sábado, 23 de julho de 2022

Diário e reflexões (23/07/22)


Refeição Cultural

Osasco, 23 de julho de 2022. Sábado, 23 horas.


Que fiz das coisas que tenho que fazer? Se considerar o mês, cumpri alguns compromissos: levei meus pais ao Mato Grosso em visita aos nossos familiares de lá; fiz algumas coisas que tinha que fazer de carro, esforço meu porque não gosto de dirigir. Não desfiz de nada que tenho que me desfazer, essa é uma das pendências de minha vidinha besta atual. Algumas coisas empacaram minha vida...

Tinha um artigo para ser feito e também consegui confeccioná-lo. Isso foi importante. Fui convidado para contribuir com um texto para um projeto muito interessante de livros coletivos. Já havia participado de um volume, depois me comprometi e não fiz o texto para o livro seguinte e desta vez cumpri o compromisso e já está tudo certo.

Ontem, tive um dia fora da rotina da vidinha doméstica que estou levando. Infelizmente, tivemos um falecimento na família. Por vias tortas, tivemos que rever familiares para aquele momento de solidariedade e conforto na perda de uma pessoa querida. Foi bom termos ido e podermos estar ao lado de pessoas que não víamos e não contatávamos faz muito tempo. Nossa sociedade brasileira está cindida, estamos apartados de quase todo mundo por causa de uma política de governo feita para dividir as famílias e grupos de amigos e conhecidos. Foi importante o esforço do reencontro.

Ainda no dia de ontem, tive um momento raro de cultura, estive no espaço cultural Lélia Abramo, da regional Paulista do Sindicato, para ver o show "Aquelas canções", do Duo Camaleão. Foi muito bom, e ainda revi alguns amig@s do movimento sindical. A cantora Talitha é filha de uma grande companheira, Deise, e a dupla canta e toca maravilhosamente. Me senti num sarau como gostava de ir tempos atrás.

Em termos de compromissos, tenho ainda um áudio de poema para fazer para um amigo professor, Luciano, que tem um projeto muito legal de vídeos trabalhados no YouTube para incentivar jovens e pessoas a gostarem de poesia. Estou me familiarizando com o poema para tentar fazer uma boa declamação.

Tenho ainda duas viagens a fazer de carro. Uma para o interior de São Paulo. Outra para Minas Gerais. Estou vendo quando será possível fazer as duas viagens.

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O difícil mesmo é se desfazer das coisas que acumulamos na vida... isso é foda! Como avançar nessa questão? História não interessa pra mais ninguém. Coisas que não usamos são coisas inúteis pra nós, talvez inúteis pra qualquer pessoa. 

O que sei ainda e pra que serviriam meus conhecimentos de gestão em saúde em autogestões, meus saberes sobre a Cassi, minhas vivências e contribuições para a luta dos trabalhadores bancários e suas estruturas... serviu pro momento. Só. Fim. Passou. 

Quem vivia de passado eram os museus e as bibliotecas, que estão queimando por aí ou deteriorando sob a ação implacável do tempo.

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Aliás, pensando sobre o desfazer-se das coisas, hoje fiquei pensando sobre o efeito implacável do tempo sobre qualquer coisa, viva ou sem vida. Tudo, absolutamente tudo, vai sofrer a ação do tempo. Tudo muda, tudo cambia, tudo acaba. Me lembrei de uma série que vi certa vez chamada "O mundo sem ninguém" (2010). Tudo acaba, tudo!

Concreto, aço, madeira, plástico, borracha, couro, tecido, papel... estrelas, planetas, sóis... músculos, memórias, histórias, sentimentos... tudo muda, tudo acaba.

Ou seja, por que é tão difícil a gente se desfazer das coisas? Sei lá! Talvez porque somos humanos, e não somos só razão. Somos matéria, é verdade, mas somos uma coisa única em cada bilhão que se tem por aí... Somos quase que só abstrações criadas pelo cérebro de 86 bilhões de neurônios. Ainda somos únicos, ainda não somos vacas, pombas, galinhas... talvez o homo digitalis seja isso, mas ainda somos sapiens.

Enfim, chega por hoje.

Vou dormir.

William

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