Este blog é para reflexões literárias, filosóficas e do mundo do saber. É também para postar minhas aulas da USP. Quero partilhar tudo que aprendi com os mestres de meu curso de letras.
sábado, 6 de agosto de 2016
Ortodoxias liberais quebram economias e seguem sendo aplicadas pela direita fascista
"Economistas que aconselhavam que se deixasse a economia em paz, governos cujos primeiros instintos, além de proteger o padrão ouro com políticas deflacionárias, era apegar-se à ortodoxia financeira, aos equilíbrios de orçamento e à redução de despesas, visivelmente não tornavam melhor a situação. Na verdade, à medida que continuava a Depressão, argumentava-se com considerável vigor, entre outros por J. M. Keynes - que em consequência disso se tornou o mais influente economista dos quarenta anos seguintes -, que tais governos estavam piorando a Depressão. Aqueles entre nós que viveram os anos da Grande Depressão ainda acham impossível compreender como as ortodoxias do puro mercado livre, na época tão completamente desacreditadas, mais uma vez vieram a presidir um período global de Depressão em fins da década de 1980 e na de 1990, que, mais uma vez, não puderam entender nem resolver..." (página 107)
Estou relendo o capítulo 3 da Era dos Extremos - Rumo ao abismo econômico.
Neste trecho acima, Hobsbawn descreve impressionado como os governos dos anos 80 foram tão estúpidos em repetir as receitas ortodoxas dos economistas liberais dos anos 20 e 30 porque aprofundaram crises fazendo o inverso do que as políticas keynesianas defendiam.
Eu escrevi na aba do livro: - Hobsbawn, a mesma imbecilidade está acontecendo agora em 2016, após o Golpe de Estado perpetrado por empresários de comunicação e parte da burguesia vira-latas brasileira, e obviamente os partidos de direita como o PSDB e asseclas...
Ou seja, os desgraçados golpistas, por não aceitarem a 4ª vitória eleitoral do PT à presidência, levaram adiante a derrubada do governo e a quebra da economia brasileira, e agora, em poucas semanas sentados no poder, estão seguindo a receita liberal que quebrou o mundo nos anos 30, quebrou o mundo nos anos 80 e 90 e agora segue quebrando o mundo e o Brasil. Fazem isso somente para ganhar uns tostões como butim por entregar nosso patrimônio aos estrangeiros e porque são adoradores do estrangeiro e lesas-pátrias.
Durante os governos do PT, principalmente nos governos Lula e no primeiro governo Dilma, o Brasil aplicou políticas anticíclicas no auge da nova etapa da crise do capital, após a crise do subprime em 2008, e por anos seguidos manteve baixos níveis de desemprego com aumento da renda do trabalho, via aumentos reais do salário mínimo e das aposentadorias baseadas no salário mínimo, políticas sociais de inclusão e distribuição de renda e programas desenvolvimentistas como o PAC, Minha Casa Minha Vida, dentre outros. Incluiu dezenas de milhões de pessoas no consumo das mercadorias básicas da cidadania e o país teve uma economia interna pujante enquanto o mundo lá fora já sofria com a crise.
"Mesmo assim, esse estranho fenômeno deve lembrar-nos da grande característica da história que ele exemplifica: a incrível memória curta dos economistas teóricos e práticos. Também nos dá uma vívida ilustração da necessidade, para a sociedade, dos historiadores, que são os memorialistas profissionais do que seus colegas-cidadãos desejam esquecer" (página 107)
Hobsbawn termina lamentando a falta que faz os governos e lideranças políticas, assim como os cidadãos, conhecerem um pouco mais de história para não ficarem eternamente repetindo erros que destroem países e populações.
William
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