segunda-feira, 17 de abril de 2017

Leitura: Estorvo (1991) - Chico Buarque





Refeição Cultural - Diário e Reflexões

"estorvo, estorvar, exturbare, distúrbio, perturbação, torvação, turva, torvelinho, turbulência, turbilhão, trovão, trouble, trápola, atropelo, tropel, torpor, estupor, estropiar, estrupício, estrovenga, estorvo" (Estorvo, Chico Buarque)


(e eu diria: "Incomodo (o patrão), logo existo!)


Após trabalhar doze horas nesta segunda-feira, 17 de abril, decidi me desligar das pautas da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, onde sou gestor, e busquei espairecer um pouco a mente e destravar o corpo físico, maltratado pelo estresse e as longas jornadas de trabalho sentado.

Saí para correr um pouco na noite de Brasília. Me esforcei para fazer o mesmo no feriado: corri na sexta e sábado e pedalei no domingo. Precisamos de muita disposição para enfrentar nossas batalhas na política e na representação de trabalhadores, que sofrem os ataques mais perversos em décadas de lutas contra a exploração do patronato. 

Hoje completou um ano que aqueles sujeitos do Congresso Nacional, denunciados por crimes diversos e pouco preocupados com o povo, aprovaram o afastamento da Presidenta Dilma Rousseff, sem crime algum, de seu legítimo mandato eletivo concedido pelo povo brasileiro com 54,5 milhões de votos. De lá para cá, não pararam os ataques aos direitos dos trabalhadores e desfazimento de avanços sociais para os brasileiros mais necessitados de políticas do Estado.

Na tentativa de buscar um pouco de prazer e realização pessoal, um alimento para nossa essência, li no feriado o meu primeiro livro em abril e o 20º livro em 2017. Foi experiência nova com o cantor, compositor e escritor Chico Buarque. Li "Estorvo" (1991). A leitura é diferente. Achei ela bem psicodélica. Mas foi interessante. Já li obras com texturas bem diversas.

O livro faz parte de uma coleção que ganhei de minha esposa pelo meu aniversário. Foram cinco romances de Chico Buarque. Quero ler todos e quero ler um monte de livros que selecionei para esta fase de minha vida. O personagem principal vai narrando de forma ininterrupta fatos e acontecimentos de um jeito que vamos com ele do início ao fim.

A linguagem de Chico Buarque é impecável. As construções frasais são bem ao estilo do cantor e compositor que conhecemos. Vamos para os próximos romances dele.

Vou me concentrar para me reinventar a cada dia e sobreviver a tudo que nós da classe trabalhadora estamos enfrentando na atualidade da crise política, econômica e social no Brasil e no mundo. Há riscos de guerras, destruição em escalas e caos social em diversas partes do planeta. Na minha leitura.

Apesar do pessimismo da razão, é necessário acreditar na luta coletiva e na perspectiva de um mundo melhor, mais justo e igualitário para todos os seres humanos e com maior consciência de preservação do planeta. Os recursos à vida e à existência não podem estar concentrados nas mãos de alguns humanos em detrimento de faltar para todos os demais bilhões de cidadãos.

Enquanto existirmos, temos que assumir um papel de contestação à isso que está colocado por ideologia como sendo algo normal, "natural". Não é! A desigualdade e a injustiça é opção, é escolha de alguns grupos no poder. Basta removê-los do poder e recomeçar. A vida é um eterno recomeçar.

Abraços aos amigos e amigas leitoras.

William

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