segunda-feira, 27 de setembro de 2021

270921 - Diário e reflexões (Carta Capital)



Refeição Cultural - Carta Capital 1173


TRAMOIA NA PF

Tem sido difícil ler a edição impressa da revista Carta Capital. Só agora terminei a revista do início do mês, aquela que antecedeu todas as ameaças do golpe em 7 de setembro. Mas digo que vale a pena a leitura, mesmo com semanas de diferença porque os artigos e as reportagens são registros e impressões que extrapolam a semana de acontecimentos. 

A matéria de capa, "Tramoia na PF" nos lembra que o fato é só o começo do que vem por aí nessa terra dominada pelos desgraçados da casa-grande, que odeiam o país e o povo brasileiro. Na minha avaliação, teremos diversas operações lavajatistas até as prováveis eleições de 2022 para atacar Lula e o Partido dos Trabalhadores. 

Os artigos na edição foram muito bons. O de Guilherme Boulos "Feijão e fuzil" nos lembra que o miliciano no poder está preparando uma aventura armada no país com seu exército de milicianos; "Náusea", o artigo de Esther Solano, fala por muitos de nós. Excelente o artigo de Vilma Reis - "Os novos bandeirantes" -, falando sobre essa gente da casa-grande, bolsonarista e de direita, que se locupleta com a pilhagem do país do pós-golpe de Temer e Bolsonaro (p. 59).

Gostei do artigo de Luiz Gonzaga Belluzzo - "Lula e a regulação da mídia". Belluzzo vai lá na fonte onde os desgraçados da casa-grande bebem, nos Estados Unidos, para nos informar das bases da "liberdade de imprensa" de lá, cuja base era o inverso do que prega a imprensa empresarial daqui. Era conter o risco de monopólio da impressão e opinião deles, o 1%.

"Há tempos, nas páginas de nossa brava e sobrevivente CartaCapital, recuperei as ideias centrais do relatório final da Comissão sobre a Liberdade de Imprensa nomeada pelo Congresso dos Estados Unidos no imediato pós-Guerra. Concluído em 1947, o relatório advertia: existe uma razão inversamente proporcional entre a vasta influência da imprensa na atualidade e o tamanho do grupo que pode utilizá-la para expressar suas opiniões. Enquanto a importância da imprensa para o povo aumentou enormemente com seu desenvolvimento como meio de comunicação de massa, 'diminuiu em grande escala a proporção de pessoas que podem expressar suas opiniões e ideias através da imprensa'." (p. 39)

PETROBRAS PRIVATIZADA... (o povo se f...)

Na seção "Capital S/A" vimos no que deu os tucanos-bolsonaristas se desfazerem da BR Distribuidora. Um cara agora, uma merda de ente privado vai dominar a distribuição de etanol no Brasil continental. Que beleza, heim! 

"COPERSUCAR - Fusão no etanol

A Vibra Energia, ex-BR Distribuidora, anunciou acordo com a Copersucar para formar uma joint venture comercializadora de etanol, a ECE. A Vibra ficará com 49,99% do capital social, por 4,99 milhões de reais, e a Copersucar, com 50,01%. As acionistas vão aportar 440 milhões de reais para iniciar a operação da ECE, que será 'a maior comercializadora de etanol do Brasil e uma das maiores do mundo'. Atualmente, a Vibra movimenta entre 6 bilhões e 6,5 bilhões de litros de etanol e a Copersuçar comercializa entre 4,5 bilhões e 5 bilhões de litros do biocombustível." (p. 45)

SAÚDE

Duas matérias tratam de questões relativas à "indústria" da saúde no capitalismo. 

A reportagem na seção "Nosso Mundo" traz o caso da "executiva" bilionária do Vale do Silício, Elizabeth Holmes, que aplicou golpe em zilhões de pessoas com uma ferramenta miraculosa que descobria tudo quanto é doença no sangue com uma simples gota colocada em uma maquininha: "A Theranos prometia revolucionar os exames clínicos, mas produziu uma gigantesca fraude" (p. 51)

A outra é o artigo de Riad Younes "Terapia pioneira na retina". O destaque da matéria diz "Procedimento feito no Brasil permitiu que uma paciente percebesse, pela primeira vez, que era possível enxergar no escuro". Lá no finalzinho é que a gente vai saber que "A paciente teve acesso à medicação graças a um processo contra o governo."

TRADUÇÃO: o procedimento de 1,8 milhão de real por olho foi pago por um processo judicial contra o SUS. Óbvio, né! O capitalista que criou o remédio não abre mão de seu lucro nesta indústria.

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Fecho meus comentários e registros. Como disse no início, vale a pena a leitura porque ela ultrapassa questões momentâneas, semanais.

Ahh, só mais uma coisa: a matéria sobre o lixo do Facebook e seu dono e o desejo de dominar o mundo está muito interessante. A matéria apresenta o livro Uma verdade incômoda, que fala a respeito, na página 60. 

William


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