segunda-feira, 18 de abril de 2022

180422 - Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 18 de abril de 2022. Noite de segunda-feira.


Uma longa noite. É o que vivemos aqui no Brasil. Uma longa noite. Eu classifico que vivemos na escuridão desde aquela noite de 17 de abril de 2016. Um deputado canalha, um covarde, um cuzão, votou a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff e na sua votação ao microfone da Câmara do Congresso Nacional homenageou o torturador Ustra. Isso ocorreu há 6 anos. Vivemos na escuridão no país faz 6 anos, sem democracia, sem leis, sem justiça, sem amor, sem paz, num mundo cinza, opaco, no breu.

Hoje, 6 anos depois, outro covarde, um militar da reserva e autoridade do país, vice daquele admirador de torturadores que virou presidente através de fraudes e golpes contra a democracia em 2018, fez chacota ao ser questionado sobre áudios do STM que confirmam a prática de torturas durante a ditadura civil-militar de 1964-85. Fez piada com os torturados e assassinados dizendo que isso tem que ser deixado pra lá porque já faz parte da história e passado é passado...

(indignação... vou dar um tempo pra terminar essa postagem...)

Após iniciar esta postagem, parei de escrever e fiquei ouvindo uma entrevista do jornalista Joaquim de Carvalho no site do Brasil247 ao Adriano Diogo, ex-vereador e ex-deputado estadual por São Paulo, geólogo formado pela USP, que foi torturado pelos monstros do Brilhante Ustra nos anos setenta. Algumas passagens descritas por Adriano Diogo são chocantes... e pensar que tem animais humanos aqui em nosso país que admiram e homenageiam o assassino Ustra...

Uma longa noite. Seis anos após o golpe de 2016, milhares de militares foram enfiados na máquina estatal brasileira, milhares de pessoas com altos salários mamando nas tetas do Estado empobrecido pelo golpe, que destruiu as bases de sustentação da sociedade brasileira, incluindo a economia. A máquina do Estado nacional está tomada pela máfia, pela milícia, pelos militares. A máfia contém canalhas de igrejas de fachada, canalhas do agronegócio, canalhas representantes da Faria Lima, canalhas donos dos meios de comunicação. O país inteiro concentrado na mão de pouquíssima gente, como sempre foi desde a invasão colonizadora nos séculos XVI, XVII, XVIII, XIX, XX... e agora no XXI a mesma merda de sempre nessa terra continental.

Em cinco décadas de existência tive inocência, depois tive raiva e ódio de quase tudo, depois tive esperança e agora voltei a ter raiva e ódio misturados com desilusão. Na juventude raiva e ódio eram potência e me moviam. Na madureza são desilusão, empacam a gente feito burro xucro. Estou assim, empacado. O animal humano deveria ser extinto logo, quem sabe assim outros milhões de espécimes não teriam chance de seguir habitando o planeta Terra. Não estou com nenhum sentimento cristão ou humanista em relação a esse grupo de gente nazifascista, bolsonarista, de extrema direita. Se dependesse do que sinto, esses desgraçados admiradores de torturadores experimentariam da própria sevícia que admiram ser aplicada nos outros. Desgraçados. Que morram antes de mim para meu gozo momentâneo de contar "menos um".

William


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