quinta-feira, 13 de março de 2008

Sintaxe do Português: sintaxe funcional


Flores uspianas.

SINTAXE DO PORTUGUÊS

Aula de 25.2.08

Comentário do blog: a postagem e as interpretações das aulas que tive são de minha responsabilidade. Este blog é para compartilhar conhecimento, opiniões e informações de forma gratuita. Qualquer dúvida que o(a) leitor(a) tenha em relação ao conteúdo é interessante que se busque outras fontes para comparar e avaliar qual entenda ser a fonte mais adequada.

Sintaxe Funcional

Antes a divisão era entre Normativa x Descritiva.

Normativa = modelo do ensino básico: regras para bom uso da língua.

A Gramática era modular = ideia de gramática internalizada. A maioria dos pesquisadores focou a Sintaxe.

Dentro dos formalistas havia o Gerativismo (modelo do Chomsky).

Gerativismo = tem uma concepção de que o cérebro não é modular, é sistêmico. As mudanças alteram tudo.


AS MUDANÇAS

As gerações mudam a linguagem e seu uso. Via de regra, essas mudanças são de responsabilidade dos adolescentes, pelo seu desejo de mudar e inovar.

Funcionalistas = não aceitam as regras das gramáticas normativas (GT) por elas acharem que nada muda.

É importante lançar mão de outros módulos da Linguística: Fonética, Pragmática etc para se estudar a gramática da língua.

É preciso entender algo inovador na língua. Vejamos alguns casos:

- Eu vou à padaria comprar pão (verbo + verbo).

- Eu vou ao açougue comprar carne (verbo + verbo).

Com o tempo o verbo ir, que significava deslocamento mudou e passou a ser auxiliar de futuro.

- Eu vou (à padaria) comprar pão. = Eu vou comprar pão.

- Eu vou (ao açougue) comprar carne. = Eu vou comprar carne.

O verbo ir (vou) deixou de ser verbo pleno e passou a informação inferior.

Hoje, temos até expressões como vou ir/vou vir.

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Atualmente, o verbo IR não tem só o sentido de deslocamento espacial e sim de auxiliar de futuro.
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Existem muitas expressões hoje em dia com sentidos semânticos e formações sintáticas inovadoras:

- “Si pá...”;

- “Tipo assim...”; 


- “tipo...” etc.

"Tipo" vem do grego (pancada/marca); depois do latim (pessoa, que deixa marcas); português (tipo de tipografia e depois pessoa).

Hoje, virou um CLASSIFICADOR.

- “chutar o balde”.

O objeto direto (o balde) foi engolido, incorporado na expressão. A expressão é intransitiva.

- “Aí ele pegou e disse...” (a pessoa não pegou nada fisicamente).

O verbo pegar não é auxiliar. Aqui seria algo como VERBOS SERIAIS.

Outro exemplo dessa categoria: 


- “Chegou chegando...”.

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(texto atualizado em 16/12/19, às 15h35)

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