quarta-feira, 21 de abril de 2010

Refeição Cultural 51

Filme "21 Gramas" e o imponderável quebrando a pretensa estabilidade


Estava ainda nesta quarta-feira almoçando com pessoas companheiras e debatendo sobre a vida, a fé e o imponderável.


Eu estava questionando a existência de um suposto deus, através da questão do imponderável nas e das existências.


No entanto, o tempo inteiro tenho concordância sobre a importância que o místico ocupa na explicação das existências: a fé em algo metafísico ajuda a dar uma conformação à nossa existência trágica.


Sem esse liame que liga passado, presente e futuro, justificando perdas e sofrimentos, bem como alegrias, o ser humano racional teria muita dificuldade em aceitar a existência trágica.


Após o almoço, encontrei em um café mais alguns companheiros que casualmente deram sequência no debate que eu já havia feito sobre o programado pela cilivização e o imponderável.


Interessante! Quando comentamos sobre a erupção do vulcão na Islândia e o caos incalculável causado a milhões de pessoas, a primeira coisa que me veio à cabeça foi a situação encaixar-se como uma luva naquilo que eu dizia sobre o imponderável ser a constante em nossas vidas supostamente programadas e estabilizadas com rotinas sociais.


O FILME "21 GRAMAS", de 2003

Assim que cheguei a casa à noite, o imponderável me pôs diante da tv e comecei a assistir ao filme com Sean Penn, Benicio Del Toro e Naomi Watts, com a direção de Alejandro González-Iñarritu.


O filme é todo fragmentado. Tem semelhanças com Crash e interliga vidas, fatos e consequências.


O filme é muito bom!


Lembrei-me do debate do dia sobre as pessoas dizerem que têm um certo controle de suas vidas e que não estão à merce do imponderável a todo instante.


Cara, assim como acontece no filme, ou seja, aquela interrupção da pretensa estabilidade em que vivia a moça protagonista, a nossa vida é toda marcada pelo imponderado. A todo instante.


A MINHA CRENÇA

Eu acredito que não há nenhuma predestinação, ou desenho inteligente, ou qualquer outra forma de organização do mundo e das pessoas e demais existências dentro do planeta que respeitem a certa ligação cármica ou dármica, de retorno ou recorrência, inerentes a vidas passadas ou futuras ou ainda a certas passagens de algum ser consubstanciado em uma matéria como essa que vos fala. Mas respeito aqueles que assim veem a existência.


Fazemos escolhas a todo instante, é verdade. Porém, não somos uma ilha e tudo que se passa ao nosso redor tem impacto em nossas vidas.


Nessa conformação real é que se encaixa a conformação mística criada pela grande maioria das pessoas.


O ser humano está a milhares de anos buscando certa estabilidade em forma de um mundo organizado onde se tenha disponível todas as maravilhas produzidas pela tecnologia humana. As religiões e crenças ajudaram na questão de formatar explicações para as tragédias existenciais.


MAS, o imponderável está a todo instante, hoje e sempre, nos lembrando que o nosso mundo "arrumadinho" é falível e que tudo o que é planejado tem uma semente de caos.

Aliás, termino lembrando de uma aula de biologia que tive onde a professora explicava o exato momento em que havia na separação e multiplicação das células o momento mágico chamado CROSS-OVER, evento da natureza que faz com que não tenhamos sempre cópias iguais de cada ser reproduzido. É O CAOS GERANDO A VARIABILIDADE GENÉTICA E RICA QUE SALVA A EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES DESDE SEMPRE.

Crossing-over
O sobrecruzamento dos cromossomas durante a meiose I pode fazer aumentar a variabilidade genética dos gâmetas. O cross-over permite a recombinação de genes localizados em cromossomas homólogos. Dado que cada cromossoma contém milhares de pares de bases e que o cross-over pode ocorrer entre qualquer delas, as combinações são incalculáveis.

A fecundação, o fenômeno que permite transmitir ao novo indivíduo a constituição genética dos dois gâmetas. A união de dois dos gâmetas, entre milhares deles formados ou possíveis, faz com que a constituição genética de um novo indivíduo seja totalmente imprevisível.

Resumindo, a reprodução sexuada pode contribuir para a variabilidade das populações por três vias: distribuição ao acaso dos cromossomas homólogos, sobrecruzamento e união ao acaso dos gâmetas formados. No entanto, a reprodução sexuada não cria nada de novo, apenas rearranja o que já existe nos progenitores. (fonte: portalsaofrancisco.com.br)

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