CANÇÃO MÍNIMA - CECÍLIA MEIRELES
No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta.
De Vaga Música, 1942.
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COMENTÁRIO:
Que poema da esperança!!! Que lindo! Que necessário!
E pensar que quando a poeta anunciou ao mundo este poema, "entre o planeta e o Sem-Fim" a morte ocupava jardins e canteiros do planeta na luta contra o nazifascismo.
E hoje, "No mistério do Sem-Fim", entre trumps, bilionários e mentirosos nazifascistas, "equilibra-se um planeta"...
Que os deuses do Sem-Fim privilegiem as borboletas, lançando suas fúrias sobre esses prexenetas!
William
Bibliografia:
MEIRELES, Cecília. Poesia completa. Coordenação André Seffrin; apresentação: Alberto da Costa e Silva - 1° ed. - São Paulo: Global, 2017.
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