sexta-feira, 18 de abril de 2014

Lula, o filho do Brasil - "Eu tenho consciência do que eu represento"



Lula em 1948, aos 3 anos, com a
irmã Maria.
"Há uma coisa que não me deixa inseguro nunca, que é o seguinte: há essas bobagens que o Maluf fala, 'Eu vou tirar proveito porque o Lula não tem curso superior, eu vou tirar proveito porque o Lula não fala inglês!'. Essas bobagens não me abalam. Eu acho que cada um de nós representa alguma coisa. Eu tenho consciência do que eu represento. eu tenho consciência de para quem que eu devo fazer o governo. Eu tenho consciência de qual é o setor que eu quero privilegiar.

Eu tenho consciência de que o Maluf, o Collor e outros são inimigos dessas ideias. O que menos me importa é saber se um dia eu vou ter o mesmo grau intelectual que eles têm. Eu quero saber se um dia eles vão ter o mesmo grau de compromisso que eu tenho nos chamados 'setores mais pobres'.


(...) Meu povo não quer que eu seja professor de economia, meu povo não quer que eu seja professor de literatura. O meu povo quer que eu seja o que eu sou, e é isso o que eu tenho que ser..." (página 63)


O PRINCIPAL COMPROMISSO É O IDEOLÓGICO

"É muito melhor você ser espontâneo e falar o que você pensa. E o cara perguntava (Collor no debate): 'Lula, você sabe o que é não sei o quê, não sei o que lá?'. O que adiantava eu responder aquilo? Eu não tenho que responder a cada bobagem. Eu gostaria de ter podido fazer um curso superior. Eu gostaria de ser economista, mas não foi possível. Não fico me lamentando. O essencial eu tenho, que é o compromisso ideológico" (página 64)


COMENTÁRIO

Estou em minha casa, em um feriado prolongado de páscoa, descansando após um longo período de viagens e de campanha pelo Brasil afora disputando as eleições da Cassi - Caixa de Assistência dos funcionários do BB. O resultado sai após o feriado.

Este ano para mim foi muito intenso desde o seu início. Passei por um processo muito duro de formação de chapa de meu sindicato. Não sou mais dirigente da entidade. Rompi com pessoas que convivi politicamente por muitos anos. Aceitei participar do importante processo eleitoral da nossa Cassi, em uma chapa com pessoas muito sérias e um projeto plural e de unidade de nossas entidades do funcionalismo. Eu espero que dê tudo certo porque estamos todos imbuídos de fazer uma representação coerente com o que nos propusemos.

Muitas vezes neste ano busquei minhas energias profundamente para seguir lutando e representando a classe trabalhadora. Felizmente, toda vez que me procuro, me encontro. Eu tenho lado, tenho energia e sei o que represento.

Lendo a história do presidente Lula, revendo a construção da CUT lá no início dos anos 80 depois da Conclat, conversando com milhares de bancários e bancárias como fiz nestas últimas semanas, olhando a simplicidade de minha casa e de minha família mais próxima, conversando com companheiros que viraram amigos... Tudo isso me dá uma tranquilidade que não tem preço, pois nunca me desviei de meus princípios.

É legal ver as falas de Lula lá no ano de 1993 e ver que ele nunca se desviou do seu propósito de ajudar e mudar a vida do povo mais simples do país - a classe trabalhadora e os milhões de excluídos seculares.

Esteja onde eu estiver a partir das próximas semanas, nunca vou me desviar porque meus valores não são os do dinheiro, da acumulação, do poder a qualquer custo. Nunca foram, mesmo quando eu ainda não tinha a consciência de classe e formação política que tenho hoje.

Se eu não estiver mais representando os trabalhadores num futuro próximo, seguirei buscando melhorar o mundo ao meu redor, o nosso mundo, de alguma forma. Sem perceber, militantes como nós fazem isso desde que nasceram e se pegaram no meio social.

É isso!

William


Bibliografia:


PARANÁ, Denise. Lula, o filho do Brasil. Apresentação de Antonio Candido. Editora Fundação Perseu Abramo. 1ª edição: dezembro de 2002. 3ª edição, 3ª reimpressão: julho de 2009.

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