segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Sócrates, Jesus, Lula, condenados por fake news




"Mais sábio do que esse homem eu sou; é bem provável que nenhum de nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouquinho mais sábio que ele justamente em não supor que saiba o que não sei" (In: Apologia de Sócrates, 480-399 a.C.)


Condenação por "fatos indeterminados"

"O que me condenará, se eu for condenado, não é Meleto, nem Ânito (acusadores), mas a calúnia e o rancor de tanta gente; é o que arruinou muitos outros homens de bem e ainda os há de arruinar, pois não é de esperar que pare em mim."

Nos séculos seguintes a Sócrates, vieram várias outras vítimas de mentiras, fake news e intolerâncias do status quo por enfrentarem o sistema de dominação social: Jesus, Gandhi, Mandela, Lula...


Sócrates não se humilha perante juízes, só informa os fatos

"À parte a questão da honra, senhores, não me parece justo pedir e obter dos juízes a absolvição, em vez de informá-los. O juiz não toma assento para dispensar o favor da justiça, mas para julgar segundo as leis. Nós não vos devemos habituar ao perjúrio, nem vós deveis contrair esse vício; seria impiedade nossa e vossa."

Ele confiava no sistema judiciário, assim como fez nosso ex-presidente Lula, encarcerado numa masmorra sem provas, sem crimes. Erro fatal! Nos dois casos.


Aos que o condenaram injustamente

"Não se tenha por difícil escapar à morte, porque muito mais difícil é escapar à maldade; ela corre mais ligeira que a morte. Neste momento, fomos apanhados, eu, que sou um velho vagaroso, pela mais lenta das duas, e os meus acusadores, ágeis e velozes, pela mais ligeira, a malvadez. Agora, vamos partir; eu, condenado por vós à morte; eles, condenados pela verdade a seu pecado e a seu crime. Eu aceito a pena imposta; eles igualmente. Por certo, tinha de ser assim e penso que não houve excessos."


Comentário do blog sobre a leitura de "Apologia de Sócrates" na versão de Platão

Reli neste domingo, 25 de novembro de 2018, o julgamento e a condenação injusta do filósofo grego Sócrates. O que se sabe sobre ele na história humana é através de outros escritores como Platão, Xenofonte e Aristófanes. Sócrates não deixou nada escrito.

Prezad@s leitores, é impressionante como a história humana é feita de repetições! Sistemas de poder que caçam e eliminam aqueles que ousam desafiar o status quo local.

Sócrates foi acusado de corromper a juventude. Ele foi condenado à morte por fake news, acusações tipo "power point" (por analogia, isso é descrito no texto por Platão) e não aceitou penas mais brandas como, por exemplo, o exílio, pois estava com 70 anos e diz que se nem seu povo o acolhia, que iria ele querer aceitando ser expulso de seu mundo.

No século 21, apesar dos avanços tecnológicos seguirem com velocidade alucinante, os seres "sociais" humanos estão voltando a serem reles mamíferos bípedes, abrindo mão de várias facetas do conhecimento, da reflexão filosófica, do uso intensivo do cérebro e se deixando levar por manipulações de máquinas e sistemas (na mão de poucos).

Eu não posso me alongar no texto porque o cérebro humano não lê se o texto passar de uma página. A síntese da história de Sócrates é que ele tinha como objetivo de vida comprovar ou desfazer o que os deuses disseram a um amigo dele, Querefonte, que ele Sócrates era o mais sábio dos homens. Sócrates saiu CONVERSANDO com todo mundo desde então, buscando mais as VIRTUDES que as posses materiais de cada um. E foi percebendo pela prática que as pessoas não sabiam sequer o que deveriam saber em suas profissões e funções. Os jovens que o acompanhavam (de graça) passaram a questionar também a tudo e todos... Aí já viu, deu merda!

Enfim, a leitura de 35 páginas da "Apologia de Sócrates" vale a pena para aqueles que não aceitaram continuar na ignorância (não saber) e não se deixaram levar pelo emburrecimento sistêmico. Existem duas versões do julgamento de Sócrates, uma de Platão e outra de Xenofonte.

Tenho comigo que toda a desgraça que aí está sobre o povo e que virá é culpa de cada um de nós mesmos, humanos. Conheço muita gente, da família por exemplo, que nunca leu sequer meia dúzia de livros na vida: aí fica fácil se deixar levar por sistemas complexos de influência no comportamento humano. Aos compatriotas brasileiros (aff) que fizeram a escolha pelo desfazimento da soberania do país e de todos os seus direitos históricos nestas eleições de 2018, digo o seguinte: 

- será que os norte-americanos estão com dó dos brasileiros por escolhermos a submissão a eles por parte do novo governo entreguista brasileiro? Será que serão mais simpáticos a nós por optarmos em ser novos colonizados do império de Trump? Os norte-americanos mal sabem que o brazil existe, somos lixos, baratas para eles. Um zoológico para explorar e passear, como os demais países latino-americanos, sempre vitimados por interferências daquele governo do norte.

Se a ignorância brasileira é uma escolha, suas consequências são merecidas. Parece-me que a maioria não pode parar algumas horas por dia para essa tarefa humana do estudo para ser mais que um reles animal.

Abraços, William


Nenhum comentário: