sábado, 8 de julho de 2017

Diário e reflexões - 080717 (Registro das histórias de lutas)



Aos poucos, estou organizando nossa contribuição à
Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil.

Refeição Cultural

O sábado foi de descanso, após uma sequência longa de dias de trabalho e lutas pela nossa entidade de autogestão em saúde (Cassi), na qual atuo como gestor eleito pelos trabalhadores.

A primeira coisa que fiz hoje foi dormir um pouco mais. Depois saí para caminhar, coisa que não pude fazer por vários dias. Li um pouco de Eduardo Galeano - Días y noches de amor y guerra (1986).

Estava refletindo sobre a vida e sobre a política. A rápida destruição do Brasil e dos avanços sociais para o povo brasileiro com o Golpe realizado pela direita fascista e pela Casa Grande é de fazer chorar, é de causar depressão, é de nos deixar catatônicos frente a tanto desfazimento do País que vínhamos construindo desde 2003.

Até o primeiro semestre de 2014, o Brasil era um país com recordes de inclusão social, combate à fome, estava quase no pleno emprego, aumentos reais de salários todos os anos e aumento do registro em Carteira de Trabalho e com a economia interna muito mais aquecida que outros países do mundo no pós crise de 2008, com aumento de direitos e não redução. Aí o PSDB e o PIG perdem a 4ª eleição presidencial seguida e decidem cumprir a promessa de que a presidenta eleita não iria governar. ("Só para encher o saco do PT", o derrotado Aécio Neves lidera a destruição da economia e do País)

Agora o nosso País está sendo desmanchado por canalhas unidos nos três poderes, em conjunto com o 4º poder, a imprensa partidária (PIG). Não há institucionalidade a recorrer mais dentro da democracia burguesa, republicana. O povo e a classe trabalhadora vão ser re-transformados em escravos e semoventes.

Parar um instante e relembrar essa realidade transformada em menos de três anos nos dá uma tristeza profunda. Mas morrer ou desistir não é uma opção. Então, é lutar, e eu fui destacado para uma frente de batalha na luta de classes desde 2014. É nela que tenho colocado toda a minha vida, minha inteligência, minha saúde e minha paixão militante.


REGISTRAR A HISTÓRIA DA LUTA DE CLASSES É FUNDAMENTAL

Mesmo trabalhando de forma ininterrupta pela causa que defendo, a Cassi e os direitos dos trabalhadores associados que representamos, estou há três anos registrando tudo que estamos fazendo, que estamos encaminhando, as lutas que estamos empreendendo.

Faço isso em dois blogs, o Categoria Bancária, que transformei no espaço para falar da Cassi e das questões de saúde afetas a ela e para prestar contas do nosso trabalho, e o Refeitório Cultural, onde falo como cidadão, mas um cidadão engajado na cultura e nas dimensões humanas de nossa classe trabalhadora.

Temos muito pouco registro da história de lutas da classe trabalhadora. A maior parte é oral e muito se perde ao longo do tempo.

Eu tinha um projeto até 2013 de escrever dois livros sobre o movimento sindical bancário. Iria escrever um sobre as campanhas e lutas dos funcionários do Banco do Brasil após os anos dois mil. E iria escrever um sobre formação sindical. Eu iria registrar minhas memórias e pontos de vista como alguém de dentro dos bastidores das lutas entre 2002 e 2013 e o mesmo em relação à formação sindical bancária, como secretário de formação da Contraf-CUT durante seis anos.

Veio a nova missão como eleito em 2014 na Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil e os livros que faria ficaram na vontade.

Estou trabalhando para deixar de contribuição para nossas entidades de classe e para nossos trabalhadores da comunidade Banco do Brasil, minhas memórias e registros da caminhada que estamos empreendendo em defesa dos direitos em saúde dos funcionários do BB e na defesa da Caixa de Assistência e seu modelo assistencial.

Está dando um trabalhão, mas entendo que temos que fazer isso. A história da classe trabalhadora é a história de povos subjugados pelas classes dominantes. 

Com as ferramentas tecnológicas e de comunicação do século 21 está cada dia mais difícil para enfrentar os mesmos donos capitalistas detentores de todos os meios midiáticos. Há um totalitarismo nunca visto no domínio das comunicações. A tecnologia da informação poderia libertar o homem, mas está alienando cada dia mais nossos pares. Estamos em tempos de pós-verdade. Se a verdade factual não vencer a manipulação, ela pouco importa.

Enfim, estou documentando e registrando nossa passagem e nosso ponto de vista na luta em defesa dos direitos dos associados que representamos na autogestão Cassi, uma entidade que aprendi a amar e respeitar pelo que ela representa para a saúde de centenas de milhares de participantes ao longo de mais de setenta anos.

Abraços aos amig@s leitores,

William

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