Este blog é para reflexões literárias, filosóficas e do mundo do saber. É também para postar minhas aulas da USP. Quero partilhar tudo que aprendi com os mestres de meu curso de letras.
sexta-feira, 31 de julho de 2015
Treinei o que pude em julho, agora é a Romaria...
Diário - 310715
Hoje termina o mês de julho de 2015. O mês de agosto que chega exigirá sabedoria, resistência e capacidade de superação. É o que eu acho.
Procurei neste mês, conciliar alguns treinamentos físicos com longas jornadas de trabalho. Busquei não comer os excessos de gordura, açúcar e sal que destrói a saúde das populações do mundo. Fiz o mesmo com bebidas: quase zero de álcool. Quero e devo me cuidar pra resistir aos desafios que tenho e cuidar dos meus entes queridos.
Agosto é o mês que pego a estrada para fazer minha caminhada anual lá em Minas Gerais. São cerca de 75 km andando, refletindo e testando meus limites. Vai dar tudo certo, acredito.
CORRIDAS POSSÍVEIS EM JULHO
1. Quarta 1º (DF)..............5k 30' 15 graus, noturna
2. Domingo 5 (DF)...........5,5k 35' calor, muito seco
3. Terça 7 (DF)..................7k 42' 15 graus, ritmo intenso
4. Quinta 9 (DF).................4k 25' 15 graus, trote
5. Domingo 12 (DF)............4k 25' 24 graus
6. Quinta 16 (DF).............7,5k 47' 18 graus, boa corrida
7. Domingo 19 (DF).........5k 32' 22 graus, trote preguiça
8. Domingo 26 (DF)..........5,2k 34' 28 graus, calor
9. Segunda 27 (DF).............4k 26' alguns exercícios
10. Sexta 31.......................8k caminhada fecha o mês
Corri no mês 47,2 km em 9 saídas e fechei hoje com uma caminhada de 8 km. Julho foi difícil como têm sido todos os meses anteriores. É o que virou minha vida de longas jornadas de trabalho como Diretor de Saúde da Cassi.
Ter feito esse percurso de corridas no mês foi por ser obstinado e para cuidar do nível de meu colesterol ruim (LDL) que aumentou um pouco depois de um ano de estresse no trabalho atual.
Em compensação, passei a escolher melhor, pela primeira vez na vida, as coisas que como: evito algumas e pego outras, para cumprir as sugestões do programa de Estratégia Saúde da Família, que participo pela nossa Caixa de Assistência. O resultado foi diminuir meu peso, depois de muitos anos tentando em vão.
É cuidar de mim mesmo o mínimo possível porque os tempos já estão sendo e serão duros para todos nós num mundo em crise de valores e movido a ódios.
William
terça-feira, 28 de julho de 2015
"Confesso. Eu cá não madruguei em ser corajoso..." (Riobaldo Tatarana)
Refeição Cultural
"Eu estava meio dúbito. Talvez, quem tivesse mais receio daquilo que ia acontecer fosse eu mesmo. Confesso. Eu cá não madruguei em ser corajoso; isto é: coragem em mim era variável. Ah, naqueles tempos eu não sabia, hoje é que sei: que, para a gente se transformar em ruim ou em valentão, ah basta se olhar um minutinho no espelho - caprichando de fazer cara de valentia; ou cara de ruindade! Mas minha competência foi comprada a todos custos, caminhou com os pés da idade..." (pág. 62)
(Grande Sertão: Veredas. João Guimarães Rosa. 1956. Edição 19ª, Editora Nova Fronteira)
Meu filho, esta postagem é pra dizer que te amo. É pra dizer que o amor que sabemos que sua mãe tem por ti é a maior coisa do mundo: é amor de mãe. Porque é incondicional. Amamos você e isso deve valer para superarmos cada estresse diário que temos nessa vida de veredas várias.
Filho, peço desculpas a você! Porque você está naquela idade dura e boa da adolescência e minha ausência devido ao meu trabalho e minha militância prejudica meu estar-à-disposição para você e para sua mãe, mesmo sabendo que jovem não quer saber muito dos pais. Temos que estar disponíveis física e psicologicamente.
Filho, tivemos uma noite intranquila, mas superamos ela (tão comum na vida!). Peço perdão a você porque na noite anterior, ao invés do abraço inicial, eu usei o olhar que construí desde pequeno no mundo duro em que me criei. E fui rude com quem só merecia o abraço naquele instante, não o olhar (que precisei recuperar para os inimigos, os adversários, porque estou enfrentando o mundo mais duro que já vivi).
Filho, a vida é dura. Quando cheguei menino em terra estranha tive que me transformar, "fazer cara de valentia, ou cara de ruindade". Imagina, então, para entrar para o trabalho braçal menino! Depois na adolescência de volta à São Paulo, a mesma coisa, ao andar nas madrugadas paulistas para trabalhar ou voltar para casa.
Sei o quão é intensa a sua juventude, porque vejo a minha juventude. O mundo mudou. A vida dos jovens de hoje é claro que não é a vida dos jovens de ontem. Mas os jovens são sempre os jovens. Intensidade. Explosão!
Filho, por fim, perdoe minha ausência e dedicação excessiva à missão que me deram. Acredito que filhos de militantes como nós tem uma vida diferente. Perdoe por transtornar a sua vida e a de sua mãe, tirando vocês do mundo de vocês por causa da missão que me deram. Estou fazendo o que posso para remediar.
Só mais uma coisa, filho: eu apóio que você seja o que você quiser ser. Nunca pensei diferente. Mas conversamos pouco. Se precisar de seu pai e de sua mãe, conte conosco nos repentes da juventude. Você é uma pessoa muito especial.
Me perdoe quando não conseguir desarmar minha armadura da luta quando olhar pra ti em algum instante. É que minha vida está muito dura, mesmo com a idade avançando nos tempos.
A diferença, hoje, é que meu coração não tem mais lugar pra ódio, como foi ao longo de boa parte da minha vida.
Um abraço apertado, filho.
William Mendes
domingo, 26 de julho de 2015
"Que eu não desejava arreglórias..." (Riobaldo Tatarana)
Este é o céu que me protege, visto de minha vereda atual. |
Refeição Cultural - Diário 260715
"Todos estavam lá, os brabos, me olhantes - tantas meninas-dos-olhos escuras repulavam: às duras - grão e grão - era como levando eu, de milhares, uma carga de chumbo grosso ou chuvas-de-pedra. Aprovavam. Me queriam governando. Assim estremeci por inteiro, me gelei de não poder palavra. Eu não queria, não queria. Aquilo revi muito por cima de minhas capacidades. A desgraça, de João Goanhá não ter vindo! Rentemente, que eu não desejava arreglórias, mão de mando. Enguli cuspes. Avante por fim, como que respondi às gagas, isto disse: - 'Não posso... Não sirvo...'
- 'mano velho, Riobaldo, tu pode!' ". (Pág. 96)
(Grande Sertão: Veredas. João Guimarães Rosa. Editora Nova Fronteira, 19ª Edição)
Domingo. Acordei depois das nove horas da manhã. Quebrado fisicamente. Corpo talhado. Foi a primeira noite de sono completo na madrugada desde a terça-feira passada.
No sábado, não consegui dormir durante o dia. Tentei duas vezes. A adrenalina e a energia que mentalizei em mim para dar conta da agenda de trabalho intelectual e político que teria na semana me deixou pilhado feito um homem-máquina-de-guerra para suportar dias que sabia que seriam intensos.
Passei a madrugada de sábado em viagem de Manaus a Brasília. Passei a madrugada de sexta em viagem de Boa Vista a Manaus. Passei a madrugada de quinta em viagem de Brasília a Boa Vista. E nos outros dias da semana já havia dormido muito pouco porque a segunda, terça e quarta haviam sido de dezenas de horas internas de deliberações e debates acalorados na entidade de saúde em que sou gestor eleito.
Enfim, estou fisicamente quebrado, mas a semana foi vencida com humildade e flexibilidade nas táticas e muita firmeza nos propósitos, pois na posição de comando em que nos colocaram, sabemos bem o que queremos e vamos perseguir os objetivos até o último instante de nossa missão.
Um sentimento e uma certeza sobre a jornada da semana
Quando insistiram por tempos para aceitar o desafio da nova posição de representação, sabiam que eu não pleiteava nada disso. Ao final, veredas me fizeram aceitar. Sabia que seriam jornadas duras porque o meu jeito é o conciliar do saber e do fazer, e um só eu sou. Mas estamos firmes do jeito que somos.
A certeza que tenho é que só sei fazer minha missão assim, sem virar burocrata, indo falar com gente. Por mais que isso me consuma, por jornadas casadas de estudos e bases.
Um sentimento que tenho é de gratidão. Já fui em lugares onde não me conheciam e, quiça, alhures, não me queriam, mas me ouviram e ao final tudo ficou bem. Somos da mesma comunidade humana: comunidade BB. Agradeço as acolhidas respeitosas por onde tenho passado, independente das divergências políticas, tão comuns pelo que somos.
Dias que virão
Os embates e momentos de grandes decisões na vida de representação e trabalho nos trarão ainda grande obrigação de sermos resistentes e inteligentes porque os tempos são duros e duros temos que ser, mas como somos o que somos, nossa dureza nos propósitos deve ainda ter suas pitadas de solidariedade, amor, amizade e fraternidade. Nosso lado é o da esquerda e da classe trabalhadora. Insisto na Unidade!
Romaria
Na vida pessoal, tenho um desafio de resistência física daqui a poucos dias. Vou fazer em agosto minha caminhada na Romaria de Uberlândia a Água Suja, lá em Minas Gerais. Com o desgaste físico que temos tido pela intensidade da dedicação ao trabalho, estou só o "caquinho". Mas vou sair, caminhar com firmeza meus 75 km e chegar ao destino. Acredito nisso, e se acredito, minha mente levará meu corpo até lá.
Vamos viver os momentos deste domingo, que são raros e estou em casa para os instantes de mim mesmo.
William Mendes
quarta-feira, 22 de julho de 2015
"Vida devia de ser como na sala do teatro..." (Riobaldo Tatarana)
"- 'Você tem saudade de seu tempo de menino, Riobaldo?" - ele me perguntou, quando eu estava explicando o que era o meu sentir. Nem não. Tinha saudade nenhuma. O que eu queria era ser menino, mas agora, naquela hora, se eu pudesse possível. Por certo que eu já estava crespo da confusão de todos. Em desde aquele tempo, eu já achava que a vida da gente vai em êrros, como um relato sem pés nem cabeça, por falta de sisudez e alegria. Vida devia de ser como na sala do teatro, cada um inteiro fazendo com forte gosto seu papel, desempenho. Era o que eu acho, é o que eu achava". (pág. 260/261)
(Riobaldo Tatarana, in: Grande Sertão: Veredas. Guimarães Rosa. Editora Nova Fronteira, 19ª edição)
Refeição Cultural
Reflexão profunda do personagem Riobaldo Tatarana, jagunço aposentado, em confissão ao visitante que lhe ouve.
"Vida devia de ser como na sala do teatro, cada um inteiro fazendo com forte gosto seu papel, desempenho".
Fico pensando minha vida, hoje. Eu inteiro, com forte gosto, fazendo meu papel, cumprindo meu desempenho na Cassi.
Comecei a trabalhar nesta semana no domingo às 19 horas: leitura da pauta semanal para a reunião da Diretoria Executiva da Caixa de Assistência em que sou gestor eleito pelo corpo social. De domingo à noite até a terça-feira 22 horas, investi umas 30 horas na gestão da entidade. Meu papel no teatro mundo, papel que exerço no inteiro, com forte gosto e senso de responsabilidade.
Quando miro e vejo meu viver, pensando em meu eu menino, naquele tempo, que foi depois dos dez anos, de quando não fui mais feliz, "Nem não. Tinha saudade nenhuma. O que eu queria era ser menino, mas agora, naquela hora, se eu pudesse possível".
Viver é muito perigoso...
Meus dias têm me testado de forma impressionante. Como suportar alguma gente em papeis no teatro em que estamos, gente fanfarrona!? Gente que acho que nem num se estressa, porque tá fazendo papel de faz-de-conta de ser gente de desempenho... bizarrice, como diz na literatura em questão.
Enfim, encontrar a serenidade no papel da gente, nesse teatro, é necessário. E, nesta semana, ainda vou até sábado, numa jornada que terá voos longos, três madrugadas seguidas acordado. Vou lá na ponta de nosso país mundo. Vou no Norte: Roraima e Amazonas.
Tentar fazer meu papel com desempenho.
Seguimos. Se a vida é um teatro ou não, nós temos papel a desempenhar. O meu, não quero falhar.
William Mendes
domingo, 19 de julho de 2015
"mas raiva mesma nunca se deve de tolerar de ter" (Riobaldo Tatarana)
O caminho do nosso viver é como cada ramificação nas coisas da natureza, como vemos nas árvores, nas artérias, nos vales, nos relevos, na vida. Basta escolhermos bem o caminho. |
Refeição Cultural
"Do que de uma feita, por me valer, eu entendi o casco de uma coisa. Que, quando eu estava assim, cada de-manhã, com raiva de uma pessoa, bastava eu mudar querendo pensar em outra, para passar a ter raiva dessa outra, também, igualzinho, soflagrante. E todas as pessoas, seguidas, que meu pensamento ia pegando, eu ia sentindo ódio delas, uma por uma, do mesmo jeito, ainda que fossem muito mais minhas amigas e eu em outras horas delas nunca tivesse tido quizília nem queixa. Mas o sarro do pensamento alterava as lembranças, e eu ficava achando que, o que um dia tivessem falado, seria por me ofender, e punha significado de culpa em todas as conversas e ações. O senhor me crê? E foi então que eu acertei com a verdade fiel: que aquela raiva estava em mim, produzida, era minha sem outro dono, como coisa solta e cega. As pessoas não tinham culpa de naquela hora eu estar passeando pensar nelas. Hoje, que enfim eu medito mais nessa agenciação encoberta da vida, fico me indagando: será que é a mesma coisa com a bebedice de amor? Toleima. O senhor ainda me releve. Mas, na ocasião, me lembrei dum conselho que Zé Bebelo, na Nhanva, um dia me tinha dado. Que era: que a gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar de ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é. Zé Bebelo falava sempre com a máquina de acerto - inteligência só. Entendi. Cumpri. Digo: reniti, fazendo finca-pé, em força para não esparramar raivas..."
(Riobaldo Tatarana, em Grande Sertão: Veredas. Guimarães Rosa, 1956. Editora Nova Fronteira, edição
Muitas reflexões, muitas.
A obra Grande Sertão: Veredas é atemporal, universal, porque aborda os grandes dilemas e agruras da natureza humana. Amor e ódio. Amor proibido. Medo. Matar ou morrer. O homem e o viver em meio à natureza hostil, dura. As encruzilhadas, veredas, na vida de cada um de nós, e as decisões a serem tomadas o tempo todo em nossa existência; que pode ser breve, brevíssima; pode ser longa. Pode ser longa em tempo breve (o sofrer), ou breve em tempo longo.
O que é uma vida humana em relação ao tempo de nosso planeta, de nosso mundo próprio?
Nossa natureza arrogante insiste em afirmar o tempo todo que somos donos de nosso destino e tudo planejamos e prevemos. Toleima. Somos escolhidos e pegos o tempo todo, quando vimos, já era!
Este que vos fala, autor deste modesto blog, já antigo e obsoleto pro tempo curto das coisas com atualizações instantâneas de tudo, enfim, grande parte de minha vida de proletário ou subproletário foi vivida alimentada por sentimentos de raiva e ódio. Desde a mais tenra adolescência.
Como diz o sábio Zé Bebelo, as raivas e ódios todos que senti faziam com que os alvos de minhas raivas - pessoas, grupos sociais ou pessoas jurídicas e sistemas -, fossem governantes de minhas ideias e tivessem soberania de meus objetivos, e então, de meu destino.
Depois de uma parte de minha vida assim, a vida me pescou e me vi em outra função social, representando gente: classe trabalhadora. Passei mais de uma década com muita soberania de minhas ideias. Delas pensei ações para liderar os trabalhadores e as lutas. Mas sem ódio, só determinação nas ideias.
Em 2014, ano deveras tumultuado no meu ser, por breves instantes, muitas raivas senti. Elas dominaram minhas ideias algumas semanas. Com apoio de ombros amigos, voltei o foco pras tarefas a seguir.
Hoje estou com total soberania das ideias, muito foco no fazer. Ciente que as tarefas são duras. Ganhar ou perder. Mas não tenho raiva nenhuma dominando minhas ideias. Isso é muito bom.
Mas lá fora, no meu país, no meu mundo, nos meios onde transito, no meu espaço dos movimentos sociais, tem muito ódio e muitas raivas nos destruindo, destruindo nossos focos na luta de classe contra os verdadeiros inimigos. Destruindo nossos laços de família e de amigos e conhecidos.
É pena, é triste! Minha gente pode voltar a ter soberania nas ideias a qualquer instante, basta querer. Juro pra vocês que fiz isso em poucos dias em um único mês, tempos atrás. E estou de coração leve e dono de minhas ideias.
William Mendes
sábado, 18 de julho de 2015
Formação Econômica do Brasil - Economia escravista séc. XVI e XVII
Refeição Cultural
Comecemos a saga da colonização portuguesa em nossas terras com uma estrofe do épico poema português Os Lusíadas, de Luís de Camões.
CANTO SEGUNDO
111
"E não menos co'o tempo se parece
O desejo de ouvir-te o que contares;
Que quem há que por fama não conhece
As obras portuguesas singulares?
Não tanto desviado resplandece
De nós o claro Sol, para julgares
Que os Melindanos têm tão rudo peito,
Que não estimem muito um grande feito."
SEGUNDA PARTE DO LIVRO
Economia escravista de agricultura tropical (séculos XVI e XVII)
XII. Contração econômica e expansão territorial
Alguns excertos e comentários do capítulo que fecha a segunda parte do livro.
Com a queda da comercialização da produção açucareira, pela quebra do monopólio português, amenizada pelo aumento da produção pecuária de subsistência no Nordeste, outros fatos vieram a ampliar os problemas da metrópole portuguesa em relação à sua colônia: as invasões holandesas.
"A administração holandesa se preocupou em reter na colônia parte das rendas fiscais proporcionadas pelo açúcar, o que permitiu um desenvolvimento mais intenso da vida urbana." (pág. 67)
POVOAMENTO PORTUGUÊS NO MARANHÃO
"A ocupação foi seguida de decisões objetivando a criação de colônias permanentes. Ao Maranhão foram enviados de uma feita - no segundo decênio do século XVII - trezentos açorianos. Ao iniciar-se a etapa de dificuldades políticas e econômicas para o governo português, essas colônias da região norte ficaram abandonadas aos seus próprios recursos e as vicissitudes que tiveram de enfrentar demonstram vivamente o quão difícil era a sobrevivência de uma colônia de povoamento nas terras da América". (pág. 68)
A produção de açúcar não deu certo no Maranhão: "Os solos do Maranhão não apresentavam a mesma fecundidade que os massapês nordestinos para a produção de açúcar". (pág. 68)
A situação na segunda metade do século XVII e a primeira do XVIII foi dramática para os colonos daquela região. Até para produção de subsistência, houve grande dificuldade com o abandono da metrópole.
Novamente alega-se ser a escravidão uma questão de sobrevivência (dos portugueses): "A inexistência de qualquer atividade que permitisse produzir algo comercializável obrigava cada família a abastecer-se a si mesma de tudo, o que só era praticável para aquele que conseguia por as mãos num certo número de escravos indígenas. A caça ao índio se tornou, assim, condição de sobrevivência da população". (pág. 69)
JESUÍTAS ATUAM PARA FAZER ÍNDIOS TRABALHAREM
"Na primeira metade do século XVIII a região paraense progressivamente se transforma em centro exportador de produtos florestais: cacau, baunilha, canela, cravo, resinas aromáticas. A colheita desses produtos, entretanto, dependia de uma utilização intensiva da mão-de-obra indígena, a qual, trabalhando dispersa na floresta, dificilmente poderia submeter-se às formas correntes de organização do trabalho escravo". (pág. 69)
ATUAÇÃO DA IGREJA NO PAPEL DA ESCRAVIDÃO DO ÍNDIO FOI IMPLACÁVEL
"Não se dependia de nenhum sistema coercitivo. Uma vez suscitado o interesse do silvícola, a penetração se realizava sutilmente, pois, criada a necessidade de uma nova mercadoria, estava estabelecido um vínculo de dependência do qual já não podiam desligar-se os indígenas". (pág. 69).
COMENTÁRIOS:
- entra século, sai século, e o papel da religião é sempre o mesmo, apesar de haver exceções em relação à fé pessoal. A promiscuidade das várias igrejas com a política e os Estados sempre foi forte no sentido de "pacificar" a massa explorada pelos donos do poder.
- os jesuítas foram a semente da manipulação no colonialismo que seria o neoliberalismo do século XXI, cuja técnica da criação do desejo, do fetiche imbecilizante e domesticável, segue desde então até os dias atuais.
CRISE DO FIM DO MONOPÓLIO DA CANA DE AÇÚCAR TAMBÉM TRAZ REPERCUSSÕES NA REGIÃO SUL
"O empobrecimento da região açucareira, ao reduzir o mercado de escravos da terra, repercutiu igualmente na região sulina, escassa de toda mercadoria comercial. Os couros, que de há muito se exportavam também pelos portos do sul, aumentaram então sua importância relativa e os negócios de criação passaram a preocupar os governantes portugueses em forma crescente" (pág. 70)
Colônia do Sacramento: "A penetração dos portugueses em pleno estuário do Prata, onde em 1680 fundaram a Colônia do Sacramento, constitui assim outro episódio da expansão territorial do Brasil ligada às vicissitudes da etapa de decadência da economia açucareira. A Colônia do Sacramento, que esteve em mãos portuguesas com interrupções durante quase um século, permitiu a Portugal reforçar enormemente sua posição nos negócios do couro, demais de constituir um entreposto para o contrabando com um dos principais portos de entrada da América espanhola, numa etapa em que a Espanha perdera praticamente a sua frota e persistia em manter o monopólio do comércio com suas colônias" (pág. 70)
O aumento do câmbio arrebentou as regiões de pouca exportação e que careciam muito das importações para sobreviverem.
Celso Furtado termina assim a segunda parte do livro: "o encarecimento das manufaturas importadas chegou a extremos e nas regiões mais pobres, como Piratininga, uma simples roupa de fazenda importada ou uma espingarda podiam valer mais que uma casa residencial"
E por fim:
"Esses fatores contribuíram para a reversão cada vez mais acentuada a formas de economia de subsistência, com atrofiamento da divisão do trabalho, redução da produtividade, fragmentação do sistema em unidades produtivas cada vez menores, desaparição das formas mais complexas de convivência social, substituição da lei geral pela norma local etc". (pág. 71)
COMENTÁRIO FINAL
Quando olhamos a história de nosso país, olhando qualquer de nossas regiões como o Estado do Maranhão, tão pobre e tão sem políticas públicas universalizantes; o Nordeste inteiro que foi quase que grandes capitanias hereditárias até bem entrado o século XX; o Sul com sua cultura típica; o Estado de São Paulo, onde impera uma ideia (ideologia) que afirma haver um "espírito bandeirante"... enfim, vemos como é importante conhecer a história de nosso povo, nossa terra, nossa cultura, para inclusive desfazer mitos e construir estradas para um futuro mais equânime e solidário para todo o povo tão igual e tão diferente, o povo brasileiro.
Bibliografia:
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. In: Grandes Nomes do Pensamento Brasileiro. Publifolha 2000.
quinta-feira, 16 de julho de 2015
"O que eu purgava era ranço nervoso, sobra da esquentação..." (Riobaldo Tatarana)
Entardecer, o lusco-fusco em Brasília, Planalto Central. Foto: William Mendes. |
Refeição Cultural
(Riobaldo Tatarana com Jõe Bexiguento. Grande Sertão: Veredas - João Guimarães Rosa. Editora Nova Fronteira, 19ª edição)
O meu dia de hoje começou antes do dormir dele, lá na madrugada. Na véspera, tive um dia de grande estressamento. Sangue nas têmporas. Tive uma noite de não descanso. "o que eu purgava era ranço nervoso". Acordei tarde e com "uma coceira na mente".
Na Ditec BB DF. 16/7/15 |
Depois de trabalhar com textos e estudos pela manhã, tive uma tarde boa conversando com trabalhadores que represento, debatemos a nossa Caixa de Assistência. Esse fato melhorou meu "ranço nervoso" da véspera.
Voltando pra casa, já no lusco-fusco do entardecer - nunca igual de Brasília -, ainda tinha uma "sobra da esquentação curtida nas horas do tiroteio" da véspera.
Não tinha outro jeito que não fosse calçar um tênis, por um calção e sair para correr na noite, sem pressa e pra queimar aquilo no sangue.
As pernas estavam pesadas. Mas corri 47 minutos pelas alamedas e arvoredos frescos da noite candanga. Só assim me livrei daquela "desinquietação" que me veio no dia anterior.
São muitas coisas ocorrendo e a gente tá cuidando da missão que nos foi dada. Mas tá complicado ver o que vem por aí no meu país, pro meu povo.
"medo de guerra não conheço" como diz Jõe Bexiguento... mas dá uma dó danada do que vai virar meu país e a vida do meu povo.
William Mendes
quarta-feira, 15 de julho de 2015
"Este mundo é muito misturado" (Riobaldo Tatarana)
Refeição Cultural
"Que isso foi o que sempre me invocou, o senhor sabe: eu careço de que o bom seja bom e o rúim rúim, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! Quero os todos pastos demarcados... Como é que posso com este mundo? A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do meio do fel do desespero. Ao que, este mundo é muito misturado..." (p. 237)
(Riobaldo Tatarana - Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa. Editora Nova Fronteira, 19ª edição)
Um pensamento, um falar simples com uma reflexão profunda sobre a existência humana.
O desejo meu é que as coisas fossem sempre muito claras, lados definidos etc como bem dito acima com sabedoria jaguncês. Mas a vida na prática não é como a gente quer.
E por isso também está ali bem explicado o segredo do viver: "a esperança mesmo do meio do desespero".
Estou enfiado numa missão muito desafiadora nesta altura de minha vida de representação dos trabalhadores: fortalecer a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, uma entidade de saúde num mundo da saúde em crise. Lá cheguei faz um ano e tanto aprendi e mudei. E não mudei.
Mudei no aprender técnico e nas certezas que não tinha. Não mudei no saber o que represento e o que estou fazendo lá.
Vida dura no transitar. Eu carecia "que o bom seja bom e o rúim rúim" mas a realidade no convívio com os seres humanos está longe longe disso. Mas a gente segue muito firme nos propósitos.
Este mundo é muito misturado...
William Mendes
domingo, 12 de julho de 2015
Formação Econômica do Brasil - Economia escravista séc. XVI e XVII
Refeição Cultural
Comecemos citando nosso poeta português, que tanto enalteceu os feitos da gente portuguesa com a conquista do mundo pelos mares nunca dantes navegados. De propósito, cito uma estrofe que considero bonita nas palavras, mas incorreta nos atos portugueses - seria verdade o que os versos nos dizem? Que fizeram em terras africanas, asiáticas e americanas?
CANTO SEGUNDO
80
"Não somos roubadores, que, passando
Pelas fracas cidades descuidadas,
A ferro e a fogo as gentes vão matando,
Por roubar-lhes as fazendas cobiçadas;
Mas, da soberba Europa navegando,
Imos buscando as terras apartadas
Da Índia grande e rica, por mandado
De um rei que temos, alto e sublimado."
(Os Lusíadas, Luís de Camões)
SEGUNDA PARTE DO LIVRO
Economia escravista de agricultura tropical (séculos XVI e XVII)
X. Projeção da economia açucareira: a pecuária
Excertos do capítulo e comentários, quando necessários.
Como a economia na colônia era de elevadíssimo coeficiente de importações, a produção de alimentos inclusive para os escravos, em terras de engenhos, tornava-se antieconômica naquele período.
Como a utilização da colônia era para a produção monocultora de açúcar, para exportação, além de não ser interessante ocupar a terra para plantar alimentos, a metrópole não queria concorrência alguma de produção para atrapalhar o comércio do império.
"Pode-se admitir, como ponto pacífico, que a economia açucareira constituía um mercado de dimensões relativamente grandes, podendo, portanto, atuar como fator altamente dinâmico do desenvolvimento de outras regiões do país (...). Em segundo lugar estava a preocupação política de evitar o surgimento na colônia de qualquer atividade que concorresse com a economia metropolitana".
COMENTÁRIO: isso sempre foi uma tragédia econômica para o nosso país.
DIFERENÇAS NA COLONIZAÇÃO EM SÃO VICENTE E NOVA INGLATERRA
"Em São Vicente, onde a escassez de mão-de-obra resultou ser maior do que na Nova Inglaterra - o excedente de população nas Ilhas Britânicas tornou possível importar mão-de-obra europeia em regime de servidão temporária - a primeira atividade comercial a que se dedicaram os colonos foi a caça do índio. Dessa forma, voltaram-se para o interior e se transformaram em sertanistas profissionais."
PECUÁRIA, EXCEÇÃO À MONOCULTURA DA CANA
"O único artigo de consumo de importância que podia ser suprido internamente era a carne, que figura na dieta mesmo dos escravos, como observa Antonil."
"A criação de gado - na forma em que se desenvolveu na região nordestina e posteriormente no sul do Brasil - era uma atividade econômica de características radicalmente distintas das da unidade açucareira. A ocupação da terra era extensiva e até certo ponto itinerante. O regime de águas e distâncias dos mercados exigiam periódicos deslocamentos da população animal, sendo insignificante a fração das terras ocupadas de forma permanente".
A economia de criação de gados se transformou num fator fundamental de penetração e ocupação do interior brasileiro.
Como a atividade de criação de gado tinha mais atrativos que a açucareira, inclusive por causa da relação de investimentos necessários entre uma e outra, "aquele que não dispunha de recursos para iniciar por conta própria a criação tinha possibilidade de efetuar a acumulação inicial trabalhando numa fazenda de gado".
"Tudo indica que essa atividade era muito atrativa para os colonos sem capital, pois não somente da região açucareira, mas também da distante colônia de São Vicente, muita gente emigrou para dedicar-se a ela", conclui Furtado.
PECUÁRIA TERÁ IMPORTÂNCIA NA REGIÃO NORDESTINA MESMO EM DECADÊNCIA
Celso Furtado finaliza o capítulo, após explicar a dispersão da pecuária para diversas regiões, nos informando que "essa importância relativa do setor de subsistência na pecuária será um fator fundamental das transformações estruturais por que passará a economia nordestina em sua longa etapa de decadência".
COMENTÁRIO: até o século XVII a expansão da cana de açúcar no Nordeste fez a pecuária se estender sertão adentro. No século XVIII, com a mineração na região Sudeste, a expansão da pecuária se dá mais no Sul do país.
XI. Formação do complexo econômico nordestino
Os dois sistemas da economia nordestina - o açucareiro e a pecuária -, vão entrar em decadência a partir da segunda metade do século XVII.
O modelo de crescimento era sem tecnologia: "o crescimento era de caráter puramente extensivo, mediante a incorporação de terra e mão-de-obra, não implicando modificações estruturais que repercutissem nos custos de produção e portanto na produtividade".
No século XVIII a situação econômica dos produtores piora "em razão do aumento nos preços dos escravos e da emigração da mão-de-obra especializada, determinados pela expansão da produção de ouro".
NORDESTE TEM QUEDA DE RENDA PER CAPITA SECULAR
Autor nos diz que desde o século XVII até começos do século XIX (e podemos dizer até o final dos anos noventa do século XX) "a economia nordestina sofreu um lento processo de atrofiamento, no sentido de que a renda real per capita de sua população declinou secularmente".
Com estagnação da produção açucareira no Nordeste: "Não havendo ocupação adequada na região açucareira para todo o incremento de sua população livre, parte desta era atraída pela fronteira móvel do interior criatório. Dessa forma, quanto menos favoráveis fossem as condições da economia açucareira, maior seria a tendência imigratória para o interior. As possibilidades da pecuária para receber novos contingentes de população - quando existe abundância de terras - são sabidamente grandes, pois a oferta de alimentos é, nesse tipo de economia, muito elástica a curto prazo".
Com as mudanças ocorridas com a redução da produção açucareira e com a produção pecuária sendo basicamente para subsistência, "No Nordeste brasileiro, como as condições de alimentação eram melhores na economia de mais baixa produtividade, isto é, na região pecuária (...) explica-se assim que a população do Nordeste haja continuado a crescer - e possivelmente haja intensificado o seu crescimento - em todo o século e meio de estagnação da produção açucareira a que fizemos referência".
ENFIM: menor produção de açúcar, maior produção criadora e de subsistência, aumento da população nordestina no período.
COMENTÁRIO FINAL
Lá no futuro, no século XXI, um determinado povo da região Sudeste, vai alimentar forte discriminação contra o povo nordestino. É de uma estupidez incrível, porque o povo nordestino mostrou ao longo de séculos que é um povo bravo, resistente e sobrevivente, mesmo em situações de crises econômicas causadas pelas diversas formas de capitalismo predatório das classes dominantes.
Bibliografia:
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. In: Grandes Nomes do Pensamento Brasileiro. Publifolha 2000.
quarta-feira, 8 de julho de 2015
A inevitável emoção de ser o ouvinte de Riobaldo Tatarana!
08 07 15 > 15 15 > 8 8 >
Emoção!
Olhos cheios d'água!
Depois de tanto tempo de leitura iniciada... interrompida... nas veredas de minha vida.
Riobaldo Tatarana conta a um ouvinte, um forasteiro, em seu retiro, sua história. Seus medos. Suas dores. Seu amor!
Tantos anos! Tantas veredas...
Meu sertão, minhas veredas.
Hoje meu sertão é o Planalto Central!
As veredas? Estou embrejado em uma... mas ainda são tantas!
Meu sertão!
Minhas veredas!
Ainda quero muitas...
segunda-feira, 6 de julho de 2015
Fim de semana focado em minha sanidade
Leituras de um fim de semana em busca de alimento cultural |
Refeição Cultural
Já estamos na madrugadinha da segunda-feira, 6 de julho. Quando cheguei sexta-feira do trabalho, estava bem esgotado.
Neste fim de semana, procurei dormir um pouco mais, li muito, corri, fiquei em casa com a família, falei com meus pais por telefone, assisti a coisas boas como "Planeta Terra" e um pouco da minissérie dos anos oitenta "Grande Sertão: Veredas".
Eu precisava me desligar um pouco de meu trabalho na Cassi, onde sou gestor eleito pelos trabalhadores e tenho jornada de trabalho intensa.
Corridas e preparação para fazer longa caminhada em agosto
Neste domingo à tarde, saí para correr em Brasília com uma temperatura quente (26 graus) e pouca umidade no ar. A corrida foi bem difícil e exigiu grande esforço respiratório. Mas gosto de testar meus limites. Corri 35' e estarei preparado para fazer minha caminhada de 75 km em agosto lá em MG.
Leituras para alimentar a mente, o caráter e a cultura
Neste fim de semana dei a mim o direito de esquecer um pouco o cenário político e o meu trabalho e procurei fortalecer minha sanidade lendo coisas maravilhosas.
Retomei a leitura de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosas. Parei a leitura faltado pouco mais de cem páginas. Li cinquenta páginas hoje. A leitura atenta de literatura com linguagem tão especial nos faz abrir o cérebro e alimentá-lo positivamente. Como fiz Faculdade de Letras tenho ao menos consciência do grande poder de aumento da capacidade intelectual que a leitura permite aos seres humanos.
Reli e melhorei minhas postagens sobre a importante obra Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado. Novamente, a linguagem é diferente da anterior. Como o próprio Furtado diz no prefácio, é um ensaio e conjuga história, economia e cultura brasileira.
De quebra, reli umas oitenta páginas da grandiosa obra de Luís de Camões - Os Lusíadas. Que coisa fantástica e que linguagem completamente diferente das duas anteriores. Ganho eu e ganha meu cérebro ao ser cutucado de forma bem melhor que ficar navegando em redes sociais (na minha opinião).
Por fim, reli um pouco dos episódios de um livro que tenho sobre a série Arquivo X - The truth is out there, the official guide to The X Files, dos anos noventa. Para descontrair em algumas noites, tenho revisto episódios quando chego do trabalho. Aproveitei e revi meu inglês, novamente linguagem diferente que cutuca meu cérebro a buscar em suas conexões o que já aprendeu.
Planeta Terra
Por fim, tenho terminado os domingos assistindo ao programa Planeta Terra. A cada semana, após os episódios, fico pensando nos seres humanos, nos animais e plantas, neste nosso Planeta e no que estamos fazendo conosco e com ele...
Nós temos como viver melhor entre nós humanos e na relação de convivência humanos e meio ambiente. Só temos que deixar de ser egoístas, ignorantes, intolerantes e sermos mais solidários, gregários e conscientes do quanto somos frágeis enquanto seres no Universo.
Refleti muito.
quinta-feira, 2 de julho de 2015
Diário - 010715
Foto do dia que estive em Curitiba falando com bancários. |
Correr para abstrair e cuidar de si mesmo
Nesta quarta-feira começou o segundo semestre de 2015. Após mais um dia de trabalho pela nossa Caixa de Assistência, resolvi iniciar o mês de julho correndo.
Corri 5k em 30 minutos numa noite fria de Brasília (15°). Estava com uma preguiça quando cheguei que nem conto... vencer isso é o que nos faz bem.
Daqui a um mês farei minha caminhada na Romaria lá em Minas Gerais. A expectativa já dá uma comichão na gente.
Vou me esforçar para correr bastante neste mês de julho. Espero manter meu peso na casa dos 73 kg e seguir cuidando de meu sistema cardio-respiratório, bem como pretendo estar bem atento ao meu sistema locomotor, aquele que me carrega por mais de 70 km em menos de um dia de caminhada.
Ia fazer um artigo sobre a proposta do Banco do Brasil para a Cassi, mas vou fazê-lo amanhã. Assim refresco a cabeça e ainda vejo os vídeos do diretor do Banco falando da Cassi. Pelo que já vi... terei que fazer alguns esclarecimentos aos nossos participantes.
FASCISMO VAI CRESCENDO NO BRASIL
Estou muito focado em meu trabalho, mas eu não posso concordar em hipótese alguma com o fato de os brasileiros estarem se tornando tolerantes e complacentes com atos fascistas, xenófobos, misóginos ou outros lixos preconceituosos do gênero, como a oposição de direita e a imprensa golpista têm feito e estimulado contra o PT, a presidenta da República, Lula e outras lideranças de esquerda.
Hoje vi na internet que alguns fascistas fizeram adesivos com a senhora presidenta Dilma Rousseff (mulher, cidadã, mãe e avó) com pernas abertas em bocais de tanques de gasolina em carros (?!).
Francamente... se é pra ser assim, que comecemos logo a nos matarmos uns aos outros, brasileiros que somos, e esqueçamos a convivência em sociedade.
Lamentável a justiça não fazer absolutamente nada contra crimes como esse e permitir que fascistas assim fiquem impunes.
William