domingo, 18 de fevereiro de 2018

Vamos viajar pelo país na companhia de Bertolt Brecht


Vamos viajar o país na companhia de Brecht.

Refeição Cultural

"Quem se defende

Quem se defende porque lhe tiram o ar

Ao lhe apertar a garganta, para este há um parágrafo
Que diz: ele agiu em legítima defesa. Mas
O mesmo parágrafo silencia
Quando vocês se defendem porque lhes tiram o pão.
E no entanto morre quem não come, e quem não come 
                     [o suficiente
Morre lentamente. Durante os anos todos em que 
                     [morre
Não lhe é permitido se defender."

(Bertolt Brecht, Poemas 1913-1956. Editora 34)


Noite de domingo. Cheguei há pouco em Osasco, São Paulo, para pernoitar e começar uma jornada de mais ou menos cinco semanas de viagens pelo Brasil para participar do processo democrático de consulta aos associados de nossa querida Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, que vai renovar parte da governança da entidade de saúde, que pertence aos trabalhadores associados.

Ao mesmo tempo em que ficamos tristes ao ver o nosso país passando por uma de suas piores crises políticas na história, ficamos esperançosos em participar de um processo democrático que envolve quase duzentos mil cidadãs e cidadãos brasileiros. Somos oriundos e formados no movimento social desde muito jovem e acreditamos na democracia e na solução pacífica das controvérsias e divergências.

Serão semanas em que dormiremos pouco e viajaremos muito. Correria total. No entanto, eu já exerço um mandato de representação no qual procurei estar presente nas bases sociais ao longo desses quatro anos. Para mim é sempre uma alegria conversar com os trabalhadores. Vamos com o coração leve para o bom debate de ideias. Se depender de nós, o nível da campanha será alto, porque é nossa forma de fazer política.

Nestas primeiras semanas vou levar comigo Bertolt Brecht, o dramaturgo e poeta alemão que viveu um dos períodos mais conturbados do século vinte: as duas Grandes Guerras Mundiais e as crises políticas e econômicas da primeira metade do século passado. 

Eu não sou conhecedor de sua obra. Achei então que ele seria uma boa companhia de viagem, Brecht e sua vasta poética. O contexto que vivemos no Brasil e no mundo é complexo e de grandes riscos e ameaças aos povos como foi a primeira metade do século vinte, que gerou aquelas tragédias humanitárias.

O livro que adquiri tem 260 poemas de Brecht e já estou lendo. Conheci poemas interessantes.

É isso. Vamos seguir em frente e conversar com as pessoas, conversar com nossos colegas da ativa e aposentados da comunidade de trabalhadores a qual pertencemos. 

Eu terminei hoje um conjunto de textos de balanço do mandato que estamos encerrando em maio na gestão da nossa entidade de saúde. Publiquei os textos entre o fim de dezembro e hoje. 

Percorremos um período turbulento no setor de saúde e na própria Caixa de Assistência (e no Brasil), mas fizemos um mandato de resistência e manutenção dos direitos, e atuamos para fortalecer o modelo assistencial da entidade e a participação social. 

Quem se interessar em ler os textos de balanço é só clicar AQUI.

Abraços aos leitores amig@s.

William

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