quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Barão do Rio Branco - Leituras e estudos diplomáticos (Acre, incluso)


Barão do Rio Branco. Foto: Wikipédia.

Refeição Cultural


Meu sistema digestório cerebral tem digerido muita informação nos últimos tempos.

Estou lendo várias coisas ao mesmo tempo. Fazem parte de meus objetivos intelectuais, tanto de preencher minhas lacunas culturais quanto de me preparar para passar em um concurso nos próximos anos, quiçá para ser professor.

E como há coisas a aprender! Como não sabemos nada! Há que se ter ao menos consciência disso.

Por exemplo, no campo da história mundial e brasileira, estou lendo Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado, e Visão do Paraíso, de Sérgio B. Holanda. Que maravilhas! Os livros nos levam a uma viagem pela história do segundo milênio (d.C.), sob o ponto de vista ocidental.

Quando refleti, dias atrás, se vale a pena ou não gastar o que não tenho para ir fisicamente a algum lugar, pensava na diferença que temos do conhecimento do mundo hoje em relação a séculos atrás. Praticamente, temos o globo terrestre mapeado e filmado. Não há mais locais desconhecidos. Assista aos programas da National Geographic ou Discovery Channel.

Alguns séculos atrás, lançar-se ao mar era uma aventura que levava risco de morte e era também uma busca pelo mundo desconhecido.

Estou lendo também um livro de Álvaro Lins - Rio Branco, biografia pessoal e história política. O que mais me admira na diplomacia é o fato de se tentar a solução pacífica das controvérsias. Esta figura brasileira foi a mais proeminente nisso.

Aliás, está em nossa Carta Magna de 1988, como Princípio Fundamental, em seu artigo 4º, que a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da solução pacífica dos conflitos (inciso VII).

Outro dia, estudando sobre geografia e história, achei curioso saber algumas coisas como, por exemplo, os EUA terem comprado partes de seu território de outros países. Comprou a Luisiana da França, a Flórida da Espanha e tomou 1/3 do território mexicano.

O Brasil também comprou seus nacos de terra, como o Acre, comprado da Bolívia, além de ter tomado outros lá nos inícios de sua conformação atual.

Tenho digerido muita informação boa por esses dias.


Acre - Wikipédia (25/2/2009)

História

Ver artigo principal: História do Acre


Até o início do século XX, o Acre pertencia à Bolívia. Porém, desde o princípio do século XIX, grande parte de sua população era de brasileiros que exploravam seringais e que, na prática, acabaram criando um território independente.

Em 1899, os bolivianos tentaram assegurar o controle da área, mas os brasileiros se revoltaram e houve confrontos fronteiriços, gerando o episódio que ficou conhecido como a Questão do Acre.

Em 17 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, o Brasil recebeu a posse definitiva da região. O Acre foi então integrado ao Brasil como território, dividido em três departamentos. O território passou para o domínio brasileiro em troca do pagamento de dois milhões de libras esterlinas, de terras de Mato Grosso e do acordo de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré.

Tendo sido unificado em 1920, em 15 de junho de 1962 foi elevado à categoria de estado, sendo o primeiro a ser governado por uma brasileira, a professora Iolanda Fleming.

Durante a segunda guerra mundial, os seringais da Indochina foram tomados pelos japoneses, e o Acre dessa forma representou um grande marco na história Ocidental e Mundial, mudando o curso da guerra a favor dos Aliados e graças aos soldados da borracha oriundos principalmente do sertão do Ceará (Ver: Segundo ciclo da borracha).

E foi sem dúvida graças ao Acre e sua contribuição decisiva na vitória dos Aliados, que o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, e assim alavancar a industrialização até então estagnada do Centro-Sul, que não possuía ainda indústrias pesadas de base (Ver: Acordos de Washington).

Em 4 de abril de 2008, o Acre venceu uma questão judicial com o Estado do Amazonas em relação ao litígio em torno da Linha Cunha Gomes, que culminou no anexo de parte dos municípios Envira, Guajará, Boca do Acre, Pauni, Eirunepé e Ipixuna. A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde a 11.583,87 km².

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Post Scriptum (08/06/22): ao revisitar e diagramar esta postagem, que preserva as informações da época, inclusive da Wikipédia, tenho a impressão que o texto sobre o Acre é um pouco exagerado ao dizer que o Acre foi uma "contribuição decisiva na vitória dos Aliados..." - menos, né!

Post Scriptum II (22/10/23): eu conheço a capital do Acre, Rio Branco. Durante o mandato eletivo de diretor de saúde da Cassi (BB) visitei a cidade para conversar com os associados, com a direção do banco, com os funcionários da nossa unidade CliniCassi e com as lideranças locais. Estive lá em 2015, 2016 e 2017.


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