robôs limpavam a sujeira deixada para trás. Ninguém se pergunta como deve ter sido, mas sem dúvida, provavelmente foram para os cruzeiros somente a nata dos endinheirados.

Passados mais de 700 anos, apenas um robozinho – Wall-E – segue compactando o lixo no planeta Terra e fazendo pilhas ordenadas em formas de prédios e blocos. Até que ele descobre uma pequena plantinha que brotou em meio à sujeira.

Uma das naves de cruzeiro no espaço – Axiom – envia robôs bem mais modernos para vasculhar a terra em busca de alguma amostra de que a vida tenha brotado novamente por lá. A sonda EVA (Examinadora de Vegetação Alienígena) chega e o robozinho se apaixona por ela imediatamente.

A história se desenvolve com muita aventura e mensagens que valem a pena para cada jovem e criança das gerações Y e Z adiante, e talvez amoleça um pouco também a todos nós, adultos de corações empedernidos.


UM MUNDO DE HUMANOS ROBOTIZADOS

Um dos motivos pelos quais sempre indico o filme é por causa dos seres humanos daquela sociedade do futuro ali representada. 

Cada vez que vejo todo mundo ligado em seus aparelhos com fones e nos seus mundos virtuais individuais, até entre os amigos (algo em substituição por “contatos nas redes sociais”), lembro–me deste filme.

Para onde caminha a humanidade? O que será da biodiversidade no planeta Terra com a voracidade e a velocidade em que os humanos estão alterando e destruindo tudo em nome do consumo e da manutenção da engrenagem do sistema capitalista?

Reflita cada pessoa que for capaz de ainda pensar e cismar.


Refeição Cultural - São Silvestre 2012



Depois de boicotar a 87ª São Silvestre (2011) devido à mudança feita do local de chegada, jogando umas 30 mil pessoas lá no Parque do Ibirapuera, me inscrevi na 88ª corrida. Voltaram ela para o seu local tradicional de saída e chegada na Avenida Paulista. A diferença agora será a mudança do horário da tarde pelo da manhã, o que entendo ser uma coisa positiva.

A São Silvestre é uma corrida de 15 quilômetros. É preciso um certo preparo para percorrer todo o seu percurso em pleno verão com fortes aclives e declives. Eu não estou preparado.

Este ano foi o ano que mais trabalhei na minha vida. Após assumir duas funções políticas muito importantes e trabalhosas no movimento sindical, ser coordenador de comissão de funcionários do BB da Contraf-CUT e ser secretário de formação, minha qualidade de vida acabou (já era mesmo quase nula).

Não corri nenhuma prova oficial este ano, a não ser a do 1º de maio em Osasco, com 8 km. Corri pouco este ano.

Eu tenho necessidade de desafios pessoais, de coisas que me testem e mostrem a mim mesmo se ainda consigo superar dificuldades físicas e psicológicas. Fiz a romaria de 85 km lá em Uberlândia neste ano em cerca de 23 horas. Perdi uma unha e arrebentei os pés, mas me superei e trouxe energia para a campanha dos bancários e os cursos de formação que fizemos.

Esta corrida será meu desafio de fim de ano. Comecei a achar fragmentos de tempo desde 1º de dezembro. Serão 30 dias para um rápido treinamento onde preciso voltar ao peso normal, recuperar meu condicionamento cardiorespiratório, melhorar minha musculatura e trocar gordura por massa muscular e afinar o sangue, que deve estar meio talhado.

No dia 1º corri 3,2 km em 22'40". No dia 2, corri 3,5 km em 22'20". O cansaço nas duas corridas foi muito grande. Na terça 4, corri 4,2 km em 27'30". Viajei para o curso de formação e, lá no Hotel Atibainha, nadei na quarta e quinta-feira.

O maior cuidado que um sedentário e corredor amador deve ter é para não passar do limite físico ao extremo e se contundir ou ter algo mais grave. É muito importante ouvir o corpo e ir alterando lentamente a nova condição física após uma carga um pouco maior.

Neste sábado 8, corri 3,2 km em 22' e estava muito cansado. Ou seja, o desafio será difícil mesmo porque minha agenda de militância não está diminuindo. Está impossível desacelerar o ritmo de trabalho.

Vou correr agora um pouco mais porque estou chegando na primeira terça parte do mês e o treinamento de aumento de capacidade muscular e de resistência deve seguir.

É isso. De mim pra mim mesmo: eu vou completar a 88ª São Silvestre dia 31 de dezembro.


LONGÃO DO DOMINGO

Após a postagem, saí e consegui correr cerca de 7,5 km em 52'. Foi uma corrida muito concentrada e estive atento à fadiga de minha panturrilha esquerda (ou tríceps sural - gastrocnêmio e sóleo).

Na saída senti a panturrilha um pouco dolorida e frágil, mas administrei na pisada e atingi o objetivo do treino.

domingo, 2 de dezembro de 2012

TOY STORY - A trilogia



A trilogia Toy Story. Boas mensagens nos filmes.

Este fim de semana foi especial. Foi um fim de semana de reconciliação entre pais e filho.

Eu gosto muito desses desenhos de longa-metragem da contemporaneidade. Eles têm mensagens muito legais. Como haviam me pedido em casa para assistir ao terceiro filme Toy Story e eu só havia assistido ao primeiro faz muitos anos, acabei pegando os três filmes e assistindo no mesmo dia.

Assistir na sequência foi muito legal.

TOY STORY (1995)

O primeiro filme Toy Story é de 1995. Meu filho nem havia nascido ainda. Creio que assisti depois que virei pai. A história aborda questões como ciúme, amizade e infância.

O garoto Andy tem uma bela coleção de brinquedos e o seu preferido é Woody, um cowboy de pano. Como muitos de vocês devem saber, os brinquedos têm vida e assim que saímos de perto, eles conversam e levam suas vidas normalmente.

Ao chegar um brinquedo novo, o patrulheiro do espaço Buzz Lightyear, Woody entra em crise por ciúme de ser trocado pelo outro como brinquedo preferido.

Após uma  série de aventuras e problemas, Woody arrisca sua vida para salvar Buzz. Além da questão da amizade, a mensagem sobre o papel dos brinquedos na vida das crianças também é importante.

TOY STORY 2 (1999)

Na segunda aventura, ocorre o inverso. Após o rapto de Woody, seus amigos saem guiados por Buzz Lightyear em busca de seu resgate. 

A história tem personagens novos como a antiga coleção de brinquedos de onde veio Woody. O cavalinho Bala No Alvo é uma graça!

O filme aborda a questão do sentimento de abandono e de não se ser mais importante para a pessoa a qual se tem vínculo e afinidade. Woody chega a ter pesadelos de que foi para a lata de lixo por estar com o braço rasgado e inutilizado.

TOY STORY 3 (2010)

Por fim, assisti ao terceiro filme que tem um final empolgante e é de uma emoção que leva às lágrimas.

O garoto adolescente Andy vai para a faculdade e sua mãe e ele precisam decidir quais brinquedos doam, quais vão para o lixo e quais vão para o sótão.

As mensagens sobre a mudança de idade e sobre a relação com as coisas que fizeram parte da nossa vida e que nos marcaram profundamente é de muita reflexão. Não tem como não lembrar dos nossos brinquedos de infância, da dureza que é deixar de ser criança e entrar no mundo adulto e das responsabilidades.

COMENTÁRIO FINAL

Este foi o fim de semana do longo abraço de reconciliação entre meu filho e eu. Foram seis meses. Eu aguardei com o coração partido e arrebentado. Sem rumo fiquei. Ficamos.

As mensagens do filme sobre amizade, mudança da infância para a adolescência, e de amor e carinho com aqueles e aquilo aos quais temos uma relação é muito forte na trilogia Toy Story.

Só ganhei assistindo aos três filmes.

É isso! Postei o comentário porque os filmes foram de grande emoção pra mim. Talvez sejam também a mais alguém.