quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Os miseráveis - Victor Hugo (XIV)



Refeição Cultural 

Osasco, 28 de agosto de 2024. Quarta-feira. 


INTRODUÇÃO

Talvez eu decida mergulhar em minhas leituras, em meu antigo desejo de ler e estudar como a principal coisa a fazer em meu tempo restante de vida, que pode ser de um dia ou de dezenas de anos. 

Se for um longo tempo de leituras e estudos e se eu aproveitá-lo bem, quem sabe possa compartilhar de forma gratuita para meus pares humanos o eventual conhecimento que tenha das coisas.

Quem sabe do amanhã?

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PRIMEIRA PARTE - FANTINE

LIVRO V - A DECADÊNCIA 

V. Vagos clarões no horizonte

O capítulo é dedicado a nos apresentar o personagem Javert. Que medo do sujeito!

Um cão filho de loba:

"Agora, se por um momento admitem conosco que em todo homem há uma das espécies de animais da Criação, será fácil dizer o que era o policial Javert. Os camponeses asturianos têm a convicção de que, em cada ninhada de loba, há um cão, a quem a mãe mata, senão ao crescer lhe devoraria os outros filhotes. 

Deem uma face humana a esse cão, filho de uma loba, e terão Javert." (p. 212)

Viram só?

 "Javert sério era um cão de fila; quando ria era um tigre. De resto, crânio pequeno, mandíbulas grandes, cabelos escondendo a testa e a sobrancelha, entre os olhos, uma ruga central permanente, como uma estrela de raiva, olhar sombrio, boca contraída e temível, um ar de comando feroz." (p. 213)

Caramba, essa descrição de um policial tem quase dois séculos e vejo claramente figura idêntica a essa, aos montes, do governo fascista de São Paulo, batendo nos trabalhadores bancários semana passada... numa atividade de campanha salarial no banco do "satã(der)" aqui na capital paulista. 

E termino com mais uma descrição do cão Javert:

"Era um homem estoico, sério e austero; triste sonhador; humilde e altivo como os fanáticos. Seu olhar era um estilete, frio e perfurante. Toda a sua vida se encerrava nestas duas palavras: velar e vigiar." (p. 213)

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Os miseráveis descritos por Victor Hugo não são diferentes dos nossos miseráveis brasileiros...

William Mendes


Post Scriptum: o texto anterior sobre a leitura do livro pode ser lido aqui.


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