quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Don Quijote de La Mancha - Leituras (prólogo)


D. Quixote e Sancho Pança 
(ilustração de Gustave Doré)

"Desocupado lector: sin juramento me podrás creer que quisiera que este libro, como hijo del entendimiento, fuera el más hermoso, el más gallardo y más discreto que pudiera imaginarse..." (Prólogo)


Faço parte da pequena porcentagem de pessoas no mundo que leu os dois tomos da famosa obra de Cervantes - dom Quixote. Um dos personagens mais (des)conhecidos da história literária mundial e um dos livros famosos menos lidos também. Mas é assim mesmo! A leitura é um ato de leituras individuais que viram leituras coletivas que viram mitos que perpassam os tempos. A leitura é um diálogo eterno entre o leitor de hoje e os leitores de ontem.


Outro dia, li em uma revista alguém dizer que o dom Quixote poderia ser usado como livro de autoajuda. Eu não gosto e não uso livro de autoajuda. Mas ler dom Quixote nos ajuda a pensar o mundo e pensar o homem em seu tempo. É engraçado, pois o livro foi feito para criticar uma certa literatura da época - os livros de cavalarias - e depois foi tendo leituras cada vez mais distantes do objetivo real e os personagens foram ganhando auras fantásticas e românticas.



"Cuanto más que, si bien caigo en la cuenta, este vuestro libro no tiene necesidad de ninguna cosa de aquellas que vos decís que le falta, porque todo él es una invectiva contra los libros de caballerías..." (Prólogo)



Na minha opinião, Cervantes foi um gênio e até hoje sua vida e trajetória é cercada de mistérios e desconhecimentos, principalmente sobre sua formação.



"Y pues esta vuestra escritura no mira a más que a deshacer la autoridad y cabida que en el mundo y en el vulgo tienen los libros de caballerías..." (Prólogo)



O que eu posso dizer de quando li os dois volumes da obra, entre novembro de 2005 e janeiro de 2006, é que ri, chorei, me peguei cismando sobre tanta coisa, que nada mais é preciso dizer para despertar o interesse dos amantes da leitura para que peguem e leiam as façanhas e desventuras do hábil e inventivo cavaleiro manchego e seu fiel escudeiro.



"En efecto, llevad la mira puesta a derribar la máquina mal fundada de estos caballerescos libros, aborrecidos de tantos y alabados de muchos más; que, si esto alcanzásedes, no habríades alcanzado poco..." (Prólogo)



Sigamos lendo e relendo (quando nos damos o direito) e caminhando pelos caminhos e não-caminhos...



Bibliografia:


CERVANTES, Miguel de. Don Quijote de La Mancha. Edición del IV Centenario. Real Academia Española y Asociación de Academias de La Lengua Española. Alfaguara 2005.


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