terça-feira, 15 de outubro de 2024

Dia das professoras e professores


Colégio Adolfino.

Refeição Cultural

Quarta-feira, 15 de outubro de 2024.


PROFESSOR(A): A PROFISSÃO MAIS NOBRE DO MUNDO!

Minhas lembranças

Eu gostaria de ter sido professor. Entendo que educar as pessoas seja uma das funções mais importantes e nobres da espécie humana. Paulo Freire diz que só se educa gente. Espero que possamos continuar educando as pessoas.

Pelo que me contam, minha primeira professora foi a Jamila, do colégio Adolfino, no Rio Pequeno. Se colocar a memória para funcionar, vou me lembrar de muitos professores e professoras que passaram por minha vida de estudante.

Do Adolfino em São Paulo, só sei da professora Jamila, que me alfabetizou. Não tenho lembrança de outra professora. E é impossível me esquecer das correrias quando alguém gritava "olha a loira do banheiro!"... a molecada saía mijando pelo chão, de medo. Estive dias atrás no Adolfino, é uma nostalgia incrível estar ali nas salas de aula e no pátio onde vivi.

Hortêncio Diniz.

Do Hortêncio Diniz, já em Uberlândia, me lembro do professor Jaime, de Física. Ele era gago e os alunos eram cruéis com ele. Me lembro do rosto dele até hoje, o cara era muito legal, um professor doce e gentil. Nunca me esqueci do Jaime com o apagador na mão explicando o Movimento Retilíneo Uniforme... Professor Jaime, perdoe a todos nós que éramos jovens maus. E nossa professora de Português era a Geni, e ela também sofreu na mão dos alunos.

Me lembro até hoje de uma lição do professor Glicério, de Química. Ele nos dizia para prestarmos atenção nas perguntas e lê-las várias vezes, porque a resposta poderia estar na pergunta. Não me lembro se ele era do Hortêncio, ou do Estadual de Uberlândia (Museu), ou do Américo René Giannetti, as outras escolas onde estudei lá até os 17 anos.

Colégio Daniel.

De volta a São Paulo, em 1987, não achei vaga no Adolfino e tive que me matricular no Daniel Verano Pontes para terminar o colegial, o 3º ano. Não me lembro de nenhum professor ou professora de lá, eu era um jovem muito revoltado e não me dediquei aos estudos naquele ano.

Uns anos depois, 1991, acabei entrando no vestibular da FEAO-FITO, onde me formei em Ciências Contábeis. Dos professores, me lembro do PC, de Matemática. Ele tomava até cerveja com os alunos. Gostava dele. Ele me desafiava a tirar 10 nas provas, e quando eu acertava tudo, ele me tirava alguma coisa da casa da vírgula para não dar 10 redondo, detalhes como, por exemplo, a seta numa reta (risos). 

Nunca me esqueci de uma fala dele dizendo que lá na Fito o professor destrinchava equações na lousa e que, se fosse na USP, seria diferente. O aluno teria uma lista de referências bibliográficas e, então, que estudasse aquilo por conta própria. Mais ou menos isso. Eu tirei minhas conclusões depois que entrei na USP (risos). Me lembro que eu desenvolvia exercícios de Matemática que ocupavam a lousa inteira. Eu era bom naquilo.

Anos depois da Faculdade em Osasco, me peguei estudando de novo. Daquela vez, estava estudando em Mogi das Cruzes, Educação Física, no Náutico Mogiano. Me lembro das aulas de alguns professores. De Anatomia, de Bioquímica e Nutrição, e de História. E me lembro do professor Waltely, de Português. Fazíamos aniversário no mesmo dia. Ele dizia em sala de aula que nota 10 era para Deus, 9 para a mãe dele, 8 para ele e 7 para os melhores alunos (risos).

O respeito pelos corpos e órgãos que estudávamos foi uma lição que nunca me esqueci. A professora falando da percepção da consistência do nosso cocô para sabermos da saúde do corpo e o que comemos também ficou para sempre. E o professor de História falando dos Jogos Olímpicos da antiguidade também foi inesquecível. 

Não me lembro direito dos nomes de todos os professores e nem sei se estou escrevendo corretamente os nomes que me lembro.

Letras, na FFLCH.

Aí, estando eu com mais de trinta anos de idade, acabei decidindo que queria estudar na Universidade de São Paulo, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Depois de assistir aulas de literatura como ouvinte, a convite de um amigo do BB, o Sérgio, fiquei apaixonado por aquele ambiente universitário. Fazer História ou Letras? Acabei optando por Letras.

Foram muitos os professores e professoras que me marcaram na vida estudantil da FFLCH. Difícil citar só alguns. A professora Maitê, de Língua Espanhola, foi um "encontro" legal, pois eu estudava espanhol com ela em um curso que gravei da televisão. Lógico que ter sido aluno do Pasta, do Wisnik e do Medina foi um ponto alto em minha vida de estudante uspiano. Ter visto aulas magnas de Antonio Candido e Marilena Chauí também.

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Professora Ione e alunos formados.

É NOSSO DEVER DEFENDER A EDUCAÇÃO UNIVERSAL E AS CONDIÇÕES ADEQUADAS A TODAS AS PROFESSORAS E PROFESSORES DO PAÍS

Que função social extraordinária essa de educar! 

Eu tive o privilégio de atuar no movimento sindical na área de formação e conheci grandes educadores e formadores políticos.

Tenho amigas e amigos queridos que dedicam suas vidas à educação de crianças, jovens e adultos.

Minha companheira Ione dedicou a vida a alfabetizar e educar crianças. Me lembro sempre emocionado dos períodos de fechamento de semestres e anos letivos quando seus alunos e alunas e muitos pais de alunos reconheciam agradecidos aquele período de ensinamentos e a evolução percebida ao longo da jornada educativa.

Ver alunas e alunos da professora Ione que ainda hoje a reconhecem e a têm como referência, décadas depois do contato diário da relação alunos-professora é algo gratificante.

Eu sou um grande admirador das pessoas que escolheram dedicar suas vidas à educação. Obrigado professoras e professores, sem vocês nós todos não teríamos a oportunidade de desenvolver nossos potenciais enquanto espécie humana, aquela que pode ser educada, segundo o mestre Paulo Freire.

Parabéns, professoras e professores! É nosso dever cidadão lutar pela educação pública e de qualidade e o acesso universal para todas as pessoas, e os profissionais de educação devem ser valorizados com salários dignos e carreiras que lhes permitam trabalhar e evoluir ao longo de suas vidas, incluindo uma aposentadoria justa ao final de suas jornadas laborais.

William Mendes


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