segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Cem anos de solidão




Diários e reflexões - 291018

"O mundo terá acabado de se foder no dia que os homens viajarem de primeira classe e a literatura no vagão de carga" (Cem anos de solidão, G. G. Márquez)

Quando despertei nesta manhã de pesadelo, fiquei na cama pensando e buscando explicações de por que as coisas são como são. 

Fiquei pensando em que instante de minha vida meu destino se separou do restante da ampla maioria das pessoas de meu ambiente familiar. Por que motivo me salvei e fiquei do lado certo da história e não me transformei num pobre ou remediado ignorante apoiador do fascismo?

Eu tinha tudo para me transformar em mais um membro da classe trabalhadora imbecilizado. Não faltou em mim o ódio que cega, que tira a razão, que nos faz gado. Não faltou o medo, o medo que temos todos nós que não somos cínicos, amorais ou em menor caso, psicopatas. Não faltou a miséria, que nos desespera e nos exige a prioridade da sobrevivência à qualquer outra coisa. Eu poderia ter sido mais um deles ontem, como quase todos em minha família.

Fui até minha estante de livros e fiquei olhando para ela. Quantas histórias e estórias e conhecimento humano há ali! Já li um pouco daqueles livros, e ainda há muito por ler, se a vida me permitir.

Eu poderia ter sido mais um a ficar do lado errado da história ontem, caso eu não tivesse adentrado o mundo transformador e salvador da leitura das obras clássicas. Em especial das obras clássicas.

Os clássicos da literatura universal acabam virando clássicos e ficando ao longo de décadas e séculos em evidência porque têm algo que nos toca e transforma de maneira definitiva. A partir da leitura daquela obra, algo dentro de você vai ficar marcado como experiência, mesmo sem o leitor ter vivido aquela experiência, boa ou ruim.

A partir do acesso ao ensino superior formal, aos educadores intelectuais, mas também pelo acesso aos educadores e formadores do meu lado da classe trabalhadora, através de formação política, pude melhorar meu roteiro de leituras desde os vinte e poucos anos, porque as veredas e caminhos apresentados a mim fizeram toda a diferença em ser letrado e não ser imbecilizado, sair do analfabetismo funcional, não ser um analfabeto político como parte de nossa "classe média", este conceito pra lá de esquisito.

Acredito que ter me transformado em um leitor, mesmo com a vida me forçando a não sê-lo, por causa da prioridade da sobrevivência do pobre e remediado, deve ter sido um dos motivos de minha salvação em ter ficado do lado certo ontem e não ter optado pelo lado vencedor, lado contrário as liberdades, lado que promete calar e eliminar o que pensa diferente, lado de ultra direita e com ideais fascistas. Mas sei que não foram só as leituras que me salvaram, a criação de meus pais e outras sortes na vida também pesaram.

Com raras exceções, não me lembro de ter grandes leitores em meu ambiente familiar - de pobres e remediados -, familiares que venceram na vida com as oportunidades que o país, os deuses, os pais, tios, irmãos e primos lhes deram (eles acham que é só por meritocracia), e que foram vitoriosos ontem ao apoiarem a candidatura que escandalizou o mundo civilizado.

Espero que o destino do Brasil e do povo brasileiro não esteja traçado há séculos como foi o caso de Macondo, que viveu cem anos de solidão, como previsto pelo sábio Melquíades.

"O primeiro da estirpe está amarrado a uma árvore e o último está sendo comido pelas formigas".

Espero que o Brasil não termine como Macondo. Existem livros e filmes que passei anos com seus nomes martelando em meu cérebro desde a infância, nomes atiçando a nossa curiosidade. Este livro do colombiano García Márquez foi um deles. Esses cem anos de solidão se encaixam como uma luva para o que eu estou sentindo neste momento de minha vida e da vida de meu país. 

Que destino desgraçado o desse povo brasileiro miserável, ignorante e conciliador com a casa-grande que o devora como as formigas de Macondo!

Talvez eu tenha me salvado em estar do lado derrotado ontem, do lado certo da história, não só por ter tido a oportunidade de marcar em mim grandes passagens dos clássicos que já pude ler e me moldar um ser humano melhor, mas também pela oportunidade de conhecer o movimento social organizado, que me tirou o preconceito, os cabrestos da doutrina da casa-grande e os ódios vários que carregava em mim.

Espero que o nosso lado derrotado eleitoralmente mas vitorioso politicamente - o lado certo da história -, recomece hoje mantendo a unidade popular, intelectual e progressista que fez bonito na luta antifascista e que a educação política e libertadora seja um dos pilares da resistência.

Os clássicos da literatura mundial e as novas leituras científicas e sociais estão aí, disponíveis para libertar as pessoas da classe trabalhadora da ignorância, do ódio e do medo.

William

sábado, 27 de outubro de 2018

Eleições 2018 – Sociedade progressista vota Haddad pela democracia


Henfil

Pela democracia, pela tolerância à liberdade de opinião e contra o terror do totalitarismo e risco fascista, peço sua reflexão

Artigo de opinião


Olá prezad@ leitor(a), o momento que o Brasil vai viver no domingo 28/10 é definidor de nossas vidas por um longo período. A nossa vida e nossa liberdade nunca estiveram tão ameaças como agora. É por isso que artistas, intelectuais e diversas lideranças e simpatizantes de partidos não-petistas pedem voto em Haddad.

Votar contra a candidatura de cunho fascista, de ultradireita, não é fazer uma opção pelo PT nem ser petista. A sociedade civil acordou nos últimos dias para o risco de eleger um candidato que afirma que vai prender ou expurgar quem não o apoia. Isso é um horror! É a ditadura explícita. Se um filho nosso estiver na balada à noite e for pego por forças de repressão bolsonarista acontece o quê? Será eliminado? A tortura estará liberada?

Várias lideranças partidárias e sociais que não gostam do PT já fizeram a opção de votar em Haddad para defender a democracia e evitar que o Brasil se torne uma nova Alemanha nazista. Votam para evitar o mal maior, basta ver as declarações de artistas e intelectuais não-petistas, lideranças tucanas e de partidos de oposição ao PT. E não basta ser neutro, votar nulo ou branco e não votar. É preciso virar e votar Haddad.

Prezado(a) leitor(a), peço sua reflexão e o voto a favor da democracia e da liberdade em nosso país. Está claro para setores esclarecidos que votar contra Bolsonaro é evitar a barbárie que já está tomando conta do país, barbárie que atinge a nós todos e nossos filhos. Até universidades estão sendo invadidas por bolsonaristas para não permitir a liberdade de estudos e ciências. A violência e agressão contra pessoas já é de conhecimento público nas últimas semanas.

Com Haddad nós podemos ao menos seguir divergindo e debatendo o que cada um pensa. Haddad é a defesa de nossos bancos e empresas públicas. É a defesa da Educação. É o direito ao contraditório. Nos governos do PT não houve fechamento ou censura à imprensa. Não houve perseguição a ninguém, nem ameaça à vida de setores da sociedade.

Com Bolsonaro e família, será armar a população para nos matarmos por qualquer raiva que tivermos, sem contar que os trabalhadores policiais serão mortos pelas costas por armar a sociedade civil. Seremos um país com milícias, e todo mundo perde com isso. Nossos filhos e jovens principalmente. A família dele diz que vai fazer guerra contra a Venezuela: como assim? Matar nossos jovens à toa? Só para pagar compromissos bolsonaristas com as indústrias das armas e com os EUA?

Aliás, nunca na história, um candidato a presidência se escondeu dessa forma, mandando suas palavras de ordem por vídeo de dentro de algum porão e evitou debater em público para milhões de eleitores verem o debate de propostas para o país ao vivo. O que é isso!? Só por WhatsApp? E com milhões de mentiras financiadas por caixa 2 de empresários (denúncia de jornalista da Folha de São Paulo)? Um eventual presidente assim?

Peço sua reflexão e de seus entes queridos e vamos dar uma chance a democracia votando em Haddad. Votar 13 neste domingo não é ser petista. Já teremos um Congresso com mais de 300 parlamentares contra os trabalhadores (ruralistas, empresários, banqueiros etc). Será duro governar a favor do povo. Imagine então com todos do mesmo lado - Executivo e Legislativo -, sem o contraditório?

Se concorda com a reflexão que faço, por favor, compartilhe.

Abraços, William Mendes

Voto #Haddad13

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Eleições 2018 - Votar em Haddad é defender o BB, a Cassi e a Previ e os direitos dos trabalhadores




Artigo de opinião


Olá prezad@s colegas da comunidade Banco do Brasil, associados da ativa e aposentados da Cassi e Previ e colegas bancários, principalmente de bancos públicos.

Durante os anos em que estive representando vocês em mandatos eletivos e defendendo nossos direitos em saúde, previdência e direitos trabalhistas e sociais, tive a felicidade de manter um contato muito próximo aos trabalhadores, não deixei de estar nas bases ouvindo vocês, levando informações e acatando sugestões e críticas como deve ser a vida de um representante eleito.


Mantive uma prestação de contas dos mandatos de forma periódica também através do blog de trabalho, o Categoria Bancária, e criamos entre nós - o representante e as lideranças dos bancários da ativa e aposentados - um hábito de escrever textos de fomento, com conteúdo técnico e político sobre as questões do mundo do trabalho, da saúde e previdência. Sei que não são textos pequenos, mas de subsídio e tivemos mais de mil colegas que nos acompanharam nas jornadas de lutas.

O povo brasileiro vai decidir no próximo domingo 28 de outubro, o destino do país e do povo trabalhador (nós), aquele povo que necessita da atuação do Estado para as questões básicas de cidadania como os direitos sociais - exemplo: os direitos trabalhistas; os direitos civis, políticos e humanos - como a liberdade de expressão e de se organizar - também são essenciais para que nós trabalhadores possamos sequer nos organizar e lutar por uma vida melhor, através de nossas entidades representativas e associativas como faz a comunidade BB há mais de dois séculos.

O texto que apresento abaixo foi feito por alguns de nós, lideranças dos bancários do BB, que dedicamos toda a nossa vida a defender os direitos dos funcionários do Banco.

PEÇO PARA AS LIDERANÇAS com quem estivemos nos últimos anos, que leiam e dialoguem com os colegas que estão indecisos e que pretendem votar no candidato da ameaça à nossa existência enquanto comunidade de banco público, enquanto cidadãos politizados que têm na defesa de suas opiniões a prática cotidiana, num ambiente democrático e não tirânico e de opressão ao que pensa diferente.

Mostramos abaixo como os governos democráticos do Partido dos Trabalhadores e com olhar voltado para o povo trabalhador foi benéfico para o Banco do Brasil e para o conjunto das pessoas da comunidade BB. Basta ver a ampliação de funcionários na ativa (tabela), cresce o emprego no BB e os benefícios se estendem para todos os demais direitos nossos. O aumento da remuneração é 50% maior que a inflação nos governos do PT (reajuste 185%, inflação 132%). Isso tudo, independente das críticas que todos nós temos aos erros dos governos do PT nos anos dois mil.

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Imaginem vocês que o candidato da intolerância ameaça combater até associativismo! A base de tudo que construímos na comunidade Banco do Brasil é baseada em cooperação e associativismo, TUDO! Lutarmos juntos para defendermos nossos direitos foi o que nos fez ser uma comunidade com 200 anos de história de lutas e conquistas! Isso está em risco.
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Votar em Haddad no dia 28 de outubro não é votar no partido que ele representa, é votar no direito de continuarmos com a prática de mantermos nossas opiniões e debatermos divergências num ambiente de democracia.

Compartilhem e conversem com colegas, amigos e familiares. Nestas eleições, cada voto que virarmos, pode significar mais alguns a favor de Haddad, pois as famílias e grupos têm votado assim.

Vamos dar uma chance para a democracia!

William Mendes
Bancário do Banco do Brasil desde 1992

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Vote para valorizar o BB e seus funcionários

No segundo turno da eleição presidencial temos candidatos com programas bem marcados e bem distintos.

De um lado temos Fernando Haddad, que vai investir nos bancos públicos e valorizar seus funcionários. É contra a privatização e a reforma da previdência, pretende revogar a reforma trabalhista e a emenda que congelou os gastos sociais por vinte anos.

De outro, o candidato da intolerância e sua equipe de economistas ultraconservadores defendem a privatização das estatais e querem entregar o comando do BB aos banqueiros, desprezando o corpo de funcionários que levou o BB a ser referência mundial de banco público. Votaram a favor da reforma trabalhista e querem cortar outros direitos como o 13º salário. São favoráveis ao congelamento de gastos sociais e à privatização da previdência social.

Quem for eleito terá de tomar medidas para reativar a economia e combater o desemprego, melhorar os serviços públicos, voltar a investir em infraestrutura e moradia, reverter os ataques aos direitos trabalhistas, investir em educação. Precisa baixar as taxas de juros e o spread bancário para financiar empresas, agricultura e pessoas com crédito mais barato.

O BB e os bancos públicos são imprescindíveis para incentivar a atividade econômica e reativar centenas de milhares de empreendimentos que foram fechados nos últimos três anos.

O Brasil venceu a recessão provocada pela crise mundial de 2008 com as operações de crédito feitas pelos bancos públicos. A economia cresceu forte e o Brasil chegou em 2014 ao mais baixo nível de desemprego da História (4,9%). Neste período o BB contratou funcionários e conseguimos conquistar ganhos reais de salários, aumentar a PLR e incorporar novos benefícios.

Esta experiência pode ser repetida. O Brasil pode voltar a crescer e para isso é preciso valorizar os bancos públicos e seus funcionários.

A escolha é sua. É o seu futuro que está em jogo.


Haddad promete valorizar o BB e bancos públicos

Haddad registra, em seu programa de Governo, que vai suspender o programa de privatização, revitalizar os bancos públicos, aumentar as operações de crédito com juros acessíveis à população, revitalizar a indústria e a agroindústria no campo, financiar o desenvolvimento nacional e regional, financiar obras de infraestrutura, moradia e agricultura. O Banco do Brasil e os demais bancos públicos federais assumirão um papel relevante na retomada do desenvolvimento.

O fortalecimento dos bancos públicos é fundamental para a economia do país e para seus funcionários. Quando a economia cresce incentivada pelo BB e seus congêneres, o nível de emprego aumenta e os funcionários conseguem conquistar novos direitos, melhorar a PLR e os reajustes salariais.

Veja, nas tabelas, a relação direta entre o crescimento do Banco, o número de funcionários e os reajustes salariais desde 1994.



Reajuste x inflação
1995/2002
2002/2015
2015/2017
Reajuste salarial
8,9%
185,3%
16,5%
INPC IBGE
62,8%
132,3%
16,9%



1994
2002
2014
2017
Funcionários BB
119.380
78.619
111.664
99.161
Ativos totais BB
357
502
1.740
1.367
Operações crédito BB
164
120
799
595
Valores expressos em R$ milhões, atualizados para dez.2017


Os números não deixam dúvida. De 1995 a 2002, no governo FHC, o BB encolheu, os salários ficaram congelados e foram cortados mais de 40 mil funcionários. Nos governos Lula e Dilma (2003/2015) o BB cresceu, os salários tiveram ganho real e foram contratados 32 mil funcionários. No governo Temer o BB cortou 12 mil postos de trabalho e os salários voltaram a sofrer reajustes abaixo da inflação.

Nos períodos de crescimento econômico os funcionários e sindicatos conquistam reajustes superiores à inflação. É preciso retomar a fase de crescimento do Banco interrompida em 2016. Para melhorar o nível de emprego e conseguir aumentos acima da inflação, precisamos eleger um governo que valorize o BB e seus funcionários.


Homem forte do candidato da intolerância quer privatizar tudo. Até o BB

O economista Paulo Guedes, o “Posto Ipiranga” do candidato da intolerância para a economia, vem afirmando à imprensa que vai privatizar todas as empresas estatais. Inclusive o Banco do Brasil. O candidato fala que não é bem assim, mas seu homem forte confirma em nova declaração.

O banqueiro Paulo Guedes diz que o dinheiro será usado para reduzir a dívida pública. Com a mesma desculpa, FHC vendeu dezenas de empresas a preço de liquidação, a dívida pública explodiu e a população paga mais caro pelos serviços que as empresas privatizadas prestam.

A imprensa anunciou depois do segundo turno que a equipe do candidato pretende nomear um executivo do Bank of America para presidente do BB. Seu objetivo será preparar a privatização, esvaziar as atividades, abrir mão de mercado, fatiar o Banco para vender seus ativos, desvalorizar e demitir funcionários e executivos, transferir a carteira de clientes para os concorrentes.

Vender um grande banco como o BB é abrir mão de um poderoso instrumento de política de crédito. Países como a Coréia do Sul, Alemanha e França sempre se valeram de bancos públicos para incrementar a atividade econômica. Privatizar banco público é comprometer o desenvolvimento.

A privatização acaba com o financiamento do BB à agricultura familiar, responsável por produzir 70% dos alimentos consumidos no Brasil, com reflexo a toda a população que pagará mais caro pela sua comida.


Veja o que aconteceu com os funcionários de bancos privatizados

Em 2008 o Banco do Brasil incorporou três bancos públicos – BESC, Nossa Caixa e BEP. Ninguém foi demitido e as agências foram mantidas. Mas isso é exceção! Porque quem adquiriu foi o BB nos governos do PT.

Na década de 1990, vários bancos foram privatizados e a consequência para os funcionários foi trágica. Lembremos alguns casos.

Em 1998 o BEMGE, de Minas Gerais, foi privatizado para o Itaú. Na véspera da privatização tinha 11.700 funcionários. 5.000 foram demitidos nos meses seguintes.

No ano de 2000 o Banespa foi privatizado para o Santander. Em 2001 foram demitidos 8 mil dos 22 mil funcionários. Os salários foram congelados até 2005. O fundo de pensão Banesprev ficou deficitário e os participantes estão tendo de cobrir déficit atrás de déficit. Os novos funcionários foram jogados em um VGBL com contribuições patronais e benefícios reduzidos.

Todas as estatais privatizadas demitiram em massa, cortaram direitos e salários, terceirizaram. Os cortes muitas vezes começaram pelos salários e cargos mais altos, por aqueles que se julgavam imprescindíveis para a empresa. O comprador sempre quer reduzir a folha de pagamento e cortar as principais cabeças para poder mudar a cultura corporativa.


Vote contra a reforma e privatização da Previdência

O candidato da intolerância, seu guru econômico e seus apoiadores eleitos para o Congresso Nacional anunciaram que farão a Reforma da Previdência a partir de 1º de janeiro de 2019, se ganharem as eleições. A proposta é obrigar os trabalhadores a aplicar em planos de previdência privados e individuais. Prometem reduzir contribuições sobre a folha de pagamento, para beneficiar os patrões.

Estas medidas já foram implantadas em vários países da América Latina, como Chile, Colômbia, Peru, México e outros. Neles, somente o trabalhador contribui para formar uma poupança individual em planos de previdência privada. Não há contribuição patronal obrigatória. Os planos são administrados por bancos privados que cobram taxas de administração extorsivas.

O resultado é catastrófico para os trabalhadores. A maioria dos idosos fica sem aposentadoria. Ou trabalham até o fim da vida ou dependem da ajuda de familiares para sobreviver.

No Chile, 50% dos trabalhadores não têm dinheiro para contribuir para os planos privados e ficam sem aposentadoria. 90% daqueles que contribuem têm benefícios inferiores a 2/3 do salário mínimo de lá. A situação social é tão grave que o suicídio entre idosos tem aumentado assustadoramente e o Governo foi obrigado a criar um benefício mínimo de assistência social.

Na Colômbia 65% dos trabalhadores idosos não têm aposentadoria. No México, somente 23% dos idosos conseguem se aposentar.

O Brasil não privatizou a Previdência Social e por isso tem a cobertura previdenciária mais ampla de toda a América Latina. 90% dos idosos recebem algum benefício da seguridade social.

A privatização da previdência só interessa aos banqueiros, que arrecadam rios de dinheiro cobrando elevadas taxas de administração sobre a minguada poupança dos velhinhos.


Votem a favor dos direitos do povo e dos trabalhadores, convençam duas ou três pessoas, votem #Haddad13 

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

O dia dos professores mais ameaçado da história do Brasil


Banner da Apeoesp.

Diário e reflexões - 151018

Hoje é dia 15 de outubro, o Dia dos Professores.

Eu relutei o dia inteiro para escrever porque estou triste, estou com um sentimento ruim em minhas emoções por causa da ameaça que o nosso futuro enfrenta nestas eleições brasileiras após mais de uma década de ataques à política e à democracia por parte da elite vira-lata da secular casa-grande desta ex-colônia, elite que nunca aceitou perder as eleições a partir de 2003 para o Partido dos Trabalhadores.

As pessoas que são um pouco mais politizadas, parcela pequenina do povo brasileiro, viram ano após ano, desde a eleição de Lula, o sistema Globo e demais empresários da comunicação monopolizada no país criminalizar a política e a inclusão do pobre no orçamento público, disputando uma pequena parte do PIB com os bilhões distribuídos aos rentistas desse 1% de privilegiados (860 mil pessoas, segundo matéria recente de CartaCapital).

Antes de dar meus parabéns aos abnegados e resilientes professores e professoras pela heroica resistência em manter viva a nobre profissão, preciso registrar que o efeito do golpe organizado por tanto tempo pela casa-grande para interromper os governos democráticos e populares do Partido dos Trabalhadores, mandatos eleitos legitimamente pelo voto universal do povo brasileiro, o efeito será o fim da democracia, das instituições do Estado, das liberdades individuais e coletivas, dos direitos sociais em geral e da educação em especial.

Se permanecer a intenção do povo brasileiro em eleger em 2º turno o candidato nazifascista e os militares com ele, teremos o fim da liberdade de expressão, o fim do sagrado direito de aprender formalmente nas escolas, com professores presentes, e desde a infância até a formação superior. Teremos com isso, o fim da única oportunidade de se alimentar de milhões de crianças deste nosso país miserável. A novidade será a educação à distância, em casa.

Teremos uma coisa mentirosa (fake) chamada "escola sem partido" ideologizada para rever a história e dizer que o golpe civil-militar foi "movimento" em 1964. Que não poderá ensinar história e filosofia, mas que deverá obedecer às ordens da caserna. Teremos um presidente com os torturadores do passado com autorização para torturar aqueles que pensam diferente ou trazem consigo aquela mania que o ser humano tem de divergir do que lhe impõem goela abaixo, seja uma pessoa ou o Estado.

Desde o nazismo e o fascismo que levaram o mundo às grandes guerras e à morte de dezenas de milhões de seres humanos, a ameaça fascista bateu à porta de vários países, inclusive os maiores e mais desenvolvidos, mas nunca uma população elegeu com mais de 50% um candidato e um programa nazifascista. O Brasil seria o 1º a fazer isso desde a ascensão do nazismo nos anos 30. Que povo faria isso? O mundo inteiro está se perguntando.

Autorizar esse candidato mentiroso, que não se expõe a debates para continuar com sua rede do submundo das fake news em rede social, a ser o governante para terminar o que Temer não terminou de destruir dos direitos do povo e do patrimônio brasileiro será algo sem volta, não será possível reverter depois. Uma coisa são as diferenças programáticas entre petistas e tucanos, entre sociais-democratas e comunistas, Estado mínimo ou atuante na economia etc. Outra coisa é um regime autoritário, com base fundamentalista em determinada religião, mentiroso por natureza e contra os trabalhadores, além de lambe-botas do império americano. É ruim pra todos!

Temos 13 dias para conversar com os brasileiros e pedir a cada pessoa que pretende votar no nazifascismo que mude de opinião, e que dê uma chance ao nosso futuro, aos direitos do povo trabalhador, que nos permita continuar tendo professores, educação, liberdade, emprego com dignidade e direitos, aposentadoria ao final de uma vida de trabalho.

Parabéns aos professores e professoras que são as maiores esperanças de mudar o mundo para melhor, em paz, e sem violência e guerras através das armas e do ódio. Parabéns para a minha companheira que é professora e dedicou a vida toda a educar as crianças para construírem um mundo melhor, mais justo e solidário, com respeito aos outros.

Parabéns professores do Brasil.

William

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Brasil pode ter regime nazifascista após golpe na democracia



Livro sobre linguagem do nazismo e documentário
sobre o apoio de empresários ao regime militar
no Brasil alertam para o risco atual.

Diário e reflexões - 111018

Hoje é quinta-feira, 11 de outubro. No último domingo, o povo brasileiro foi às urnas para participar de uma eleição fake, de mentira, mas que está valendo para definir a vida de cada um de nós, o povo brasileiro. O candidato que ganharia as eleições no 1º turno, o ex-presidente Lula, é um preso político e está numa masmorra, condenado sem provas e incomunicável com o povo brasileiro. Qualquer preso fala à imprensa, estuprador, assassino, traficante, qualquer um, menos o cidadão Lula.

Se o Brasil estivesse vivendo um período de normalidade democrática, não teríamos interrompido o mandato da presidenta Dilma Rousseff*, eleita em 2014 com 54,5 milhões de votos. O candidato da oposição e da casa-grande ("mercado"), Aécio Neves, não aceitou a decisão do povo nas urnas e resolveu questionar o resultado só "para encher o saco do PT". A consequência foi jogar o país na maior crise de sua história.

Com o impedimento da presidenta eleita, também sem crime algum, assumiu o poder o vice-presidente Michel Temer, através de um golpe de Estado jurídico-parlamentar (lawfare) que contou com a participação dos partidos de oposição, empresários dos meios de comunicação, setores dos três poderes do Estado e apoio dos Estados Unidos. A agenda ultraliberal, derrotada quatro vezes nas urnas, passou a ser implantada no país.

O medo e a raiva, o ódio e a desesperança tomaram conta de meus conterrâneos, o povo brasileiro e trabalhador, ao sentir as consequências de se destruir a economia, as empresas nacionais, os direitos sociais, como os empregos formais e direitos trabalhistas, e o congelamento por vinte anos dos investimentos em saúde, educação e segurança, além da entrega do patrimônio nacional como o Pré-sal, Embraer, a base de Alcântara e mais retiradas de direitos na fila de espera, como a venda da Petrobras, da Eletrobras, dos bancos públicos, e o fim da aposentadoria, do 13º salário e das férias. Para completar, o povo morre nas ruas pela violência e insegurança.

RECEITA PARA O FASCISMO - Esse caos é a receita histórica para a implantação de regimes fascistas e totalitários, jogando o povo contra a política e a democracia, contra a cultura de paz e solidariedade, como a história já nos mostrou entre os anos 20 e 40 do século passado, regimes que levaram a duas grandes guerras e a morte de 100 milhões de pessoas. 

A estratégia dos donos verdadeiros do poder, do dinheiro e de todos os meios de produção, foi fazer uma guerra de mentiras (fake news) contra um alvo escolhido como inimigo comum e culpado por todos os males. Esse processo começou no Brasil desde a primeira vitória do Partido dos Trabalhadores, com Lula em 2003.

Os articuladores do processo de caos no Brasil não colheram os frutos que esperavam colher com o sucesso do ódio implantado ao inimigo comum, no nosso caso os escolhidos pela casa-grande como alvo foram Lula, o Partido dos Trabalhadores e a esquerda. A estratégia dos golpistas não deu certo. O povo não escolheu o PSDB para substituir o PT. É evidente que copiar os métodos de Goebbels não traria como consequência aderência à social-democracia. O método do grande pensador da linguagem nazista só poderia dar em envenenamento do povo e cultura para o ódio e a simplicidade fascista.

Quando se abre a Caixa de Pandora e se libera todos os males e demônios, não se prevê como vai terminar o caos. O partido de Aécio Neves afundou junto com o caos, e no lugar da destruição da política e do país surgiu o candidato nazifascista que obteve quase 50 milhões de votos no primeiro turno das eleições. A bancada parlamentar eleita também no domingo é muito pior para o povo em relação à de 2014, que aprovou tudo quanto foi reforma contra nós. Uma ampla maioria é contra o povo e a favor de ampliar a agenda reformista de Temer. Já será o caos em 2019 mesmo se o nazifascista não ganhar a presidência.

Eu falei e escrevi na última década que era possível acontecer o que está acontecendo. A quebra da institucionalidade e da civilidade, da cultura da paz e a volta de regimes de exceção e com riscos de barbárie. As famílias e amigos não se conversam mais. Os preconceitos saíram do armário. A intolerância e a violência grassam pelas ruas do país. Já assassinaram pessoas por votarem no candidato Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores. Dezenas de casos de agressões e violências foram registrados em menos de uma semana a pessoas identificadas por agressores bolsonaristas como sendo simpatizantes ou militantes de esquerda, de causas sociais ou de minorias.

Estamos numa encruzilhada da história. A forma como o processo de destruição da democracia e da política se deu no Brasil, para desconstruir o Partido dos Trabalhadores, suas lideranças e o projeto de inclusão social de dezenas de milhões de pessoas no orçamento do Estado (mesmo sem ruptura alguma e com os ricos continuando a ganhar rios de dinheiro) fez com que neste momento de ódio e intolerância seja difícil dialogar com as pessoas envenenadas por um sistema internacional de fake news (mentiras e difamações) operado no submundo das redes sociais de WhatsApp (além das merdas na deep web). 

E para complicar mais a luta dos democratas, o mesmo ódio contra o PT faz com que todos os outros campos se declarem "neutros", o que é uma estratégia de lavar as mãos e permitir a vitória da outra candidatura. É muito triste ver figuras de peso do sistema democrático brasileiro não entrarem de cabeça na luta contra a vitória e implantação de um regime que vai calar os divergentes, que defende tortura, que defende aprofundar as reformas contra o povo, entregar o resto do patrimônio do país, e toda sua campanha ser baseada em mentir e enganar.

É muito difícil ver familiares queridos, com os quais convivemos décadas e os mais jovens vimos nascer, apoiarem abertamente o candidato nazifascista e ainda fazerem chacota de quem defende os princípios do campo democrático - solidariedade, direitos sociais, inclusão das minorias, respeito às diferenças com tolerância etc. 

Mas o momento não é sequer de entristecer de forma paralisante. Nossa missão é lutar pela vitória do campo democrático e popular, representado no dia 28 de outubro pelo professor universitário Fernando Haddad.

Neste momento Haddad não é o Partido dos Trabalhadores, é uma chance de liberdade para lutar contra o que vem por aí a partir da pior bancada do Congresso Nacional em décadas de regime republicano. Haddad é uma chance de lutar pelos direitos populares.

Foi um desabafo, mas peço com humildade que vocês que me leem não votem com ódio a favor do nazifascismo. Por favor, conversem com seus pares a respeito do que apresentei acima.

William

*Post Scriptum: Após 6 anos e 21 dias da armação do impeachment (sem crime algum), o MPF arquivou o processo fraudulento das "pedaladas fiscais", invenção usada para cassar o mandato da presidenta Dilma Rousseff em 31 agosto de 2016. O golpe foi para destruir o Brasil e os direitos do povo brasileiro. Vieram em seguida o traidor Temer e o inominável das milícias cariocas e a destruição de tudo...

https://twitter.com/Blog_do_William

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Eleições 2018 - A defesa do Banco do Brasil e das empresas públicas



Olá prezad@s colegas do Banco do Brasil e amig@s da comunidade BB.

Defender a existência e o fortalecimento do Banco do Brasil é um ato de cidadania que pratico desde meus vinte anos, junto com meus colegas bancários. Além de ser a empresa onde trabalho, é onde passei a maior parte de minha vida e onde aprendi política, através do movimento dos bancários na luta por condições dignas de trabalho e direitos trabalhistas.

O Brasil viverá nestas três semanas de segundo turno nas eleições presidenciais, um dos períodos mais importantes de sua história, olhando o passado, o presente e o futuro. Acredito que todo cidadão e cidadã devam se posicionar no dia 28 de outubro a respeito dos dois projetos que estão colocados para escolha do nosso futuro. 

Ao longo de minha vida de representante eleito pelos colegas bancários tive uma atuação muito focada em defender sobretudo os interesses daqueles que representava, os trabalhadores bancários. 

É evidente que ampliei meu horizonte de compreensão de mundo ao entrar no movimento sindical, porque passei a ver os problemas de meus colegas bancários como luta de classes, e com isso me tornei uma pessoa melhor, conseguindo enxergar além de meu próprio universo diário.

Fiz muitos amig@s e companheir@s ao longo dessas décadas de lutas bancárias. Participei ativamente da construção de nossa história e de nossos direitos desde os anos noventa. Direitos trabalhistas, políticos, sociais, corporativos dos bancários e do Banco do Brasil, direitos humanos etc. Convivi de forma fraterna e solidária com todos os segmentos políticos e linhas de pensamento nesta jornada, tanto da ativa quanto dos aposentados.

O momento político, de definições e de escolha democrática sobre o futuro, nos convoca como cidadãos a compartilhar o que temos de conhecimento e experiência de vida a partir de onde estamos, ou seja, no meu caso um bancário brasileiro de banco público que viu a categoria sofrer transformações em suas características e em seus direitos ao longo dos últimos 30 anos. Pretendo falar um pouco sobre isso para a comunidade em que vivo, a comunidade Banco do Brasil.

O Banco do Brasil e os demais bancos públicos têm um papel central na vida do país e na retomada do crescimento econômico. Mas, antes de tudo, será preciso lutar para que ele siga existindo fortalecido para poder ajudar o país e o povo brasileiro, pois uma das candidaturas é a representação da continuidade do golpe de 2016, que destruiu direitos e promete por fim às empresas públicas, privatizar e reduzir o Estado a pó. Nesta tragédia anunciada não sobraria nem o emprego dos colegas, nem as caixas de saúde e previdência, Cassi e Previ.

Após escrever com regularidade durante meus mandatos, perdi um pouco o jeito nos últimos meses sem escrever, mas não perdi a gana em defender o que acredito, a democracia, nosso maior banco público e os direitos dos colegas da ativa e aposentados. 

Espero contribuir com informações que acumulei nesta história coletiva de lutas para a reflexão de nossos colegas da comunidade Banco do Brasil, grupo social bastante qualificado.

Abraços,

William Mendes


Post Scriptum:

Pessoal, meu Twitter está aqui para aquel@s que quiserem nos seguir.

https://twitter.com/Blog_do_William

sábado, 6 de outubro de 2018

Será o Brasil o berço do nazifascismo do século 21?


(Símbolo da Paz)
Precisamos de paz e amor, não ódio

Diário e reflexões - 061018

Hoje é sábado, 6 de outubro e véspera das eleições no Brasil, país que está sob golpe desde 2016 e que de lá para cá regrediu drasticamente em todos os sentidos e dimensões da vida em sociedade.

Ao analisar o cenário e o contexto em que se dão as eleições, ficamos apreensivos e alertas como diz o refrão da música "Forever Young", de Alphaville: "hoping for the best, but expecting the worst" (torcendo pelo melhor, mas esperando pelo pior).

O golpe perpetrado no Brasil em 2016 ocorreu com um forte componente de disputa de hegemonia internacional de poder, onde o Pré-sal e demais riquezas econômicas do país tiveram grande importância. Também foi engrenagem na etapa atual de reorganização do capitalismo financeiro contra Estados com governos progressistas e nacionalistas, menos pela relevância econômica do Brasil e mais pela repercussão em uma centena de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Se o golpe tiver sucesso no Brasil, terá nos países menores do mundo.

Internamente, o golpe empreendeu etapas que permitissem à casa-grande voltar ao poder, após os mandatos dos tucanos até 2002, período de 500 anos interrompido pelos mandatos do PT. Golpe perpetrado com o uso das ferramentas modernas de manipulação de massas, com métodos do nazista Goebbels para implantar o ódio e a intolerância contra um segmento social (o PT) e com o alinhamento das instituições estatais (executivo, legislativo e judiciário) para frear a inclusão do povo no orçamento do Estado, voltando a elite com seus lacaios ao domínio total do país após 2016, e impondo o silêncio dos cemitérios aos 200 milhões de brasileiros miseráveis e remediados.

Como cidadão com consciência política e com noções de civilidade, vou comparecer às urnas no domingo e votar nos candidatos do Partido dos Trabalhadores, de ponta a ponta. É o partido e os programas que me representam e me defendem como classe trabalhadora desde que tirei meu título de eleitor, há mais de 30 anos.

Peço aos meus amig@s e conhecidos, e leitores do blog, que votem em candidatos progressistas, do povo, de esquerda, e com história de defesa dos trabalhadores, que nunca votaram nas reformas que destruíram o país neste período de golpe que estamos vivendo.

É assustador o Brasil correr o risco real neste mês de outubro de colocar pelo voto um nazifascista no comando do país. A Alemanha fez isso em 1933 e o mundo teve que se unir contra o nazismo durante anos para derrotar em 1945 Hitler, Mussolini e a ameaça do mundo todo ser derrotado por esse regime de ódio, extermínio, intolerância. A ascensão de Hitler (que levou o mundo à 2ª Guerra Mundial) gerou a morte de mais de 50 milhões de seres humanos e o mundo criou sistemas internacionais para evitar a volta do ódio como regime de Estado e de relações sociais.

O que posso fazer apenas como cidadão, um ser humano desta comunidade humana chamada Brasil, para evitar essa tragédia? Posso pedir que vocês não votem no nazifascismo e não apoiem candidatos nazifascistas.

Eu me desmancho de tristeza por dentro ao ver quase todos os meus familiares paulistas declarando voto no candidato nazifascista e ao ver colegas bancários e conhecidos do bairro dizerem que vão votar no nazifascista. Um terço do povo brasileiro está declarando voto em alguém que defende que se deve torturar e matar pessoas que pensam diferente, que mulheres e negros valem menos que homens brancos, que se deve castrar pessoas, fuzilar petistas, estuprar mulheres (se elas "merecerem").

Que fazer com relação a isso? São pessoas que conheço há décadas. Como podem regredir tanto na única existência que têm?

Nós temos que vencer esse risco nestas eleições. E será muito difícil cada etapa. Esse domingo dia 7 é a primeira etapa. Depois o segundo turno no domingo 28. Depois teremos que vencer as instituições estatais que se aliaram ao golpe e que vão tentar evitar a posse de um eventual governo progressista do Partido dos Trabalhadores (o mais bem posicionado nas pesquisas para o 2º turno). E depois lutar pela revisão das reformas que prejudicaram o povo brasileiro para favorecer a casta golpista e privilegiada do 1%. Será uma luta permanente a partir de agora.

Nem deprimir podemos, amig@s! Temos muita luta cidadã pela frente.

Vamos tentar eleger centenas de parlamentares do PT e do PCdoB neste domingo. Parlamentares do PSOL, do PDT, do PSB, PCO e PSTU. Eu tenho críticas a vários desses partidos, mas são partidos e representantes que defendem direitos trabalhistas, direitos civis, direitos políticos, direitos humanos, direitos sociais, o povo que mais precisa do Estado.

Abraços e reflitam com seus amigos e familiares. Não podemos deixar o Brasil ser o berço do nazifascismo do século 21, assim como fizeram os alemães no século 20 e se arrependeram muito e se envergonham até hoje por isso.

William

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Semânticas em transição



Diário e reflexões - 031018

Hoje é dia 3 de outubro de 2018. Estamos na reta final das eleições brasileiras, que acontecem no domingo dia 7. A tendência é que o processo eleitoral ocorra, se não houver nenhum golpe de última hora. 

Gostando ou não dele, pois para mim eleições sem Lula é fraude, e independente de comparecerem às urnas algumas pessoas ou dezenas de milhões delas, a apuração vai definir o próximo presidente do país (ou duas candidaturas para segundo turno), governadores, senadores e deputados federais e estaduais, além dos distritais.

Havia parado de registrar reflexões na forma de diário aqui no blog desde que deixei de ser pessoa pública, representante eleito por trabalhadores. Ainda não defini meu papel social para as próximas etapas da existência. Estou reorganizando a vida e avaliando como posso ser útil para a sociedade e para as pessoas, encontrando em alguma tarefa social e coletiva a satisfação pessoal e a felicidade.

Tenho lido algumas autobiografias, livros de memórias e diários de personagens reais ou fictícios. Estou lendo o livro de José Dirceu e do roqueiro Bruce Springsteen. 

Estou relendo as memórias do falecido "coxinha" inútil Brás Cubas (Machado de Assis) e, por fim, a releitura mais necessária: estou relendo Victor Klemperer, o filólogo judeu alemão e suas anotações e análises sobre a linguagem nazista do Terceiro Reich e a transição semântica pela qual ela passou entre 1933 e 1945. É um dos livros mais importantes do mundo para o que estamos vivendo no Brasil: a ascensão de um nazifascismo tupiniquim e suas consequências.

Quando eu li o livro pela primeira vez, após as eleições brasileiras de 2010, comecei a perceber nitidamente a construção da semântica adotada pelas oposições aos governos do Partido dos Trabalhadores e sua maior liderança, Luiz Inácio Lula da Silva. 

A arquitetura metodológica adotada pelos donos dos meios de comunicação após a vitória do PT e Lula (2002), método de ataque liderado pelas Organizações Globo, não foge em nada ao método de comunicação e manipulação de massas adotado por Goebbels e Adolf Hitler, após a ascensão do nazismo em 1933. É impressionante a semelhança!

Apesar da tristeza n'alma ao ver colegas bancários, pessoas queridas e familiares apoiando o candidato nazifascista, que tem quase um terço das declarações de intenção de voto nestas eleições, é fácil compreender o porquê após ler o livro de Victor Klemperer.

Houve uma construção lógica e racional, cumprindo todas as etapas que o nazismo cumpriu para transformar o povo de maior cultura da Europa em uma massa manuseada pelo nazismo com ódio aos judeus, aos comunistas, aos diferentes de si mesmos. 

Eu não fico nem um pouco surpreso com o ódio irracional e patológico contra Lula e o Partido dos Trabalhadores na atualidade, tendo lido Victor Klemperer. O ódio como método e a escolha do PT como inimigo comum foi desenvolvido desde 2003. 

Assim como nós temos familiares e amigos apoiando a candidatura fascista que apoia a tortura, que incentiva o estupro, a violência, o racismo e intolerâncias várias, e que votou em todas as reformas contra os trabalhadores e pelo desfazimento do patrimônio nacional, juntamente com os golpistas após 2016, o professor judeu Victor Klemperer viu seu filho adotivo aderir ao nazismo após um período sob as técnicas de linguagem da LTI. 

"A língua conduz o meu sentimento, dirige a minha mente, de forma tão mais natural quanto mais inconscientemente eu me entregar a ela. O que acontece se a língua culta tiver sido constituída ou for portadora de elementos venenosos?" (Klemperer)

É isso. Já escrevi mais do que queria por hoje.

Abraços aos amig@s leitores. Vamos atuar para vencer o fascismo enquanto é tempo.

William