segunda-feira, 10 de julho de 2017

Os miseráveis - Brasil pós Golpe avança para o século 19



(redação atualizada às 10h de 10/7/17)




Refeição Cultural

"Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis" (Prefácio de Os miseráveis, Victor Hugo, 1862)


Neste domingo, assistimos ao filme Os miseráveis (1978), uma adaptação inglesa com direção de Glenn Jordan. Minha edição do filme é de uma coleção da Folha "Ditabranda" de São Paulo. O livro-encarte que vem com o filme traz informações e avaliações bem interessantes (62 páginas). Vale a pena encontrar o material em algum sebo por aí.

Em 2016, havia assistido ao filme musical lançado em 2012 e também refleti muito a respeito do conteúdo da obra de Victor Hugo. Ler minhas reflexões AQUI.

Em 2015, comecei a ler este clássico de Victor Hugo, com duas mil páginas. Cheguei a ler 150 páginas (ler comentário AQUI), mas meu trabalho não me permitiu embalar na leitura, porque aquele ano foi de muita dedicação às causas da Cassi, e foi preciso imersão total numa luta nacional que ajudamos a organizar pela questão do déficit do Plano de Associados. Só de textos de nosso mandato, foram 208 postagens feitas no Blog Categoria Bancária.

Achei o filme muito bem feito. Também gostei do filme musical de 2012. Ainda vou retomar a obra de Victor Hugo e terminar os dois volumes.


OS MISERÁVEIS DO BRASIL

Neste momento em que escrevo, o nosso querido Brasil passa por um Golpe de Estado que tirou do poder uma presidenta eleita por 54,5 milhões de votos em 2014, Dilma Rousseff. Bandos de canalhas instalados no Congresso Nacional e em outros órgãos estatais e do poder destituíram uma mulher sem crime algum. O Golpe interrompeu os mandatos presidenciais do Partido dos Trabalhadores, que se iniciaram em 2003 com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao lembrar dos miseráveis, dos milhões, dos bilhões de miseráveis do mundo, miseráveis por causa da ganância de uns poucos capitalistas donos de tudo, miseráveis por causa de decisões políticas, por causa da injustiça dos poderosos e do Estado, miseráveis por falta de políticas públicas que interfiram na vida de toda uma coletividade e que deem oportunidades iguais para aqueles que sempre estiveram abandonados à própria sorte, sinto uma raiva profunda dos golpistas e de todos que apoiaram o Golpe. E sinto uma necessidade de lutar contra toda essa iniquidade instalada em meu País.

Os avanços dos governos do Partido dos Trabalhadores para a soberania do Brasil e para o conjunto do povo brasileiro após a eleição de Lula em 2002 marcaram a nossa história. O Brasil que volta ao mapa da fome após o Golpe foi o que mais havia distribuído renda no mundo nos anos dois mil. Os índices desgraçados de desemprego no pós Golpe substituíram o quase pleno emprego (e com direitos sociais e aumento real de salários em 13 anos seguidos). Agora os golpistas estão destruindo direitos históricos para o povo brasileiro voltar ao século 19, tempo da escravidão e do proletariado da venda de mão de obra por um pedaço de pão (que os milhões de Jean Valjeans precisam para viver).

Chegamos a um ponto do Golpe no Brasil onde não há alternativas ao povo brasileiro que não seja reconhecer que este mesmo povo foi enganado pelos donos dos meios de comunicação - empresários corruptos -, que foram enganados pelo partido que perdeu a eleição em 2014, o PSDB, e que precisam enfrentar o conjunto dos golpistas e seus apoiadores em todos os órgãos estatais onde eles se enfiaram.

Se o povo não tomar coragem, reagir e lutar pela derrubada deste Golpe e pela volta da democracia com reversão de todas as reformas e das doações lesa-pátrias já feitas pelos golpistas como, por exemplo, a Petrobras e o Pré-sal, de nada vai adiantar uma eleição direta se não forem desfeitas todas as merdas já aprovadas pelos golpistas sem-vergonhas.

É o que eu penso como cidadão que já dedicou mais de vinte anos às lutas sociais e da classe trabalhadora a qual pertence e representa.

William

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