segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Poema VII - Da minha aldeia (Caieiro)



O guardador de rebanhos - Alberto Caieiro 

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...

Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena

Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para
           [longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos
           [olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.


COMENTÁRIO:


Li este poema para os participantes de um de nossos cursos de formação sindical da Contraf-CUT em parceria com o Dieese. Ali me referia a atitude que um militante e dirigente sindical deve ter no olhar do mundo.


Também me referi a outras partes deste poema de Caieiro na casa de meus pais certo fim de semana. Várias coisas pensei estando ali, em relação ao que Caieiro fala sobre a Natureza, sobre Deus, sobre o lugar de onde somos, dentre outras coisas.


Leiam o poema inteiro quem não o conhece ainda. 


É MARAVILHOSO!



Post Scriptum (21/4/16):

Escrevi no perfil facebook em 5/11/11 (dois dias antes desta postagem): 

Momento raro!
Estou em MG curtindo meu paizinho, mãezinha e vovózinha, e minha família distante. Quase não pude vê-los neste semestre de lutas contra os putos dos banqueiros e capitalistas.
Carpe Diem. O momento é agora, depois sabe-se lá...

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