domingo, 4 de dezembro de 2016

Diário e reflexões - 041216



Lendo minha maior referência, o escritor do Cosme Velho...

Refeição Cultural - Memorial

Domingo. Meu corpo não quer sair para correr. Estou quebrado, corpo pedrado. Se eu insistir na tentativa do exercício físico sem ouvir meu corpo, posso lesionar e não correr a São Silvestre daqui a algumas semanas. Que dilema!

Acho que estou me matando de trabalhar pela causa para a qual me destacaram no ano de 2014: me colocar à disposição do processo eleitoral da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, ser eleito e dedicar toda a minha experiência e energia para a causa da saúde, da autogestão em saúde e para a defesa dos direitos dos associados da Cassi. Estou fazendo isso, mas a um custo pessoal e familiar altíssimo.

Finalizei mais uma semana de trabalho com jornadas de dedicação que me absorvem os turnos da manhã, tarde e noite. E mais, tem sido assim desde o início do processo eleitoral e após a posse para o mandato. Decidi conjugar a luta interna da gestão com a manutenção do trabalho nas bases sociais da Cassi: o País.

Como atuei em diversas áreas durante nossos mandatos em nome dos trabalhadores, pois estivemos envolvidos com organização do movimento, gestão de estruturas, coordenação de negociações, comunicação, formação e história, decidimos fazer um mandato na Cassi aproveitando esses conhecimentos que adquirimos ao longo de nossa história de representação.

Percebemos em nosso mandato na Cassi um enorme desconhecimento de todos sobre o que é esta entidade de saúde de autogestão, como ela deve funcionar para oferecer Atenção Integral à Saúde com base em atenção primária, e o que é necessário para que ela funcione bem no cumprimento de sua missão. O desconhecimento é geral, abrange todos os segmentos de associados e de suas entidades representativas, bem como o próprio patrocinador patrão e seus representantes institucionais.

Ao fazer a análise desse cenário de desconhecimento da entidade por parte de seu público alvo, decidimos incluir no nosso planejamento estratégico do mandato o trabalho focado de levar informações qualificadas sobre a Cassi às representações dos associados e do patrocinador Banco do Brasil. Juro que estamos seguindo fielmente esse objetivo desde 2014.

Estou revisitando nosso percurso nesse período de 2014, 2015 e 2016. Como tenho mania e gosto por história, hábito que levei para o movimento sindical desde 2002, quando fui eleito diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, acabei me dedicando à Cassi com o mesmo gosto pela história da instituição.

Eu me lembrei semanas atrás, quando comecei a reler as anotações e percurso no mandato de representação na Cassi, dos dois últimos livros de Machado de Assis, lançados já na última fase de sua vida: um lançado em 1904 (Esaú e Jacó) e outro lançado no ano de seu falecimento, 1908, Memorial de Aires.

Eu já estava revendo mês a mês a minha atuação no mandato da Cassi quando decidi pegar para ler o último romance de Machado, que por sinal eu não havia lido ainda. Até o momento, está muito interessante a leitura do Memorial de Aires. O legal é que é muito semelhante ao formato de meus diários e reflexões, que faço há anos. A menor parte de minhas reflexões é a que escrevo nos blogs. 

Enfim, eu acho importante que haja registros da história de lutas da classe trabalhadora, de suas instituições, de suas derrotas e vitórias. O Brasil está passando por uma de suas piores fases políticas em décadas, num movimento pendular clássico, logo após um outro momento de maior ascensão da classe trabalhadora com os governos do Partido dos Trabalhadores.

Chega, porque o texto já superou a capacidade de paciência dos humanos em tempos de pouca análise e reflexão.

William

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