domingo, 27 de maio de 2012

REFEIÇÃO CULTURAL - FAMÍLIA (e a saúde no Brasil)

Mãezinha, filho e sobrinha.
Como disse há um mês, tenho tido pouco tempo para postagens onde partilho o conhecimento que adquiro. Mesmo assim, à medida que vou lendo um pouco, escrevo algo a respeito aqui no blog.

Falarei hoje de família. Da minha família querida e das provações que estamos vivendo... e sobrevivendo até agora.

A casa de meus pais conta com três adultos e dois adolescentes. Minha avozinha de 88 anos vive com meus pais desde que minha querida tia Alice faleceu faz poucos anos.

O que descrevo abaixo é muito típico de uma família brasileira humilde, que não conta com plano de saúde, e que só sobrevive se conseguir ser atendida no SUS.

Minha tia e a vovozinha.
Meu paizinho querido tem vários problemas de saúde como, por exemplo, nefrocalcinose nos rins, teve um AVC tempos atrás e controla uma depressão originada por seus problemas. Poderia ter uma saúde melhor em seus quase 70 anos. Para complicar as coisas, ele sofreu um infarto em fevereiro e felizmente está conosco, apesar de estar muito debilitado.

Minha mãezinha, que cuida de minha avó 24 horas por dia, teve que se ausentar uma noite para acompanhar minha sobrinha internada por pneumonia. Neste dia, minha avó foi tentar andar sozinha e caiu fraturando o fêmur.
Minha mãezinha, meu filho e sobrinho.

Naquela semana, ficaram internadas no corredor do SUS minha avó e sobrinha, ambas aguardando atendimento. Minha mãe já não vinha bem de saúde desde o infarto de meu pai.

Minha sobrinha se recuperou, minha avó sobreviveu à cirurgia no osso e conseguiram estar todos em casa no último dia das mães. Eu não pude estar com eles, pois na divisão do parco tempo com a família, fiquei em casa com esposa e filho.

As agruras não acabaram. Na última semana minha avó voltou a ser internada e não está muito bem em sua recuperação. Passou uns três dias no corredor sem atendimento pois havia greve do funcionalismo.

A nova dificuldade veio com minha mãezinha que, após vários dias sentindo muita dor, teve que ser internada ontem e descobriu-se que ela está com a coluna fraturada. Terá um tratamento de meses e com riscos na medula.

Meu querido paizinho resistente.
A coitadinha está arrasada porque não pode mais acompanhar a minha avó internada porque está nas mesmas condições que ela.

Cheguei em Uberlândia hoje às 5 horas da manhã, vindo de um compromisso sindical em Belo Horizonte. Encontrei esta situação, que já vinha acompanhando por telefone nas últimas cinco semanas. É difícil ter cabeça para cumprir todos os meus compromissos como cidadão e militante. Mas estou cumprindo!

Meu pai voltou a sentir dores no peito. Minha mãe estará acamada por meses. Minha avó também. Quem cuida de quem? Eu moro a 600 km de distância.

SAÚDE PÚBLICA

Uma das maiores carências da população brasileira, principalmente a mais humilde, é um atendimento médico de qualidade e com respeito às pessoas. Queriam mandar minha mãe de volta com um analgésico e meu paizinho infartado e minha mãe não aceitaram e brigaram com as estagiárias até tirarem uma radiografia dela e ver que a situação era grave.

Foi uma postagem desabafo.

A situação é tão complicada! A gente sente uma impotência tão grande! Eu nunca liguei pra dinheiro. Mas vejo que essa porcaria faz falta para os meus dependentes e agregados. As coisas serão como normalmente são para o povo sofrido de uma País e um mundo injusto...

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