terça-feira, 21 de abril de 2009

Artigo - Menos comilança, menos consumo inútil...


Vamos comprar e comprar bugigangas...

Refeição Cultural

Refletindo sobre o mundo em que vivo e sobre a questão da sustentabilidade, e consumismo desenfreado, e posses e mais posses, e fetichismo da matéria, necessidades criadas diariamente e things like that...

Nem eu nem ninguém precisa desse monte de porcarias criadas a cada instante com um detalhe a mais que a versão anterior. É tudo uma loucura!

TVs maiores e mais finas; celulares com trocentas funções que muitas vezes só não funcionam para fazer e receber chamadas telefônicas; carros e carros e mais carros a gasolina, álcool, diesel ou gás poluindo nosso ar, meu ar.

E comida, então! Para os que podem pagar, tem muita comida, muita caloria, muita porcaria entupindo as veias de todos, desde as criancinhas até aos mais velhos, que quase explodem! (enquanto muitos morrem de desnutrição junto com as sobras soberbas de banquetes em latas de lixo).

Quanto mais estudo a história da humanidade desde os tempos imemoriais, mais fico desiludo com a probabilidade de vitória da paz e do socialismo democrático. 

É melancólico ver os massacres, genocídios, extermínios, teorias que validam tais comportamentos humanos destrutivos coletivos etc.

E, mesmo assim, é um mistério o quanto nossa natureza humana insiste em lutar, e perseverar em mudar as coisas e o cotidiano, e organizar as pessoas e as massas para o embate contra toda essa destruição de nós mesmos, raça humana.

A gente não desiste nunca, como dizem por aí.

E olha que quando um indivíduo cansa, e diz chega, e se retrai, e se recolhe no seu canto atomizado, aparece mais um para seguir a saga de lutar por um mundo mais justo, mais fraterno, e etc e tal e... caminhamos assim nos últimos milênios.

É por isso que admiro muito as pessoas militantes de movimentos mais humanistas, mais socialistas, mais religiosos, mais ecologistas.

Parece-me que esses grupos de pessoas são menores (em quantidade) que o restante da população em geral, massa alienada por sua própria condição intrínseca de estar no meio do processo, como peixes em um cardume, muitas vezes pegos pelas redes pesqueiras (é difícil não lembrar do peixinho Nemo organizando aquele cardume de atuns rumo à liberdade quase impossível).

O problema do consumismo e do excesso de calorias que estou falando é do excesso inútil e supérfluo.

Como diz Hobsbawm, socialismo não é dividir a igualdade da miséria. É o contrário, é dar a possibilidade de todos terem direito a tudo que é bom.

Outra coisa é o mundo consumir e comer como faz a sociedade norte-americana. A tecnologia mundial já permite dar comida para todos; educação gratuita para todos; bens domésticos para todos; transporte público gratuito e de qualidade para todos; moradias subsidiadas para todos; atendimento médico e meios sanitários para todos; e lazer e cultura de qualidade para todos.

A tecnologia mundial é só um instrumento, não se distribui os bens existentes de maneira equânime por opções políticas e ideológicas daqueles que detêm o poder decisório.

É isso! E aí, podemos acreditar em um amanhã melhor para os próximos 1000 anos neste jovem planeta terra? (pois, em termos geofísicos, dá para nossa mãe terra durar mais 5 bilhões de anos)

William


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