segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Diário - 031016





Hoje é segunda-feira. Dia seguinte às eleições municipais no Brasil. 

O consórcio de golpistas, fascistas e direitistas que tomou de assalto o nosso País saiu vitorioso no processo, elegendo todo e qualquer perfil de ser humano que se declarou contra o PT e petistas (e comunistas e bolivarianos etc) para as prefeituras e para os parlamentos municipais. 

O Partido dos Trabalhadores, partido político de esquerda ou centro esquerda, alvo central do totalitarismo nazifascista implantado pelos donos dos meios de comunicação de massa (P.I.G.) foi o grande derrotado. 

Tudo indica que a imprecação "Precisamos acabar com essa raçacaminha para se realizar. Ela foi feita contra o PT em 2006 por Jorge Bornhausen, do antigo partido de direita Arena-PDS-PFL e hoje DEM, partido vindo do berço da ditadura civil-militar brasileira. 

Os petistas foram escorraçados pelo povo brasileiro, inclusive a classe trabalhadora que foi a grande beneficiária das políticas econômicas e sociais que geraram milhões de empregos, que aumentaram como nunca o Salário Mínimo, que incluíram dezenas de milhões de pessoas nas classes C, D e E, que incluíram os negros e despossuídos nas escolas e universidades públicas e privadas, enfim, o povo que melhorou de vida com o PT votou por extirpar o PT e suas lideranças do mapa brasileiro.

A derrota mais acachapante e que me põe com muito desejo de não mais falar, não mais escrever e que me colocou muito pensativo sobre seguir dando minha vida, minha inteligência, minha saúde pelos trabalhadores foi a derrota do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. 

Ele fez um mandato com políticas progressistas em nível do que há de mais avançado nas capitais do mundo. E a gente percebe que é uma pessoa que se doou ao mandato, com puro interesse coletivo e na vida da cidade e da cidadania do povo. Haddad obteve 16,7% dos votos do povo paulistano e o mega bilionário Doria obteve 53,3% dos votos.

Eu e minha esposa ficamos pensando a respeito disso tudo, desse massacre da esquerda, da ascensão da direita, primeiro via golpe midiático-parlamentar-jurídico, sem nenhuma reação das massas na rua que surtisse efeito prático, e agora via voto do povo trabalhador e mais humilde nos seus algozes...

Vale a pena lutar pela classe trabalhadora? Vale a pena se engajar até o limite da vida e da saúde pelas causas dos trabalhadores? No final dos processos, eles acabam votando contra aqueles que deram até o melhor de suas vidas pelas causas sociais e coletivas. E não aceito esse papo de que isso está certo porque no lado popular tem erros etc. 

É evidente que sempre tem erro de todos os lados, mas as políticas sociais e para o povo foram evidentes também e mudaram a vida desse mesmo povo, que não tem memória alguma que resista a uma máquina de propaganda de todos os meios monopolizados pelos empresários e capitalistas.

Estou me sentindo muito esquisito. Minha esposa até me cobrou que reveja ficar horas de minha vida tentando fazer textos de formação e informação para cumprir um papel que sempre expliquei a ela que é central na luta de classes: formar politicamente a classe que representamos. E ela me pergunta com certa razão: pra que?

O que vale a pena? Eu realmente estou me questionando neste momento pós ascensão da direita e véspera do massacre daqueles que represento.

William

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