terça-feira, 12 de maio de 2009

A perdição do pobre é a pobreza - Alfred Marshall (1842-1924)


Em busca do saber...

Refeição Cultural

Lendo um pouco sobre economia, num velho livro que tenho em casa, do professor de economia Rossetti, achei este excerto bastante interessante.

Ele fala um pouco sobre o papel dos economistas e a verdadeira missão da ciência econômica, algo como auxiliar os governantes nas decisões que versarão sobre os recursos disponíveis para determinadas prioridades políticas e sociais.

"Não resta dúvida - escreveu Marshall (1842-1924), um dos mais importantes economistas de sua época - que, na religião, nas afeições de família e na amizade, mesmo o pobre pode encontrar razões para muitas das faculdades que são a fonte da mais alta felicidade. Entretanto, as condições que envolvem a extrema pobreza, especialmente em lugares densamente povoados, tendem a amortecer as faculdades superiores. Contentando-se com suas afeições para com Deus e o homem e, às vezes, mesmo possuindo certa natural delicadeza de sentimentos, os pobres podem levar uma vida menos incompleta do que a de muitos que dispõem de maior riqueza material. Mas, apesar de tudo isso, sua pobreza lhes é um grande e quase insolúvel mal. Mesmo quando estão bem sofrem do esgotamento e seus prazeres são poucos. Com excesso de trabalho e insuficiência de instrução, cansados e deprimidos, sem tranquilidade e sem lazer, não têm oportunidade para aproveitar o melhor de suas faculdades mentais. Conquanto alguns dos males que comumente vêm com a pobreza não sejam consequências necessárias desta, de uma forma geral, a perdição do pobre é a pobreza, e o estudo das causas da pobreza é o estudo das causas da degradação de uma grande parte do gênero humano."

Outra citação importante, de Nilson Holanda é a seguinte:

"Nos países subdesenvolvidos o estudo das Ciências Econômicas, antes de se constituir em simples preocupação acadêmica, tem por objetivo precípuo desenvolver instrumentos de análise que facilitem a identificação dos problemas básicos da comunidade e possibilitem o uso mais racional dos escassos recursos disponíveis, com vistas a acelerar o processo de desenvolvimento."

No Brasil, um dos maiores mestres da área econômica e política e ícone em relação ao pensar o desenvolvimento econômico para melhorar a situação do povo brasileiro foi o professor Celso Furtado.

Um conceito que precisamos explicitar para os leitores mais progressistas e estudiosos da economia é que, em termos de justiça social, nada vale focar o desenvolvimento sem associá-lo à distribuição equânime, para o povo, de seu resultado econômico efetivo.


Bibliografia:

ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 16a Edição de 1994. Ed. Atlas.

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