Com o povo na rua pelo Grito dos Excluídos - DF. |
Quarta-feira, 7 de setembro. Estou em Brasília, capital do Brasil, que vive dias em Estado de Exceção, após golpe midiático-jurídico-parlamentar contra a democracia.
O cidadão brasileiro que está para além da dimensão social de representante dos trabalhadores em entidade de saúde anda muito triste ao ver o retrocesso que estamos enfrentando após tantos anos de avanços favoráveis ao povo trabalhador e mais humilde de nosso sofrido país, que volta a fazer papel de colônia dos imperialismos, sob a batuta dos golpistas vira-latas e lesas-pátrias que se apropriaram das instituições públicas do legislativo, executivo e judiciário.
Bonita manifestação na Explanada dos Ministérios. |
Ao longo das semanas, eu trabalho ininterruptamente nas minhas tarefas de gestor de autogestão em saúde. Ao ver as notícias das barbaridades cometidas pelos fascistas, golpistas e pelos órgãos de repressão do aparelho do Estado, usados contra o povo que luta nas ruas, chega a nos dar desânimo em relação à esperança nas lutas dos trabalhadores contra o capitalismo e seus poucos donos exploradores.
Mas ao chegar às ruas tomadas de povo, com cheiro de povo, jeito de povo, e povo de luta... aí nosso coração se enche de energia e alegria para seguir!
Ter um dia livre para ir às ruas me juntar ao povo nas lutas foi muito bom e revigorante. Fiquei feliz por estar hoje no 22º Grito dos Excluídos, aqui em Brasília.
Olha aí o grande companheiro, amigo e poeta Jefão. Figuraça! |
O evento foi muito bonito e foi marcado fortemente pela questão do "Fora Temer", por pedidos de eleições diretas já, por lemas como o "Volta Dilma" dentre vários lemas abordando os direitos das mulheres, negros, LGBT e direitos sociais. Foi a pura expressão do que estamos vivendo em nosso país.
Agradeço aos companheir@s do Sindicato dos Bancários de Brasília, que durante a semana acabaram me convidando para participar do Grito e, apesar do meu estado de cansaço, acabei acordando e indo para o ato.
Valeu a pena!
William Mendes
Cidadão brasileiro
História do Grito dos Excluídos (retirado do próprio site do evento)
A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
O que é
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
O Grito é uma descoberta, uma vez que agentes e lideranças apenas abrem um canal para que o Grito sufocado venha a público.
O Grito brota do chão e encontra em seus organizadores suficiente sensibilidade para dar-lhe forma e visibilidade. O Grito não tem um “dono”, não é da Igreja, do Sindicato, da Pastoral; não se caracteriza por discursos de lideranças, nem pela centralização dos seus atos; o ecumenismo é vivido na prática das lutas, pois entendemos que os momentos e celebrações ecumênicas são importantes para fortalecer o compromisso.
Marcas do Grito
O Grito trouxe inovações à mobilização social. A Criatividade, a Metodologia e o Protagonismo dos Excluídos são marcas do Grito.
Metodologia
O Grito privilegia a participação ampla, aberta e plural. Os mais diferentes atores e sujeitos sociais se unem numa causa comum, sem deixar de lado sua especificidade.
Criatividade/Ousadia
O Grito tem a cada ano, um lema nacional, que pode ser trabalhado regionalmente, a partir da conjuntura e da cultura local. As manifestações são múltiplas e variadas, de acordo com a criatividade dos envolvidos: caminhadas, desfiles, celebrações especiais, romarias, atos públicos, procissão, pré-Gritos, cursos, seminários, palestras…
Protagonismo dos Excluídos
É fundamental que os próprios excluídos assumam a direção do Grito em todas as fases – preparação, realização e continuidade, o que ainda é um horizonte a ser alcançado.
Parcerias
O Grito foi concebido para ser um processo de construção coletiva, neste mutirão estão juntos Pastorais Sociais, Semana Social Brasileira,Movimentos Populares, sociais e sindical, Campanha Jubileu, Grito Continental, Igrejas, Mutirão contra a Miséria e a Fome.
Por que o 7 de setembro
Desde 1995, o Grito dos Excluídos realiza-se no dia 7 de setembro. É o dia da comemoração da independência do Brasil. Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional, que é o eixo central das mobilizações do Grito.
Nesta perspectiva, o Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. O Dia da Pátria, além de um dia de festa e celebração, vai se tornando também em um dia de consciência política de luta por uma nova ordem nacional e mundial. É um dia de sair às ruas, comemorar, refletir, reivindicar e lutar. O Grito é um processo, que compreende um tempo de preparação e pré-mobilização, seguido de compromissos concretos que dão continuidade às atividades.
Objetivo Geral
Organizar o máximo de ações que fortaleçam a organização, a mobilização e as lutas populares.
Anunciar, em diferentes lugares, sinais de esperança da construção de um mundo melhor a toda população.
Denunciar toda e qualquer injustiça cometida pelo sistema capitalista, irradiando a mensagem que as mudanças acontecerão com o povo em luta, ocupando praças e ruas por direitos e liberdade.
Leiam mais no site www.gritodosexcluidos.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário