segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Compartilhar ou não o que se aprende?




Refeição Cultural

Ao refletir sobre o ato de escrever e publicar textos no blog e em redes sociais no atual contexto em que não sou mais representante eleito pela classe trabalhadora tem prevalecido o entendimento pessoal, talvez equivocado, que só valeria a pena produzir algo que fosse relativamente novo e "útil" para disponibilizar para as pessoas que buscam informação e conhecimento na internet. Algo novo e que ainda não estivesse disponível na rede mundial com alguma qualidade como, por exemplo, artigos de análise política. 

Quando vejo alguns textos que fiz de determinadas temáticas ao longo dos anos de representação da classe a qual pertenço percebo que o esforço valeu a pena porque os textos têm conteúdo e estava produzindo algo que não era comum na rede mundial. No período da feitura dos mesmos, eles pautaram e ou influenciaram pessoas. Os textos de prestação de contas do mandato na Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (mais de 600 textos) é um exemplo de produção criadora e incomum na internet. Neste blog de cultura também tenho textos interessantes e que ainda ajudam pessoas nas buscas por palavras-chave na rede mundial.

De certa forma, essa tendência autoimposta de parar de escrever sobre política e outras questões não tem muito sentido, haja vista que o conceito de utilidade para uma produção textual é bastante relativo. Toda produção cultural pode se tornar relevante para alguém em algum momento. A palavra mudou o mundo a partir de seu surgimento nos mais diversos espaços geográficos e nos mais diversos períodos da história. Não à toa os registros humanos a partir da escrita separam a História da Pré-História. A palavra segue mudando o mundo.

Para seguir existindo fisicamente e conceitualmente é imprescindível aprender novos idiomas, aprender novas linguagens, aprender ciências e novas culturas, aprender de novo a lidar com o ser humano alterado pelo medo e ódio e pelos algoritmos dos meios de comunicação hegemonizados por meia dúzia de corporações mundiais (alguns humanos), e essa hegemonização das ferramentas comunicacionais se reproduz em níveis regionais assim como em nível global, ou seja, poucas corporações e humanos dominam as ferramentas de comunicação nacionais e locais - estados, cidades, distritos. E esses poucos humanos estão manipulando e explorando milhões de pessoas ainda na ignorância (o não saber).

Aprender algo novo, filosofar e estudar as ciências gerais é uma perspectiva de existir, e existindo com postura podemos alterar a realidade, após tomar conhecimento dela.

Falar e escrever, se expressar, é um dilema diário que enfrentamos no contexto em que estamos. Falar ou não falar do processo eleitoral que a Cassi vai viver nas próximas semanas? Dizer o que penso sobre os assuntos gerais ou me calar e só estudar e aprender para mim mesmo? Compartilhar ou não o que aprendo, postando no blog e nas redes sociais, mesmo não sendo mais um influenciador de massas?

Dilemas...

Vamos estudar mais... já aprendi coisas novas hoje, nos últimos dias, nos últimos meses. Até o fim da noite saberei algo que não sabia antes. E vamos refletindo em como levar essa nossa única existência hoje e enquanto ela dure.

William

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