domingo, 29 de maio de 2016

Quando impera a Iniquidade e a desesperança



A justiça divina e humana estão nas sombras...

Refeição Cultural

Que fazer quando a Iniquidade impera em nosso mundo e não vemos mais esperanças na Justiça dos homens?


Domingo na Capital Federal. Dia ensolarado e na estação que avança para os tempos secos das próximas semanas no cerrado do Planalto Central.

Estou meio fodido com gripe ou resfriado, meio verde por dentro e aftas na boca. Legal, né? Não dá vontade de por nada na boca. Vou sair para correr no Eixão porque sou teimoso, pois ânimo psicológico e bem estar físico estou com nenhuns.

Queria desligar no final de semana a chavinha da consciência política e desplugar do mundo desgraçado em que nos pegamos vivendo - um país sob ataque e golpe dos canalhas donos do mundo -, mas não consigo. Os dias que correm são de alternância entre raiva e tristeza por ver as merdas diárias feitas pelos golpistas e pelos senhores brancos inalcançáveis da eterna Casa Grande brazil.

Hoje, por exemplo, não consigo ler e fazer nada porque me incomoda os miolos a questão da iniquidade e da injustiça em nosso país.

Esse é um texto de reflexão e de opinião, em tese não há crime em expressar a opinião. A coitada da Constituição Federal de 1988 prevê meu direito à opinião.

Teve um momento em meus estudos, pesquisas e debates filosóficos durante minha formação política e sindical, anos atrás, em que uma liderança mais velha, o Sérgio Braga, me disse que eu não tinha característica alguma de anarquista, pelo contrário, eu tinha um perfil de militância que defendia que as instituições sociais construídas por nós, sociedade, deveriam funcionar corretamente. Ele tinha razão.

Eu não tinha o perfil revolucionário de outras correntes em desejar e atuar para a destruição total das instituições sociais para a partir do caos e das cinzas, recomeçar novamente o mundo. Não, eu sempre atuei para que as instituições da chamada democracia burguesa funcionassem corretamente. O Estado deve cumprir seu papel, os executivos e legislativos idem. O terceiro poder, a Justiça, idem. Que dizer então do "quarto" poder, os meios de comunicação, que deveriam ser democráticos e imparciais? (puta merda!)

Hoje, aos 47 anos, fico atônito, pensando a respeito desses poderes formais da democracia. Que porra de Congresso Nacional é esse eleito em 2014, fruto da influência do dinheiro e das estratégias golpistas e fascistas dos donos do mundo e dos meios de comunicação? Quantos dos 513 deputados e 81 senadores representam o meu lado, a minha classe? Dos 594 fulanos e ciclanos (quase que só homens também), quantos nos representam?

Mas o que eu queria mesmo expressar minha opinião neste momento é sobre a Justiça brasileira. Ela faliu! Ou nunca existiu para os da minha classe. 

O povo acredita em 3 tipos de justiça, a divina, a dos homens (instituições) e a das próprias mãos - olho por olho, dente por dente.

Estamos todos fodidos. A justiça divina não está dando conta das iniquidades do mundo humano e material faz milênios. A justiça com as próprias mãos é repleta de falhas por não haver processo legal, por não haver tolerância e por ter como tendência a eliminação do outro, sem choro.

E a justiça dos homens? Que país é esse onde temos um cidadão como o senhor Gilmar Mendes na Corte Suprema? Que país é esse? Até o mundo mineral sabe que não há imparcialidade ou "técnica" nas decisões no Supremo Tribunal Federal. E no Superior Tribunal Eleitoral, onde, por acaso, questões relativas ao PT são julgadas por... Gilmar Mendes? Eu estou no movimento social há uns 17 anos e faz 17 anos que vejo a atuação deste senhor em benefício de um lado da sociedade, a Casa Grande, e contra o outro lado da sociedade, a Senzala.

Mesmo sabendo da posição deste cidadão em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT) e seus representantes, mesmo sabendo da relação estranha deste cidadão com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), os órgãos dos três poderes não fazem nada. A sociedade civil organizada idem. E a relação deste cidadão com os donos dos veículos de comunicação oligopolizados há décadas no Brasil?

Eu poderia sair do campo da política em si e falar a respeito de alguns Habeas Corpus concedidos por este senhor: aqueles para o banqueiro dono do brazil, Daniel Dantas, ou para o médico estuprador Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por violentar e abusar de dezenas de mulheres - foragido até hoje da justiça dos homens.

A esperança na justiça deveria ser uma das questões norteadoras da convivência em sociedade, principalmente para as pessoas comuns, a grande massa de humanos que vendem sua força de trabalho por não serem os poucos donos de tudo - capital, meios de produção, recursos materiais e meios de comunicação.

Cara, até quem está do lado da Casa Grande sabe que a justiça brasileira se transformou numa máquina de atuação contra o Governo do Partido dos Trabalhadores e simpatizantes. Qualquer pessoa sabe que se encastelou nos órgãos públicos da justiça, um grupo de HUMANOS que atuam a favor da Casa Grande e asseclas (isto é iniquidade) e contra o lado da Senzala (isto é iniquidade).

Numa sociedade ou agrupamento humano onde se tira a esperança na Justiça, o que podemos esperar? A história da humanidade mostra experiências diversas e trágicas por não haver mediação regrada e imparcial entre as duas classes existentes - os donos de tudo e os que servem a eles, seja na forma de escravos, servos ou proletários... e ainda há um grupo grande de despossuídos do Capital que se acha "empresário, gerente ou Pessoa Jurídica (PJ)". Deram a esse grupo o nome de "Classe Média" e ganharam o coração desses vendedores de suas horas de trabalho. Aff, ideologia é foda! Pega mesmo!

Eu não acredito na imparcialidade da justiça brasileira. Por causa disso, entendo que nosso país segue para uma iniquidade intolerável. Como cidadão e como representante dos trabalhadores, não gostaria de ver e viver período semelhante aos anos de 1793/94 da França pós Revolução Burguesa (1789). Milhares e milhares de cabeças decepadas em praças públicas e por meses e meses, ora de um grupo social, ora de outro. 

Perdem todos os humanos com situações parecidas.

Chega por hoje.

William
Cidadão brasileiro

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