Mudanças lá fora devem acelerar as mudanças no Brasil em benefício da classe trabalhadora
DIA NÃO-ÚTIL É DIA DE NÃO-TRABALHO!
Hoje é terça-feira de feriado de carnaval. É FERIADO!
O shopping center estava lotado. Existem três shoppings ao redor de minha casa.
Quero falar de algo que me incomoda muito como sindicalista e que parece que não chama mais a atenção de meus pares e dos trabalhadores: O TRABALHO EM FINAL DE SEMANA E FERIADO.
Podem me considerar antiquado e inadaptado à “modernidade”, mas eu tenho que dizer que TRABALHAR EM DIA NÃO-ÚTIL NÃO É NORMAL!
Até compreendo que alguns serviços essenciais como segurança, saúde e transporte devem ter plantões. A violência não escolhe hora, problemas de saúde também não. E para qualquer coisa que façamos precisamos de transporte público.
Eu diria até que seria razoável haver serviços de LAZER E CULTURA em dias não-úteis, justamente para que A CLASSE TRABALHADORA PUDESSE TER ACESSO A ESTE DIREITO HUMANO, pois só o patronato é que sempre usufruiu sozinho deste direito.
Óbvio que a remuneração desses serviços em dias não-úteis deve ser qualificada. No mínimo, deve-se receber o dobro por isso.
CONSUMIR COISAS É ALGO ESSENCIAL?
Então, como disse antes, uma coisa é termos plantões para serviços realmente essenciais para as pessoas.
Outra coisa, que é uma degeneração da modernidade exigida pelo patronato, é explorar a mão de obra até em dias não-úteis para vender porcarias e mercadorias que mais fazem o mundo caminhar para o colapso total.
MUDANÇAS LÁ FORA DEVEM ACELERAR MUDANÇAS AQUI DENTRO
Não é porque estamos no Brasil, uma espécie de “ilha utópica do capitalismo”, onde o PIB cresce, o emprego formal cresce, as fortunas dos rentistas crescem e a população muda de uma classe à outra pela renda do trabalho, e isso enquanto o mundo capitalista se esfarela, não é por isso que temos que aceitar todas as imposições do patronato nacional e mundial.
Povos árabes em diversos países do oriente dizem “BASTA!” aos regimes ditatoriais dóceis ao capitalismo do “primeiro mundo”.
Povos da América do Sul têm dito na última década “BASTA!” aos regimes de direita dóceis ao capitalismo do mesmo primeiro mundo.
As mulheres dizem “BASTA!” e seguem na sua árdua luta pela igualdade de gênero, cientes de que houve avanços, mas que ainda falta muito para se conquistar.
Minorias em todos os lugares dizem “BASTA” aos dominadores de plantão, como os povos originários da Bolívia, Equador e outros mais, e seguem na luta para estabelecer governos que tenham compromisso com suas necessidades e direitos históricos.
BRASIL PÓS-LULA
Lá fora parece haver uma onda de tomada de consciência dos trabalhadores e das pessoas subjugadas de que não dá mais para aceitar alguns capitalistas e ditadores (ás vezes, as duas coisas) ferrarem os seus mundos - e o resto do mundo.
Vemos nesse início de década um levante mundial de povos, adormecidos por longo tempo, irem para as ruas dispostos a mudar alguma coisa.
Já que lá fora estão nessa fase em ebulição, aqui no Brasil - que buscou mudanças de status quo desde a eleição de Lula da Silva - nós temos que exigir mais distribuição de renda, MAIS COISA PÚBLICA À CUSTA DO PATRIMÔNIO DA MINORIA CAPITALISTA, MAIS NORMA LEGAL EM PROL DOS TRABALHADORES.
É fundamental que a tomada de consciência dos trabalhadores brasileiros traga um pouco mais de acirramento no embate com o capital. Temos que forçar este novo governo de Dilma Rousseff para a aceleração da distribuição de renda, e não o contrário.
É urgente a REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO FORMAL.
É urgente a APROVAÇÃO DA RESOLUÇÃO 158 DA OIT CONTRA DEMISSÃO IMOTIVADA.
É urgente a REDUÇÃO DA TAXA DE JUROS OFICIAL, QUE SÓ ALIMENTA OS RENTISTAS E DIMINUI A DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA.
É urgente o FIM DA PERMISSÃO À TERCEIRIZAÇÃO E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO.
É urgente FINANCIAR O CRESCIMENTO DO PAÍS E A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA TRIBUTANDO RENDA, PROPRIEDADES E FORTUNAS E NÃO A PRODUÇÃO E O CONSUMO, OU SEJA, UMA REFORMA TRIBUTÁRIA QUE INVERTA A LÓGICA DO SISTEMA REGRESSIVO INSTALADO NO BRASIL EM FAVOR DA ELITE.
PAPEL DOS SINDICATOS CUTISTAS
Independentemente dos partidos políticos existentes no país e à possível filiação a eles de dirigentes sindicais em mandatos, cabe aos sindicatos – ao menos os que seguem a linha da Central Única dos Trabalhadores – o papel de ORGANIZAR OS TRABALHADORES, TRANSFORMAR EM PAUTA DE REIVINDICAÇÕES SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS DO DIA A DIA DAS CATEGORIAS REPRESENTADAS, MOBILIZÁ-LAS E BUSCAR MELHORES SALÁRIOS E CONDIÇÕES DE TRABALHO PARA SEUS REPRESENTADOS.
Ao sindicato cabe o papel de negociar as questões do mundo do trabalho.
Mesmo não descuidando dos OBJETIVOS HISTÓRICOS DA CLASSE TRABALHADORA – UMA SOCIEDADE SOCIALISTA E DEMOCRÁTICA, o sindicato não pode descuidar nunca dos OBJETIVOS IMEDIATOS DA CLASSE TRABALHADORA – UMA VIDA REPLETA NO PRESENTE AO TRABALHADOR E AOS SEUS AGREGADOS.
Desculpe-me por fazer esse comentário aqui, mas é que estava vendo o jornal e só dá Japão, então de repente enumeram as usinas da França. Cara, lá tem 57 usinas e a área territorial é equivalente a de Minas Gerais. Um país como a União Soviética ou o Brasil tem área para deslocar a população para outro lugar em caso de acidente, mas Japão, França e muitos outros países da Europa não tem. Pague o preço do seu progresso.
ResponderExcluirOlá meu amigo! O mundo está passando por uma crise bem profunda, mas encoberta pelo fetiche cotidiano do dinheiro e do capital. O período atual pede mudanças profundas, pois se não convencermos as pessoas para diminuir o CONSUMO INÚTIL não haverá energia suficiente para todos. E O PLANETA DARÁ CABO DE NÓS, POR PURA EXAUSTÃO. Assistiu ao filme "Wall-E"? Estamos muito próximos daquilo em alguns anos. Abraços, William Mendes
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