domingo, 22 de agosto de 2010

Eterno risco de censura à liberdade de expressão

Conto: Obscenidades para uma dona-de-casa

Ontem, vi na tevê uma matéria de jornal sobre pais indignados com a secretaria da educação (da porcaria do governo tucano do estado de São Paulo) por algumas escolas estaduais adotarem em sua bibliografia o livro "Os cem melhores contos brasileiros do século", organizado por Italo Moriconi.

Haveria no livro um conto impróprio para os adolescentes por conter expressões eróticas e palavras de baixo calão. Se trata do conto "Obscenidades para uma dona-de-casa" de Ignácio de Loyola Brandão.

Hoje pela manhã, peguei o livro e li duas vezes o conto de Brandão, conto que eu não conhecia. Gostei!

Fiquei pensando no absurdo de tentar-se censurar obras de literatura em pleno século XXI. Neste caso, eu estou com a secretaria da educação do estado e apóio a inclusão do livro na bibliografia.

Não é possível alguém querer censurar a expressão de quem pensa diferente de si mesmo em qualquer tema como literatura, religião, opinião política etc.

Atenção: não confundir o direito humano à liberdade de expressão com o direito "privado" atual da liberdade de imprensa de alguns grupos!

É óbvio que não estou com isso concordando com a libertinagem da grande mídia, ou seja, com os poucos donos de toda a estrutura midiática do país de impor somente o massacre (des)informativo deles - normalmente confundindo "liberdade de expressão dos indivíduos" com "liberdade de imprensa" - pois essa mídia comercial tem liberdade até demais e não permite aos cidadãos comuns explicitarem as suas versões das coisas em seus jornalões, revistas e tevês.

MAS, FIQUEMOS ATENTOS AO ETERNO RISCO DE CENSURA À LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

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