domingo, 10 de maio de 2020

090520 (d.C.) - Diário e reflexões



(Registro no perfil do Facebook na manhã de 9 de maio)

Instantes (já fizemos muita coisa boa...)

Acordei e peguei o celular para ver alguma coisa do mundo em declínio. Tudo fragmentos, instantes de um mesmo mundo.

Ao ler um texto de memórias do companheiro Zé Alves, pensei no quanto nós trabalhadores já fizemos coisas boas. Zé Alves é um brasileiro.

Ontem conversava com um grande amigo, Ricardo Linares, e ele me contou da rotina em família durante a quarentena. Comentei com minha esposa emocionado o quanto é legal ver pessoas como ele esposa e filhos estarem bem e atravessando essa pandemia unidos e crescendo juntos. Ricardo é um brasileiro.

De meu desejo de ser mais acabativo com leituras, porque a vida se tornou muito incerta e se vive hoje, se tosse, falta o ar e se morre amanhã, fui olhar as pilhas de livros iniciados e não acabados. Tem clássicos, tem lançamentos, tem romance, tem de política, tem de história...

Aí peguei agorinha o de romance do Sandro Sedrez. Amigo de coração. A estória começava em um sábado de algum outono do século XXI (coincidência!) E acabei fazendo um cappuccino como a personagem... o livro do Sandro é um dos lançamentos que tenho iniciada a leitura. O livro já me fez pensar muito, as estórias pegam a gente de jeito. O Sandro é um brasileiro.

Nesse instante, ouvindo a trilha sonora de um filme que mexeu comigo (ver abaixo), pensando em várias vidas comuns de brasileiros como Zé Alves, Ricardo Linares, Sandro Sedrez, eu mesmo, olhando pra história de vida da classe trabalhadora, no BB onde passamos nossa vida, emocionado e com lágrimas nos olhos, tenho a certeza que fizemos coisas boas, lutas pessoais e coletivas que visavam o bem e não prejudicar ninguém.

Quando lembro de quanto busquei energia extra dentro de mim pra enfrentar patrões, assediadores, gente má (algumas pessoas são más, de verdade), e também para enfrentar adversidades normais na luta entre capital e trabalho, sei que fizemos coisas boas para as pessoas.

Minha última etapa de lutas coletivas foi à frente da diretoria de saúde da autogestão dos funcionários do BB. Apesar de todas as dificuldades antigas de falta de recursos da entidade, fizemos coisas boas na área que éramos responsáveis. Nunca vou me esquecer das carinhas dos funcionários nas reuniões presenciais que fazíamos de Norte a Sul, de Leste a Oeste, conversando com todo mundo, de igual pra igual, d@ gestor(a) ao auxiliar, ouvindo a tod@s com respeito. O mesmo se dava com os funcionários do BB que representamos. Fizemos coisas boas, sei disso, e fizemos porque tivemos muita gente boa conosco. Sou muito grato a tod@s.

A gente torce para que passe esse período de ascensão do mal e da ignorância e que as pessoas voltem a ter oportunidades de vida como nós tivemos em nossas vidas de lutas.

(Stay Alive... Don't Let It Pass... Space Oddity... trilha sonora do filme A vida secreta de Walter Mitt, de 2013)


William

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