Este blog é para reflexões literárias, filosóficas e do mundo do saber. É também para postar minhas aulas da USP. Quero partilhar tudo que aprendi com os mestres de meu curso de letras.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
Diário - 050516
Refeição Cultural - Balzac
"A obra do escritor não é menos atraente nem - como o pretendemos mostrar - menos enigmática do que a sua vida. Depois de uma estreia pouco promissora, emerge de repente como o criador de um gênero literário importantíssimo, o único que ainda hoje acaso participa da vida de quase todos nós: o romance moderno. Foi ele quem primeiro teve a ideia genial de basear a literatura de ficção em estudos e pesquisas, aplicando à sociedade de seu próprio tempo o método de documentação com que Walter Scott, em seus romances históricos, transfigurava o passado" (Paulo Rónai, Balzac e A Comédia Humana)
Acordei e peguei pela segunda vez o primeiro volume da coleção que ganhei da obra gigante de Honoré de Balzac, A comédia humana.
Medi minha pressão arterial antes de pegar o pequeno volume extra que vem com os oito volumes que ganhei de minha esposa, porque o primeiro livro da coleção é de estudos de Paulo Rónai sobre Balzac e sua obra. A triste rotina de medir a pressão já se tornou obrigação nos últimos meses. Deu o mesmo, alta, mesmo tomando remédio regular.
Obras clássicas de séculos passados sempre nos deixam boquiabertos por imaginar o mundo de dificuldades que seus autores tiveram que superar para escrevê-las e publicá-las.
Quando penso em Miguel de Cervantes escrevendo Don Quijote de La Mancha, num mundo do século 16 para o 17, sem computador, sem caneta e papel apropriado, fico estupefato, por ser algo fantástico.
Balzac passou mais de duas décadas escrevendo sua comédia humana no século 19.
Li uns 45 minutos pela manhã desta quinta-feira, dia de trabalho. Agora é hora de enfrentar os problemas do mundo Cassi até o dia acabar... meu primeiro compromisso de agenda é às 11h.
Meu mundo...
E olha que são tantas coisas que nem dá pra contar. São traições que nos decepcionam, hipocrisias e ilações plantadas no meio em que vivemos e envolvendo pessoas que conhecemos e com as quais temos relações de trabalho e ou políticas... O mundo em que estamos é um mundo que não permite pessoas sensíveis do estômago passarem por ele sem congestões e ânsias de vômito.
Mas o mundo humano tem seus momentos de altos e baixos ao longo dos séculos. O momento é de total inversão de valores, de baixa ética e pouco apego à verdade e ao caráter.
Balzac teria um excelente cenário para repetir seus estudos e sua obra analisando a atual sociedade brasileira do século 21.
William
larga o chato do ronai e mergulha logo nas maravilhas do balzac!
ResponderExcluirGrande Joel!
ResponderExcluirSabe que uma das primeiras coisas que aprendi com os professores da FFLCH-USP foi isso que você acabou de dizer?
Se tiver que escolher entre os críticos e a obra em si, larga os críticos e entra na obra rsrs...
Eu tenho uma grande decepção de começar livros e não conseguir ler por causa do trabalho... é muito broxante! Já a leitura de crítica é mais pra instigar e aumentar o desejo...
Mas tá feita a dica de mestre!
Abraços Joel
William
Lendo seus últimos posts... compartilhando sentimentos!
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