domingo, 28 de fevereiro de 2016

O velho e o mar, Hemingway (5ª leitura)





Refeição Cultural

"As aves têm uma vida mais dura do que a nossa, excetuando as aves de rapina e as mais fortes. Por que existiriam aves tão delicadas e tão frágeis, como as andorinhas-do-mar, se o mar pode ser tão violento e cruel? O mar é generoso e belo. Mas pode tornar-se tão cruel e tão rapidamente, que aves assim, que voam mergulhando no mar e caçando com as suas fracas e tristes vozes, são demasiado frágeis para enfrentá-lo" (Santiago, pensando no momento em que uma andorinha cansada pousou na linha tesa)



Reli neste fim de semana, a obra clássica de Ernest Hemingway, O velho e o mar (1952).


Cada leitura, um contexto, um momento de vida. O leitor é outro a cada volta ao clássico. Essa obra me toca profundamente há muito tempo. O personagem Santiago é a representação de cada pessoa humilde dos povos explorados do mundo. 


Santiago é minha tia Alice, é minha avó, minha mãe e pai. Santiago sou eu. Somos nós que vivemos do trabalho, explorados pelos contextos no mundo onde os capitalistas, herdeiros de herdeiros de herdeiros, comem banquetes e jogam fora os peixes comprados a preço de nada de pescadores, que passam fome.


Santiago é cada ser de fé que sabe que a vida simplesmente é e que tem que acordar e sair e lutar e enfrentar o mundo, seja com sua simplicidade de visão das coisas ou não, e viver é uma questão de seguir.


Hoje, neste fim de semana, uma parte da leitura me tocou profundamente: o mantra sincero do velho Santiago clamando que gostaria que o garoto Manolin estivesse com ele em alto-mar. E hoje nosso filho foi embora, fazer-se na vida, estudar e buscar realizações e sua felicidade. Ficamos nós em casa e creio que nosso mantra será como o de Santiago... queria que o garoto estivesse aqui...


Sempre penso no velho Santiago quando estou enfrentando "o mundo" em meu trabalho, na política, nas crises, quando sou atacado de forma vil nos bastidores de meu mundo. O velho Santiago não tem escolha em sua jornada de vida, a não ser enfrentar a natureza e as crises da vida, mesmo que seja crise de azar, e faz o que deve ser feito.


O velho Santiago é um grande exemplo pra mim há muito muito tempo.


A vida segue todo dia. A gente vive e enfrenta o amanhã com o que sobrou de ontem. Não tem outro jeito.


É algo a se espelhar, o velho Santiago e aquele mundo mar.


William



Post Scriptum:


Há uma semana, após uma jornada intensa de lutas como toda semana, tive uma reação física que me deixou quebrado, deve ter sido um choque de estresse. Levei a semana toda para voltar à normalidade, mas hoje já saí e corri no Eixão aqui em Brasília. Mas lancei o barco ao mar todos os dias, normalmente. Vamos para mais uma semana em busca do que defendemos no trabalho e na vida. O pescador tem que sair e pescar...


Ler AQUI postagem minha anterior sobre o livro.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A extinção de um projeto nacional - Roberto Requião





Por Roberto Requião, ao discursar no Senado

Eu confesso que somatizei a nossa derrota no Plenário de ontem. Eu amanheci exausto, adoecido, frustrado.

De repente, eu tomo consciência de que o sentimento de nacionalidade do Brasil está fragilizado, porque algumas lideranças nas quais o povo depositava a confiança e a esperança foram engolidas em um processo de corrupção, e isso abre um espaço terrível para que interesses que não são propriamente do Brasil caminhem, de forma firme e forte, em um processo de fragilização e mesmo de extinção de um projeto nacional. Isso é muito triste.

No mundo, qualquer pessoa sabe das implicações geopolíticas da questão do petróleo.

Sabemos que os Estados Unidos gastaram bilhões de dólares para tomar conta do Iraque, muito pouco preocupado com Saddam, que foi seu aliado e mantido pela própria CIA durante muito tempo para combater os iranianos.

A guerra e manutenção de tropas no Iraque preocupa basicamente em manter em suas mãos as reservas de petróleo.

Estamos diante de uma guerra geopolítica. Os Estados Unidos arriscam a própria sustentabilidade do seu território com as venenosas operações de shale gas, baixa os preços internacionais, traz a Arábia Saudita para esse jogo, para enfraquecer Venezuela, Rússia e outros países importantes que vivem do petróleo. Os baixos preços do petróleo são uma estratégia geopolítica.

Eu diria mais, repetindo o que já disse mil vezes desta tribuna, depois da derrota do nazismo, na última guerra, cresceu na Europa, o Estado social, o Estado com as garantias trabalhistas, o Estado preocupado com a educação do povo, o Estado preocupado com os direitos humanos, o Estado que se volveu para as necessidades da sociedade e, de certa forma, acabou com o predomínio absoluto do capital.

E este Estado, hoje, sofre um ataque brutal, a partir da ação de Mamon – Mamon em hebraico, significa dinheiro, não é nem deus, nem diabo, é o dinheiro, assim descrito na Bíblia. Mamom tenta recuperar os seus espaços perdidos com o avanço do Estado de Bem Estar Social.

Para recuperar seu espaço, Mamon, praticamente liquidou com a economia da Espanha, da Itália, de Portugal…

Seu projeto tem um tripé: o primeiro deles, é a fragilização do Estado, com a autonomia dos bancos centrais. Uma proposta onde o Estado se resume a um gendarme, um guardião que se oporá às revoltas populares diante da exploração do capital.

O segundo objetivo é a precarização do Parlamento, com o domínio absoluto do capital financeiro, que se coloca acima dos partidos, financia campanhas, partidos políticos e candidatos, e os Parlamentares se transformam em mandaletes dos interesses do capital vadio.

Não tem mais ideologia, não tem ideal, não tem patriotismo, não tem nenhum sentimento de nacionalidade.

E o terceiro objetivo é bem claro, é a precarização do trabalho, o fim das leis trabalhistas, que encontrará a oposição frontal do nosso Senador Paim, o Senador do trabalho no plenário do Senado Federal.

Mas dentro desse pacote e com esse amortecimento da consciência nacional, com a frustração causada pela corrupção evidente de alguns líderes partidários que tinham a confiança e eram depositários da esperança do povo, nós ficamos extremamente fragilizados.

A Presidente Dilma já se manifestou, como era de se esperar, contra essa proposta de José Serra.

Porque ela não tem sentido, quando diz que quer retirar a exclusividade da Petrobras no pré-sal, porque a empresa está com um endividamento alto. Não tem sentido, porque não existe uma empresa de petróleo no mundo que não esteja fragilizada financeiramente com os preços baixos.

O prejuízo de todas elas é enorme, muito maior do que o da Petrobras. E maior do que o da Petrobras porque a Petrobras tem uma reserva gigante de petróleo do mundo com baixos custos de exploração – US$8,00 ou US$9,00 o barril –, um petróleo que está garantindo lucros, mesmo na crise. E também porque o pré-sal está entre o Rio e São Paulo, os grandes centros consumidores, processadores e onde estão os principais terminais logísticos da Petrobras.

O pré-sal é o ouro para a Petrobras.

As petroleiras não vão investir hoje no Brasil de forma nenhuma porque estão quebradas, estão em dificuldades e porque o petróleo está sobrando no mundo.

Então, por que, de repente, aporta no Senado, com essa violência e esse desejo absoluto de velocidade, essa modificação do modelo?

Atende a quem? Atende a que interesses? Por que não querem o debate? Por que raios não foi para as comissões normais e se tentou submetê-la a uma comissão montada pelo Presidente do Senado, sem a indicação dos partidos? O que é que está atrás disso? Será que só eu enxergo esse açodamento súbito e violento? Qual é a dificuldade de um debate claro em cima da questão do petróleo?

Não vai haver investimento no Brasil, mas as grandes empresas que trabalham com petróleo no mundo vão se assegurar das reservas brasileiras como reservas estratégicas para o domínio no petróleo no futuro.

Os apressadinhos que querem votar isso para ontem, sem discussão, açodadamente, sem que o povo saiba dizem que “o petróleo não pode ficar enterrado”, “o petróleo não vai valer nada no futuro”.

Como o petróleo não vai valer nada se tem 3 mil derivados!

Não existe um Senador ou uma Senadora neste plenário que não porte ou não tenha, em seus trajes, algum componente que tenha a participação da indústria a partir de um derivado do petróleo.

Não tem nenhum sentido essa história de que não vai valer nada.

E a Petrobras pode — e o Senador Lobão liquidou os argumentos de Romero Jucá numa reunião da Bancada –, sim, extrair petróleo em poços novos sem nenhuma dificuldade, sequer financeira.

Com 50, 100 bilhões de barris de reserva, não teria dificuldade de financiamento neste Planeta. O mundo está inundado de dinheiro com esses tais quantitative easing.

Agora, por que o açodamento? De repente, Senador Serra, ligo para o meu gabinete e dizem: “Não, mas o WikiLeaks publicou documentos sigilosos da embaixada americana e republicados na Folha de S. Paulo, que o Senador Serra teria prometido trabalhar para acabar com a lei que dava exclusividade à Petrobras na exploração do pré-sal”.

O SR. JOSÉ SERRA (Bloco Oposição/PSDB – SP) – Sr. Presidente, pela ordem. Não só fui citado como foram feitas alusões absolutamente indevidas à minha pessoa. Portanto, peço um aparte.

O SR. PRESIDENTE (Dário Berger. Bloco Maioria/PMDB – SC) – Vou conceder a V. Exª….

O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco Maioria/PMDB – PR) – Isso fica me trazendo preocupação. O que há por trás desse açodamento e dessa velocidade? O que há de urgência nesse processo? Por que essa abertura? Por que a entrega do patrimônio que se consubstancia nas jazidas petrolíferas brasileiras? Por que esse Governo fragilizado por uma série de problemas e com medo do impeachment não age com mais energia?

Antes de ontem, nós votamos aqui o aumento de um imposto que, a meu ver, parecia completamente absurdo, sobre lucros de capital. Eu dizia, lá do plenário, utilizando o microfone, que um estudante que tenha comprado, há 40 anos, um apartamento por R$10 mil, iria vendê-lo agora ou transferi-lo para um herdeiro e ele estaria valendo R$2 milhões. Pagaria imposto sobre R$1.990,00? Isso é justo?

Não, mas o plenário, obedecendo à ordem do Governo e à visão liberal que atravessa esta República neste momento, votou a favor. Foram 11 votos contrários.

Sou a favor do imposto pesado em cima dos lucros de capital, mas no exemplo citado há exagero. Mas a base seguiu o governo.

Ontem mesmo, quando boa parte dessa mesma base votou na sua maioria pela urgência de votar o projeto de entrega do pré-sal. Os muitos votos que conseguimos foram votos de consciência, não foram votos orientados. O governo orientou o que?

Mas nós estamos em cima de uma proposta de aspecto fundamentalmente entreguista, não ajuda o Brasil. É preciso que a gente marque posição.

Não sei qual é a intenção disso. É favorecer a Chevron? É a favorecer a Shell? É prejudicar o País? Não há urgência, não há necessidade e não se extrai petróleo no mundo hoje. Nenhuma delas, nem a Petrobras.

E insisto: se a Petrobras pudesse contar com preços maiores, poderia facilmente investir ainda mais do que já está investindo no pré-sal. O governo também poderia pedir para seus bancos aumentarem os empréstimos para a empresa. O Banco dos Brics e os chineses já ofereceram muito dinheiro para financiar os projetos da Petrobras.

Mas há o constrangimento do Governo com essa pressão midiática, há esse enfraquecimento da consciência nacionalista do País e há o avanço de ideias liberais.

É o fim de um projeto nacional. É a valorização absoluta do dinheiro.

E eu me lembro, Senador Serra, do Papa Francisco em Davos.

O capital é bom quando ele é investido, produz empregos, produz bens, inovação tecnológica, mas não pode o interesse pelo dinheiro, o jogo geopolítico das grandes potências subordinar uma proposta de crescimento de um projeto nacional que seria tão importante para os estudantes brasileiros.

Vou repetir. Não adianta leiloar o pré-sal agora. Não vai haver investimento enquanto o preço estiver lá embaixo, mas o preço não ficará para sempre lá embaixo. O pré-sal é uma garantia do futuro do País.

O pré-sal é muito melhor e muito maior do que o shale gas dos Estados Unidos que tantos por aqui enchem a boca para falar.

O shale gas tem um pico de extração em um primeiro momento. No segundo ano a produção já cai na metade e o reservatório tem um declínio rápido.

Muitas primeiras empresas americanas que começaram explorando essa suposta panaceia já estão falidas. E é por isso que eles vem para cá para querer pegar o pré-sal para elas.

E estão com muita pressa para começar esses leilões já na “nova lei”. Em breve o preço do pré-sal vai aumentar. A Rússia e a Arábia Saudita, junto com a Venezuela, estão anunciando uma contenção na produção.

A corrupção é séria. Eu quero ver essa gente toda na cadeia, punida, mas a corrupção não é a responsável pela circunstancial crise financeira que a Petrobras atravessa.

O grande problema da Petrobras foi o aumento brutal dos investimentos com o sonho de viabilizar logo recursos para a educação e para a saúde. O erro foi aí.

Não previram a jogada geopolítica dos Estados Unidos, baixando o preço do petróleo no mercado mundial. Não previram que o dólar subiria tanto. Investiram muito, se endividaram em dólar e o dólar disparou em relação ao real. Esse é o maior problema, mas que logo será solucionado com o retorno dos preços aos seus patamares normais.

E nós, no Senado da República, temos que ter consciência do que estamos fazendo. Não devemos irrefletidamente, sem nenhuma razão lógica, votar apressadamente no projeto do Senador José Serra, que, quer ele queira ou não, é um projeto entreguista e prejudica o Brasil. Prejudica o futuro do País, a viabilidade de um projeto nacional.

É um projeto que prejudica a Petrobras porque, é graças ao pré-sal que a Petrobras está sobrevivendo à crise, e que será ultrapassada rapidamente. O preço do petróleo vai voltar para o patamar dos US$80 e estará tudo isso resolvido.

E essa justificativa nova de que a Petrobras pode ficar como operadora preferencial da extração de petróleo, numa imagem que eu já coloquei com clareza, é como se uma família em dificuldade fosse instada, em uma dificuldade passageira, resolvível em médio prazo, fosse instada a vender a propriedade.

Mas daí o comprador lhe garante: Vocês vão vender a propriedade, mas a esposa do proprietário terá preferência, se quiser continuar como cozinheira da família que vai comprar o imóvel.

Essa proposta não tem cabimento, é antinacional e é preciso que se registre um protesto com toda a energia.

O Governo está fraco, a situação do Brasil é de fragilidade institucional e nós estamos entregando o futuro do Brasil para a Shell.

Senador José Serra, dá uma olhada lá para traz e veja quantos lobistas do petróleo estão frequentando o plenário do Senado. Está cheio de lobistas aqui, mas onde estão os trabalhadores, os petroleiros que eu conversei lá fora? Eles não puderam entrar, né? Os trabalhadores brasileiros, nossos petroleiros não puderam entrar no plenário hoje. Por que?



COMENTÁRIO DO BLOG (atualizado às 2h)

A frase que me impactou imediatamente no discurso do senador Requião foi a primeira.

"Eu confesso que somatizei a nossa derrota no Plenário de ontem. Eu amanheci exausto, adoecido, frustrado."

Quando somos apaixonados pelas causas e lutas que empreendemos, colocamos nossa energia vital naquilo que acreditamos. Eu só faço política, militância e representação dos trabalhadores assim.

Para sobreviver e canalizar minha energia total para a causa em que estou empenhado, a Cassi, eu tenho abstraído de acompanhar toda a tragédia na vida política brasileira, com avanço das pautas conservadoras, liberais e fascistas, com o avanço do golpe contra o meu país, meu governo e meu povo.

Juro que sei o que o Senador sentiu na noite da votação no Congresso Nacional e como ele amanheceu.

Estou muito triste pelo que o meu país está passando.

Entretanto, enquanto eu tiver saúde e energia e acreditar nas possibilidades dos seres humanos, estarei lutando pelas causas dos trabalhadores e dos povos contra o sistema capitalista, seus donos e seus lacaios, contra vários burgueses tupiniquins vira-latas e seus lacaios, capitães do mato.

William Mendes
Cidadão e militante de esquerda

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O mundo da burocracia versus o mundo real





Refeição Cultural

Durante toda a minha vida de militante de causas sociais, tive que enfrentar as paredes de madeira, concreto, pedra, metal e o escambau!


Existe um mundo real, cheio de necessidades, onde está o povo faminto de comida, de cultura, de oportunidades, de direitos e de justiça. Eu sou desse mundo real: roupa, cheiro, gostos, ar que respiro.


Existem as sociedades organizadas, os leviatãs - sistemas de convivência humana -, onde alguns animais humanos imperam por herança, força, costume e outras merdas do gênero e dominam tudo, mandam em tudo, estão acima de leis feitas para aquele povo do mundo real, a plebe (que merda é a lei?).


Criam-se esses sistemas de convivência coletiva para darem certa segurança e estabilidade aos animais humanos. Em algum momento da história, a iniquidade domina e impera. A revolta vem. O que era para evitar a barbárie, cria a barbárie.


Ao final, parece que todo processo humano, bem ou mal intencionado, vai terminar no caos, na barbárie.


Aquele povo ao qual eu pertenço do mundo real, cheio de necessidade, será a vítima primeira desse caos.


O que vale a pena ser feito?


Eu não vou deixar de enfrentar as burocracias feitas para impedir melhorias no mundo real de onde venho e ao qual pertenço. Ao menos enquanto não for representante de mim mesmo e sim da coletividade que represento.


Custe o que custar.


William

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Instantes


Sabe aquele mundo de bastidores que às vezes cito em minhas reflexões em blog? Neste instante, 1:45h, estava refletindo sobre os tais acontecimentos de bastidores. Este mundo não é um lugar para romantismo, é duro como a natureza real não-romantizada. Vamos dormir um pouquinho, porque no front a guerra não pára e o soldado há que lutar, às vezes, muito mais com alma que com armas. Bora...

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Caos - sentido pré-determinado não há, nós é que temos que fazer com que a vida tenha sentido





Refeição Cultural - Diário 200216

No mundo externo ao meu mundo atual, focado na missão eleita em que estou, só vejo o caos e a construção da barbárie social.

Pessoas físicas se apoderaram de órgãos públicos como Polícia Federal, ministérios públicos vários, tribunais de justiça, Congresso Nacional et caterva, instituições feitas para funcionarem como guardiães da democracia e da justiça e igualdade de direitos sociais viraram aparelhos de um segmento social para perseguir outro setor da sociedade e atuar ao contrário do que deveriam fazer.

Polícia Militar de governos estaduais acionada para espancar uma parte de uma manifestação a pedido da outra parte como ocorreu em SP nesta semana quando denúncias mostram a PM paulista sendo chamada a espancar os simpatizantes do ex-presidente Lula da Silva.

Movimentos sindicais e sociais em pé de guerra, aberta ou disfarçada, uns contra os outros.

Ideias e posturas fascistas passando a dominar a massa, a partir da lavagem cerebral dos veículos totalitários de comunicação concentrados na mão de poucos bilionários anti-povo. 

Ainda as comunicações, sistema de comunicações globais, numa era em que as populações estão virando apêndices de aparelhos eletrônicos, com suas vidas e desejos totalmente dominados e manipulados pelas máquinas que transmitem a pauta e induzem o que fazer e para onde ir...

Caralho, para onde estamos indo?

Outro dia, vi de novo na madrugada o filme Guerra dos Mundos, quando extraterrestres invadem a Terra e começam a nos dizimar sem chances de defesa... os humanos foram salvos por parasitas e vírus para os quais os ET não tinham resistência, igual os invasores europeus fizeram com tribos indígenas séculos atrás.

Acho que nós mesmos conseguiremos nos exterminar fácil fácil... e ainda tem uns vírus novos para nos ferrar como os zika vírus da vida.


E O MEU MUNDO, UMA AREIA DENTRO DO MUNDO GERAL?

Depois de uma semana intensa e exaustiva de trabalho, na qual estive em três estados brasileiros, dormi muito pouco, busquei abstrair de todo caos que impera no mundo e no meu mundo, e consegui fazer com leveza e firmeza aquilo a que me determinei a fazer, volto para Brasília e logo pela manhã de sábado vejo como o mundo está caótico.

Se um dia eu pudesse escrever um livro sobre os bastidores do nosso mundo de lutas sociais, eu o faria. Mas também não sei se valeria a pena.

Talvez o melhor para todos no meu entorno e até para mim mesmo seja manter disciplinadamente meu trabalho focado na missão que tenho atualmente e só (só), com ou sem apoios, sendo respeitado ou desrespeitado por onde menos se espera, e muito firme nos compromissos que assumi com os associados da entidade de saúde onde cumpro mandato eletivo.

Fora da janela de casa, o mundo está o caos e com tendência a piorar.

Estou esperando chegarem esposa e filho depois de uma semana dura para todos nós. No entanto, a semana dura foi superada com obstinação e gana de propósito. Meu filho está matriculado na Unesp, minha esposa conseguiu empreender o zilhão de coisas que tinha que fazer sem poder contar com minha ajuda. Eu consegui ao menos fazer com leveza e paixão meu trabalho de fortalecer a Cassi e firmar parcerias com a base social para ampliar a cobertura do modelo de saúde de cuidar das pessoas.

Mas tem tanta merda de bastidor que está me matando, que dá vontade de gritar e escrever sobre todas elas.

Aprendi a fazer cara de paisagem assim que virei negociador em nome dos trabalhadores e passei a lidar com todo tipo de situação onde o comportamento é fundamental.

Mas tem dia que é difícil calar perante tanta merda. Talvez a gente adoeça por isso...

O mundo e a existência não têm que ter um sentido pré-determinado. Eu não acredito nisso. A existência é o caos, ou pode virar o caos em um segundo. Nós é que temos que fazer nossa existência ter sentido e fazer valer a pena estarmos vivos e estarmos fazendo algo para o meio social humano, além de só pensarmos em nós mesmos.

Chega.

William

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Diário - 180216


Entardecer em Brasília.

Já é madrugada de quinta-feira. Pela manhã, viajo para Macapá (AP) para trabalhar na gestão de nossa entidade de saúde dos trabalhadores.

Estive lá em agosto de 2015 quando realizamos a 1ª Conferência de Saúde da Cassi AP. Estamos voltando agora para aprofundar a relação com a comunidade local do Banco do Brasil e aperfeiçoar a gestão administrativa no Estado.

Nesta quarta, depois de mais um longo dia de trabalho na sede da Cassi em Brasília, cheguei com grande cansaço mental, pois li textos e relatórios e estudei números o dia inteiro. Decidi sair para correr na noite quente brasiliense para tirar o estresse da mente.

Foi uma corrida de 5k em meia hora muito revigorante. Gostei muito. Voltei às ruas e alamedas da Asa Sul depois de quase dois meses viajando e pouco estando no DF. As árvores estão lindas, os cheiros das plantas nos cativam, o clima está quente, mesmo correndo quase às onze horas da noite. 

No domingo passado (14), lá em Osasco, fiz uma corrida semelhante. Estava muito calor, já era mais de 22h e eu estava correndo ao redor do Parque Continental. Corri 6k em 36'. Naquela mesma semana, havia conseguido correr 3k em 16'55".

É isso, vamos forçar a barra fisicamente para não amolecermos com o cansaço de todas as nossas batalhas.

William Mendes

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Vencendo o "inferno astral" com paciência e firmeza



Esposa e filho em um dia feliz a passeio em janeiro de 2016.

Refeição Cultural - Diário 170216

Quando era adolescente, tinha um ditado onde cresci que dizia "tem dia que de noite é foda!".

Estamos atravessando uns dias do chamado "inferno astral" em casa. Mas entendo que não devemos agir como o personagem do famoso filme "Um dia de fúria", interpretado por Michael Douglas.

Neste momento, estou a mil quilômetros de esposa e filho. Eles lá em São Paulo precisando de meu amparo. Eu cá em Brasília cumprindo meus deveres de gestor eleito de entidade de saúde dos trabalhadores. E olha que, na segunda, saí logo cedo pela manhã para cumprir agenda de reuniões com trabalhadores em SP e a esposa ficou responsável por terminar o que ficamos fazendo o final de semana inteiro: ensacando as coisas da casa por causa do pó de quebrar banheiro e cozinha.

Nem conto que naquela segunda fiquei horas e horas no aeroporto de Congonhas fechado por causa do temporal e fui chegar a Brasília quase onze horas da noite, tendo uma pauta gigante de súmulas para ler. Enfim, ainda quase não dormi nesta semana. A esposa também.

Minha esposa está sozinha responsável por zilhões de responsabilidades domésticas nossas. O nosso pequeno apê está interditado com pedreiro. A esposa e filho estão em um hotel. 

A mamãe de nosso filho vai com ele nesta semana para o interior de SP, quase 400 km, para o filhão fazer a matrícula na Unesp. Ele foi aprovado em Biologia. Por displicência de adolescente que deixa tudo para última hora, tiveram que correr na segunda-feira para providenciar documentos que ainda faltavam.

Ontem, terça-feira, esposa e filho tiveram que passar o dia em hospital e meu filho está com dengue. Mas ele tem que ir amanhã fazer matrícula na Unesp. Temos que achar casa para o filho morar em Jaboticabal.

Hoje pela manhã, mal a esposa descansou um pouco do dia inteiro em hospital, o pedreiro liga dizendo que a chave quebrou na fechadura e eu precisei acudir na solução. Acionei logo cedo o seguro 24h do Banco do Brasil e me prometeram que o chaveiro iria ao prédio entre 90 minutos a duas horas. Não foram no prazo dado.

Minha esposa está com trocentas coisas para resolver ao mesmo tempo. Eu estou quase sem dormir porque tenho agendas importantes em nossa entidade de saúde. Terei que viajar amanhã cedo para o Amapá. Estou há horas e horas lendo, realizando estudos e produzindo documentos de trabalho.

Enfim, às vezes, dá um aperto no peito por sempre deixar a família em segundo plano por causa de nossos compromissos profissionais. No meu caso ainda, é muito mais que compromisso profissional, é compromisso político e militância que escolhi fazer quando passei a representar trabalhadores.

Mas as coisas vão se resolver. O chaveiro acabou de chegar (depois de eu ter que reclamar na seguradora em nova ligação). Meu filho vai melhorar em alguns dias. Acho que vai dar certo irem fazer a matrícula. Minha agenda de trabalho vai ser cumprida. Já estamos quase conseguindo um local para o filho morar lá no interior.

E a luta continua porque a vida da gente é brigada mesmo.

Beijos Noni e melhoras filhão. Tenham paciência que tudo se resolverá.

William Mendes


Post Scriptum (releitura em 5/6/16, domingo):

Pelos dias seguintes ao mal-estar do filho, acho que não foi Dengue que o Mário teve, foi virose. O filhão está instalado lá no interior e terminando o primeiro semestre. Agora estamos refazendo o contrato da casa em que ele está, porque o rapaz que o abrigou na chegada está indo morar fora do Brasil.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Burguesia brasileira quer pulverizar conquistas sociais da era petista




Burguesia vira-latas e fascista opera para apagar a história de conquistas do povo brasileiro durante os governos do Partido dos Trabalhadores


Domingo de Sol na capital paulista.

É muito duro conter a ira e nossos instintos mais agressivos quando vemos em operação em nosso querido Brasil um processo iníquo e sem verdades factuais para apagar o período de maiores avanços para a classe trabalhadora a qual nós pertencemos. Aliás, se considerar a máquina midiática fascista de alimento ao ódio, totalitária a ponto de não conseguirmos nos isolar do massacre midiático, até que administro muito bem meus sentimentos de raiva a tudo isso contra o meu povo e a minha classe social.

Na minha opinião de militante de esquerda e ex-dirigente sindical, um dos maiores erros dos governos do Partido dos Trabalhadores foi não enfrentar e acabar com o monopólio de toda a comunicação brasileira mantida na mão de poucas famílias bilionárias que manipulam os 200 milhões de cidadãos deste país, famílias que têm na sua história cinco séculos de manipulação a favor da miséria do povo, onde herdeiros do período colonial, capitães hereditários e famílias do entorno ao poder desde o Império, República Velha e Nova - uma porcentagem pequena de brancos ou descendentes destes -, detêm tudo, meios de produção, de comunicação, todos os espaços da política, ainda hoje baseada no poder do "voto censitário": financiamento privado de campanhas.

Essa é a máquina social dos poucos detentores do poder real, onde o público e o privado nunca se diferenciaram, não é à toa que a política de tratamento para os pobres, os negros, os excluídos, trabalhadores revoltados com a miséria e outras minorias sempre foi a polícia dessas burguesias, a "lei". A lei foi feita para manutenção do status quo e não para fazer justiça social no país Senzala, quintal dos imperialismos. Com essa estrutura, onde nós não tivemos quase direito algum, convivem dezenas de milhões de macunaímas, riobaldos tataranas, policarpos quaresmas, fabianos retirantes como o próprio Lula. Gente miserável que, na virada do século e milênio, passou a ser a prioridade dos governos federais do Partido dos Trabalhadores.

O PT tem em sua gênese, a ideia de conquistar espaços de poder nesta estrutura viciada que foi feita para a Casa Grande nos cinco séculos de construção desta Senzala Brasil, quintal dos impérios. O PT nunca foi revolucionário. Foi se moldando para conquistar espaços nos parlamentos municipais, estaduais e federal. Depois galgou o poder executivo em algumas prefeituras e estados. Depois de longo caminho, o maior líder do partido, o metalúrgico retirante Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder e os números mostram que nós, povo brasileiro proletário e humilde, que vive do trabalho e não de herança e rendas, tivemos uma ascensão histórica em pouco mais de uma década de governos do PT. E olha que em termos econômicos, uma década é muito pouco para efeitos de medidas econômicas e sociais de um governo.

Os dois mandatos do metalúrgico e retirante nordestino Lula da Silva e os dois mandatos da mulher Dilma Rousseff, que integrou grupos revolucionários em defesa da democracia no Brasil durante o período de governos ilegais e ditadores, não focaram a mãe das batalhas - A REGULAMENTAÇÃO DA MÍDIA E O FIM DO MONOPÓLIO NAS COMUNICAÇÕES, visto que ao final dos anos noventa e início do século XXI, o mundo se tornaria um mundo virtual.

A era das comunicações instantâneas, da revolução cultural das redes sociais e da geração "cara na tela" não são nada mais do que consequências culturais advindas com as mudanças e fases do sistema hegemônico capitalista. Sociólogos como o americano Richard Sennet dizem que vivemos a era do Capitalismo Flexível, que tem como um de seus efeitos uma geração com a visão de mundo de curtíssimo prazo, a qual ele atribui um certo comportamento sem compromissos com laços históricos de ética e caráter. Ele descreve isso em seu livro "A corrosão do caráter".

Os governos do PT não enfrentaram a mãe das batalhas. Tirar o poder de meia dúzia de famílias que fazem o que bem entendem há décadas com a vida, com o comportamento, com o cérebro de nossa classe trabalhadora, da tenra infância até nossos últimos dias de vida. Esse é o maior crime do metalúrgico presidente Lula da Silva. Não ter enfrentado o monopólio da mídia. 

Hoje, vemos idosos, gente com cara de boazinha, adolescentes, pobres, remediados e abastados, virarem bichos com ódio reproduzindo como papagaios aquilo que se pauta na mídia totalitária de poucos donos, acusações e criminalizações a partir de ilações, montagens falsas, ataques ilegais e que sequer respeitam a constituição brasileira. Há uma canalhice no ar, há uma hipocrisia instalada. Boa parte das pessoas sabe que o que Globo, Estadão, Folha, Editora Abril e seus veículos de TV, rádio, internet e papel estão fazendo é mentira, mas como os atacados já foram coisificados, não são mais gente ou instituições, são petistas, são do "governo", não tem problema fazer todo tipo de sacanagem: a população aceita o jogo.

Para nós que gostamos de história e conhecemos um pouco das engrenagens dessa máquina totalitária, porque ela é repetição histórica, afirmo a vocês que não há nenhuma diferença para o que fez a máquina nazista desde a ascensão de Hitler em 1933 e o período do Terceiro Reich. O povo alemão gastou décadas após o fim do nazismo para se livrar da linguagem do 3º Reich.


PROGRAMAS DO PT MELHORARAM A VIDA DO POVO, MAS NÃO TOCARAM NO PODER DAS FAMÍLIAS DONAS DAS COMUNICAÇÕES

Os programas e projetos dos governos Lula e Dilma fizeram de tudo pelo povo pobre e trabalhador brasileiro. Até meados de 2013, os programas do governo mantiveram as conquistas sociais do povo, que compunha até então, a maior quantidade histórica de brasileiros nas faixas de renda a que chamam "classe média" (eu não gosto deste conceito). Programas de governo revolucionários por sinal, visto que mudaram em pouco mais de uma década a vida de dezenas de milhões de brasileiros. Querem que citemos alguns:

- Bolsa Família
- Luz para Todos
- Minha Casa, Minha Vida
- Mais Médicos
- Maior Salário Mínimo em décadas
- PAC e Pré-Sal
- PróUni e Fies
- Política de cotas
- Criação da CGU e todo o aparato contra a corrupção
- Criação de milhões de empregos por fortalecer a produção e comércio nacionais

Pois é, mas se tem uma coisa que não mudou na era de governos do PT é o fato de qualquer tapera, qualquer casa de pau-a-pique, todos os butecos e hall de hotéis, lugares abertos ao público, desde a comunidadezinha lá no meio dos rios da Amazônia, e também em todos os grandes centros, em todos os lugares desta terra ainda vista pela burguesia vira-latas brasileira como Senzala Brasil, em todos os pontos do nosso querido Brasil, quem pauta o que esses 200 milhões de brasileiros vão ter que ver, falar, pensar, comentar, opinar, respirar, ouvir, AD NAUSEAM, é o que produz como fonte de informação de massa, as famílias Marinho, Civita, Mesquita e a família Frias.

O cenário que entramos é o de uma sociedade distópica, caótica, irreal e bárbara, é semelhante ao "1984" de George Orwell e também ao "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley. A tela, ou o jornal, ou a revista, ou as ondas de rádio, ou as fontes do que o pessoal compartilha nas redes sociais, automaticamente, sem nenhuma necessidade de verificação da veracidade, se espalha e entra por nossos poros. Não há onde se esconder. Se você está em férias e quer se desligar, juro, você vai chegar no meio de um mundo isolado e vai ter uma TV ligada com os fascistas da Globo falando ali naquele buraco de mundo... "poder imagético da verdade..."

Esse foi o maior crime que cometeram os governos do Partido dos Trabalhadores nos dois mandatos de Lula da Silva e nestes mandatos de Dilma Rousseff.

Essa mídia totalitária conseguiu estragar as gerações atuais com um ódio nunca visto no Brasil. Qualquer que seja o final desta história da Senzala Brasil, levaremos décadas para resgatar nossas gerações do ódio criado por um grupo que não soube e jamais aceitaria perder um pouquinho do poder total da terra de exploração chamada brazil.

William Mendes
Cidadão brasileiro

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Chegamos, enfim, à era do Grande Irmão!



O crepúsculo. Foto: William Mendes.

Refeição Cultural

No meu perfil ("conta") da rede social da empresa Facebook, que fatura zilhões de dinheiros utilizando nossos dados, gostos etc, tem duas perguntas interessantes. Uma relacionada ao meu trabalho de gestor de saúde, outra relacionada ao sistema capitalista, que critiquei postando um vídeo de Noam Chomsky.

O Universo tem bilhões de anos. A vida no planeta Terra também tem seus bilhões de anos. O animal mamífero humano apareceu no Planeta há muito pouco tempo. Comparando a idade de existência deste pálido ponto azul que habitamos no Universo, seria a última folha em milhares delas, de um grosso livro de história deste mundo em questão.

O animal humano é, sem dúvida, uma grande evolução da natureza. Desenvolvemos o cérebro, nos tornamos onívoros e comemos qualquer porcaria existente no local, criamos cultura e linguagem, desenvolvemos tecnologia para sobreviver em qualquer ambiente e alterá-lo por necessidade ou por comodidade. Criamos tecnologia para matar em escala. Por fim, criamos meios de comunicação que aceleraram a velocidade do mundo e da vida e encurtaram as distâncias em todo o Planeta e fora dele, indo para o espaço.

Quando começo a desenvolver as ideias em uma reflexão como esta em que estou avançando por degraus as ideias, já olhei pra cima, vi três parágrafos e lembrei que devo acelerar para o fim do texto porque os humanos hoje não toleram algo maior que alguns parágrafos ou poucos minutos.

Vivemos uma incomunicabilidade na era das comunicações.

Não sei onde a raça humana vai parar.

Depois eu respondo lá na conta da empresa Facebook às duas questões que me fizeram. Aliás, onde detenho esta conta para falar com o mundo, este blog, também pertence a uma empresa, o Google.

Eu se tivesse desenvolvido o texto que iniciei nos três primeiros parágrafos, abordaria o que virou o mundo e o nosso país, dominado por pouquíssimos animais humanos que detêm a propriedade dos meios de comunicação globais. É o maior sistema totalitarista que a humanidade já viveu em seus poucos milhares de anos. Se eu, um nada, um indivíduo, virar a bola da vez de um desses animais donos da mídia global, por qualquer desafeto ou interesse contrariado desses deuses que podem definir se sou culpado de algo ou não, estarei massacrado no dia seguinte em todos os meios de comunicação espalhados como o ar em cada lar (no caso, ar infecto), em cada aparelho de celular neste pálido ponto azul que habitamos.

Estarei pulverizado, exatamente como no visionário e apocalítico "1984", de George Orwell. Os meios midiáticos de comunicação global na mão de poucos animais humanos são o Grande Irmão, a temida ficção que virou realidade no século 21.

William

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Diário - 070216



Alvorada em meu mundo de Ozz... Osasco. Fev/2016.

Domingo em Osasco, São Paulo. Dia de calor e Sol. No sábado à noite, choveu intensamente por aqui.

Pela manhã, caminhei um pouco para ir buscar pães. O supermercado fica à quase uma hora de caminhada ida e volta. Refleti sobre várias coisas nesta hora, pois tinha acabado de reler algumas páginas d'O Leviatã (1651), de Thomas Hobbes.

Após o café, fui ao Parque Continental para correr. Fiz uma corrida intensa e sob forte calor. Tenho que fazer algo para tentar recuperar um pouco de minha energia vital. Estou muito aquém do que minhas lutas me exigem. E eu não tenho escolhas, minhas lutas têm de ser feitas.

Planejei que para este ano preciso aumentar um pouco a intensidade das corridas, já que não terei como aumentar distâncias e tempos dedicados às corridas. Para um cara de 46 anos, que perdeu muita massa muscular por deixar o foco na própria saúde em segundo plano por uma jornada insana de trabalho, é muito difícil diminuir tempo em corrida. O corpo sente demais. Falta ar, falta músculo, falta energia.

Meu trote é entre 6 e 7 minutos. Baixar o tempo de 6 minutos no quilômetro é dureza.

Nos últimos dias, consegui fazer duas corridas boas. Corri 3k em 17' no Eixão em Brasília e depois corri 3,5k em 19'40". Neste último tiro, senti bastante fisicamente.

Hoje corri dois tiros e foram bem interessantes. Fiz uma corrida de 2k em 11' e depois fiz 1k em 5'. Foi intenso e quase coloquei os bofes pra fora. Pra relaxar, caminhei mais 2k em 19'.

Eu não quero e não posso deixar o cansaço e a dureza da vida me derrubarem fisicamente. Farei a minha parte. Se quebrar no meio do caminho, será em pé e com a cabeça erguida, focando ter energia para as lutas que estou empenhado.

William


Post Scriptum (terça, 9/02/16):

Corrida no Pq. Continental à tarde. Fiz 3k em 16'55". Caminhei mais uns 4k. A tentativa de melhorar a força muscular e a velocidade vai dar muito trabalho.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Parabéns, filho querido!



O vô Palmério, Marina e Mário.

Ontem, sexta-feira 5, foi um dia especial para meu querido filho, Mário Augusto. Ele foi aprovado no vestibular da Unesp para cursar Biologia. Há semanas ele aguardava com ansiedade a publicação dos aprovados.

Parabéns, filho! Vencida uma etapa e iniciada outra em sua vida. Conte com seus pais no que precisar.

Para os pais é sempre bom ver um filho vencendo etapas em sua vida. Também é duro para os pais as transformações normais que as etapas da vida trazem. O filho vai estudar no interior de São Paulo.



Como disse minha mãe a meu respeito lá na minha adolescência: passarinho vai voar.

Sempre falamos ao nosso filho que tivesse tranquilidade em relação ao momento de passar ou não em um vestibular. O filhão é muito inteligente, desde pequenino. O momento chegaria com naturalidade.

Boa sorte, garoto! Seja feliz e procure fazer o que gosta e o que te faz bem. Mas sempre com responsabilidade e lembrando que somos cidadãos para nós e para o mundo.

Te amamos!

William

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Diário - 040216





Já é madrugada de quinta-feira.

Vamos acordar cedo e viajar para cumprir agenda de trabalho nesta quinta e sexta em São Paulo.

Cheguei hoje da Cassi, no início da noite, e saí para correr um pouco, para tirar da cabeça o cansaço do dia. Neste ano, terei que fazer um esquema diferente de corridas. Haverá pouco tempo e não adianta eu querer fazer corridas longas.

Então teremos que fazer corridas menores, mas aumentar a intensidade correndo um pouco mais rápido, respeitando meu condicionamento físico, é claro.

No domingo, fechei o mês de janeiro fazendo uma corrida no Eixão em Brasília, com muito calor e Sol. Corri 3k em 17'. Depois caminhei 30'. Nesta quarta, corri 3,5k em 19'40". Pode parecer nada, mas para mim, tirar minutos em três quilômetros dá para o corpo sentir. Meu trote é de 6 a 7 minutos. Correr abaixo de 6 é intenso pra mim.

Vamos seguir tendo uma vida sem rotina alguma, com muitas viagens a trabalho e pouco tempo para qualquer coisa que não seja relacionada com minhas tarefas de gestor eleito em entidade de saúde dos trabalhadores.

E vamos nessa, então, porque devemos fazer o que deve ser feito. E sabemos o que devemos fazer em nosso trabalho porque temos princípios a seguir e um programa eleito a cumprir.

William Mendes