terça-feira, 7 de setembro de 2021

070921 - Diário e reflexões



Refeição Cultural

SAÚDE DOS TRABALHADORES DO BB

Ontem e nos últimos dias passei algumas horas estudando e relendo documentos relativos à história da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil. Mais que isso, passei horas lendo textos sobre sistemas de saúde, modelos existentes e desejáveis, história dos movimentos de saúde, sobre o Sistema Único de Saúde do Brasil etc. É que vou fazer duas palestras sobre saúde nos próximos dias. A leitura é para preparar minhas apresentações. Eu fui gestor de saúde em mandato eletivo e acabei aprendendo sobre o tema.

Ao lidar com isso, a gente pensa tanta coisa, relembra tanta coisa! avalia quantas oportunidades foram perdidas e quantas foram aproveitadas para fazer avançar alguma coisa nos direitos em saúde das pessoas. E depois a gente vê que pequenos avanços são desfeitos como castelos de areia na praia, que não resistem a uma onda que chega e leva tudo, ou mesmo a uma bela pisada de alguém ruim, que destrói aquilo só por maldade ou porque quer tomar aquele espaço pra si, expulsando quem ali convive porque aquele espaço de areia é oportunidade de negócios e o que interessa é ganho, dinheiro, privilégio, poder.

Ao reler documentos que relatam a história da Cassi, a história de luta dos trabalhadores do Banco do Brasil, a gente também vê tanta gente que já não está mais entre nós! E olha que eu sou relativamente novo! Por outro lado, a gente vê também pessoas que estão há décadas envolvidas com as questões de saúde e de lutas por direitos dos trabalhadores. Tem de tudo. Pessoas que consideramos nossas adversárias nas ideias e ideais e pessoas que consideramos companheiras que compartilham da mesma visão de mundo, ou visões parecidas, mais que antagônicas. Tem de tudo.

A cada página que li percebi a Cassi 2021 regredindo no modelo assistencial, seja na leitura do grosso volume que guarda registros de pontos de vista de entidades, pessoas e relatos diversos a respeito da história da reforma estatutária da Cassi em 1996, seja nos documentos formais que descrevem a definição, implantação e objetivos do novo modelo assistencial da Caixa de Assistência, documentos de 2001. A cada parágrafo de leitura, vejo o quanto a Cassi atual está andando para trás, está regredindo, está se inviabilizando enquanto "Caixa de Assistência". É uma coisa incrível! 

A direção atual, a nova onda, está fazendo a Cassi voltar a ser aquela anterior que mudamos após a reforma estatutária de 1996, uma mera pagadora de serviços num modelo médico-curativo, que estimula demandas espontâneas por telemedicina. A direção está terceirizando tudo, achando que isso vai levar a entidade à sustentabilidade. O pior é que ainda faz propaganda como se a estratégia fosse Atenção Primária em Saúde. Que coisa triste! É a nova onda, é a pós-verdade!

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7 DE SETEMBRO

Decidi não ir à manifestação do "Grito dos Excluídos" aqui em São Paulo.

Tenho participado de todas as manifestações populares dos últimos anos, as grandes e as pequenas. Não estou motivado para ir hoje. Vou seguir estudando os textos que separei para falar a respeito de saúde dos trabalhadores do Banco do Brasil.

William


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