sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Mentes perigosas - O desafio de educar





Refeição Cultural




SINOPSE (FILME DE 1995)

Uma ex-oficial da marinha abandona a vida militar para ser professora de inglês. Só que logo na primeira escola em que começa a lecionar, ela vai se deparar com diversas barreiras. Sendo um colégio de negros, latinos, e na maioria, de pessoas pobres, ela terá que lidar com a rebeldia dos alunos. Como a professora Louanne Johnson não consegue através de métodos convencionais a atenção da sua classe, ela parte para outra forma de ensino. Passa a dar aulas com karatê e músicas de Bob Dylan, tentando ajudar a turma através de métodos pouco convencionais.



REFLEXÕES NO MOMENTO DA CATARSE

Faz tempo que eu não escrevo algum comentário sobre filmes.

Este filme estrelado por Michele Pfeiffer é de 1995. Aborda a velha e sempre atual questão das dificuldades enfrentadas pelos professores na educação e formação de jovens, principalmente em comunidades carentes e onde o imperativo para os alunos é a lei da sobrevivência.

Faz tempo que eu não me emocionava ao assistir a um filme. Ao rever este, neste momento, quedei cabisbaixo e pensativo.

O desejo de ter sido professor ficou lá no fundo de meu ser, ficou lá martelando. Cheguei a entrar em uma faculdade de Letras, já depois dos trinta anos. Foi quando passei mais perto da chance de ter ido para a área da educação.

Mas nessa vida passageira, quer dizer, onde somos passageiros e as coisas acontecem de um dia para o outro, fui me pegar sendo tudo quanto é coisa depois dos trinta anos, menos professor.

Nosso sertão, nossas veredas...

Por vezes, durante o filme, me peguei chorando porque não tinha como não lembrar a minha adolescência, no Hortêncio Diniz, no Bairro Marta Helena. As gangues, a violência, a miséria. Eu vi tantos jovens como aqueles do filme. Fins trágicos. Adolescências perdidas.

É engraçado! No meu trabalho de representação, sempre, em todo esse tempo que passei pelo movimento sindical e nesses 18 meses de mandato em entidade de saúde de trabalhador, ao falar, ao me comunicar sobre o que defendo e o que tenho que fazer, procuro atuar como se eu fosse um professor no grande desafio de estar em uma sala de aula, me esforçando para conquistar com humildade e firmeza as pessoas para o que estamos responsáveis por fazer.

A vida me encaminhou para várias missões e tarefas, e todas elas sempre muito desafiadoras. Não fui professor de nada, mas admiro muito muito essa categoria de pessoas especiais que enfrentam os desafios diários da profissão para educar crianças, jovens e adultos.

A educação e a formação política são, sem dúvidas para mim, as melhores perspectivas de mudança no mundo. São as coisas mais revolucionárias da existência humana.

O filme mexeu comigo hoje.

William

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