O pensador. Eu tento pensar... vou cismando. |
Frans de Waal diz:
"Esqueçam os mitos de origem ocidentais, que retratam nossos ancestrais como seres ferozes, livres e destemidos. Liberados de compromissos sociais e impiedosos com os inimigos, eles parecem diretamente saídos dos filmes de ação. O pensamento político de hoje mantém-se apegado a esses 'mitos do macho', como deixam transparecer as crenças de que podemos tratar o planeta como bem quisermos, de que a humanidade continuará sempre a guerrear e de que a liberdade individual tem precedência sobre a vida em comunidade.
Nada disso está de acordo com o modo de vida ancestral. A dependência mútua, os laços sociais com os outros e a supressão das disputas internas e externas são elementos fundamentais desse modo de vida, uma vez que o controle dos meios de subsistência é tão frágil que o alimento e a segurança são assuntos de prioridade máxima. As mulheres coletam frutos e raízes e os homens caçam. Juntos, eles criam pequenas famílias que só sobrevivem graças à sua integração num tecido social mais amplo. Eles contam com sua comunidade e sua comunidade também conta com eles."
COMENTÁRIO
Este livro de Frans de Waal é muito interessante quando lemos sob a perspectiva de comparar a sociedade atual com aquelas do passado e ver o quanto o ser humano é o ser humano de sempre.
Eu creio que me engano quando faço minhas leituras pessimistas da sociedade atual. É porque sinto uma frustração imensa quando vejo disputas internas no próprio movimento social ao qual pertenço.
Porém, a explicação tem uma lógica. Os tempos são outros e como não enfrentamos um inimigo claro e não estamos sob risco de sobrevivência como em épocas distintas, sobra bastante tempo para o foco na disputa do poder pelo próprio poder.
Deixa começar a faltar os bens de necessidade vital, deixa o inimigo Capitalista reassumir o poder institucional, que eu quero ver os 'companheiros' dentro do movimento social ficarem somente com o foco na disputa interna...
O mesmo se dá com a natureza e o planeta, a hora que não tiver mais planeta para nos abrigar ou ele estiver em risco, vamos nos unir para sobreviver alguns milhares de nós, animais humanos.
Bibliografia:
WAAL, Frans de. A era da empatia. Companhia Das Letras. 2010 SP.
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