sábado, 7 de maio de 2016

Ilusões Perdidas - Balzac



As Ilusões perdidas e suas 800 páginas de
estudos de costumes da sociedade francesa
burguesa da primeira metade do século 19.

Refeição Cultural


"A avareza começa onde cessa a pobreza" (Ilusões perdidas, Honoré de Balzac)


Nesta semana que passou, recebi um comentário interessante na postagem que fiz dizendo que estava lendo o primeiro volume da coleção A comédia humana, de Honoré de Balzac. O colega Joel Bueno me recomendou algo que ouvi por longos anos dos mestres de literatura na Faculdade de Letras, da USP. Disse para largar o "chato" do Rónai e pegar de vez o Balzac.

Os professores falavam isso para nós nas aulas de literatura, fossem elas portuguesa, espanhola, hispano-americana ou brasileira. Me lembro da professora Maria Augusta Costa Vieira dizendo isso sobre os dois grossos tomos do Don Quijote de la Mancha. Eu acabei pegando uma edição especial e lendo por 3 meses a fan-tás-ti-ca história do cavaleiro da triste figura e seu fiel escudeiro. Até hoje não li as diversas críticas contidas em mais de uma centena de páginas de minha edição especial de comemoração dos 400 anos do lançamento da obra, feita pela Alfaguara.

Como o volume nº 1 da imensa obra balzaquiana não chegou a Brasília e sim lá em Osasco (não estou com ele ainda), olhei, olhei e escolhi o volume 7 de A comédia humana. Escolhi nada mais nada menos que Ilusões perdidas para começar a namorar com ela hoje (sei que minhas jornadas de trabalho e luta não me permitem ler um livrão desses de sentada).


LEITURAS E LEITURAS

Interessante a questão de adequar a onda mental para determinado tipo de leitura. Quando li Os lusíadas, de Camões, gastei várias idas e voltas para entrar no ritmo da leitura e poder navegar por mares nunca dantes navegados. 

Imaginem quando consegui ler até o final as quase mil páginas de Ulisses, de James Joyce. Devo ter recomeçado umas oito vezes até meu cérebro entrar naquele ritmo e deslanchar. Me lembro que cheguei a ler até a página trezentos e voltar ao início porque achei que não estava boa a leitura.

Como na atualidade só leio dezenas de súmulas técnicas a respeito de saúde e coisas do mundo da gestão da saúde e, às vezes, artigos políticos, meu cérebro está destreinado para leitura literária. Fiquei algum tempinho nas primeiras 5 páginas para entender direito o que estava lendo, o contexto da história, o ritmo do autor etc. Não sei se isso acontece com vocês, amantes de leituras.

Enfim, viram a citação acima sobre a avareza e a pobreza? É só um aperitivo do que já vi nas primeiras páginas das Ilusões perdidas. O autor tem um estilo de linguagem ferina. Soube que Machado de Assis teve influências de Balzac. Me pareceu muito o estilo de críticas irônicas e aguçadas à sociedade como costumo ler no Mestre do Cosme Velho, este sim, já de minha afinidade.

Abraços aos meus amigos leitores.

William

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