quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Destruição do Brasil - o povo organizado precisa reagir



(atualizado 20/11/16, às 2:27h)




"Se é de batalhas que se vive a vida..." (Tente outra vez, Raul Seixas)


Já é madrugada de quarta-feira, 16 de novembro de 2016.

Neste feriado de terça, passamos o dia em Brasília. Eu precisava muito descansar, não fazer nada. Na segunda-feira, saí da Cassi quase onze horas da noite.

Ao acordar, peguei para ler "A tristeza pode esperar", um livro de crônicas que ganhei do amigo Maeda, coordenador do Conselho de Usuários da Cassi Rio Grande do Sul. O livro é de autoria de um dos mais renomados médicos brasileiros na área de cirurgia de pulmão. Comecei a lê-lo quando ganhei o presente e ainda não terminei a leitura. São crônicas curtas que nos levam a muitas reflexões.

Após o intervalo para buscar pães e o café da manhã, retomei a leitura e parei para ver um vídeo lançado nesta semana sobre a tragédia que a Lava Jato causou ao Brasil e ao povo brasileiro. O vídeo se chama "Destruição a jato" (está no Youtube) e vale a pena procurar e ver. 

Até 2014, ou seja, até começarem os efeitos da tal Lava Jato, o Brasil era uma ilha no mundo, com quase pleno emprego, com distribuição de renda e ascensão social desde 2003; estava fora do mapa da fome no mundo; as empresas da construção civil e toda a cadeia produtiva relativa à extração de petróleo e gás eram as que mais se desenvolviam no mundo e ocupavam espaços de concorrentes estrangeiros; o Brasil tinha reservas em dólares como nunca dantes e não dependia mais do famigerado FMI...

Até que os pequenos grupos da elite secular decidiram interromper os avanços econômicos para mudar o cenário político. Deram um Golpe de Estado civil-midiático-parlamentar. Quebraram a economia brasileira para não permitirem mais o vigor da democracia, onde o povo decide o que é melhor para ele. Uma única "operação" da "justiça", um juiz e meia dúzia de fulanos do MPF interromperam e inviabilizaram dezenas de cadeias produtivas; desempregaram milhões e milhões de cidadãos brasileiros. O Brasil já havia passado o Reino Unido em termos econômicos. Nosso Pré-sal seria um fundo para o futuro do País como aconteceu na Noruega.

Para nós que somos oriundos do movimento sindical e social, que temos consciência política e não fazemos parte da massa manipulada pelos donos dos meios de comunicação empresariais e que participamos ativamente da construção de um Brasil melhor que surgiu após a ascensão à Presidência da República dos governos do Partido dos Trabalhadores, o vídeo nos emociona e nos revolta por ver tanta destruição em tão pouco tempo; destruição inconsequente da economia de um país só para interromper os avanços que a política e a democracia estavam trazendo ao povo sempre excluído das riquezas do País.

Eu chorei e fiquei muito abalado ao ver o vídeo. Acabei saindo para caminhar uma hora e refletir. É muito triste ver o que tão pouca gente fez com o nosso País (empresários donos dos meios de comunicação e seus pares capitalistas e funcionários públicos que se empoderaram das instituições estatais dos três poderes). Assim como a máquina de propaganda nazista de Goebbels guiou o povo alemão ao ódio contra os judeus e adversários entre os anos 30 e 40 do século XX, a velha Globo dos Marinho, mais os Frias, Mesquitas, Civitas et caterva comandaram a criação do ódio entre o povo brasileiro, ódio contra o PT, contra a esquerda e suas utopias libertárias e contra qualquer pessoa ou segmento que não partilhasse de suas ideologias empresariais e de direita.  

É desolador também ver que as lideranças populares de todos os segmentos sociais não conseguiram até agora se rearticularem e reagirem para enfrentar e derrubar esses grupos de lesas-pátrias que estão destruindo uma das principais nações do mundo: o Brasil.

Eu sinto um sofrimento que adoece e desanima, mas que não posso evitar. É o sofrimento de quem vê uma batalha de vida ou morte de toda a minha classe, a classe trabalhadora, contra os donos do poder e não pode fazer nada porque está numa outra frente de batalha e esta frente já me consome, já me dedico a ela com toda a minha energia vital. Fui designado para este front atual - um mandato de gestor em nome dos associados da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, uma autogestão em saúde que cuida de mais de 700 mil vidas. É por esta batalha que estou vivendo a minha vida. É nela que estarei focado com a mesma energia que iniciei o primeiro dia de mandato até o último dia lá no meio do ano de 2018. Nada me desviará do compromisso assumido com todos: associados, a instituição e seus funcionários, seu modelo de saúde, as entidades e lideranças que me colocaram nesta missão.


Lideranças devem deixar vaidades de lado e construírem estratégia e pauta unificada para retomar o Brasil

Eu tenho uma crítica e uma sugestão ao movimento organizado, tanto sindical como social e popular. A crítica é que se todas as lideranças dos movimentos sociais não colocarem de lado as suas vaidades, seus egos e seus egoísmos, e buscarem unidade com pauta prioritária de salvar o Brasil e os brasileiros, não servirão para nada no contexto de destruição rápida de nosso País e de nossos direitos históricos.

A sugestão é que organizem o mais breve possível um encontro dessas lideranças desunidas dos movimentos sociais. Estou falando em algumas dezenas de pessoas, e construam a reação contra o rolo compressor do Estado totalitário tomado pelos golpistas em seus três poderes, com amplo apoio de quem os organizou, os empresários monopolistas dos meios de comunicação comerciais cartelizados.

Nós já estamos numa guerra civil. Mas só tem vítimas de um lado, o lado da classe trabalhadora. O lado de quem vive de vender sua força de trabalho, de quem não vive de rendas e heranças e de juros criminosos. O lado de quem precisa de educação pública, saúde pública, transporte público, segurança pública, previdência pública e demais obrigações do Estado.

Para começar a reação não adianta chamar greve geral com os líderes dos movimentos desunidos, se odiando reciprocamente, tentando puxar o tapete um do outro, tendo na pauta interna de cada setor deles a disputa das máquinas sindicais e estruturas um do outro. É necessário colocar JUNTOS E UNIDOS a nata dos movimentos sindicais, partidários, sociais, rurais, urbanos, intelectuais, estudantis, de grupos sociais progressistas como jornalistas, artistas, juristas e cientistas e, de preferência, do setor empresarial progressista e mais nacionalista (acredito que haja).

Seria um encontro com algumas dezenas de pessoas do campo progressista e popular para sair com calendário de organização para todas as regiões e segmentos sociais do Brasil. Tarefas de aglutinação, formação e esclarecimento de toda a destruição em andamento e atuando para descontruir a lavagem cerebral dos meios midiáticos totalitários.

Aliás, o encontro só terá ou teria alguma chance de sucesso se a estratégia não for a acusativa, a de ficar um acusando os erros do outro e se autodestruindo com ranço e ódio. SÓ FUNCIONA SE SUPERAREM A VAIDADE! O encontro deve construir a pauta. Se conseguirmos algum tipo de reação civil e revertermos algumas das desgraças já feitas e outras em andamento, avaliaríamos depois os erros cometidos e os espaços deixados para que o golpe viesse com tanto poder destruidor neste momento da história.

Eu juro que se não estivesse envolvido em nenhuma tarefa e frente de batalha (com mandato eletivo), eu estaria colocando toda a minha energia vital no enfrentamento dos golpistas lesas-pátrias que estão destruindo o presente e o futuro do nosso povo brasileiro, despossuído e excluído dos direitos em geral por séculos e por culpa da pequena elite detentora de tudo.

Ver essa destruição que o vídeo nos lembra (porque sofro diariamente ao ver tudo acontecendo), nos deprimi e adoece. Mas a solução é organizar a reação popular. Os jovens estudantes brasileiros estão dando o exemplo, mas onde estão as lideranças e as entidades organizadas com estruturas para apoiá-los e fazer a reação acontecer? Estão dispersas por aí, desunidas e desarticuladas. O povo tem que tomar para si as instituições públicas sequestradas pelos golpistas e tem que tomar para si também as estruturas privadas que estão à frente do golpe como os meios de comunicação comercial.

Eu sei que o dia nacional de luta na última sexta-feira 11 foi importante. Mas não basta. Não estamos fazendo cócegas no golpismo que assaltou todas as instituições estatais. A força repressiva está em poder dos golpistas. O legislativo federal está dominado pelos golpistas. O executivo federal está na mão dos golpistas. Parte do judiciário está apoiando os golpistas ou está inerte vendo o golpismo. Os meios midiáticos comerciais e de massa estão com os golpistas.

Sem reação popular, o futuro será de poucas perspectivas em décadas, pois será de muita miséria! Temos que reagir com unidade na luta porque a vida deve ser de esperança, deve ser olhar o horizonte com utopia, com perspectivas de amanhã melhor. Os golpistas estão livres, leves e soltos, sem nenhum pudor, sem receios, e contam com o totalitarismo dos meios comunicacionais que imperam na forma como o mundo se organiza no século 21.

Se colocarmos algumas dezenas de líderes do nosso campo num encontro e eles conseguirem focar uma estratégia de volta às bases para aglutinar o povo, esclarecer sobre o que foi o golpe, o que vem por aí e a melhor forma de reação civil, teremos uma chance de salvar as próximas décadas deste que é um dos principais países do planeta.

Se é de batalhas que se vive a vida, vamos organizar o povo e suas lideranças contra a destruição do Brasil. Peço que compartilhem esse texto e essas ideias com seus líderes e suas entidades populares, de classe e representativas.

William Mendes
Um cidadão brasileiro

2 comentários:

  1. Acho deprimente, Sr. William Mendes, essas suas palavras contra o que está ocorrendo em nosso País. Nós, cidadãos trabalhadores acreditamos sinceramente que a Lava -Jato está fazendo um trabalho sério como nunca dantes fora feito nessa nossa sofrida terra! Você, entretanto, destila ódio nesse seu blog, em cada palavra que escreve. Todas essas "conquistas" que você menciona aqui,conseguidas com o "extraordinário" trabalho dos "dignos" representantes do PT,foram maquiagens feitas para enganar o povo brasileiro, com poucas exceções, a meu ver. E o intuito disso tudo foi criar um governo populista, a ser mantido pela grande massa dos "menos favorecidos", que foram transformados, de forma muito rápida, em cidadãos de classe média, e assim "acabar" com a pobreza. Depois, vieram as diversas "bolsas" que ajudaram a embasar essa situação; facilidade demais ao crédito ao consumidor, cujas despesas terminaram impactando nossos bolsos. Além disso, os desvios milionários feitos pelos "benfeitores" do povão foram minando as finanças do País. Foi isso que provocou essa crise de desemprego, uma soma de desmandos que prejudicaram os diversos tipos de empresários, que tiveram de demitir milhares de funcionários, fechar empresas e etc. Portanto, meu caro Sr. William, ouso discordar de seus argumentos. Sou aposentado do BB, e atendi a vários tipos de clientes do Banco, inclusive empresários. Se você me considera pouco informado, ou mal informado, tanto faz; sei que muitas outras pessoas, inclusive de algumas associações de funcionários não pensam assim a meu respeito, e olhe que conheço diversas cabeças pensantes, aposentados assim como eu, e que até hoje, continuam batalhando, lutando para tentar reverter muitas situações em que nos encontramos, e que NÃO foram causadas por nós. Saudações - Altamirando M. Ferreira - de Feira de Santana - Bahia - Ex bancário e escritor.

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  2. Sr. Altamirando, respeito a sua opinião e reforço a minha, antagônica à do senhor. Esteja em paz e lhe desejo saúde.

    William

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