quarta-feira, 5 de junho de 2024

Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 5 de junho de 2024. Quarta-feira.


Opinião


NÃO ADIANTA! NÃO HÁ DEMOCRACIA NO BRASIL!

Não adianta continuar disfarçando!

Não adianta tentar mudar a realidade miserável do povo através da conciliação com quem não quer conciliar, da negociação com quem tem a força e não vai negociar porque não precisa negociar, através das formas tradicionais de mobilização que fazíamos até então. E que não fazemos mais!

Não adianta continuar disfarçando através da aparência! Não adianta!

O pior é que não teremos perspectivas de mudança da merda na qual estamos, na merda para a qual caminhamos, se não houver mudança de atitude, de procedimento, do fazer-a-luta por parte daqueles e daquelas que de verdade querem mudar a realidade de merda na qual estamos.

Chegamos ao momento histórico no qual não adianta o Lula! Não adianta o Lula sozinho, sem movimento junto. E de novo, não adianta aparências de democracia sem processos democráticos, inclusivos, não alienantes. Não adianta!

Não adianta imaginar que pela burocracia vamos mudar a realidade miserável do nosso povo. Não adianta! A burocracia é do domínio dos nossos inimigos, se liga! 

Os parlamentos da chamada democracia representativa só representam os donos do poder e do dinheiro, que compraram 99% das vagas de representação. Não adianta ficar disfarçando para o povão que aqui é democracia. Isso é enganação! Alienação!

É um saco tudo isso!

Drummond diria que os tempos são de fezes!

O nosso lado da classe deveria parar de iludir e enganar a massa com esse papo de democracia. Joga na real com o povo!

Eu empapucei até com essa gente do nosso lado que ficou falando xandão das massas, ou merdas do tipo, babando ovo para os desgraçados dessa casta de ricos que ocupam as vagas dos filhos de papai nos órgãos do Estado, ferramenta do capitalismo tupiniquim.

Aí até gente do nosso lado da classe fica repetindo papagaiando que não há democracia na República Socialista de Cuba, onde as 470 vagas do parlamento deles são ocupadas por mulheres e homens do povo, de todos os lugarejos do país. 

A gente aqui no Brasil não aguentou um "lawfarezinho" como a Lava Jato e já foderam tudo por aqui. Imaginem se os Estados Unidos decretassem um bloqueio mesmo, de verdade, contra nós, assim como fazem com o povo cubano há décadas! Os bloqueios são para causar miséria e mudança de governo pela revolta popular. Aqui já tem miséria de sobra, imaginem com um bloqueio como seria!

Não haverá mudança, não interromperemos os atos dos representantes dos donos do poder, os 99% que representam o 1% nos parlamentos municipais, estaduais e federal, fazendo falas em redes sociais, vídeos para lacrar e disputar likes (e os algoritmos são da direita...), em encontros fechados controlados, ou até com manifestações presenciais (inócuas, infelizmente, quando não há um plano estratégico, quando as manifestações são episódicas e voluntariosas) porque as decisões já foram tomadas pelos burocratas nos encontros pequenos, nos jantares, nos convescotes, e podem ser encaminhadas as decisões pelas vias virtuais. É o caso das privatizações de tudo, mesmo não sendo a vontade popular.

Tudo será privatizado, destruído, entregue, dominado pelo 1% enquanto o nosso lado seguir disfarçando que estamos vivendo num estado de democracia blá-blá-blá.

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Estava terminando a reflexão, quando me lembrei de uma coisa: qual é a estratégia do nosso lado da classe para mudar a realidade do Brasil se desfazendo? Foi feito um planejamento estratégico? Temos em algum lugar um plano com objetivos de curto, médio e longo prazo com atores definidos para encaminhar nosso projeto de mudança? Esses planos estão sendo encaminhados pelos partidos de esquerda e pelos sindicatos? Temos alguma utopia que não seja eleitoral e eleitoreira e burocrática?

William


Post Scriptum: não vamos mudar a realidade com essa coisa de ficar enxugando gelo, tipo os trabalhos encantadores e militantes de ficar individualmente defendendo nossas bandeiras da esquerda pelos logradouros onde ainda nos deixam ficar ali dialogando com transeuntes (outro dia os agentes do Metrô queriam me impedir de distribuir panfletos na calçada!).


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