quarta-feira, 16 de março de 2016

Cada cidadão tem uma missão a cumprir, eu cumpro a minha




Noite de quarta, 16 de março de 2016. Brasília (DF).

Saí de meu trabalho por volta de sete horas da noite. Cada dia em nosso querido país virou uma agonia. Está em marcha um Golpe de Estado midiático-jurídico promovido pela oposição ao Governo de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, legitimamente eleita com 54 milhões de votos nas eleições de 2014.

O Golpe é organizado pela Rede Globo dos Marinho, a mesma família que apoiou o Golpe civil-militar de 1964. Também fazem parte do Golpe os donos dos demais veículos de comunicação - Estadão, dos Mesquita, Folha, dos Frias, Editora Abril, dos Civita - além de uma caterva de empresários, banqueiros e latifundiários, todos atolados até o pescoço em corrupção, mas todos protegidos pelos meios de comunicação e com amigos e parentes instalados em órgãos públicos da justiça e da polícia.

Hoje, um juiz do Paraná, que se apossou do Brasil e parou até a economia do país, fez um grampo ilegal da Presidenta da República e divulgou para a imprensa para tentar iniciar uma convulsão social e uma guerra civil em nosso país. Os meios de comunicação das famílias golpistas incentivam todos a irem para as ruas protestarem contra o Governo. Querem destruir o país e verem sangue derramado entre irmãos.

Eu fui dirigente sindical por 14 anos. Estive muito tempo à frente das lutas de minha categoria contra banqueiros e polícia que é usada pelos patrões para reprimir trabalhador em luta por direitos. Por sinal, são os patrões que estão convocando o povo para participar do Golpe contra a presidenta Dilma, o ex-presidente Lula e o PT e demais partidos de esquerda e movimentos sociais.

Fui destacado pelo movimento para ir cumprir outra missão em 2014. Fui eleito pelos trabalhadores do BB para gerir a nossa Caixa de Assistência. Ao ver a crise política por que passa nosso querido e amado Brasil, meu coração aperta e meu peito dilacera. Eu não estou mais naquele front de batalha. Se eu fosse dirigente sindical, estaria tempo integral organizando os trabalhadores que representamos para impedirmos o Golpe, que se ocorrer vai massacrar por décadas o nosso povo querido e sofrido.

Mas eu entrei em um mundo em crise também. O setor saúde, onde atua a nossa Caixa de Assistência, passa por grave crise de sustentabilidade, de ética e abuso de poder por parte de alguns hospitais e profissionais de saúde (felizmente não são todos), e nossa Cassi enfrenta as consequências da crise do setor saúde, além da falta de receitas adequadas causadas principalmente pelo patrocinador patrão Banco do Brasil, que por uma década congelou salários e reduziu o Plano de Cargos e Salários de nossos associados, fazendo com que o plano de saúde dos funcionários nunca mais tivesse equilíbrio entre despesas assistenciais (sempre crescentes) e receitas sempre menores, porque dependem da remuneração dos trabalhadores da ativa e aposentados.

Com uma entidade de saúde em crise, sobrevivendo em um mundo em crise, eu não posso cochilar um minuto. Passo meu dia, minha semana, tenho passado minha vida em função de a cada instante defender os direitos e interesses dos associados que representamos. Eu não posso falar dos bastidores do que vivo, mas se eu falasse, alguns adoeceriam só de saber como é duro defender os interesses dos associados e manter a Cassi perseguindo sua missão de promover a saúde e prevenir as doenças de seus associados.

Eu não posso mais estar nas frentes de batalha em defesa da democracia brasileira, mas eu juro que é porque consumo até o último fôlego que tenho na defesa dos interesses dos associados da Cassi.

Quero acreditar que minha missão é essa. Foi essa a tarefa que o movimento sindical e os associados da Cassi me deram. Meu coração está apertado, mas minha missão é tão revolucionária quanto a de defender os trabalhadores em sindicatos.

Vou madrugar para realizar minha tarefa em defesa da Cassi nos próximos dois dias lá em Minas Gerais.

William Mendes
Diretor de Saúde e Rede de Atendimento da Cassi (eleito)


Post Scriptum:

Já que minha saúde não é mais a mesma após minha nova missão, tenho pensado formas de controlar minha pressão. Apesar de não ter tempo adequado para correr e andar, vou me virar e aumentar a carga de atividade física. Eu não posso quebrar.

Corri hoje 5 km em meia hora. Corri ontem mais 5,5 km. Corri no domingo 5k. E também consegui correr no meio da semana passada (5 km) e no primeiro domingo do mês (6,5 km).

Eu quero estar bem para cumprir minha tarefa.


Post Scriptum II (14/9/19):

Vivendo num país destruído pela Lava Jato, pelo Golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff e contra o povo brasileiro, soubemos dias atrás, pelas denúncias do site The Intercept Brasil, através da Vaza Jato, que este dia, 16 de março de 2016, foi o dia que o juiz de Curitiba, os canalhas do Ministério Público e as Organizações Globo perpetraram o atentado à democracia brasileira, montando uma farsa contra Dilma e Lula e colocando no ar em cadeia nacional vazamentos ilegais e seletivos com o objetivo de manipular o povo e mudar o regime democrático no país. Mesmo assim, o cidadão inocente Lula segue preso há mais de um ano, o país tem um monstro e seus agregados no poder e o povo assiste ao desmonte do Brasil e dos direitos de 200 milhões de pessoas em benefício de alguns canalhas e seus comparsas.

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