terça-feira, 26 de outubro de 2021

38. O mágico de Oz - L. Frank Baum



Refeição Cultural - Cem clássicos

"Ainda assim", concluiu o Espantalho, "prefiro pedir um cérebro, pois um tolo não saberia o que fazer com um coração mesmo que o tivesse."

"Prefiro o coração", retrucou o Homem de Lata, "pois inteligência não traz felicidade a ninguém e não há nada melhor no mundo do que ser feliz." (p. 65)


Conheci mais um clássico da literatura mundial - O mágico de Oz - de L. Frank Baum, publicado em 1900 nos Estados Unidos. Finalmente li o livro! Antes, o mundo de Oz, Dorothy e seus amigos Espantalho, Homem de Lata e Leão Covarde, além de seu cãozinho Totó, eram personagens distantes para mim, pois sabia da existência deles de ouvir dizer e pela fama de mais de um século de cultura.

Kansas deve ser um lugar referencial para a cultura norte-americana. Alguns ícones da cultura daquele povo têm relação com Kansas, para o bem e para o mal. A região é o centro geográfico dos Estados Unidos. De lá, conhecemos Superman e Dorothy Gale, a garotinha que não quis abrir mão de sua terra natal e fez de tudo para voltar do mundo de Oz para lá.

A garota Dorothy mora com seus tios Henry e Em numa fazenda muito pobre, numa casa de madeira de cômodo único e uma tormenta a leva pelos ares. Ela vai parar no mundo de Oz e desde o primeiro instante luta para voltar para casa. 

Nessa jornada vai fazendo amigos, um Espantalho que queria ter um cérebro, um Homem de Lata que queria ter um coração e um Leão Covarde que queria ser corajoso. E assim se desenvolve a narrativa de Frank Baum.

O mágico de Oz é considerado um dos principais ícones da cultura norte-americana pela sua simbologia de que o melhor lugar do mundo é a própria pátria, sua terra natal, sua casa.

Alguns críticos apontam o Mágico de Oz como uma resposta ao clássico Alice no País das Maravilhas, ícone da cultura da Inglaterra vitoriana, antigo império do mundo e metrópole da qual os Estados Unidos se separaram como colônia no século XVIII.

A edição que tenho é fabulosa, com uma beleza e um cuidado impressionante. Foi feita pela coleção DarkSide, traduzida por Marcia Heloisa, que também traduziu Alice. As ilustrações são as originais de W. W. Denslow. Um agrado imenso aos olhos e uma leitura muito leve.

Eu particularmente achei a leitura muito mais linear e fácil que a leitura dos dois volumes de Alice, de Carroll. Mas diria que é muito importante que as pessoas de todas as idades conheçam esses dois clássicos, as aventuras de Dorothy e de Alice, personagens clássicos dos imperialistas do mundo moderno.

Após ler esses clássicos considerados infantis ou infanto-juvenis, posso reafirmar com tranquilidade a máxima de Italo Calvino, que mais vale ler que não ler os clássicos.

William


Bibliografia:

BAUM, L. Frank. O mágico de Oz. Ilustrações de W. W. Denslow. Tradução de Marcia Heloisa. Rio de Janeiro: DarkSide Books, 2020.

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