quinta-feira, 14 de novembro de 2019

141119 - Diário e reflexões (Fluxo de pensamento)



Instantes... levantei-me indeciso em relação a tudo. Ir para a minha aula da faculdade ou não ir, já que não li os textos como deveria. Decidi não ir. Tenho vergonha por não ter lido os textos. Vergonha... (está impossível ler com tanta desgraça e destruição de meu mundo, sou assim). Triste tudo isso! Sobre a Cassi, apesar de não ser mais representante de nada, de não fazer mais parte dos processos e ser apenas um associado, preciso me decidir em relação à consulta sobre a reforma estatutária: já perdemos a Cassi, já perdemos, os banqueiros e o banco venceram (os colegas escriturários em posição de se acharem banqueiros venceram, quis dizer); devo achar na minha consciência uma razão nas consequências para optar por qual alternativa entenda afetar menos os seres humanos que dependem da entidade, que não será mais a que tivemos ou que poderia ser se o banco e seus banqueiros não fizessem tanto esforço para não deixar a Cassi ser o que deveria ser. Estou indeciso até quanto a não ter mais conta alguma em rede social, a do Facebook que manipula meus dados e contatos, as do Twitter e WhatsApp. Mas a decisão para alguém que viveu de contato, de gente, no meio da gente, em função das gentes, enfim, o isolamento é algo que apavora, difícil decidir isso. Ao mesmo tempo, sei que nossos inimigos nos mapearam através dessas redes, estamos absolutamente à mercê deles, somos presas frágeis e o que poderia nos dar mais chances frente aos predadores seriam as qualidades de sermos animais gregários, e que deveríamos nos agrupar para nos protegermos (em associações, sindicatos), sermos muitos apesar de frágeis e podermos nos unir para sobreviver com a força do grupo, mesmo sendo frágeis no isolamento... já era, o inimigo poucas vezes na história acertou tanto na estratégia como agora, de nos infectar com o vírus do ódio e nos fazer bestas-feras, cegas e babando de raiva contra tudo e todos (os zumbis dos filmes e seriados), não enxergamos mais nada que nos prejudica, contanto que prejudique outra presa como nós mesmos; agora somos cegos e uns contra os outros (como no Ensaio sobre a cegueira), nós os predados contra nós os predados; não temos muitas chances de sobreviver aos ataques do inimigo assim. Estamos sós, desesperadamente sós, divididos, e com raiva de nossos iguais, os predados, e o inimigo predador nunca esteve tão à vontade. Difícil... e não somos rambos, não somos rockys, não somos heróis márveis. E mesmo nessa solidão opressora, de presas acuadas pelos predadores, tudo que precisávamos era a força do grupo de predados para resistir ao predador... e isso sempre é possível, no instante seguinte em que se decida isso. Então, por que não nos unirmos e enfrentarmos os predadores? Porque nos vemos mais importantes enquanto presas do que enquanto grupo... perdemos os poucos "pertencimentos" que sentíamos. Difícil tomar decisões como presa frágil isolada ciente de si nessa savana-mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário