domingo, 25 de agosto de 2024

92 de 100 dias



92. Ao acordar neste domingo, li dois textos muito bons, que me deixaram pensativo. 

No primeiro deles, Frei Betto fala de seus 80 anos, completados neste 25 de agosto. Que texto inspirador! Me emocionei com ele. Fiquei pensando na minha vida a partir dos ensinamentos do dominicano. Sim, seu texto é um ensinamento de vida. 

O segundo texto foi um artigo da jornalista Milly Lacombe abordando a candidatura de um sujeito extremista de direita à prefeitura de São Paulo. O texto "Pablo Marçal não é a doença e sim o sintoma" é uma análise excepcional da realidade contemporânea da política brasileira com uma crítica ao campo considerado de esquerda. 

Ela aponta com a excelência que seu texto tem o que eu tenho apontado na minha forma de escrever mais comum. Ou a esquerda para de ficar administrando o capitalismo e se apresenta antissistema ou já era para nós! 

Os textos me deixaram reflexivo ao longo do domingo.

Não achei canto em casa, não achei canto no mundo hoje. Fiquei incomodado pensando a vida, o fim momentâneo da vida, a natureza, a sociedade humana.

Algumas ideias que tive em momentos da vida que poderiam ter sido realidade não podem mais ser realidade. A existência é assim mesmo.

Este texto é um dos últimos de uma série de uma centena de registros sobre a temática pessoal da minha vida no momento atual. Vou terminar os cem dias quase na mesma. 

Só minha saúde piorou, está chato viver com o que eu estou sentindo. Não corri mais por achar que não deveria correr e piorar meu quadril. Enquanto isso, sei que meu sangue vai engrossar. É uma merda!

Mesmo com dores aumentando, estou disciplinadamente indo à academia do condomínio para fazer sessões de exercícios físicos. O que sei que não resolve minha genética de colesterol e pressão alta. É foda, como digo!

Fim de mais um dia.

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Post Scriptum: as perspectivas do mundo no qual eu e vocês vivemos não ajudam muito a animar minhas ilusões e alimentar utopias... pessoalmente, avalio que as ações na política da forma como ela funciona atualmente no ambiente onde vivemos, o Brasil da pior distribuição de renda do mundo, são ações de enxugar gelo. Os escravocratas desses 524 anos de exploração colonialista são inimputáveis... eles sabem disso! As injustiças e a nossa consciência das injustiças quase matam a gente (acho que estão me matando faz tempo...). Enfim, não vou falar sobre isso.

Post Scriptum (2): uma reflexão no final do livro Fahrenheit 451 me deixou bolado desde ontem (comentário aqui). Os personagens conversavam sobre o sentido da vida e da morte, sobre certa ideia de imortalidade e permanência. Aí o personagem explica a diferença entre um cortador de grama e um jardineiro, destacando que o jardineiro dá um toque pessoal no ambiente, deixa sua marca e se perpetua nisso. Já o cortador de grama, cortando no tempo certo a grama ou não, não faz diferença pessoal alguma ali. Fiquei olhando minha existência e pensando se fui um cortador de grama ou se cheguei a ser um jardineiro... fiquei bolado...

William


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