sexta-feira, 28 de julho de 2023

Diário e reflexões - Caminhei 30 Km


É época de ipês,
época de belezas!

Refeição Cultural

Osasco, 28 de julho de 2023. Sexta-feira.


Hoje fiz nova caminhada longa para testar meus limites atuais. Caminhei 30 Km e tudo correu bem. Na semana passada havia caminhado 20 Km e terminei o dia numa condição pior que hoje. Troquei o tênis entre uma caminhada e outra. Isso ajudou um pouco. 

Até 2019 fui um caminhante resistente. Todo ano eu fazia uma romaria de cerca de 80 Km em um dia. Na última vez que fiz o trajeto entre Uberlândia e Água Suja, na região do Triângulo Mineiro, eu já sabia que estava com um início de desgaste na região do quadril. Mas a caminhada correu tudo bem.

Romeiro em 2019.
Deu tudo certo!

Meses depois da romaria de 2019 veio a pandemia mundial de Covid-19 e tudo mudou. Foram três anos sem longas caminhadas. Neste período, a condição de meu quadril piorou e hoje sinto dores crônicas na região. Insisto em fazer meus trotes e caminhadas porque não quero viver sem isso. Enfrento a dor.

É lógico que ao se aproximar o período da romaria deste ano começou em mim um desejo de tentar fazer a caminhada, mesmo com todos os senões de que não deveria mais tentar a proeza. Eu me conheço e sei que realmente não estou em condições adequadas para tentar os 80 Km. Minha razão me diz isso. 

O peregrino.

O problema é que somos humanos, seres racionais com cérebros altamente evoluídos, porém somos reféns das paixões, somos seres movidos a emoções. Por isso somos esse bicho esquisito, que é racional... mas acredita em abstrações absurdas criadas pela mente humana.

Estarei em Uberlândia na semana de maior volume de romeiros na estrada. Se vou sair para tentar a caminhada não sei. Se vou completar caso saia para caminhar não sei. Estarei lá. Já valerá pelas emoções e paixões, ver a família.

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Caminhada noturna.

Na semana passada, usei o tênis mais macio que tenho em relação ao solado. Mas não conseguiria fazer dezenas de quilômetros com ele. Estava perfeito no dia que o comprei, e agora está apertado. Mesmo andando semanas com ele. Fiz 20 Km e terminei muito cansado fisicamente, unhas dos pés bem doloridas. Não tive bolhas.

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Inverno florido...
olha essa Pata-de-vaca!

Hoje, saí para uma caminhada decisiva. 

Mentalizei muito e recuperei um pouco de minha memória corporal em relação às longas caminhadas. 

Comecei a andar tarde, meio-dia, não era o que havia pensado, mas dei instruções firmes ao meu corpo e ele me atendeu.

Os pés que me levam.
Feliz por poder caminhar.

O tênis que escolhi é mais duro na sola, também novo e já rodado por semanas, outro dia andei uns 10 Km com ele e tive uma bolha. Avaliei que tinha que ser ele hoje. Escolhi outra meia e fui pra rua.

Família de saguis no
Pq. Continental.


Andei 5 Km primeiro e correu tudo bem. Pisei macio como nos velhos tempos. Vi até uma família de saguis... alumbramento!

Caminhando e refletindo...
Mas concentrado na pisada.

Depois saí para uma caminhada de uns 10 Km, concentração total, e deu tudo certo. Sem bolha e energia vital em ordem. 

Caminhar é sentir a natureza ao redor.

Depois de parar e comer alguma coisa, saí para andar mais uns 15 Km. 

Queria andar mais, mas estava ficando tarde e não quis continuar pelo avançado da noite.

Coisa linda, heim! Fala sério!

Vou me transformar em pedra para dormir...

Se tudo der certo, tomo vergonha na cara e faço uma última caminhada longa antes de viajar pra Uberlândia, começando cedo de verdade e andando quem sabe uns 50 Km.

Neste momento,
ouvia os pássaros.

Fiquei feliz comigo mesmo. Meu corpo reagiu bem. A caminhada longa não é uma coisa da razão, repito. É difícil explicar. Já caminho há décadas e a sensação é única. Só os romeiros e caminhantes sabem como é.

William, o caminhante.


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