domingo, 23 de agosto de 2015

Caminhamos para a incomunicabilidade





Refeição Cultural

Tenho vontade e até me sinto na obrigação de falar o que penso a respeito de muitas coisas e acontecimentos que se passam ao meu redor. Quis ser alguém em alguma área do conhecimento humano e atuar em função daquilo como, por exemplo, dar aulas, porque sempre gostei de estudar e aprender, e acabei sendo o que sou: trabalhador bancário, escriturário concursado do Banco do Brasil.

Me interessavam muitas áreas do conhecimento humano e quis me aventurar nelas: literatura e linguagem, história, geografia, filosofia, ciências, humanidades, matemática, áreas de esporte e saúde, áreas jurídicas e econômicas. Se as veredas que andei por necessidade tivessem coincidido, teria passado a vida lendo, produzindo conhecimento e tentando passá-lo adiante.

Já as representações políticas e sociais foram mais por acaso. Me parece que é assim com quase todos que se pegam eleitos em algo. Querendo ou não, nos pegamos envolvidos em questões sociais quando não aguentamos ver injustiças e coisas erradas acontecendo ao nosso redor: foi assim comigo e com boa parte dos militantes de algum movimento social: quando vemos, estamos no movimento estudantil, no movimento no seu bairro, na sua igreja, no seu condomínio, no local onde trabalha, e por aí vamos.

Hoje gostaria de falar sobre alguns temas, mas não vou: os riscos na política em meu país e os riscos de quebra nas regras democráticas; sobre a questão do domínio das máquinas sobre os seres humanos, que estão virando gado ou baterias como no filme "Matrix"; sobre o quanto eu me incomodo (ia falar odeio) em depender de qualquer tipo de tecnologia ou informática, bem ao estilo do personagem do filme "Eu, robô".

Mas ao mesmo tempo que queria escrever, falar minha opinião sobre várias questões sérias para a humanidade e para o povo do meu país e do meu mundo, eu sinto um desejo imenso de não falar nada. De ficar em silêncio e dizer só o necessário, só o que for de minha obrigação pelos contratos sociais que tenho.

O mundo caminha para uma incomunicabilidade que nos levará a barbáries e guerras. O mundo das redes sociais que substituíram as relações ancestrais de humano/humano e o toque e olho no olho por mundo virtual é o caminho da degradação do gênero humano.

Preferiria só me comunicar ao vivo, como fiz em meu trabalho no último mês, quando viajei milhares de quilômetros para estar frente a frente com algumas dezenas de associados que represento em três estados brasileiros (quatro, na verdade), mas infelizmente é no inverso que viveremos todos: estamos na dependência de alguma rede de comunicação controlada por uma máquina ou alguém.

Somado à incomunicabilidade humana, estaremos todos individualmente catalogados por empresas e governos. Somos bilhões catalogados...

É assustador para quem já tomou consciência disso.

William

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