domingo, 23 de maio de 2021

28. Édipo Rei - Sófocles



Refeição Cultural - Cem clássicos

"Por isso, não tenhamos por feliz homem algum, até que tenha alcançado, sem conhecer doloroso destino, o último de seus dias." (SÓFOCLES, 2007, p.77)


Estou nuns dias sem pique para ler os três livros que estou lendo - Ulysses, Odisseia e O Verdadeiro Criador de Tudo. Estou deprê, talvez pela certeza da desilusão com a sociedade humana, com os animais homo sapiens. Não me iludo mais com essa espécie animal.

Para perseverar na leitura de alguma coisa (estou vivo), peguei alguns livros na estante pra ver se rolava a leitura de algum deles, livros pequenos se comparados aos bichões que citei acima. 

Aí, no sábado, li o livro do Jack Kerouac, um livro com três narrativas e um poema. Nunca tinha lido esse autor norte-americano. As estórias dele me deixaram pensativo. Ele falou sobre Nova York, sobre solidão e sobre o "vagabundo americano" nas palavras dele mesmo.

Depois de umas infelicidades domésticas, além das infelicidades brasileiras e mundiais, escolhi outro dos livros que peguei, uma tragédia grega, nada mais propício ao momento. Peguei Édipo Rei, de Sófocles. Li nesta manhã de domingo. Chocante!

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ÉDIPO REI

O mito de Édipo é antiquíssimo, tem milhares de anos. Já é citado na Odisseia de Homero (928-898 a.C.), que é uns séculos mais antigo que o dramaturgo Sófocles (496-406 a.C.). Então, nem há que se falar em eventual spoiler na síntese da tragédia.

Édipo é filho de Laio e Jocasta, mas nunca soube disso. Laio era rei de Tebas e quando soube do oráculo de Apolo, em Delfos, que teria um filho que o mataria e se casaria com sua esposa, manda matar o menino assim que ele nasce. O rei Laio contou com a fidelidade de outra pessoa para o assassinato do filho, que não ocorreu.

O menino acaba sendo criado como filho de outro rei, em Corinto. Já sendo jovem, num dia de bebedeiras, escuta que não é filho legítimo do rei. Lá vai ele, o jovem Édipo, ao mesmo oráculo em Delfos e ouve a mesma história. Ele vai matar o pai e casar-se com sua mãe. Decide ir embora para sempre de Corinto e vai parar em Tebas.

No caminho, ele mata uns sujeitos, vence um monstro mitológico - a Esfinge - que apavorava o povo em Tebas e vira rei, casa com a rainha e tem filhos.

A tragédia segue e o final é terrível. Prevaleceram as profecias dos deuses, que já eram questionados se suas previsões aconteciam mesmo ou se eram fake news, divulgadas nas redes sociais gregas só para manipular reis, rainhas e súditos.

Vemos na tragédia de Sófocles a figura do sábio idoso e cego Tirésias, que Ulisses (Odisseu) vai ao Hades (Inferno) consultar sobre sua volta para Ítaca, a esposa Penélope e o filho Telêmaco. Li sobre Tirésias dias atrás, na Odisseia de Homero (Livros X e XI). Ver postagem aqui.

É isso. Mais um clássico lido e conhecido. Vou ler o outro de Sófocles, Antígona, a filha de Édipo.

William


Bibliografia:

SÓFOCLES. Édipo Rei & Antígona. Tradução: Jean Melville. Coleção a obra-prima de cada autor. São Paulo: Martin Claret, 2007.


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